terça-feira, 27 de agosto de 2019
Quer viver mais? Trabalhe menos! Ah, não esqueça de poupar para a aposentadoria
De São Paulo, SP.
Dentre os fatores que determinam quanto tempo você vai viver, estão a sua genética individual e o seu estilo de vida. O meio ambiente ao seu redor também desempenha um papel importante sobre sua expectativa de vida.
É de surpreender, mas parece que a quantidade de horas que você trabalha por semana é outro fator determinante para você ter uma vida mais longa ou mais curta. Quem diz isso é o Dr. Stewart Newlove- Diretor Geral da Antibodies.com, uma firma de pesquisas médicas.
Eles analisaram a expectativa de vida em 30 países e identificaram os cinco países com as maiores expectativas de vida e os cinco com menores.
Notou-se uma correlação direta entre maior expectativa de vida e fatores como vacinação infantil, acesso a saneamento básico e qualidade do ar, o que era esperado.
Algumas anomalias, porém, foram identificadas.
“O Lesoto, por exemplo, tem uma das maiores taxas de vacinação infantil, 93%, mas a menor expectativa de vida devido a alta incidência de AIDS e tuberculose”, explica o Dr. Stewart.
“A Austrália, por outro lado, tem a maior prevalência no uso de drogas, está entre os países que mais consomem carne e tem a segunda maior incidência de obesidade na lista dos 30 países, mas tem a quarta maior expectativa de vida”, diz ele.
O estudo descobriu que longas horas de trabalho semanal – excedendo uma jornada de 48 horas — encurtam a expectativa de vida em nove anos. Cada hora de trabalho semanal acima do limite de 48 horas, recomendado pela Organização Internacional do Trabalho, elimina 2,25 anos de vida.
Dentre os países com menores expectativas de vida está a Republica Centro Africana, que tem a maior jornada de trabalho, são 52 horas por semana — quatro horas a mais do que o limite máximo recomendado. Em comparação, a França, que tem a menor carga de trabalho, de apenas 35 horas semanais, possui uma expectativa de vida de 82,9 anos.
Saca só os cinco países com maiores expectativas de vida:
1. Japão – 84,2 anos
O Japão tem a maior expectativa de vida no mundo, o que pode ser explicado (pelo menos em parte) a sua saudável dieta alimentar.
O pais tem a menor media BMI – Body Mass Index (parâmetro usado para aferir o nível de massa corporal) e a menor prevalência de obesidade dentre a população quando comparado aos demais países com elevada expectativa de vida. O japonês consume 45,9 kg de carne por ano – apenas um pouco acima da media mundial.
O Japão tem, ainda, um dos mais altos consumos de cigarro, com o japonês queimando 23,8 cigarros por dia.
2. Suíça – 83,3 anos
A Suíça é o país com a segunda maior expectativa de vida no mundo, a despeito de ter uma alta prevalência no uso de álcool pela população, que tem um elevado índice de consumo por ano.
A Suíça tem, ainda, uma elevada jornada de trabalho com os suíços trabalhando 15 horas a mais por semana do que os franceses.
O país tem um dos menores índices de poluição do mundo, com apenas 2 ug/m3acima da média anual recomendada.
3. Espanha – 83,1 anos
Quando comparada aos outros países com alta expectativa de vida, a Espanha fica em segundo lugar na incidência no uso de fumo, com 46,2% da população sendo fumante. Os fumantes Espanhóis consomem em media 20 cigarros por dia.
O pais tem alta prevalência de problemas com drogas e um BMI -Body Mass Index (usado como referencia para detectar obesidade) médio, com uma taxa de 4,6% acima daquela indicada como ideal pelas organizações de saúde.
A Espanha tem, ainda, um elevado consumo de carne pela população, com os espanhóis consumindo uma media de de 97 kg de carne por ano – mais do que o dobro da media global.
4. Singapura – 82,9 anos
Singapura tem baixa prevalência no uso de álcool quando comparado aos demais países com alta expectativa de vida, com um consumo médio de apenas dois litros por ano – cinco vezes menor do que o consumo de países como Austrália e Espanha.
Também tem uma baixa prevalência no problema com drogas e baixa prevalência de obesidade, afetando apenas 6,1% da população.
A carga de trabalho em Singapura é de 44 horas por semana.
