sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

TE CONTEI? PORQUE EU DECIDI PASSAR A NOITE DE ANO NOVO NA PRAIA DE COPACABANA E NÃO NO METAVERSO

 



De São Paulo, SP.


O QUE ESTÁ ACONTECENDO: 

A virada de 2022 entrará para a história como a primeira a ocorrer no metaverso, vai ser na região da esquina da 42nd com a Broadway, em Nova York, que foi recriada no Decentraland, um dos mundos virtuais que estão surgindo no blockchain. Ninguém sabe exatamente que horas são no metaverso, mas hoje, quando for 12:00 a.m. ET na Times Square da vida real, será o mesmo horário em sua gêmea digital em Descentraland, não importa de onde no mundo você faça o seu login. Você pode acessar sua Metamask (carteira digital) e colocar uma roupa branca IRL no seu avatar, daquela sua coleção de NFT da alta costura e sair pelas ruas virtuais de Manhatan no melhor estilo de ano novo. Antes da meia noite você pode visitar algumas galerias de crypto arte, jogar roleta com um sapo nos diversos cassinos virtuais e até ter que se desviar de um meteoro num daqueles jogos digitais imersivos tipo play-to-earn. No show da virada digital vai rolar música pra dançar e de repente você pode conhecer virtualmente alguém interessante e até pintar um clima com algum avatar mais sexy.   

POR QUE ISSO É IMPORTANTE: 

Há 41% de chance de chover em Nova York hoje e no Rio de Janeiro, segundo a ClimaTempo, o risco é alto. No metaverso: se chover, você não se molha e o único vírus que você pode pegar é um malware ou um ransomware, nunca um Ômicron, por outro lado, seu champanhe não tem gosto e você vai ter que gastar algumas das suas cryptos se quiser participar da festa. Na praia de Copacabana, como todo carioca raiz, vou jogar minhas flores para rainha do mar, Iemanjá, pedindo proteção para meus filhos, parentes, amigos, vou pisar na areia da praia e molhar meus pés com água salgada de verdade, vou abraçar e beijar minha esposa (não o avatar dela), finalmente, antes de voltar para casa, vou respirar fundo o ar dessa terra abençoada, olhar em direção ao escuro do oceano e agradecer aos céus, aos deuses e ao meu anjo da guarda, pelo privilégio de contar mais um ano. Ah, se chover, vou tomar um banho de chuva (adoro), para lavar a alma - tudo isso, de graça.

CONCLUSÃO: 

O metaverso não existe de verdade, mas é enorme. Só que nada, nada mesmo, nada é mais grandioso do que o dom da vida (real), sem a qual não existe metatarso, nem tudo o mais. Feliz Ano Novo!


Grande abraço,

Eder.


Fonte: WhyI Decided to Spend New Year's Eve in the Metaverseescrito por Sam Ewen


quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

REFLEXÕES PARA O ANO NOVO

 




TE CONTEI? SEU FUNDO DE PENSÃO VAI FALHAR SE FOREM NOMEADAS PARA O CONSELHO DELIBERATIVO APENAS PESSOAS QUE PENSAM DA MESMA FORMA




De São Paulo, SP.


O QUE ESTÁ ACONTECENDO: 

Quando você pensa em diversidade & inclusão, o que vem a sua mente? O que seria um conselho deliberativo diverso prá você? Se pensou em conselheiros de vários grupos etários, de gêneros, crenças religiosas, raças e orientações sexuais diferentes, já é um começo, mas não, diversidade não é só isso. Mesmo em um conselho deliberativo formado por pessoas que não se parecerem, que falam, tem sexualidade e sentimentos diferentes, que tem cor da pele diferente, todos os conselheiros podem pensar da mesma forma e ter perspectivas e visões de mundo muito similares.    


