quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

A Força da Simplicidade e os planos de previdência – Parte 1



De São Paulo, SP.

Estudos de Psicologia Social sobre “fluência cognitiva” mostram porque aquilo que é fácil de entender = mais lucrativo, mais prazeroso, mais inteligente e mais seguro.

Qual dessas duas substâncias - aditivos colocados em alimentos - você diria que é a mais perigosa:

Hnegripitrom ou Magnalroxate?

A maioria das pessoas diz que Hnegripitrom soa mais perigoso. Ocorre que a palavra “Magnalroxate” é mais fácil de entender do que “Hnegripitrom”, provavelmente porque é mais simples de pronunciar e as pessoas ligam simplicidade com segurança (na verdade as duas palavras foram inventadas).

Esse é um exemplo de pesquisa de psicologia sobre meta-cognição: pensamentos sobre outros pensamentos.

A “fluência cognitiva” – quando uma coisa é fácil de entender – é um tipo importante de meta-cognição e diversos benefícios resultam das coisas que são de fácil processamento pelo nosso cérebro.

Aqui vão alguns estudos sobre fluência cognitiva mostrando porque diversas situações podem ser explicadas pela simples sensação de que algo é fácil (ou não) de entender.


1. Textos complexos farão você parecer estúpido

A maioria de nós já fez isso na escola: tentar impressionar os professores com palavras rebuscadas e frases intrincadas, presumindo que isso o faria parecer mais inteligente.

Mas como logo descobrimos, no entanto, a maioria das pessoas não se dá bem agindo assim.

Uma pesquisa, na qual estudantes universitários avaliavam os trabalhos feitos por outros estudantes, testou como os leitores julgavam a inteligência do autor. Na medida em que os textos se tornavam mais e mais complicados, a pesquisa descobriu que piorava a avaliação pelos leitores sobre a inteligência do autor (Oppenheimer, 2005).

Portanto, se você quer ser percebido como mais inteligente (quem não quer?) tenha certeza de que seus textos são simples. Esse é um conselho básico para os aspirantes a escritor.

Infelizmente, a simplicidade é muito mais difícil para se alcançar do que a complexidade.


2. Nomes difíceis são associados a perigos e riscos

Conforme vimos acima, as pessoas associam nomes difíceis de pronunciar a perigos e risco.

Song e Schwarz (2009) descobriram que o aditivo alimentar fictício Hnegripitrom foi considerado 1 ponto percentual mais perigoso numa escala de 1 a 7, do que o Magnalroxate.

O mesmo efeito foi verificado com nomes de montanhas-russas em parques de diversão. Uma montanha-russa chamada “Chunta” foi considerada muito mais segura do que outra apelidada de “Vaiveahtoishi”, encarada como oferecendo certo perigo.


3. Compre ações com nomes normais

Antes de passarmos para outros estudos que não envolvem nomes, veja que pesquisa bacana sugerindo uma maneira de você aumentar seus lucros no mercado de ações.

Dois pesquisadores, Alter e Oppenheimer (2006), se perguntaram se empresas com códigos de negociação em bolsa considerados fáceis de pronunciar, como GOOG para Google, teriam alguma vantagem decorrente da “fluência cognitiva”.

Testaram a hipótese de que empresas com maiores lucros teriam nomes mais simples, usando dados reais de bolsa de valores e analisando diferentes setores econômicos.

Descobriram que se você investir em empresas com códigos de negociação pronunciáveis terá lucro 10% maior após um único dia de transações.

Considerando o desânimo com o atual cenário econômico, talvez renomear os próprios mercados de ações não seja má ideia. Esqueça BM&FBOVESPA, NASDAQ e NYSE, vamos chamá-las de VERA, RUTE e YARA...

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Bem, conforme vimos até aqui, da próxima vez que você tiver que criar um nome para o plano de previdência complementar da sua empresa, ou batizar o próprio fundo de pensão, deixe de lado aqueles nomes complexos e busque a simplicidade.

Se não fizer isso, vai correr o risco dos potenciais participantes associarem seu plano de aposentadoria a algo arriscado e ao invés de aderirem ao plano, vão sair correndo pela porta afora...


