segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

ALAVANCAR ESTRATÉGIAS: ALGO QUE POUCOS PRESIDENTES DE FUNDOS DE PENSĀO CONSEGUEM FAZER AO LIDAR COM CONSELHOS DELIBERATIVOS

 


De Sāo Paulo, SP.

Como ser o facilitador de uma reunião para definir a estratégia de um fundo de pensão com um grupo de líderes acima da sua posição de gestão?

Como apresentar um trabalho sobre estratégia para o conselho, conduzir a discussão entre eles e fazer com que vejam isso como um gasto produtivo do tempo?

O ponto central da resposta é: dar individualmente a cada conselheiro e ao colegiado como um todo, um trabalho concreto, factível e interessante. Se você não o fizer, eles criarão um trabalho que tenha esses três atributos - e você não vai gostar do que eles escolherem.

Buscando alavancagem (ajuda)

Esse desafio tem a ver com alavancagem. Como acontece com qualquer um, você é quem escolhe quanta alavancagem (ajuda) quer no seu trabalho e na sua vida.

De um lado do espectro, você pode fazer todo o trabalho necessário para obter o resultado que você deseja. Por exemplo: você pode fazer uma cirurgia em você mesmo, se defender sozinho no tribunal ou escrever um livro sem editor.

No entanto, as pessoas bem-sucedidas geralmente buscam alavancar seu trabalho. Elas obtêm alavancagem de superiores atraves de conselhos daqueles mais experientes. Obtém alavancagem de subordinados que expandem a quantidade de horas de trabalho que você sozinho teria disponível ou buscam alavancagem de outros fora da cadeia de comando, que podem contribuir com expertise especial.

 Atribuindo (solicitando) um Bom Trabalho 

A característica de qualquer trabalho atribuído de modo bem-sucedido é que seja concreto para quem recebe a solicitação, factível para a pessoa e interessante para ela. 

Por esse padrão, não está OK apenas perguntar: “o que você acha?”. É isso que, tipicamente, a liderança faz com os conselhos. A diretoria e os gestores seniores geralmente passam milhares de horas-de-trabalho preparando apresentações para o board — aqueles pesados decks de slides de PowerPoint que tem tudo totalmente sob controle — supostamente para buscar sugestões e talvez aprovação.

Isso nāo é concreto. O conselho precisa adivinhar o que o diretor presidente quer — o que seria útil versus o que seriam sugestões/ponderações inúteis. O board nāo vai gostar de ser forçado a adivinhar sobre o trabalho dele. 

O conselho nāo sabe se é factível porque nāo sabe qual realmente é seu trabalho e nāo é um trabalho interessante porque, com toda experiencia que tem, o board suspeita que o que a gestão realmente quer é ser parabenizada pelo excelente trabalho que fez. Balançar a cabeça coletivamente como cachorros amestrados é um trabalho chato e no mínimo insultante.

Quando o trabalho solicitado não é concreto, factível nem interessante, quem o receptor faz um trabalho diferente, que seja concreto, factível e interessante — talvez nāo um trabalho incrível, mas um melhor.

Nesse caso, o trabalho que os conselhos tipicamente atribuem a si mesmos é criticar, encontrar pequenas falhas, insistir em mais trabalho ... e a gestão normalmente fica desanimada, desiludida e desmotivada pela experiência – os conselhos conseguem sentir isso.

Quando isso acontece, a alavancagem (ajuda) para a gestão é mínima e o conselho também reconhece isso. O gestor que tragicamente foi o facilitador da reunião — tenha sido o diretor presidente ou digamos o diretor de administração — é visto como tendo feito um trabalho horrível de facilitador e o conteúdo é considerado pouco inspirador.

O único motivador do resultado negativo é uma tarefa mal atribuída – não o conteúdo. No entanto, pode ser solicitada um ótimo trabalho ao conselho, por exemplo, atribuindo a seguinte tarefa pelo diretor presidente:

Temos pensado sobre um desafio importante para nosso fundo de pensão e numa análise preliminar chegamos a conclusão de que existem quatro componentes sobre os quais precisamos desenvolver um ponto de vista, antes de chegarmos a conclusão final e uma recomendação. Gostaríamos de expor o desafio e os quatro componentes – e como estamos pensando neles inicialmente.

