terça-feira, 9 de setembro de 2025

QUANDO ESTATÍSTICA E REBELDIA SE ENCONTRAM PARA SALVAR A GOVERNANÇA DOS FUNDOS DE PENSĀO

 


De Sāo Paulo, SP.


Nos conselhos e diretorias de fundos de pensão brasileiros, o risco ainda é tratado como um inimigo a ser evitado, não como uma dimensão inevitável e até estratégica da tomada de decisōes.

O resultado?

Uma governança que privilegia a inércia: “fazer o que todo mundo está fazendo”. Na maioria dos casos “nāo fazer nada” é visto como prudência, quando na verdade pode ser a aposta mais arriscada de todas.

O risco que paralisa

Quando o risco é visto como ameaça, a postura dominante é evitar o inesperado, como se essa fosse uma escolha segura.

Mas como lembra Nate Silver — estatístico, escritor e jogador de pôquer — risco não tem a ver com intuição, tem a ver com julgamento, preparação e calma diante da incerteza.

Um bom líder não elimina o risco — ele toma decisões melhores porque sabe navegar diante das probabilidades, não apenas na ilusāo da certeza.

O problema atual: risco mal compreendido

Decisões cruciais sobre alocação de ativos e novas classes de investimento (como ativos alternativos e cryptoativos) são muitas vezes tratadas a partir do instinto ou da “experiência acumulada” dos dirigentes.

Ao tomar decisões sob o futuro, conselheiros e diretores deveriam agir como estatísticos:

  • Mapear probabilidades em vez de se prender a cenários binários (“vai dar certo” ou “vai dar errado”);

  • Testar hipóteses com dados, não apenas com opiniões;

  • Inspirar confiança mesmo quando o caminho não estiver claro, reconhecendo limites e comunicando incertezas.

Na prática, vemos o contrário: reuniões dominadas pelo medo de errar, regulação usada como escudo e aversão a qualquer passo fora do previsível. Isso paralisa os fundos em um mundo onde o inesperado é a norma.

O que Nate Silver pode ensinar aos fundos de pensāo

Silver lembra que cada decisão — seja num jogo de pôquer, na política americana e eu acrescentaria, na definição da estratégia de um fundo de pensāo — envolve risco, e líderes eficazes são aqueles que não negam nem fogem da incerteza, mas a incorporam no processo decisório.

Para os fundos de pensão, isso significa abandonar o conforto dos investimentos em “NTN-Bs para sempre” assumindo que, em algum grau, todo movimento é uma aposta. O segredo está em saber quais apostas são as apostas inteligentes.


Credito de Imagem: oto: Duncah Nicholls/Getty Images


Lideranças rebeldes: a chave da virada

É aqui que entra Ingrid Hu Dahl e sua visão de liderança rebelde. Ingrid não fala de rebeldia como desordem, mas como coragem para perguntar:

  • Quais sistemas já não nos servem mais? O atual desenho de plano de previdência complementar é ineficaz?

  • Quais vozes temos deixado de escutar? Participantes individualmente?

  • O que muda quando reconhecemos como líderes aqueles que nunca tiveram o título formal? Profissionais de dentro e de fora dos fundos de pensão?

Nos fundos de pensão, liderança rebelde pode significar:

  • Questionar a obsessão por alocação exclusiva em títulos públicos;

  • Ouvir jovens participantes, mulheres, técnicos e especialistas fora do circulo dos “mesmos notáveis de sempre”;

  • Abrir espaço para novas métricas de risco que considerem inovação, sustentabilidade e longevidade, não apenas volatilidade de curto prazo.

Rebeldia como governança responsável

Ser rebelde não é ser inconsequente. É justamente o oposto: é reconhecer que prudência sem ousadia é só outra forma de revestir o risco.

Nesse contexto, ser rebelde não é “radicalizar”. É, paradoxalmente, trazer racionalidade ao processo decisório.

Os bons matemáticos, estatísticos e atuários, sabem que não dá para eliminar o risco, mas que é possível tomar decisões melhores — e inspirar calma no meio do turbilhão

Os fundos de pensão não precisam de lideres que apenas reforcem o óbvio. Precisam de uma liderença que aceite que risco é inevitável — e saiba entrar no jogo e jogar melhor.


Em resumo

O futuro dos fundos de pensão não será escrito por “zeladores do óbvio”, mas por rebeldes lúcidos, que combinam estatística e coragem. Porque, como no pôquer de Nate Silver, a pior jogada é não jogar.

Grande abraço,

Eder.


Opiniões: Todas minhas | Fontes: “What is Rebellious Leadership?”, entrevista com Ingrid Hu Dahl | “The Art of Taking Calculated Risk”, entrevista com Nate Silver.

Disclaimer: Esse artigo foi escrito com uso de IA, baseado em prompts do autor e informações das fontes citadas.


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