De São Paulo, SP.
Estudos de Psicologia Social sobre “fluência cognitiva” mostram porque aquilo que é fácil de entender = mais lucrativo, mais prazeroso, mais inteligente e mais seguro.
Qual dessas duas substâncias - aditivos colocados em alimentos - você diria que é a mais perigosa:
Hnegripitrom ou Magnalroxate?
A maioria das pessoas diz que Hnegripitrom soa mais perigoso. Ocorre que a palavra “Magnalroxate” é mais fácil de entender do que “Hnegripitrom”, provavelmente porque é mais simples de pronunciar e as pessoas ligam simplicidade com segurança (na verdade as duas palavras foram inventadas).
Esse é um exemplo de pesquisa de psicologia sobre meta-cognição: pensamentos sobre outros pensamentos.
A “fluência cognitiva” – quando uma coisa é fácil de entender – é um tipo importante de meta-cognição e diversos benefícios resultam das coisas que são de fácil processamento pelo nosso cérebro.
Aqui vão alguns estudos sobre fluência cognitiva mostrando porque diversas situações podem ser explicadas pela simples sensação de que algo é fácil (ou não) de entender.
1. Textos complexos farão você parecer estúpido
A maioria de nós já fez isso na escola: tentar impressionar os professores com palavras rebuscadas e frases intrincadas, presumindo que isso o faria parecer mais inteligente.
Mas como logo descobrimos, no entanto, a maioria das pessoas não se dá bem agindo assim.
Uma pesquisa, na qual estudantes universitários avaliavam os trabalhos feitos por outros estudantes, testou como os leitores julgavam a inteligência do autor. Na medida em que os textos se tornavam mais e mais complicados, a pesquisa descobriu que piorava a avaliação pelos leitores sobre a inteligência do autor (Oppenheimer, 2005).
Portanto, se você quer ser percebido como mais inteligente (quem não quer?) tenha certeza de que seus textos são simples. Esse é um conselho básico para os aspirantes a escritor.
Infelizmente, a simplicidade é muito mais difícil para se alcançar do que a complexidade.
2. Nomes difíceis são associados a perigos e riscos
Conforme vimos acima, as pessoas associam nomes difíceis de pronunciar a perigos e risco.
Song e Schwarz (2009) descobriram que o aditivo alimentar fictício Hnegripitrom foi considerado 1 ponto percentual mais perigoso numa escala de 1 a 7, do que o Magnalroxate.
O mesmo efeito foi verificado com nomes de montanhas-russas em parques de diversão. Uma montanha-russa chamada “Chunta” foi considerada muito mais segura do que outra apelidada de “Vaiveahtoishi”, encarada como oferecendo certo perigo.
3. Compre ações com nomes normais
Antes de passarmos para outros estudos que não envolvem nomes, veja que pesquisa bacana sugerindo uma maneira de você aumentar seus lucros no mercado de ações.
Dois pesquisadores, Alter e Oppenheimer (2006), se perguntaram se empresas com códigos de negociação em bolsa considerados fáceis de pronunciar, como GOOG para Google, teriam alguma vantagem decorrente da “fluência cognitiva”.
Testaram a hipótese de que empresas com maiores lucros teriam nomes mais simples, usando dados reais de bolsa de valores e analisando diferentes setores econômicos.
Descobriram que se você investir em empresas com códigos de negociação pronunciáveis terá lucro 10% maior após um único dia de transações.
Considerando o desânimo com o atual cenário econômico, talvez renomear os próprios mercados de ações não seja má ideia. Esqueça BM&FBOVESPA, NASDAQ e NYSE, vamos chamá-las de VERA, RUTE e YARA...
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Bem, conforme vimos até aqui, da próxima vez que você tiver que criar um nome para o plano de previdência complementar da sua empresa, ou batizar o próprio fundo de pensão, deixe de lado aqueles nomes complexos e busque a simplicidade.
Se não fizer isso, vai correr o risco dos potenciais participantes associarem seu plano de aposentadoria a algo arriscado e ao invés de aderirem ao plano, vão sair correndo pela porta afora...
Forte abraço,
Eder
Fonte: Adaptado do artigo “8 Studies Demonstrating the Power of Simplicity”, escrito por Jeremy Dean
Crédito de Imagem: www.minimalwall.com