"FIQUE LONGE DE PESSOAS NEGATIVAS. ELAS TEM UM PROBLEMA PARA CADA SOLUÇÃO" (Albert Einstein)
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São Paulo, SP.
“O capital está crescendo no mundo como forma de poder, já tem bastante, mas terá muito mais”. Não, essa não é uma frase de Karl Marx. É uma frase de Sam Altman, o cara que fundou a OpenAI, que criou o ChatGPT.
Numa entrevista com Bari Weiss – editora da “Free Press” – Altman disse:
“Ao longo do tempo, a mudança da alavancagem do trabalho para o capital foi se tornando mais e mais extrema devido a tecnologia e isso é ruim, posso imaginar tecnologias como IA (Inteligência Artificial) forçando isso cada vez mais”
Altman estava se referindo a uma tendência mais
abrangente, que vem evoluindo desde o começo da revolução industrial. Aqueles
que controlam as máquinas tem mais poder do que aqueles que operam as máquinas
e consumem seus produtos.
No Século XX, a mudança do poder foi moderada pela introdução dos direitos dos trabalhadores e outras legislações sociais. Isso aconteceu porque os donos do capital dependiam de milhões de trabalhadores para produzir os bens e talvez, mais importante, para lutar nas guerras.
Mas na medida em que a produção e as guerras se tornam menos dependentes da mão de obra, fica difícil enxergar o que pode manter o equilíbrio do poder entre capital e trabalho e impedir que comece a pender cada vez mais para o lado do capital.
Não está claro a maneira como as coisas irão se desdobrar, mas uma coisa é certa: você precisa estar do lado do capital.
Historicamente as “pessoas comuns” buscavam capital através do emprego no mundo corporativo e investindo sua poupança em ações, investindo através dos bancos, comprando suas casas e poupando em planos de previdência complementar.
No futuro, ter emprego numa empresa e poupar algum dinheiro vai se tornar cada vez mais difícil e desafiador.
A boa notícia é que haverá novos meios para acumulação de capital. Para acumular capital $$$ no futuro você não precisará ser dono de uma máquina ou de uma grande extensão de terra. Você poderá produzir conteúdo, ter propriedade intelectual do que produzir ou mesmo uma lista de pessoas – audiência, consumidores. Ou poderá investir em alguém que tenha.
Os indivíduos são a próxima grande classe de ativos. Os investimentos evoluirão, ao invés de investirmos em empresas, num portfólio de ações, investiremos diretamente em pessoas, em um portfólio de pessoas, talentos individuais, fragmentos de propriedade intelectual.
Tecnologias como IA podem tornar essa ralidade mais crucial e viável. Podem permitir que indivíduos acumulem capital mais facilmente ao serem donos de partes de ideias e projetos.
No passado, os ricos e as pessoas comuns investiam em coisas completamente diferentes umas das outras. Isso também está mudando. A maior diferença hoje em dia não é no que as pessoas investem, mas sim quando investem.
As pessoas ricas investem no começo – antes de uma empresa lançar seu primeiro produto, antes de um prédio ser construído. Todas as outras pessoas chegam depois, quando a maior parte do valor já foi criado e o risco do negócio já diminuiu.
Para ter chance de acumular capital, daqui para a frente, as pessoas “comuns” terão que investir mais cedo – assumir mais riscos. Temos que considerar que muitas das nossas apostas darão errado.
Isso contrasta com aquilo que nossos pais e avós faziam. Eles investiam em coisas “seguras”, compravam uma casa ou adquiriam ações da GE nos anos 60. Eles investiam em coisas “certas” em busca de segurança financeira futura. Nós teremos que investir em coisas “incertas”. Não para ficarmos ricos, mas para termos a chance de possuir, de ser dono de alguma coisa.
Precisamos de abordagens totalmente novas para poupar e investir para a aposentadoria. Precisamos de modelos de fundos de pensão, de planos de previdência complementar, inteiramente diferentes dos atuais, novos modelos que permitam às pessoas “ter” um pedaço ou parte das coisas e ideias que seu trabalho produza.
Esse conceito não é novo. Nas últimas décadas tentou-se fazer isso através de planos de stock options, que as empresas davam aos empregados. Agora, precisamos experimentar coisas novas.
Da tokenização de comunidades, a projetos em que os participantes controlam a governança e receitas futuras através de NFTs, governos, empresas e fundos de pensão precisam acordar e encorajar novas experiências desse tipo.
Por isso mergulhei fundo na economia da criptografia, na tecnologia do blockchain, nas suas inovações e nos seus desdobramentos, tipo Web3, NFTs – Non-Fungible Tokens, DAOs – Descentralized Autonomous Organizations etc.
A evolução dos fundos de pensão virá daí e quem acha que “crypto” (cryptomoedas) tem a ver apenas com $$$ está enganado. Meu cartão da Binance - que chegou essa semana (foto da capa desse artigo) - é na verdade um cartão de crédito que pode ser usado para comprar qualquer coisa e pagar com cryptomoedas.
É preciso entender como essas coisas funcionam se você quiser chegar no futuro antes que ele chegue até você...
Por hoje, é isso.
Embarco amanhã para a Filadélfia, vou assistir a formatura de mestrado do meu filho caçula. Ele e a irmã terminaram a universidade no meio da pandemia, não houve cerimonia de graduação. Será a primeira vez, em quase quatro anos, que meus filhos, minha esposa e eu estaremos fisicamente juntos. É um bom motivo para fazer uma pausa nos artigos e posts.
Um excelente mês de maio para todos! Quando eu retornar em junho, vamos construir juntos o futuro dos fundos de pensão.
Grande abraço,
Eder.
Fonte: You Have to Own, escrito por Dror Poleg