5. França – 82,9 anos
Dentre os países com maior expectativa de vida a França é o que tem a maior prevalência no uso de álcool e o maior consumo (viva o vinho!). Também é o pais onde há a maior prevalência no uso de cigarro, dentre aqueles com alta expectativa de vida, com os franceses consumindo 14,4 cigarros por dia.
A alta expectativa de vida na França pode estar relacionada à baixa carga de trabalho, são 35 horas por semana – 13 horas a menos do que a jornada máxima de trabalho recomendada.
A França tem, também, uma alta taxa de vacinação, 98% a população é vacinada.
Agora veja os cinco países com menores expectativas de vida:
26. Chade – 54,6 anos
O Chade tem o menor índice de consumo de cigarro dentre os países pesquisados, com o cidadão do país fumando em media apenas um cigarro por dia.
O pais tem uma baixa massa corporal media (BMI ou Body Mass Index) de 21,5 - situada 0,5 abaixo do índice de referencia mundial e quase 7 pontos abaixo do índice da Nova Zelândia.
Apenas 55% da população é vacinada e somente 10% da população tem acesso a saneamento básico – igual ao índice do Sudão do Sul.
27. Costa do Marfim – 54,3 anos
A Costa do Marfim tem um dos maiores níveis de consumo de álcool quando comparado a outros países com baixa expectativa de vida. Sao 8,4 litros por ano, mais do que o dobro do consumido em Israel e quatro vezes mais do que o consumido em Singapura.
Quando comparado a outros países com baixa expectativa de vida, Costa do Marfim tem um dos mais altos índices de vacinação, com 83% das crianças abaixo de um ano de vida sendo vacinadas. Apenas 30% da população tem acesso a saneamento básico.
28. Serra Leoa – 53,1 anos
A prevalência no uso de álcool em Serra Leo, de 44,7%, é um dos mais altos comparado ao dos demais países com baixa expectativa de vida, com um consumo médio de 5,7 litros por ano.
O país tem o segundo índice de prevalência de fumantes, com uma incidência de 50,1% da população que consomem 4,5 cigarros por dia.
O país tem o menor índice de consumo de carne dentre os pesquisados, de 7,3 kg por ano, ou seja, 35,7 kg abaixo da media mundial.
29. Republica Centro Africana – 53,0 anos
O consumo médio de carne por pessoa por ano na República Centro Africana é de 33,5 kg – são 7,5 kg a menos do que a media mundial.
A baixa expectativa de vida nesse que é um dos países mais pobres da África pode ser atribuída à desnutrição e falta de assistência medica. A prevalência da obesidade no país é de 7.5% e a taxa de vacinação esta situada em 47%.
O índice de poluição do ar é muito elevado, de 46,5 ug/m3, dez vezes maior do que o reportado na Suécia e 36,5 ug/m3 acima do nível recomendado.
30. Lesoto – 52,9 anos
Pais com a menor expectativa de vida no mundo, a despeito de ter baixa prevalência no consumo de álcool dentre a população. Apenas 30% consomem álcool, uma incidência de consumo menor do que em muitos países com expectativas de vida mais elevadas. O pais consome 5 litros de álcool por habitante por ano, cerca de metade do que bebem australianos, espanhóis e sul coreanos.
O Lesoto tem baixa prevalência no uso de drogas, apenas 0,8% da população, prevalência de obesidade de 16,6% da população e prevalência no consumo de cigarros de 54,3%.
Incrível não é não? Agora, quer você viva para trabalhar ou trabalhe para viver, não esqueça nunca de fazer sua poupancinha para ter uma aposentadoria tranquila.
Grande abraço,
Eder.
Fonte: Adaptado do artigo “Top 5, bottom 5 countries for life expectancy and where the U.S. ranks”, escrito por Katie Kuehner-Hebert.
Crédito de imagem: www.steemit.com/science/@legman/evidence-for-a-limit-to-human-lifespan.
quinta-feira, 22 de agosto de 2019
O PERIGO DAS BOAS INTENÇÕES – NÃO ENVIEM URSINHOS DE PELUCIA. NAS CATASTROFES OU NA APOSENTADORIA, SÓ DINHEIRO RESOLVE
De São Paulo, SP.
14 de dezembro de 2012 poderia ter sido mais um dia tranquilo de inverno, na pacata cidade de Newton, com cerca de 30.000 habitantes, localizada no condado de Fairfield, no estado de Connecticut – EUA.