Forte abraço,
Eder



Fonte: Adaptado do artigo “8 Studies Demonstrating the Power of Simplicity”, escrito por Jeremy Dean
Crédito de Imagem: www.minimalwall.com

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Conselho para novos Conselheiros de Fundos de Pensão: Iniciem com velocidade máxima

De São Paulo, SP

O Conselho Deliberativo de um Fundo de Pensão pode ter a velocidade de um foguete ou a de uma carroça cheia de pedras.

Mas afinal, o que o novo membro do Conselho Deliberativo de um Fundo de Pensão precisa para ser engajado, ativo e dinâmico?

Os princípios são os mesmos, independentemente de ser a primeira ou a décima vez que alguém participa de uma reunião dessas e a importância do cargo não diminui em função da quantidade de conselhos do qual a pessoa participa.

Cada Conselho Deliberativo tem sua própria personalidade, sua cadência própria e seus próprios meios de atingir os objetivos.

Não há como saber com certeza qual é a dinâmica, até que você esteja ao redor da mesa de reuniões. Mas cada Conselho merece o melhor de cada um de seus membros – sejam eles novos ou antigos.

Quanto mais cedo os novos conselheiros estiverem confortáveis e familiarizados com a forma que opera o Fundo de Pensão e com os desafios enfrentados, mais rápido será capaz de dar uma contribuição significativa para a organização e ajuda-la a lidar com os desafios atuais e futuros.

Igualmente importante, os novos conselheiros precisam estar confortáveis e familiarizados com a dinâmica do próprio conselho. Um Conselho Deliberativo é, no final das contas, um grupo de pessoas que precisa trabalhar em conjunto para atingir um objetivo comum.

Quanto mais confortável cada um estiver, mais eficaz será o grupo. Vale a pena, portanto, investir algum tempo e esforço para assegurar que os novos conselheiros iniciem com velocidade máxima à frente. Aqui vão algumas dicas:

Confie na sua primeira impressão

Quando um novo membro participa pela primeira vez da reunião de um Conselho Deliberativo, deve ficar extremamente “antenado”.

Deve anotar tudo e frequentemente revisitar essas primeiras impressões e observações para evitar que se torne complacente e perca a independência. Essas observações não ficarão escritas em pedra, mas sempre vale a pena prestar a atenção aos seus primeiros instintos, a sua primeira impressão.

Entre no ritmo

Muitos conselhos, principalmente os mais organizados, providenciam um “pacote de boas vindas” para os novos membros, incluindo atas de reuniões passadas, cópia do planejamento estratégico, do organograma da entidade e quando existem, das reuniões do comitê do qual o conselheiro fará parte.

Exista ou não um pacote de boas vindas, o novo conselheiro deve requisitar essas informações. Ler atas de reuniões anteriores, frequentemente faz com que surjam dúvidas sobre determinados assuntos ou do contexto em que foram discutidos e solucionados.

Isso ajuda os conselheiros a preencherem lacunas vitais que possam ter escapado e é isso que se espera deles.

Fale com os outros membros do Conselho

Conversar ou, melhor ainda, se reunir com o presidente do Conselho e com os líderes dos comitês considerados mais relevantes (Comitê de Remuneração, Comitê de Auditoria, Comitê de Governança etc.), será valioso para que o novo conselheiro se adiante às discussões da primeira reunião da qual participará.

Isso ajuda os novos membros a diminuir a distância entre seu nível de conhecimento das discussões e o domínio dos fatos pelos conselheiros mais antigos, contribuindo para uma participação mais completa e ativa desde o início.

Nem todos os conselhos conseguem induzir os novos membros, já no começo, a uma forte participação de modo que a aspiração de um jovem conselheiro a um papel mais ativo, precisa ser manifestada desde cedo.

É muito útil uma aproximação com os demais conselheiros existentes, bem como com os diretores executivos, para conhecê-los além de seus currículos e como eles são fora da sala de reuniões do Conselho.

Tentar entender de onde eles vêm, qual é e que origem tem sua paixão pelo Fundo de Pensão, porque e como fizeram parte da organização. Essa abordagem, quando encontra reciprocidade dos demais conselheiros, é crítica para construir a coesão do Conselho.