POR QUE ISSO É IMPORTANTE: 

Visões de mundo, perspectivas e ideias diferentes, estão no âmago da diversidade. Quando uma solução, um produto, um sistema ou um serviço são desenvolvidos tendo um usuário muito específico em mente, geralmente, o arquétipo desse usuário é o mesmo daquele que o desenvolveu. Quando uma ideia é desenvolvida a partir de apenas uma perspectiva, ela nunca vai atender verdadeiramente a necessidade de um grupo diverso de pessoas. E vai falhar. Os pontos cegos - que inevitavelmente levam ao insucesso de produtos e a queda de organizações inteiras - deixam de ser percebidos quando todo mundo concorda e pensa igual. O primeiro passo para evitar isso é reconhecer que você, assim como eu, é influenciado por suas experiências e tem uma forma tendenciosa de ver o mundo. Para construir um fundo de pensão e uma equipe que sejam verdadeiramente diversos, é preciso enfrentar e trabalhar para que essa tendenciosidade não seja prejudicial. Encarar seus vieses (tendenciosidades) é difícil, mas quando você reconhece para si e para os outros que isso também afeta seu discernimento, você envia para sua equipe a mensagem de que está disposto a crescer e evoluir, isso dá as pessoas a oportunidade delas partilharem a diversidade delas com você. 


CONCLUSÃO: 

Fundos de pensão foram criados como um benefício "intra-muros", para oferecer planos de previdencia para um publico especifico, i.e., empregados de uma mesma empresa ou grupo econômico (o nome entidade "fechada" de previdência vem daí). Não mais, essas paredes estão sendo colocadas no chão, então, se os fundos de pensão quiserem ser bem sucedidos, necessariamente, terão que mudar (pra ontem) radicalmente a governança de seus conselhos. Construa um conselho deliberativo verdadeiramente diverso, inclua alguns conselheiros profissionais externos no seu colegiado e veja a magica começar a acontecer no seu fundo de pensão.


Grande abraço,

Eder.



Fonte: If You Only Hire Like-Minded People, You Will Fail, escrito por Victoria Maitland.



terça-feira, 28 de dezembro de 2021

“THE GREAT RESIGNATION” CHEGA NAS MIDIAS SOCIAIS

 



De São Paulo, SP.


O termo foi cunhado por Anthony Klotz, um Psicólogo Organizacional da Universidade Texas A&M, para se referir ao fenômeno de pedidos de demissão em massa nos EUA.

Já são 4 milhões por mês desde julho de 2021 e nem sinal de onde isso vai parar. 

A novidade é que agora os jovens estão colocando no TikTok vídeos gravados para desabafar sobre a decisão de dar o cartão vermelho para seus empregadores, expondo seus motivos e suas angústias, muitos deles gravados no momento em que comunicam as empresas sobre a decisão.

Uma enxurrada de comentários também vem sendo postados no Reddit em subgrupos tipo r/antiwork ou r/all nos quais os jovens compartilham suas experiencias e opinões com as comunidades que participam.

Numa entrevista a uma radio de Washington, a NPR – National Public Radio, Lazlo Bock - Co-fundador e CEO de uma firma de recursos humanos chamada Humu, colocou a coisa dessa forma:

“Sabe, durante a pandemia falou-se muito sobre os “trabalhadores essenciais”, mas a preocupação (das empresas) na verdade era com os ‘trabalhos essenciais’. Nós tratamos os ‘trabalhadores’ como totalmente substituíveis" 

Sociólogos, psicólogos, profissionais de RH, CEOs, jornalistas, você, eu e a torcida do flamengo temos todos nossas próprias opiniões sobre o que esta por trás desse fenômeno, mas a verdade é que seja lá quais forem as razões, as empresas tem uma parcela grande de culpa nisso tudo e fazer vista grossa não levará o problema a sumir.

Video do TikTok:aqui


Matéria completa aqui: "https://lnkd.in/er-ZuxZu"

Grande abraço,

Eder.

TE CONTEI? COMO TRAÇAR POLÍTICAS PUBLICAS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR EFICAZES

 


 

De São Paulo, SP.



O QUE ESTÁ ACONTECENDO: 

A boa notícia é que o futuro conta uma história que pode nos ensinar alguma coisa, a má notícia é que raramente aprendemos. A capacidade de tentar prever o futuro não é necessariamente útil, mas ajudaria se você fosse responsável por definir políticas publicas, por exemplo, de previdência complementar. A experiência mostra, no entanto, que os governos geralmente não conseguem interpretar os acontecimentos corretamente, lhes falta motivação política ou lhes sobra limitação especulativa.  