No entanto, as 09h35 da manha, Adam Lanza, um adolescente de 20 anos, entrou na Sandy Hook Elementary School, uma escola de ensino fundamental e atirou em 26 pessoas, das quais 20 eram crianças com idades entre seis e sete anos e as outras 06 eram funcionários e professores da escola.
Diante da comoção nacional, toda a população americana se mobilizou, na esperança de amenizar a dor e o trauma das crianças sobreviventes. De acordo com o New York Times, foram enviados 60.000 ursinhos de pelúcia e mais bicicletas do que o número de crianças na cidade de Newton.
As doações, que incluíam flores, brinquedos e uma serie de outros itens, chegavam aos montes, transportadas por caminhões que congestionaram os cruzamentos da pequena cidade. Sem ter onde armazenar as doações a prefeitura decidiu incinerar as flores e os ursinhos com a promessa de incorporar as “cinzas sagradas” em um memorial a ser construído para as vitimas.
Desperdício semelhante com doações foi notado em outras catástrofes, como no Ciclone Tropical Winston nas Ilhas Fiji, no Furacão Maria em Porto Rico e no massacre da população civil do Timor-Leste por forças militares pró-Indonésia, inconformadas com a declaração de independência.
Analisando as respostas ao Ciclone Tropical Pam, de março de 2015, o segunda mais forte a atingir a região sul do Pacifico e ao Ciclone Winston, de fevereiro de 2016, a pior tempestade da historia do hemisfério sul até hoje, a Cruz Vermelha Australiana descobriu que as doações de bens tangíveis - como cobertores, roupas e demais artigos físicos - enviadas pela Austrália para as regiões atingidas, criaram custos consideráveis para os governos locais e interromperam a cadeia de suprimentos humanitários.
Um relatório da Cruz Vermelha da Austrália mostra que nos poucos dias que se seguiriam ao Ciclone Tropical Winston, as Ilhas Fiji receberam 133 containers (entregues por navios) e 8.147 peças de carga solta (variando de pacotes a pallets) totalizando 83.315 metros cúbicos de mercadoria: o bastante para encher 33 piscinas olímpicas.
Apesar das inúmeras campanhas pedindo doações em dinheiro, as pessoas insistem em doar bens. Isso bloqueia a chegada de suprimentos vitais, termina muitas vezes indo parar em aterros sanitários e custam milhões de reais para armazenagem e distribuição—ironicamente, causando impactos negativos nos esforços prioritários para salvar vidas.
Mas afinal, quando uma catástrofe acontece, porque em vez de enviar dinheiro as pessoas doam bens, cujo transporte muitas vezes é impraticável e que nem sempre são úteis? Existe algum meio efetivo para dissuadi-los?
Psicologia Social e Comportamento
Para mudar esse comportamento é preciso, antes, entender o que leva as pessoas a agir assim e compreender as crenças interiores que motivam os doadores a enviar bens ao invés de dinheiro.
Existem poucos estudos sobre as motivações que levam as pessoas a fazer doações espontâneas de bens físicos. Também não há pesquisas avaliando se mensagens que solicitam doações em dinheiro (ao invés de bens físicos) são capazes de alterar o comportamento de prováveis doadores ou se existe uma maneira mais eficiente de encorajar as pessoas a doarem “cash”.
Com o intuito de entender esse comportamento, pesquisadores do “Behavioural Architects” em conjunto com o “Australian Council for International Development”, fizeram uma serie de entrevista e um estudo etnográfico longitudinal com pessoas que haviam feito doações espontâneas de bens físicos.
Veja o que eles descobriram:
- Apesar de suas boas intenções, as pessoas não param para pensar aonde suas doações vão realmente parar, tampouco se as doações terão um impacto positivo. Quando decidem fazer uma doação, os cérebros das pessoas tende a funcionar num modo emocional e intuitivo, oposto a um pensamento reflexivo e prospectivo
- Os doadores tendem a assumir que suas doações são práticas, imediatas, incorruptíveis, sempre chegam ao beneficiário pretendido e são geralmente melhores do que uma doação em dinheiro. Ao invés de procurarem informação que contrarie essas crenças, os pesquisadores mostraram que as pessoas procuram ativamente por informações que as confirmem (conhecido em psicologia como viés de confirmação).