Os Conselhos funcionam melhor quando as pessoas ao redor da mesa conhecem e confiam umas nas outras e sentem estar se movendo na mesma direção.

Por outro lado, isso pode fazer toda diferença para evitar confusão e mal entendidos no calor das discussões do Conselho.

Saiba o que você sabe e o que você não sabe

O Conselheiro de um Fundo de Pensão funciona como um guarda-costas da organização que serve.

Os novatos no Conselho precisam ouvir, sintetizar a informação e pesar cuidadosamente os prós e contras de cada item específico, se quiserem que suas decisões sobre uma gama de assuntos fora de sua área de conhecimento e experiência setorial agreguem uma contribuição positiva para o Fundo de Pensão e seus diversos atores aos quais está servindo.

A agenda do “board” de um Fundo de Pensão compreende uma extensa lista de tópicos: infraestrutura, tecnologia, planejamento de recursos humanos, cálculos atuariais, investimentos, resiliência e emergências.

Nos melhores Conselhos há um equilíbrio entre questões tratadas com “pé no chão” e como devaneios, de modo que os Conselheiros precisam ser ágeis e estar preparados o bastante para decidir sobre todas as questões.

Sugestões para novos conselheiros de Fundos de Pensão

  • Assegure-se de que você mantém o pulso do que está acontecendo, busque informações de fontes de fora da organização a qual está servindo. Use as mídias tradicionais, seu network profissional, mídias sociais etc. Essas fontes de informação nem sempre fornecerão respostas para os problemas que você vai enfrentar, mas podem ajudar a reduzir de forma crítica a quantidade de problemas que você desconhece.
  • Peça para ser incluído no “mailing list” dos eventos e do newsletter do Fundo de Pensão. Você não precisa ir a todos os eventos, mas precisa saber o que está acontecendo e isso ajudará você a ficar por dentro do que está acontecendo.
  • Para evitar surpresas desagradáveis para todos, tenha certeza de que declarar imediatamente os potenciais conflitos de interesse, no momento que surgirem.
  • Obtenha o calendário das reuniões – Reuniões de Conselho são geralmente agendadas com antecedência de no mínimo 1 ano. Então, cerifique-se de que tem conhecimento e marque em sua agenda todas as datas e horários. Ser Conselheiro é mais do que apenas participar de reuniões, mas é ali que tudo começa.
  • Lembre-se de como é ser novo e quando um novo membro se juntar ao conselho, ajude-o a se integrar e ficar por dentro dos assuntos.
  • Nunca esqueça porque você esta lá. Não tem nada a ver com você, ou com as pessoas ao redor da mesa, mas sim com o Fundo de Pensão ao qual você serve, através da participação no Conselho. Faça perguntas, ofereça apoio, contribua com soluções. Em outas palavras, se entregue de corpo e alma. Mas, se após algumas reuniões você descobrir que aquilo não é para você, tenha coragem de saltar fora e pedir para sair do Conselho.

Abraço forte
Eder.


Fonte: Adaptado do artigo “New Board Members: Hit the Ground Running”, escrito por Lucy P. Marcus. Crédito de Imagem: Christopher Michel

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Uma equação matemática para fazer os outros pouparem para aposentadoria: 5 amigos = você



De São Paulo, SP.

É absolutamente verdade que acabamos sendo a soma das cinco pessoas com as quais passamos a maior parte do nosso tempo. Isso acontece em todos os aspectos.

Por exemplo, se você analisar as pesquisas recentes apontando o padrão de voto nas eleições para prefeito vai notar que as pessoas que andam com liberais costumam votar em candidatos de centro esquerda enquanto as pessoas que convivem mais com conservadores votam, em geral, em candidatos mais a direita.

Se uma pessoa está sujeita a apenas um lado de uma questão - qualquer que seja - ela tenderá a defender esse lado com convicção.

Jack Canfield, co-autor de uma série de livros publicada nos EUA sob o título “Chicken Soup”, é quem diz que nós nos tornamos a soma das cinco principais pessoas com quem mais vivemos.

Começamos a falar como elas, a nos vestir como elas, a viver como elas, a comer como elas a nos exercitar como elas e (mais importante) a acreditar como elas.