 

POR QUE ISSO É IMPORTANTE: 

Uma forma de antecipar o futuro sem depender de videntes, cartomantes, jogadores de búzios e bolas de cristal é terceirizando a previsão para o publico, coisa que os tomadores de decisão raramente costumam fazer. Pesquisar a opinião pública e do setor privado é bem simples, basta perguntar o que as pessoas pretendem fazer ou o que elas acham que vai acontecer e depois interpretar o resultado com cuidado, através de análises qualitativas e quantitativas. Montar um painel de especialistas para discutir determinado tópico leva a resultados mais precisos do que fazer prognósticos internos e individuais. Entender eventos passados, também pode servir de indicador do que se deve evitar no futuro, tipo uma lei (6.435) criada num mundo de planos BD sendo incapaz de regular um mercado com planos CD e CV. Evidências empíricas mostram que algo semelhante está ocorrendo com a lei atual, cuja eficácia está limitada a um tempo em que não havia ESG, economia digital, mudanças climáticas, futuro do trabalho, investimento com proposito, conselhos profissionais etc. etc. etc. Nostradamus não precisa estar no Ministério do Trabalho e da Previdência para traçar políticas de previdência complementar, basta extrapolar as diversas variáveis emergentes que apontam para as mudanças e ao invés de prever um futuro definitivo, modelar um conjunto de possibilidades cujas chances de ocorrência sejam mais ou menos prováveis, direcionar o mercado para aquele azimute e ir ajustando o rumo, sabendo que o futuro não é determinístico.

 

CONCLUSÃO: 

Ao invés de depender puramente da atual abordagem – seja ela qual for – faria mais sentido traçar as políticas publicas de previdência complementar pegando emprestado a experiência histórica e combinando-a com novas técnicas e modelos, usando expertise científica e fazendo um diagnostico, muito mais do que uma previsão do futuro. Independente da abordagem e das ferramentas, cabe aos formuladores dessas políticas adotar as ações necessárias para chegarmos no futuro de forma suave ou todo o setor ficará ao sabor dos ventos e de resultados indesejáveis.  


Grande abraço,

Eder.

 

 

Fonte: The History of Pedicting the Future, por Amanda Rees para o Wired.


segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

TE CONTEI? HÁ 88 ANOS O CONSUMIDOR NÃO ESTAVA PREPARADO PARA GRANDES INOVAÇÕES. HOJE, O SEU SETOR DE ATUAÇÃO É QUE NÃO ESTÁ

 



 

Do Rio de Janeiro, RJ.  


O QUE ESTÁ ACONTECENDO: 

Em 06 de janeiro de 1934 o Chrysler Airflow foi apresentado no Salão do Automóvel de Nova York. Diante de concorrentes como a Ford, que tinha uma filosofia de produção muito conservadora e da GM, direcionada a produzir o que agradava o publico, a Chrysler lançou um carro muito a frente do seu tempo. Os consumidores da época não entenderam, mas o modelo foi um dos maiores acontecimentos da indústria do automóvel, um divisor de águas na mudança das linhas e na tecnologia dos automóveis. O Airflow foi o primeiro carro de rua a ter modelos em escala produzidos e testados em túnel de vento - tecnologia utilizada na aviação – o que acarretou novidades como estribos menores, rodas traseiras semi-encobertas, faróis embutidos, grade do radiador e as revolucionárias formas arredondadas. Entre os anos de 1934 e 1937 foram vendidos 55.652 unidades, um fracasso de vendas que levou ao encerramento da produção em 1937. 

 

POR QUE ISSO É IMPORTANTE: 

O Airflow foi um grande ícone de inovação da engenharia, um exemplo para os modelos das gerações seguintes e deixou uma lição para a época: não se deveria evoluir muito rápido para evitar o descompasso com o ritmo conservador da sociedade humana. Oitenta e oito anos depois, tudo mudou, vivemos na era da velocidade, da informação instantânea, dos anúncios no smartphone que precisam capturar a atenção do consumidor em menos de 1 segundo (http://nkl2.blogspot.com/2020/09/te-contei-seu-fundo-de-pensao-precisa.html). A tecnologia está tirando do mercado não apenas empresas (Blockbuster, Kodak etc.), mas setores inteiros da economia (telefonia fixa, distribuidores de música, TV aberta etc.).   