- O viés da disponibilidade dos doadores – quando aquilo que nos vem a mente é o que pensamos que vai acontecer – explica porque eles pensam que a corrupção fará com que as doações em dinheiro nunca cheguem ao destinatário, ao passo que a imagem de pessoas recebendo e usando suas doações de bens físicos podem ser facilmente visualizadas em suas mentes. A publicidade negativa de escândalos onde doações em dinheiro foram desviadas, apenas reforça esse viés cognitivo.
- Assim que decidem fazer uma doação de bens físicos para uma causa humanitária, as pessoas geralmente divulgam essa intenção para amigos e grupos comunitários, fazendo-as se sentirem comprometidas e mais propensas a realmente doar (viés do compromisso, quando as pessoas formam imagens mentais para elas mesmos, aquilo que falam para fora é o que elas estão colocando para dentro).
Os estudos mostraram que ao invés de simplesmente divulgar/comunicar mensagens do tipo “doações em dinheiro são preferíveis”, para mudar o comportamento dos doadores teríamos que modificar a narrativa e a crença incorreta que eles têm sobre aonde suas doações vão parar.
Se quisermos gerar mais doações em dinheiro é preciso ressaltar a razão dessa ser uma solução melhor, não necessariamente por que ela é a mais correta, mas porque a alternativa (doar bens físicos) não está atendendo às necessidades daqueles que o doador quer ajudar.
Os pesquisadores testaram as seguintes mensagens para eventuais campanhas de doações:
- Em tempos de catástrofe, SOMENTE dinheiro se transformará naquilo que as pessoas mais precisam
- Em tempos de catástrofe, doações em bens físicos congestionam as linhas de logística impedindo que os suprimentos essenciais cheguem ao seu destino. Doações em dinheiro vão direto para as zonas atingidas e não bloqueiam a cadeia de suprimentos
- Em tempos de catástrofe, os bens físicos demoram entre 2 e 4 meses para chegar nas zonas atingidas. A maioria das pessoas doa dinheiro porque se transforma mais rápido em ajuda
- · Muitos doações de bens físicos enviadas para as zonas de desastre acabam em aterros sanitários porque os esforços no local da catástrofe se concentram em salvar vidas, não em desempacotar doações de bens físicos
A ultima mensagem foi muito mais eficaz do que as demais. As pessoas avisadas que a maioria das doações físicas acabavam indo parar em aterros sanitários foram 50% menos propensas a fazer doações físicas no futuro. O mais importante: essa mensagem foi duas vezes mais eficaz do que a mensagem tradicional amplamente utilizada nas campanhas solicitando doações em dinheiro.
Se por um lado as doações em dinheiro também não são perfeitas, quando o desastre acontece o consenso é que o envio de dinheiro é mais eficaz que o envio de bens físicos.
Mensagens alertando os doadores sobre aonde, potencialmente, podem ir parar suas boas intenções, podem salvar vidas. Essa pode ser uma mudança de jogo para as organizações que lidam com crises humanitárias, ajudando a levar efetivamente a ajuda para aqueles que dela necessitam e evitando a perda de dinheiro e recursos ao longo do processo.
Poupar dinheiro para a aposentadoria
Fazendo um paralelo com a área de previdência complementar, para sensibilizar as pessoas a pouparem DINHEIRO para a aposentadoria, seria mais eficaz mostrar aposentados que não pouparam e hoje enfrentam dificuldade, do que filmar depoimentos daqueles que estão muito bem de vida porque fizeram o dever de casa e hoje estão usufruindo de seus planos de aposentadoria.
Numa visão mais abrangente, esse é também um bom exemplo de que primeiro é preciso investir tempo para entender as crenças erradas das pessoas. Assim como no caso das doações e da sensibilização da importância de poupar para a aposentadoria, isso pode ajudar a colher frutos consideráveis quando se quer mudar um habito ou um comportamento.
Grande abraço,
Eder.
Fonte: Adaptado do artigo “Teddies for Timor” and the Perils of Good Intentions”, escrito por Crawford Hollingworth e Liz Barker
Credito de Imagem: rapidonoar.com.br
terça-feira, 13 de agosto de 2019
A “IoT” e o impacto no mercado de seguros
De São Paulo, SP.
IoT é o acrônimo para Internet of Things– em português, Internet das Coisas (IdC) – termo criado em setembro de 1999 em um laboratório do MIT.