Com base na experiência de vocês (individual ou coletiva), gostaríamos de saber sua opinião sobre até que ponto, esses parecem ser mesmo os quatro componentes importantes — ou se está faltando algum componente relevante ou se um dos quatro não merece ser incluído?

E com relação aos nossos pontos de vista preliminares sobre cada um dos componentes, vocês teriam uma forma diferente de pensar? Que outros caminhos vocês sugeririam ser explorados?

Você foi concreto ao dizer aos conselheiros por que precisa/deseja a resposta e qual seria uma resposta útil — i.e, você disse para eles o que seria útil e porquê. Você tornou factível especificando que deseja apenas as opiniões e sugestões com base na experiência deles — e nāo uma resposta magica e perfeita.

E é um trabalho interessante. É fácil para eles enxergar o valor que podem adicionar e os força a pensar bastante e fazer u trabalho de verdade. A administração obterá uma alavancagem (ajuda) significativa desse conselho.

Se você quer ser um excelente facilitador nas reuniões estratégicas do conselho do seu fundo de pensão, precisa ir para cada reunião com uma clara visão sobre qual trabalho você está atribuindo ao grupo como um todo e a cada conselheiro individualmente no colegiado.

Do contrário, dará margem a comportamentos improdutivos — e essa culpa será atribuída a você. Quando. Um executivo sênior ou conselheiro “desliga” durante reunião, você pode pensar que ela apenas está num dia ruim. Porém, é altamente provável que a culpa seja sua – ter atribuído um trabalho, não propositalmente, mas por acidente, que a pessoa odeia.

Dando um exemplo concreto, certa vez fui chamado por um cliente para participar de uma reunião estratégica do conselho do fundo de pensāo que eu atendia, como consultor sênior. Antes da reunião, o cliente me alertou que seria uma reunião punk (dura) porque um dos conselheiros, vamos chamá-lo de Paulo, sempre fazia barulho e era impossível de controlar.

Intrigado, perguntei sobre a formação, experiencia e interesses dele. Eu não era o facilitador da reunião — o Diretor de Administração é que era. Logo no início das apresentações, fiz algumas perguntas muito específicas para o Paulo, alavancando sua experiência e interesses, às quais ele respondeu de forma útil e construtiva.

Tendo sido dado um trabalho concreto, factível e interessante ele se comportou maravilhosamente durante a reunião e forneceu muitos insights úteis. Todos ficaram surpresos — maravilhados com o que aparentava ser um “novo Paulo”. Nāo, nāo era um novo Paulo, era apenas o velho Paulo que havia recebido um ótimo trabalho, não uma porcaria de tarefa.

O quão alto seu fundo de pensão voará é função da alavancagem da qual sua diretoria se beneficiará. Não deixe isso completamente ao acaso. 

Pense nisso. Projete o futuro dos seus participantes para terem sucesso.


Grande abraço,

Eder.


Opiniões: Todas minhas | Fonte: “Jobs to Be Assigned”, escrito Roger Martin.



domingo, 12 de janeiro de 2025

UM PROBEMA QUE SERÁ CATAPULADO PELA ADESĀO AUTOMATICA, QUE FAZ OS PARTICIANTES PERDEREM $$$ E OS FUNDOS DE PENSĀO GANHAREM.

 


De Sāo Paulo, SP.


O desafio de encontrar o dono dos saldos de conta de previdência complementar deixados para trás, quando participantes são desligados de uma empresa patrocinadora, não é novo.

No Reino Unido, duas décadas atrás, uma lei chamada 2004 Pensions Act criou regulamentação para permitir que o governo forneça gratuitamente aos cidadãos um serviço de rastreamento de saldos de previdência complementar nāo-reclamados ou perdidos.