Durante minha adolescência eu costumava ser um bom aluno, minhas notas sempre ficavam acima da média e eu nunca me metia em encrenca.

Lá pelas tantas fui apresentado para uma turma digamos... barra pesada. Eram amigos dos meus amigos, com os quais comecei a conviver, sair e viajar.

Quando minhas notas caíram e meu comportamento se tornou mais rebelde, minha mãe veio conversar comigo e me disse: “Meu filho, se você brinca com “caca” (aqui eu fiz uma adaptação literária), mais cedo ou mais tarde a “caca” vai acabar te sujando também”.

Como qualquer adolescente, que se sente senhor de si e imune aos maus exemplos, aquilo entrou por um ouvido e saiu pelo outro.

No entanto, passados 33 anos, ainda me lembro daquele dia e o quanto havia de verdade naquela frase. Eu hoje procuro me proteger das pessoas negativas, baixo-astral, tristes e dos que adoram viver um drama.

Mas aqui vai um fato ultra, hiper, super, importante sobre tudo isso:

Você vai ganhar a média do salário que recebem as cinco pessoas com quem você anda mais frequentemente.

Analise com toda a honestidade, os cinco amigos com quem mais você costuma sair e passar seu tempo.

Dê uma olhada no quanto eles ganham de salário. Se você é o mais bem pago de todos, o grupo está se afastando de você e eventualmente vai te puxar para baixo em direção ao nível deles.

Queiramos ou não, as pessoas influenciam nossos pensamentos, vontades e sonhos até que passamos a acreditar nelas.

Podemos nos tornar literalmente qualquer coisa, se alinharmos o foco dos nossos pensamentos na mesma direção dos nossos objetivos e não permitirmos que as pessoas nos roubem os nossos sonhos ou nos afastem deles só porque elas acreditam em algo diferente.

Portanto, diz Jack Canfield , "se você quiser ter uma renda melhor ou uma vida melhor, terá que escolher amigos melhores...".

Pois então, para fechar essa equação, passe a convidar para o chopinho de fim de semana, junto com três amigos que já participam de um plano de previdência complementar, aquele seu amigo que ainda não aderiu a um!


Forte abraço,
Eder.


Fonte: Adaptado do artigo intitulado “Math Equation: 5 Friends=You”, escrito por Tim Wilhoit

Crédito de Imagem: http://static.blogo.it/pipocablog/top5mar72008.jpg

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Psicologia Social & Previdência - 5ª Lição: Aprenda a vender para os 3 tipos de compradores e otimize a participação nos planos



De São Paulo, SP.

Todo negócio, não importa de que setor ou indústria, tem que lidar com 3 tipos de compradores.

Postos de lado todos os demais aspectos, esses 3 grupos são definidos a partir da “dor” que sentem ao comprar algo.

Isso porque os Neurocientistas definiram os padrões de compra do ser humano como um processo do tipo “gaste até doer!”.

Portanto, entender os diferentes estágios de dor desses 3 tipos de compradores é essencial para aumentar suas vendas (inclusive de planos de previdência complementar).

De acordo com os pesquisadores, todos os consumidores podem ser agrupados nas seguintes categorias:

1. Pães-duros (24%) – pessoas que gastam menos (em média) do que os outros, antes de atingirem seus limites "de dor".

2. Sem conflitos (61%) – gastador médio

3. Gastadores (15%) – pessoas capazes de gastar mais (em média) do que os outros, antes de atingirem seus limites "de dor".

Você é capaz de adivinhar qual o grupo para o qual é mais difícil se vender algo? Nem é muito difícil não é mesmo?

Eles perfazem quase um quarto dos seus clientes em potencial, portanto, você deveria aprender algumas das técnicas capazes de minimizar a dor que os “pães-duros” sentem ao comprar algo.

Felizmente, conforme nos ensinam alguns notáveis Neurocientistas, para ser bem sucedido em minimizar a dor da compra dos pães-duros (e de todo mundo) você só precisa incorporar as seguintes estratégias...

1. Apresente o valor de outra forma

Se eu lhe disser que um plano de previdência complementar custa R$ 1.000 por ano, você provavelmente me ouviria com certa hesitação, certo?