 

CONCLUSÃO: 

As inovações avançadas demais para nossa época, hoje em dia, ao invés de tirar um produto do mercado, tiram o concorrente, todos eles, de uma vez só. É por isso que os fundos de pensão precisam estar atentos. Não vai surgir um plano de previdência tipo o Chrysler Airflow, o que vai surgir é outro modelo de negócios voltado para entregar segurança financeira futura para as pessoas. Quem quiser saber mais sobre a historia do Airflow, pode assistir esse vídeo aqui: https://youtu.be/AG55Bf9nWHk


Grande abraço,

Eder.


 

 

Fonte: Clube do carro antigo e Delphi Technologies.



sábado, 25 de dezembro de 2021

TE CONTEI? A BAIXA COBERTURA DOS PLANOS DE PREVIDENCIA CORPORATIVOS DIZ MUITO SOBRE O MODELO DE NEGOCIOS ATUAL DOS FUNDOS DE PENSÃO




De São Paulo, SP.

 

O QUE ESTÁ ACONTECENDO: 

As grandes transformações não acontecem da noite para o dia, elas são o resultado acumulado de mudanças que vão se impondo ao longo do tempo, por isso é tão difícil enxergá-las com antecedência, por isso é tão importante acompanhar as tendências. Quando as mudanças finalmente acontecem, temos a impressão de que foi tudo de repente. Vários fatores contribuem para ser assim e um dos mais marcantes tem a ver com os erros de percepção que as pessoas cometem sobre o mundo a sua volta, conforme deliciosamente explorado por estudos conduzidos todo ano por um instituto de pesquisas britânico chamado IPSOS MORI, intitulados “Os Perigos da Percepção” (escrevi sobre isso aqui:http://nkl2.blogspot.com/2018/07/ninguem-e-tao-cego-quanto-aquele-que.html)

 

POR QUE ISSO É IMPORTANTE: 

O modelo de negócios dos fundos de pensão vai caminhando para quase um século de existência, no entanto, parece incapaz de atender a maioria dos trabalhadores, não apenas no Brasil, mas também no seu país de origem. Quase 60% das pessoas nos EUA (gráfico acima), a Meca dos fundos de pensão, não participam de um plano de previdência complementar corporativo, no Brasil pode colocar 80% aí numa boa. A fadiga de material, a exaustão do modelo, se acentuou nos últimos anos e dentre os motivos (que são vários) está a morte da aposentadoria que vem acontecendo lentamente nos últimos 15 anos – escrevi sobre isso em 2007 num artigo no Valor Econômico (https://www.scribd.com/document/45957605/A-morte-lenta-da-aposentadoria-os-homens-e-o-sapo-Oct2007-ValorOnline) – e se acentuou recentemente. As iniciativas de alguns fundos para se reinventar são importantes e louváveis, mas individualmente não serão capazes de mudar o curso da história de um segmento inteiro da economia, não sozinhos, não no tempo disponível. Para isso, será necessário um esforço coletivo do setor privado, apoiado pelo governo, pela área acadêmica e por que não incluir também, alguns futurologistas e visionários da tecnologia.       

 

CONCLUSÃO: 

As novas gerações vêm resgatando o conceito do coletivo, do grupo, do social, da união das pessoas em torno de objetivos comuns, de propósitos, de valores. Será que precisaremos esperar eles assumirem o comando para concluirmos, por exemplo, que a solução da segurança financeira futura não está em planos CD, construídos na era do individualismo???


Grande abraço,

Eder 



sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

TE CONTEI? 10 PREVISÕES PARA A INDÚSTRIA DOS FUNDOS DE PENSÃO EM 2022

 



De São Paulo, SP.


O QUE ESTÁ ACONTECENDO:  

2022 será um ano conturbado e desafiador para o mundo ao retomamos o curso da história no ponto em que parou antes do Covid19, isso não será diferente para o segmento de previdência complementar. Veremos evoluir muitas das questões e problemas enfrentados em 2021, teremos que lidar com uma inflação crescente afetando investimentos, benefícios e contribuições, mas acima de tudo, testemunharemos a aceleração da corrida pelo futuro dos fundos de pensão.