Um relatório do novo serviço, chamado PST (Pensions Tracing Service), publicado seis anos depois pelo ministério do trabalho britânico estimou, conservadoramente, que o total de saldos perdidos girava em torno de £$ 3 bilhōes (uns R$ 22 bilhōes).

Nos anos seguintes houve um aumento significativo da conscientização do publico sobre o assunto. O PTS foi expandido, lançou um novo website em 2016 e ao longo dos anos conseguiu ajudar milhares de pessoas a encontrar o dinheiro de previdência complementar perdido.

Profissionais que trabalham com finanças pessoais e firmas de assessoria financeira tem dedicado grande espaço na mídia para alertar sobre o assunto. Foi criado inclusive o “Dia nacional de rastreamento de planos de previdência complementar” (National Pensions Tracing Day

Mesmo com tudo isso, de acordo com o Pensions Policy Institute (uma firma de análises de políticas de previdência complementar) estimou que agora no começo de 2025 o montante perdido - apenas de saldos de conta de planos de contribuição definida - chega a £$ 31 bilhões – mais de dez vezes o montante de 15 anos atrás.

Parece que a despeito de todos os esforços e conscientização do publico sobre o assunto dos saldos perdidos, as boas intenções do governo não foram capazes de acompanhar o crescimento do problema. 

Com a adesão automática à todo vapor, na medida que milhões de pessoas comecem pela primeira vez a acumular dinheiro em contas de previdência complementar nos fundos de pensão, espera-se que o problema dos saldos perdidos ou abandonados seja exacerbado.

A natureza do mercado de trabalho no Século XXI, caracterizada por empregados que trabalham em múltiplas empresas ao longo da carreira e acumulam poupança previdenciária em vários fundos de pensão diferentes, só aumenta o desafio.

As novas gerações, como os Millenials, que podem ter em média 14 empregos ao longo da vida, terão um plano de previdência complementar separado em cada um deles, deixando para trás inúmeros saldos inativos, um enorme desperdício de tempo para localizá-los e despesas de administração. No Reino Unido já são 10 milhões de contas em planos CD com saldos diferidos (BPD) inferiores a £$ 100 (uns R$ 600).

Em outras palavras, o problema crescerá exponencialmente. 

E no Brasil?

O problema é universal, no Brasil acontece o mesmo com o agravante de que os saldos acabam sendo perdidos para sempre porque os planos cobram taxas de administração que “zeram” os saldos em poucos anos. 

Inexistem dados no Brasil, mas a montanha de dinheiro que foi ficando para trás nos EUA quando os americanos mudam de emprego, de acordo com um relatório de 2017 da NBC News, soma US$ 2 Trilhōes. Relatório: aqui

Em Terras de Cabral, quando se trata de localizar a poupança de aposentadoria ou de (trans)portar os recursos do fundo de pensão de um empregador para outro, cabe ao participante correr atrás.

Por isso, com frequência, muitos saldos com poupança de previdência complementar vão ficando para trás, espalhados em vários planos diferente quando um participante muda de emprego. As pessoas perdem o controle de suas contas de aposentadoria e dos recursos acumulados em cada uma delas.

Não existe no Brasil um banco de dados nacional que mantenha informação sobre os planos de previdência complementar de todos os trabalhadores – sejam eles administrados por fundos de pensão ou seguradoras (PGBL, VGL, FGB). Falta um sistema unificado.

Quando um participante ativo que termina o vínculo empregatício com a patrocinadora não se manifesta sobre o destino dos recursos acumulados no fundo de pensão da empresa, o dinheiro fica parado lá.

Normalmente, são os saldos de pequeno valor que ficam perdidos e 80% dos saldos de aposentadoria, são de pequeno valor. Esses saldos acabam sendo zerados com o passar dos anos em função da cobrança de taxas de administração/gestão financeira, que são deduzidas diretamente das contas. 

Nos EUA acontece a mesma coisa e um saldo de US$ 1.000 levará em média nove anos para ser zerado e sumir do mapa para sempre, impondo perdas ao participante. Idem por aqui. 