Correto! Isso acontece porque R$ 1.000 representam um quantia bem razoável de dinheiro.

Mas e se ao invés disso eu lhe dissesse que o plano de previdência custa R$ 84 por mês? Nada mau né? Se você considerar que um plano de previdência é necessário, essa seria uma compra que valeria a pena fazer.

Acontece que R$ 84 por mês são a mesma coisa que R$ 1.000 por ano!

Se você está vendendo algo, considere a abordagem de oferecer um custo recorrente ou de quebrar o preço em incrementos menores.

Isso não assustará as pessoas tanto quanto um valor único mais elevado.

2. Reduza a “dor da compra" empacotando a oferta

O Neurocientista George Loewenstein notou que todos os clientes (especialmente os mais conservadores) preferem evitar a compra de múltiplos acessórios se houver a opção de comprar tudo em uma única investida.

Ele cita nossa tendência em optar por um pacote mais caro de acessórios ao comprar um carro, mas o quanto é difícil para nosso cérebro justificar a compra de cada acessório individualmente (“Sim”, você concorda em pagar um extra para ter o GPS... bancos de couro... etc.).

Lowenstein afirma que essas compras separadas criam “diversos pontos de dor” individuais, enquanto uma compra empacotada cria apenas “um ponto de dor”, mesmo quando o preço é bem mais elevado.

3. Realce as pequenas coisas

Como uma coisa pequena pode fazer alguma diferença?

Uma pesquisa da Carnegie Mellon University revelou que mesmo uma simples palavra é capaz de causar alguma transformação.

Os pesquisadores modificaram a descrição do preço do frete para a entrega urgente (em 24 horas) de um DVD. Passaram a descrição original que mencionava uma “taxa de 5%” para uma “pequena taxa de R$5” e conseguiram aumentar em 20% a resposta dos pães-duros.

Uau! Nunca a palavra “pequena” se sentiu tão grande!!!

Se acrescentar uma única palavra é capaz de causar um efeito dessa magnitude, definitivamente, o diabo mora mesmo nos detalhes!

Lição: Não importa em que ramo de negócios você está, sempre haverá 3 tipos de clientes. Para vender para os pães-duros, que representam uma grande base de seus potenciais compradores, você precisa descobrir as palavras certas, que são capazes de reduzir a “dor de compra” deles. Boa sorte!

Forte abraço,

Eder.


Fonte: Adaptado do artigo “7 Social Psychology Studies to Help You Convert Prospects into Paying Customers”, escrito por Gregory Ciotti.

Crédito de Imagem: http://buyer.sellerinsights.com/files/2012/10/3-types-of-buyers.png

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O quê nossa capacidade de concentração tem a ver com a inclinação a poupar ou não para a aposentadoria? Tudo a ver!




Instruções: No vídeo acima, preste bastante atenção, se concentre e conte quantas vezes os jogadores vestidos de branco passam a bola de basquete um para o outro (apenas os de branco).

Somente após assistir ao vídeo, comece a ler o texto a seguir.


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O QUE AS PESSOAS NOTAM e o que elas deixam passar?

No final dos anos 90, Christopher Chabris junto com Daniel Simons, dois estudiosos do comportamento social, tentavam descobrir a resposta para ambas essas perguntas.

Num experimento que conduziram, eles pediam para um grupo de pessoas que assistissem a um filme com dois minutos de duração (o mesmo que você acaba de assistir).

No filme, conforme você viu, seis pessoas comuns passam uma bola de basquete de uma para a outra. A tarefa dos participantes da pesquisa? Apenas contar a quantidade total de passes de bola entre determinados jogadores.

Após mostrar o filme de curta duração, o pesquisador perguntava para as pessoas quantos passes de bola foram capazes de contar.

Na sequencia, o pesquisador perguntava: você viu o gorila? Vários participantes riam da pergunta: gorila, que gorila???



O filme era então reprisado (faça o teste com algum conhecido).

Sem estarem ocupadas contando os passes de bola, as pessoas viam de forma clara como a luz do dia, um gorila entrar em cena, bater no peito e sair.

O gorila, na verdade um figurante fantasiado de gorila, não era difícil de ver. De fato, não dá para deixar de notar.