POR QUE ISSO É IMPORTANTE: 

Veja algumas previsões para o ano: 1) Prosseguirá a tendência de redução no nº de fundos de pensão, com eliminação estimada de 2 a 5 entidades fechadas de previdência complementar; 2) Alguns planos CD e CV multiportfólio de porte médio serão pioneiros na implantarão de perfis ESG e o assunto começará a ganhar tração na gestão das políticas de investimentos; 3) Surgirão, dentre os cinco maiores fundos de pensão do pais, discussões sobre o reporte dos riscos das mudanças climáticas nos portfolios de investimentos nos moldes do TFCD; 4) Haverá maior procura por investimentos alternativos e ilíquidos na alocação de ativos, mesmo em meio a elevação rápida, mas conjuntural, da taxa de juros soberana; 5) As iniciativas de “rebranding” e a adoção de novas marcas e nomes, distanciando os fundos de pensão de suas patrocinadoras – a lá HP, Ericsson, Fundação CESP, Oderbrecht et all – chegarão com certo atraso e ainda timidamente, na governança de seus conselhos deliberativos; 6) A natural dança de cadeiras nos conselhos abrirá espaço para igualdade de gênero, mexendo ligeiramente a agulha dos atuais 18% dos assentos ocupados por mulheres; 7) Os planejamentos estratégicos feitos em 2021 por muitos fundos de pensão que buscam reposicionamento, se mostrarão difíceis de implementar em paralelo com sistemas legados, sofrerão restrições de custos e enfrentarão resistência de estruturas e mentes que não são amigáveis às inovações; 8) Os fundos de pensão focados exclusivamente em planos instituídos atrairão maior nº de clientes | participantes e crescerão entre 10% e 20% a mais do que aqueles que oferecem planos patrocinados - excluídos os planos de estados e municípios; 9) Os planos “família” vão começar a patinar, diante da dificuldade de venda e da falta de uma estrutura de gestão moderna, com tecnologias digitais, deixando evidente a dificuldade dos fundos de pensão patrocinados em administrar planos individuais; 10) Os fundos de pensão que atraíram planos de estados e municípios em 2021 enfrentarão aumento significativo de despesas administrativas e precisarão ajustar suas estruturas de gestão, seus investimentos e os desenhos dos panos a um público diferente do seu.


CONCLUSÃO: 

Só poderemos saber o % de acerto dessas previsões daqui a um ano, podem me cobrar e fiquem a vontade p/ acrescentar suas previsões nos comentários. 


Grande abraço,

Eder.



Nota: A pintura intitulada "A Bola de Cristal" de John William Waterhouse foi
 concluída em 1902. Waterhouse a exibiu na Academia Real. A pintura mostra a influência do Renascimento italiano com linhas verticais e horizontais, juntamente com círculos ", em vez dos arcos pontiagudos da Arte Gótica. O quadro faz parte de uma coleção particular e foi restaurado para mostrar o crânio que havia sido coberto por um proprietário anterior.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

2022 É UMA NOVA OPORTUNIDADE PARA SABERMOS O QUE NÃO SABEMOS, INCLUSIVE SOBRE O FUTURO DOS FUNDOS DE PENSÃO

 




 

De São Paulo,



“A maldição do conhecimento é que ele fecha sua mente para aquilo que você não sabe. Boas avaliações dependem da capacidade – e da vontade – de abrir a mente. O sinal da sabedoria é saber a hora de abandonar algumas das partes que você mais estima da sua identidade” 

 

Sim, aprender requer foco, mas desaprender e reaprender requer muito mais – requer que se escolha entre coragem e conforto. Requer exercitar não apenas músculos intelectuais, mas também emocionais. Requer altas doses de curiosidade sobre o mundo, se você quiser realmente mudá-lo. Requer crença sobre as coisas que você ainda não sabe.   

 

Nunca foi tão crítico como hoje a arte de repensar, de aprender a questionar nossas opiniões e de abrir nossa mente e as das outras pessoas, de nos reposicionarmos em relação a vida e ao trabalho.