Seu autor foi Kevin Ashton, um pioneiro tecnológico britânico que concebeu um sistema de sensores onipresentes conectando o mundo físico à Internet.
Isso ocorreu enquanto Kevin trabalhava em pesquisas com tecnologia de sensores e identificação por rádio frequência em rede RFID - Radio Frequency Identification.
Se os objetos do cotidiano tivessem incorporadas etiquetas RFDI ("etiquetas inteligentes"), tais objetos poderiam ser identificados e controlados diretamente por outros equipamentos, dispensando a intervenção de seres humanos.
Por exemplo, o que aconteceria se livros, termostatos, refrigeradores, lâmpadas, remédios e autopeças, fossem equipados com dispositivos de identificação e conectados à Internet?
Bem, o resultado é que não haveria (em tese) produtos em falta no estoque ou remédios vencidos, pois saberíamos exatamente a sua localização e a quantidade consumida no tempo.
Extravio passaria a ser coisa do passado e saberíamos, a todo momento, que lâmpada está acesa e qual está apagada
As estimativas para 2020 apontam para uma quantidade de “coisas” conectadas variando entre 20,4 bilhões e 30,7 bilhões.
Toda essa parafernália deverá gerar, diariamente, mais 5 quintilhões de dados sobre o comportamento das pessoas, saúde, segurança doméstica, uso de veículos e um monte de outras atividades.
O crescimento explosivo na quantidade de dispositivos conectados na Internet tem levado as seguradoras a desenhar estratégias para, também, surfar na onda da IoT.
As seguradoras tradicionalmente atuam na regulação de sinistros fazendo analises ex pos facto, ou seja, depois que o sinistro aconteceu. Todo o esforço é centrado em identificar se houve fraude ou se o detentor da apólice teve culpa no ocorrido e poderia ter evitado a perda.
As novas tecnologias, como a IoT, deverão mudar radicalmente o foco das seguradoras, que passarão a agir ex ante facto, isto é, antes do sinistro ocorrer. Ao se evitar a concretização do sinistro, ganhará a seguradora que não precisara pagar indenizações ou terá que indenizar danos menores, mas também ganhará o segurado.
Veja como a IoT esta ajudando as seguradoras e detectar potenciais perdas evitando em tempo real a concretização ou a mitigação de sinistros.
Seguro Residencial - Água
Mais de um terço dos sinistros registrados nas apólices de seguro residencial nos EUA estão relacionados, de alguma forma, a prejuízos causados pela água. Sinistro que tem um custo medido de quase nove mil dólares.
Desse total, cerca de 20% dos sinistros não tem nenhuma relação com eventos climáticos, sendo originados, por exemplo, por canos estourados, vazamentos hidráulicos e similares.
Graças a sensores da IoT esse tipo de dano pode agora ser facilmente evitado. Sensores inteligentes que monitoram o fluxo d’água podem detectar vazamentos na tubulação de uma casa, alertar o proprietário e em alguns casos, até interromper o fluxo nos canos afetados.
Alertas não-emergenciais, como o de uma torneira esquecida aberta também podem ser disparados por alguns sensores.
Esse tipo de monitoramento pode ser critico para reduzir o risco de sinistros. Sensores de umidade baseados na IoT podem ser inestimáveis para detectar e alertar os proprietários sobre inundações relacionadas ou não a eventos climáticos.
Um estudo do Grupo ACE estima que mais de 90% dos danos causados pela água nas residências podem ser evitados através do uso de sistemas automatizados de detecção e mitigação de vazamentos.
Uma seguradora do Reino Unido, chamada Neos, passou a oferecer recentemente um seguro residencial inovador. Faz parte da apólice a conexão da residência com sensores IoT não apenas para detectar vazamentos, umidade e inundações, mas também para combater todo tipo de risco relacionado aos seguros domésticos, como incêndio e outros eventos. Eles tem sido bem sucedidos
Seguro Residencial - Incêndio
Nos EUA, onde a maioria das casas é construída com madeira, os sinistros causados por fogo são os que causam maior prejuízo para proprietários e seguradoras. Respondem por quase 25% do custo total dos sinistros residenciais.
Por isso é bastante comum por lá, a instalação de alarmes contra fumaça que funcionam a base de pilha comum ou bateria (aquela pilha quadradinha).