Só que lá a galera começou a processar as empresas pelo uso indevido dos saldos não – reclamados, ou seja, para pagar as despesas administrativas dos fundos de pensão, como acontece também aqui no Brasil. Escrevi sobre isso em agosto passado (link para o artigo: aqui). 

Tecnologia ultrapassada para encontrar os participantes

As tentativas do segmento de fundos de pensão para localizar os donos dos saldos deixados para trás permanece com soluções enraizadas no Século XX.

Em Terras de Cabral os fundos de pensão ainda se baseiam em métodos tradicionais baseados em papel, como publicar avisos em jornais de grande circulação.


Isso em plena era digital, quando mais de dois terços dos participantes de fundos de pensão estão ativos nas mídias sociais e 70% passam pelo menos cinco horas por dia online. Está na hora dos operadores de planos de previdência complementar adotarem soluções contemporâneas para um problema também contemporâneo. 

Usar tecnologia de ponta, incluindo IA, para recuperar e analisar dados digitais, é uma maneira eficiente e facilmente acessível para os fundos de pensões melhorarem significativamente a busca por participantes com destino desconhecido.

Essas tecnologias, conhecidas como inteligência de dados, pode permitir contato online não apenas com os participantes desaparecidos, mas também com seus dependentes.

Fazer uso da mais recente tecnologia digital desta forma não requer nenhuma infraestrutura complexa, é acessível imediatamente, é muito mais rápido do que as buscas tradicionais por contato atualizado e por utilizarem fontes de código aberto, é totalmente compatível com as regras de compliance.

Estamos vinte cinco anos adentro do Século XXI, está na hora do setor de fundos de pensāo abraçar soluções mais contemporâneas para um problema muito atual e do governo acordar para o assunto.

Grande abraço,

Eder.


Opiniões: Todas minhas | Fonte: “Attempts to tackle the issue of lost pots have failed to keep pace with the growing challenge”, escrito por Max Lack.


OLHE PARA CIMA! É SEMPRE UMA OPÇĀO PARA IMPLANTAR MELHORIAS NOS FUNDOS DE PENSĀO TUPINIQUINS.

 


Nāo Olhe Para Cima” foi lançado nos cinemas em dezembro de 2021 contando a história de dois astrônomos que descobrem que em poucos meses um meteorito destruirá o planeta Terra. A partir desse momento, eles devem alertar a humanidade por meio da imprensa sobre o perigo que se aproxima.

De forma satírica, o filme ilustra como está cada vez mais difícil projetar mensagens ao público, inclusive quando o objetivo é dizer que estamos à beira do fim do mundo e que precisamos fazer algo urgente para evitar a extinção.

Moral do filme "Não olhe para cima?”: a ignorância ganha da ciência. O filme satiriza esse fenômeno social quando a personagem principal fala: “tudo isso é para os ricos ficarem cada vez mais podres de ricos”. O filme ganhou importância ao deixar os telespectadores pensativos.

Quem quiser assistir o trailer, basta usar o link abaixo:



Corta!

Pegando carona na critica social do filme, valeria a pena (aí sim) “olhar para cima” e aprender com os avanços que os americanos projetam para o sistema de previdência complementar do Tio Sam, em 2025.

Diferente do que acontece em Terras de Cabral, melhorar a segurança financeira da aposentadoria dos cidadãos têm sido, nos EUA, um dos assuntos com amplo apoio bipartidário.

O QUE ESPERAR EM 2025 NOS FUNDOS DE PENSĀO (EUA)

Enquanto damos os primeiros passos nesse ano novo, são aguardadas para 2025 algumas das maiores mudanças trazidas pelo SECURE 2.0 ACT – lei que há poucos anos impôs melhorias na previdência complementar americana – com as quais as empresas terão que se alinhar

Uma delas é o aumento do limite mínimo de contribuições para os planos de contribuição definida (os 401K) que passará de US$ 23.500 por ano para US$ 23.000 por ano (lá base da remuneração é anual, não mensal como aqui).