 

Inteligência é geralmente vista como a capacidade de pensar e aprender, mas num mundo em rápida transformação, há um outro conjunto de capacidades cognitivas que pode ser ainda mais importante: a capacidade de re-pensar e re-aprender.

 

Em nossas vidas cotidianas, a maioria de nós prefere o conforto da convicção ao desconforto da dúvida. Ouvimos as opiniões que nos fazem sentir bem, ao invés das ideias que nos forçam a pensar arduamente. 

Geralmente enxergamos a discordância como uma ameaça aos nossos egos, ao invés de enxergá-la como uma oportunidade para aprendermos. Nos cercamos de pessoas que concordam conosco, que compartilham nossas opiniões, quando deveríamos gravitar em torno daqueles que desafiam nosso modo de pensar, nossos processos mentais, nossa visão de mundo.

 

Como resultado, nossas crenças vão se enfraquecendo num ritmo mais rápido do que nossa força física e passamos a agir mais como pregadores que defendem uma fé religiosa, como promotores querendo provar que o outro lado está errado e como políticos em campanha eleitoral e menos como cientistas em busca da verdade.

 

Inteligência não é a cura e pode até ser a doença: ser bom em pensar pode nos fazer ruim em repensar. Quanto mais brilhantes formos, mais cegos às nossas limitações poderemos nos tornar.

 

Precisamos argumentar como se estivéssemos certos, mas ouvir os outros como se estivéssemos errados. Precisamos ter ideias ousadas e evidencias rigorosas ao imaginarmos o futuro, mas reconhecer com alegria quando estivermos errados no presente.  

 

O ano que está por se iniciar é uma oportunidade para nos livrarmos das visões que não estão mais nos servindo bem e valorizarmos mais a flexibilidade mental e menos a consistência tola. Não precisamos acreditar em tudo que pensamos, nem internalizar tudo que sentimos 

 

Se conhecimento é poder, saber aquilo que não sabemos é sabedoria. Ter esperança nas coisas que não sabemos, nunca foi tão bom.

 

Feliz Natal! Feliz Ano Novo! 


Grande abraço,

Eder

 

 


Fonte: Adaptado de resenha de Adam Grant, autor de “Think Again: The Power of Knowing What You Don't Know” e Brené Brown, Ph.D.

 

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

TE CONTEI? A AULA DE ADMINISTRAÇÃO SOCIETÁRIA QUE O CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR FALTOU E O “CASE” VARIG

 



De São Paulo, SP.


O QUE ESTÁ ACONTECENDO: 

A entrada do Brasil na 2ª Guerra Mundial levou o fundador da VARIG - o alemão raiz Otto Ernst Meyer - a se afastar do comando para proteger a cia e assim, em dez/1941, assumiu a presidência o gaúcho Rubem Martim Berta (1º funcionário da empresa) que inspirado na encíclica “Rerum Novarum” do Papa Leão XIII, na obra de Jean-Jacques Rousseau "O Contrato Social" e no "Quadragésimo Anno" de Pio XII, criou a fundação dos funcionários da Varig (todo funcionário era participante), mais tarde renomeada para Fundação Rubem Berta. O propósito da fundação era nobre, uma ideia inovadora de estrutura social onde parte dos lucros fosse dividido entre os funcionários, reduzindo a desigualdade social entre ricos e pobres, por isso, em 1945, por decisão da assembleia geral, as ações da Varig foram integralmente transferidas para a fundação cuja governança era a seguinte: pilotos, mecânicos de voo, comissários ou funcionários administrativos com +10 anos de serviço podiam ser eleitos para o colégio deliberativo, escolhidos por outros membros do próprio colégio. Este órgão elegia o presidente da fundação, que acumulava o cargo com a presidência da Varig. Em última instância, eram os próprios funcionários que controlavam e administravam a companhia.


