quinta-feira, 10 de julho de 2025

Fundos de Pensão ou Fundos do Governo?

 


De Sāo Paulo, SP.


No primeiro trimestre deste ano, os fundos de pensão brasileiros bateram um recorde histórico — não por inovação, nāo por ousadia, nāo por excelência de gestão.

O feito foi outro: 67,2% dos recursos sob gestão, algo em torno de R$ 800 bilhões, estão alocados em títulos públicos.

A concentração é tamanha que transforma o sistema de previdencia complementar em algo próximo de um “Tesouro Nacional Previdenciário S/A”.

Enquanto isso, do outro lado do Atlântico, países como o Reino Unido incentivam os fundos de pensão a investir na economia real, em startups, tecnologia verde, setor imobiliario — alocação produtiva com geração de emprego, inovação e crescimento.

O objetivo? Simples: garantir que o dinheiro poupado hoje seja motor do desenvolvimento gerando, no futuro, uma sociedade com economia melhor para os participantes.

Se seguimos financiando o passado, a conta vai chegar

A justificativa para essa concentração, conforme defende muita gente nos fundos de pensāo, está na atratividade dos juros altos.

É verdade. Mas juros altos também significam uma economia estagnada, um governo inchado e uma inércia perigosa.

É o tipo de “renda fixa” que se torna risco oculto, tanto por sua previsibilidade aparente quanto por sua capacidade de adormecer a gestão dos investimentos.

O resultado?

Mesmo com esse colchão de juros generosos, os dados não perdoam. Um levantamento da Itajubá Investimentos baseado em estudo da consultoria Aditus revela:

75% das carteiras dos fundos não atingiram suas metas atuariais nos últimos 3 anos e no primeiro trimestre de 2025, 59% também ficaram aquém da meta.

Ou seja: nem com juros altos estamos garantindo o básico.

Então, a pergunta que não quer calar: para que serve um comitê de investimentos, uma diretoria inteira e uma estrutura de governança se a maior decisão é apertar um unico botāo “comprar Tesouro Direto” no home broker institucional?

Qualquer adolescente de 16, 17 anos pode investir em títulos públicos do sofá de casa, via celular, sem pagar taxa de administração.

Para isso, ele não precisa de um comitê de alocação, de analistas certificados nem de uma consultoria externa em investimentos com relatórios mensais.

Por que, então, os fundos de pensão mantêm estruturas caras, sofisticadas — mas com comportamento inercial?


Credito de Imagem: www.gestaoeconsultoria.blogspot.com


Planos CD exigem estratégia, não piloto automático

A situação se torna ainda mais preocupante nos planos de contribuição definida (CD), em que o risco é individualizado.

Diferente dos planos de benefício definido (BD), nos quais o déficit geralmente recai sobre o patrocinador, os CD exigem o maior retorno possível, com risco gerenciado — e não apenas “cumprimento de meta atuarial”.

Nos planos CD, quem paga a conta da má alocação é o participante, nao o gestor do fundo de pensāo.

E aqui vale outro alerta: a baixa alocação em renda variável (entre as cinco menores entre os países da OCDE) denuncia um medo generalizado — ou uma falta de preparo para lidar com volatilidade.

Mas risco não é inimigo; é matéria-prima da previdência de longo prazo. Fugir dele pode parecer sensato no curto prazo, mas compromete o futuro da aposentadoria dos participantes.

Cúmplices da estagnação - nāo protagonistas do futuro

É preciso ousar. Diversificar. Investir em infraestrutura, inovação, crédito estruturado, economia verde, tecnologia e ativos que ajudem o Brasil a crescer e os participantes a se aposentar com dignidade.

O modelo atual é confortável — mas confortável demais. Está dormindo no ponto.

E o futuro, como você sabe, não espera quem prefere a segurança ilusória da renda fixa estatal. O futuro exige ação, estratégia, visão.

Não basta perseguir a meta atuarial: é preciso dar sentido ao dinheiro que se poupa hoje. 

Caso contrário, os fundos de pensão deixarão de ser instrumento de proteção social para se tornarem apenas… em gigantescos financiadores do governo.


Grande abraço,

Eder.


Opiniōes: Todas minhas | Fontes: “Alocaçāo de fundos de pensão em títulos públicos é recorde” publicado no Valor Econômico.

Disclaimer: Esse artigo foi escrito com uso de IA, baseado em prompts do autor e informações das fontes citadas.


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