Isso importa porque não basta a adesão automática jogar os empregados dentro dos planos de aposentadoria dos fundos de pensão, é preciso assegurar que eles acumularāo uma poupança decente e sabemos que a falta de engajamento é crônica em planos de previdencia complementar.

Outra mudança a caminho é o aumento da elegibilidade de empregados com vínculo de trabalho em tempo parcial, que passarão a ter direito a participar dos fundos de pensão. Algo hoje assegurado apenas aos empregados em tempo integral.

Há rumores de um SECURE 3.0 já agora no começo do ano, ou seja, uma nova evolução da lei de previdência complementar, facilitada pelo controle do congresso americano pelos republicanos.

Pensa-se em facilitar ainda mais a portabilidade dos saldos de contas acumulados em fundos de pensão por quem investe em planos corporativos, que seguiriam a pessoa automaticamente quando ela mudasse de emprego, indo para o plano da nova empresa ou para um plano individual de previdência complementar – os IRAs ou Individual Retirement Accounts - equivalentes aos nossos PGBLs e VGBLs.

Os especialistas creem que os cortes de impostos defendidos pela nova administração, junto com a expectativa de melhoria da economia e o atual ciclo de alta dos mercados financeiros (que inveja), possam encorajar os empregados a investir mais nos seus fundos de pensão, levando as empresas a apoiar o movimento.

MAIS POUPANÇA PARA EMPREGADOS DE BAIXA RENDA

Uma das mudanças que considero mais relevantes e que deveremos ver nos planos de previdência complementar corporativos americanos, é o aumento da poupança voltada para o futuro entre os trabalhadores de renda baixa e média.

Esse aumento será impulsionado por duas mudanças políticas importantes:

  • Primeiro: mais legislaçōes de previdência estadual entrarāo em vigor em 2025 (no sistema federativo dos EUA os estados têm muito mais autonomia do que no Brasil). Na California, por exemplo, até o final do ano, mesmo as pequenas empresas com 1 a 4 empregados terão que incluir seus trabalhadores no plano de previdência individual criado pelo Estado (uma espécie de PGBL|VGBL estadual) ou em um plano de previdência complementar individual tradicional (os IRAs); e 

  • Segundo: todo novo plano de previdência complementar corporativo terá, obrigatoriamente, que ter dispositivo de adesão automática.

Essas duas mudanças acima deverão aumentar dramaticamente os níveis de participação dos trabalhadores em fundos de pensão e a  ABRAPP deveria estar de olho nisso, já que um de seus motes é “previdência para todos”.

Existem inumeras outros ajustes, mudanças e evoluçōes em andamento na previdencia complementar nos EUA, no Reino Unido, na Australia e mundo afora.

Por que nao fazer um pouco de Lavoisier nas políticas publicas de previdência complementar em Terras de Cabral? Não fariam mal para ninguém.


Grande abraço,

Eder.


Opiniões: Todas minhas | Fonte: “2025 retirement industry trends: What a Trump return means for 401(k) savings”, escrito por Lynn Cavanaugh.


segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

GRANDES BANCOS E O COMÉRCIO ESTĀO ABRAÇANDO A CRYPTOECONOMIA, MAS E OS FUNDOS DE PENSĀO?

 

Credito de Imagem: Gerada por IA


De Sāo Paulo, SP.

Enquanto todo mundo se volta para os preços das cryptomoedas subindo e descendo, bancos e instituições financeiras tradicionais vem construindo a infraestrutura que desempenhará um papel crucial no futuro da digitalização dos ativos, também chamada de tokenizaçāo dos ativos.

SWIFT


Credito de Imagem: www.atlantafed.org


SWIFT - Society for World Interbank Financial Telecommunication, sistema utilizado para transferências internacionais de $$$, está testando a transferência de cryptoativos em sua rede.

Nāo, o SWIFT nāo pretende tornar as transações com Ethereum e Bitcoin mais fáceis. Eles estāo testando a liquidação de operações envolvendo ativos e moedas digitais, provavelmente de olho em CBDCs – as moedas digitais dos bancos centrais, como o DREX tupiniquim – e ativos digitalizados.