POR QUE ISSO É IMPORTANTE: 

Vários fatores levaram a quebra da Varig, mas um fator crítico do insucesso foi exatamente o controle pelos funcionários que, dentre outras medidas, impediram a redução do quadro de empregados quando isso se tornou crucial para sobrevivência da empresa. Ontem foi publicada a Resolução CNPC nº 49, que trata dos fundos de pensão do setor publico e das empresas estatais. Nela os tecnocratas do CNPC escreveram o seguinte sobre a escolha da diretoria: “o processo seletivo poderá ser restrito a participantes ou assistidos vinculados aos planos de benefícios, mediante comprovação de que cumprem a qualificação exigida ao exercício dos cargos na diretoria-executiva”. Considerando que a maioria absoluta - i.e. 100% - dos conselheiros dos fundos de pensão do setor publico e das estatais são funcionários das próprias patrocinadoras, temos neles (só que numa escala muito maior) todos os ingredientes de gestão que levaram a Varig ao seu pouso forçado.   


CONCLUSÃO: 

Enquanto isso, fundos de pensão como o CALPERS, dos funcionários públicos do estado da Califórnia – EUA, discutem se não seria o caso de ter cidadãos em seus conselhos, para que neles estejam representados também os contribuintes, cujos impostos pagam as contas. Que inveja!


Grande abraço,

Eder.



terça-feira, 21 de dezembro de 2021

SOLUÇÕES DA ECONOMIA DIGITAL: SEU FUNDO DE PENSÃO ESTÁ PERTO OU DISTANTE DESSA VIBE?

 



De São Paulo, SP.


O aumento exponencial do uso de meios digitais para efetuar transações financeiras hoje em dia, não é propriamente uma novidade.

O que chama a atenção no gráfico acima, no entanto é o salto que deu entre 2018-2019 e 2021 o uso pelos jovens, Gen Z|Millenials de:

- apps para transferência de dinheiro P2P (Peer-to-Peer em ingles, que significa entre duas pessoas físicas) tipo Venmo e Zelle; e

- bitcoin (BTC) e leia-se cryptomoedas, que mais do que quadruplicou, para pagar pela compra de algum produto, bem ou serviço.

Fundos de pensão não atuam com produtos destinados a efetuar pagamentos de curto prazo, mas essas tendencias enviam dois sinais importantes para administradores de planos de previdencia complementar:

1. Há um movimento de "desentermediação" em curso, ou seja, os meios digitais usados pelos jovens para efetuar transações financeiras entre pessoas físicas tem potencial para tornar desnecessários antigos intermediários. Fundos de pensão e seguradoras, que atuam como intermediários entre os individuos e suas poupanças de longo prazo, se quiserem continuar relevantes, terão que abraçar as novas tecnologias rapidamente e desenvolver produtos para as novas gerações que começam a usar plataformas tipo Robinhood para fazer diretamente seus próprios investimentos de curto e longo prazos; e

2. Aqueles que apenas criticam o BTC (bitcoin), as cryptomoedas, as stablecoins e DeFi, ao invés de tentar entender e participar das transformações que virão com a economia digital, arriscam seriamente perder o bonde da historia, pois simplesmente não haverá tempo para alcançar os que (já) saíram na frente.  

Fica a dica!


Grande abraço,

Eder.



NOTA: "Vibe", a abreviação de vibração (vibration, em ingles), é usado como gíria pela garotada com a conotação de uma reação emocional, a aura de pertencer a alguma coisa, lugar ou pessoa

TE CONTEI? SEUS SONHOS PODERÃO SER HACKEADOS EM BREVE PARA ALTERAR SEU COMPORTAMENTO DE CONSUMO E VOCÊ NEM VAI FICAR SABENDO

 



 

De São Paulo, SP.


O QUE ESTÁ ACONTECENDO: 

Três cientistas de Harvard, MIT e Universidade de Montreal publicaram um ensaio na revista cientifica digital AEON, seguido de uma carta aberta ao publico subscrita por outros 40 pesquisadores, soando o alarme sobre a mais recente tática dos marqueteiros: injetar anúncios em nossos sonhos. “O uso comercial de incubação de sonhos com fins lucrativos – i.e. a apresentação de estímulos antes ou durante o sono visando afetar o conteúdo dos sonhos – está se tornando realidade rapidamente”, alertam eles. Apesar da incubação de sonhos ter aplicações benéficas, como no tratamento de PSPT - Perturbação de stresse pós-traumático, é apenas uma questão de tempo as cias fabricantes de relógios, apps e dispositivos que monitoram o sono passarem a vender ou usar nossos dados para hackear nossos próprios sonhos enquanto dormimos.