Ainda assim, três de cada quatro mortes causadas por incêndio em residências resultam de fogo em casas sem alarme contra fumaça (38%) ou que apesar de terem alarme, o mesmo não está funcionando (21%).
Detectores de fumaça são requerido pela maioria, senão todas, as seguradoras nos EUA. Agora, com a ajuda da IoT, estão surgindo os detectores de fumaça e de monóxido de carbono (gás) inteligentes.
Os detectores inteligentes foram desenvolvidos para resolver os dois principais desafios enfrentados pelos detectores tradicionais: alertas quando não há ninguém em casa; e verificação do status / funcionamento dos alarme.
Funcionam conectados a um aplicativo de celular sendo assim capazes de avisar o dono da casa sobre um problema, esteja ele onde estiver. Essa capacidade de avisar o proprietário ou a seguradora é critica para mitigação de prejuízos já que estes podem acionar serviços de emergência imediatamente ao serem notificados, reduzindo potencialmente a severidade dos danos.
Ainda, a integração direta dos sensores de uma propriedade segurada com as seguradoras permite que elas obtenham informações atualizadas sobre o funcionamento desses sensores.
A Liberty Mutual, uma seguradora americana, comercializa um seguro residencial inteligente para condomínios, proprietários ou inquilinos. Oferece um desconto e a instalação grátis de detectores de fumaça da marca “Nest Protect” que embutem a tecnologia IoT.
Para isso o segurado precisa concordar em partilhar com a seguradora, para fins de verificação, apenas os dados sobre o status do sinal de sua conexão residencial de WiFi e do nível de carga das pilhas dos sensores.
Estimativas da Revista Business Insurance Inteligenceindicam que uma residência equipada com detectores de fumaça conectados aos bombeiros, que automaticamente alertem sobre incêndios, pode cortar os prêmios anuais em cerca de US$ 35 mil, em media.
Seguro Residencial – Furtos e Roubos
Uma casa sem sistema de segurança aumenta em 300% a chance de furto, de acordo com a Safeguard The Worlde os sinistros custam por volta de US$ 2.250.
A maioria das seguradoras incentiva a instalação de sistemas de segurança monitorados, em troca de descontos nos prêmios. Da mesma forma que acontece com alarmes de incêndio, as seguradoras conhecem pouco ou nada sobre o comportamento dos segurados quanto aos cuidados que tomam com segurança.
Dispositivos conectados por meio de IoT permitem o monitoramento à distancia das residências e a ativação remota de sistemas de alarme, tranca de portas e janelas, ligação da iluminação interna/externa e até de campainhas.
Em caso de invasão da residência, sistemas de monitoramento por câmaras podem ser usados para regulação do sinistro, identificando prejuízos e combatendo fraudes.
Seguro de Vida e Seguro Saúde
Sistemas inteligentes são capazes tanto de detectar, através de indicadores-chave, um evento medico antes que aconteça como também de mitigar sua severidade quando sua ocorrência é inevitável.
Por exemplo, um dispositivo “vestível”, com sensores monitorando constantemente parâmetros de saúde como pressão arterial, nível de glicose e batimento cardíaco, podem notificar médicos em caso de desvios.
Seguradoras podem usar o comportamento desses dados para ajudar a entender como o seu segurado esta gerenciando sua diabetes, controle de pressão etc..
Através da gestão em tempo real, as seguradoras podem ser alertadas e identificar, por exemplo, ataques cardíacos em andamento, stress, emergências diabéticas, crises de asma e hipertensão, acionando os serviços de emergência para atenderem o segurado no mesmo instante.
A IoT está bem posicionada para ajudar a combater fraudes no seguro saúde. Dados de localização e estatísticas dos parâmetro de saúde podem fornecer indícios sobre o que aconteceu antes de uma emergência, o que levou a emergência a ocorrer e aquilo que aconteceu despois da ocorrência.
É difícil prever todos os benefícios que a tecnologia da IoT vai nos trazer. No ramo de seguros, porém, tudo indica que terá um papel ativo e nos ajudará a ter menos dores de cabeça em nossas vidas.
Grade abraço,
Eder.
Fonte: Adaptado do artigo “Using Insurance IoTTo Improve Claims Across Lines of Business“, publicado em Career Management.
Credito de Imagem: Shutterstock
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