Isso pode ser um passo enorme para os RWA – Real World Assets, que é a representação no blockchain de ativos que existem fora do mundo digital (ativos tangíveis ou bens físicos) como títulos públicos, imóveis, maquinário, ações, moedas etc.).

Por que? Porque mais de 11 mil bancos e instituições financeiras ao redor do mundo estao conectadas à rede do SWIFT. Se os testes forem bem-sucedidos, isso significa que a digitalização de ativos | tokenizaçāo de ativos pode decolar, com adoção em massa mundo afora.

Ano passado o SWIFT, em colaboração com a Chainlink, BNP Paribas e BNY Mellon, também testou a conexão de blockchains privados com blockchains públicos, com sucesso, que permitirá deslanchar transações com ativos digitais.

Mastercad, JPMorgan e Citigroup

Em maio do ano passado, Mastercard, JPMorgan Citigroup e outros grandes nomes do setor financeiro tradicional se uniram e testaram, também com sucesso, uma rede de liquidação de operações financeiras

Os grandes bancos e as maiores administradoras de meios de pagamentos do mundo estão tão famintos por crypto (pelo menos por RWA), como as pessoas físicas.

Esses movimentos permitirão a adoção em massa dos ativos digitais o que inevitavelmente levará a popularização dos cryptoativos pelo publico em geral.

Visa e Metamask



MetaMask e Visa formarão parceria para lançar um cartão de debito de cryptomoedas, diferente de todos as demais iniciativas existentes até aqui.

O cartão se parece com um típico cartão de débito, mas permite que você pague diretamente da sua wallet, i.e., sua carteira digital, da Metamask.

Você controla suas cryptomoedas até passar o cartão em qualquer estabelecimento da gigantesca rede de pontos comerciais da Visa-Mastercad espalhada pelo mundo.

As transações ocorrem na Linea, uma rede de segunda camada (layer-2) do blockchain Ethereum, assegurando rapidez e eficiência.

Esse é um passo importante por alguns motivos:

  1. Facilita operações diretamente no blockchain (on-ramp): simplifica as transações do dia a dia;
  2. Permite a inclusão financeira: tem potencial para trazer para o sistema bancário as pessoas que não possuem acesso ao sistema financeiro;
  3. Faz convergir fintechs com o sistema financeiro: a fusão dos bancos | sistema financeiro tradicional, conhecido por TradFi, com o blockchain esta acontecendo rapidamente.

Supermercado Zona Sul no Rio de Janeiro

De olho principalmente nos turistas, a tradicional rede de supermercados Zona Sul começou a testar, em dezembro passado, o aceite de crytomoedas como pagamento.

A parceria do Zona Sul foi feita com a rede de blockchain Transfero. Basta o cliente baixar um app (Transfero app) no smartphone para fazer pagamento de suas compras. As maquininhas dos caixas estāo integradas com o app.

O cliente lê o QR-Code mostrado na maquininha do caixa, indica em qual blockchain estāo suas cryptomoedas e os valores são debitados automaticamente de sua carteira digital (wallet).

Sāo aceitas uma serie de cryptomedas como Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH), Solana (SOL) e BNB ou stablecoins – cryptomoedas lastreadas em dólar ou alguma outra moeda estrangeira – tipo USDT, USDC, BRZ, EUROZ.

A sacada do Zona Sul trás duas vantagens para os turistas que optarem pelo pagamento em crypto.

Tem custo menor do que outros meios de pagamento tipo cartão de crédito | debito, que envolvem taxas cobradas do estabelecimento pelas maquininhas, pela administradora do cartão e pelo banco do cliente.

São mais seguros numa cidade como o Rio de Janeiro, pois as carteiras digitais de cryptomoedas possuem mais mecanismos de segurança do que os apps de bancos. Alem disso, o uso das wallets ainda é pouco difundido o que dificulta a apropriação dos recursos em caso de assalto ou furto.

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