 

POR QUE ISSO É IMPORTANTE: 

Pesquisa recente indica que 77% dos marqueteiros pretendem usar dreamtech em suas propagandas nos próximos 3 anos. Um exemplo do que esse conhecimento é capaz de fazer, sem percebermos: 66 fumantes foram expostos, enquanto dormiam, a uma mistura de odores desagradáveis, incluindo fumaça de cigarro. No dia seguinte, reduziram o consumo de cigarro, mas não lembravam de ter sentido qualquer odor durante o sono. Outro caso preocupante foi o da cerveja Molson Coors que fez uma campanha de marketing oferecendo cerveja grátis para voluntários que participassem de um estudo de incubação de sonho um dia antes do super bowl nos EUA, no qual um video mostrava latas dançantes, peixes falantes e envolvia um astro da música pop. A experiência da Coors foi toda baseada em estudos acadêmicos deixando claro o interesse dos marqueteiros em aplicar esse conhecimento teórico em suas campanhas.   

 

CONCLUSÃO: 

Neuromarketing é um dos assuntos que venho estudando nos últimos anos e os avanços têm me impressionado bastante, mas como tudo na vida, esse conhecimento pode causar danos se usado com má intenção.   



Grande abraço,

Eder.



Fonte: Scientists Warn That Marketers Are Trying to Inject Ads Into Dreams - Should advertisers be allowed to hack your dreams?, escrito por Abby Lee Hood.




segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

TE CONTEI? O QUE O CONSELHO DELIBERATIVO DO SEU FUNDO DE PENSÃO DEVERIA FAZER PARA ENTRAR NO SECULO XXI

 



De São Paulo, SP.


O QUE ESTÁ ACONTECENDO: 

Os conselhos do século XXI são engajados, possuem conhecimento e são profissionais. Os conselhos dos fundos de pensão precisam ter o mesmo padrão elevado de governança que os conselhos de qualquer outro tipo de organização. Isso não significa que o conselho de todo fundo de pensão tenha que ser composto só por membros profissionais, mas significa necessariamente que todos os conselheiros tenham que atender padrões mínimos de profissionalização. 


POR QUE ISSO É IMPORTANTE: 

As discussões travadas em torno dos conselhos dos fundos de pensão no Reino Unido são um bom benchmark para nossos fundos, veja o que eles recomendam.


- Buscar maior profissionalismo:

“Todos os conselheiros se beneficiariam dando um passo para trás e questionando o nível atual de profissionalismo do colegiado. Um bom ponto de partida para aumentar o profissionalismo seria: manter registros atualizados dos treinamentos de cada conselheiro; melhorar a eficácia das reuniões; assegurar que os conselheiros tenham conhecimento e experiência necessários para negociar com assessores | consultores externos e tornar todos os membros responsáveis por participar das reuniões” 

(Louis Harrold)


- Ter representantes de participantes capacitados:

“Os conselhos dos fundos de pensão precisam de conselheiros representantes de participantes que sejam preparados para questionar consultores e assessores externos, não apenas para carimbar as propostas discutidas nas reuniões”

(Melanie Cusack)


- Focar em ESG e nas mudanças climáticas: 

O track-record da maioria dos fundos de investimentos baseados em aspectos ESG ainda é limitado e os conselhos se sentem desconfortáveis em dar um passo em direção ao desconhecido, mas se não agirmos com os pés no chão, nunca haverá mudança. Eu pergunto para os conselhos ‘por que não avançar’ ao invés de perguntar ‘por que avançar’ em relação a ESG. Isso tem levado a uma mudança positiva de mindset” 

(Melanie Cusack)


CONCLUSÃO: 

Quando há membros menos engajados num colegiado ou um desequilíbrio nas experiências, conhecimentos e competências dos conselheiros (representantes de patrocinadoras e de participantes), isso afeta os padrões de governança de todo o conselho. Um conselho que funciona bem é levado mais a sério pelas patrocinadoras e pelos participantes, que se sentem mais confiantes com as decisões e certos de que elas defendem seus interesses das melhor forma possível.  


Grande abraço,

Eder.


Fonte: What does a 21st century trustee look like?, escrito por Melanie Cusack e Louisa Harrold.




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