Mas ao se concentrarem em contar os passes, muitas pessoas (cerca de metade delas, não sei se você também) não notavam o gorilão.

Essa experiência do gorila, conforme nos ensina a economia comportamental, demonstra que as pessoas só são capazes de prestar a atenção a um número limitado de coisas e que quando algumas dessas coisas não são realçadas, nós simplesmente as ignoramos mesmo que isso nos prejudique.

Os mágicos e os vendedores de carros usados estão a toda hora tentando esconder seus gorilas.

É por isso que os responsáveis por políticas públicas nos EUA e no Reino Unido estão usando os conceitos de economia comportamental em diversas áreas, que vão da doação de órgãos a redução do consumo de eletricidade, da proteção do consumidor a diminuição da inadimplência no pagamento de impostos e claro, na adesão a planos de previdência complementar.

Não é novidade, conforme sabem muito bem os pais de adolescentes, poetas, padres, filósofos, cantores e vendedores de seguros, que o “homo sapiens” não é um “homo economicus”.

A experiência do gorila e muitas outras nos ensinam que o destaque tem grande importância e quando a informação não “salta aos olhos”, as pessoas podem simplesmente ignorá-las, mesmo que essas sejam realmente importantes.

Com base na economia comportamental sabemos, também, que longas instruções, apresentações extremamente detalhadas e formulários complexos podem criar problemas sérios e inesperados, porque dá muito trabalho para as pessoas tentarem entende-los.

O resultado de muitas campanhas de adesão a planos de previdência complementar fica abaixo do esperado, simplesmente por que dá uma dor de cabeça danada para o interessado tentar entender o funcionamento do plano e preencher o formulário de adesão.

A simplificação nas apresentações e explicações sobre o funcionamento dos planos pode fazer uma grande diferença.

O material de comunicação e divulgação de planos de previdência deveria ser mais claro e simplificado, de forma que as pessoas pudessem entender, mais ou menos de relance, o funcionamento do plano no qual estão prestes a aderir.

Os principais mecanismos de funcionamento do plano deveriam ser apresentados num formato amigável, que permitisse às pessoas interessadas fazer comparações bem embasadas vindo a escolher o plano mais adequado as suas necessidades.

Devemos aprender com os experts em economia comportamental e fazer os gorilas previdenciários saltarem para fora da cena, para que assim as pessoas possam enxerga-los plenamente como eles são, claro, levando-as a participar dos planos de aposentadoria.


Forte abraço,
Eder.



Fonte: Adaptado do artigo “Show Me the Money”, escrito por Cass Sunstein e publicado na Revista The New Republic.

Crédito de Imagem: Christian Petersen/Getty Images

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Como uma tempestade tipo Sandy pode fazer “desandar” a indústria de seguros patrimoniais


Washington DC

Não deve estar sendo nada fácil o trabalho dos profissionais que trabalham com previsão do tempo, na medida em que tentam prever quando uma tormenta imprevisível atingirá a plataforma continental.

Eles tentam fazer suas previsões com um ou dois dias de antecedência e conseguir isso já é “mega” difícil.

Imagina então prever eventos como o Furacão Sandy, algo que deveria ter ocorrido com meses e meses de antecedência...

Muito antes de tormentas como essa surgirem numa tela de Doppler (radar usado em previsão de eventos climáticos) as companhias de seguros patrimoniais já estavam definindo os preços que cobrariam em suas  apólices de seguros (ex.: residenciais, prediais etc.) vendidas para pessoas físicas e jurídicas.

Seus atuários tiveram que analisar pilhas e pilhas de dados históricos para calcular qual o tamanho do prejuízo que teriam que cobrir.

Tormentas como a Sandy estão tornando o trabalho dos atuários extremamente difícil. Um relatório da Ceres (uma ONG focada em sustentabilidade) mostra um monstruoso aumento nos sinistros relacionados ao clima, que vem sendo pagos pelas seguradoras ao longo das três últimas décadas.

Isso torna a técnica tradicional, baseada em dados históricos para prever sinistros futuros, uma prática cada vez mais precária.

Também levanta questões sobre como, daqui pra frente, serão indenizados os prejuízos decorrentes de catástrofes naturais, já que as seguradoras não se interessarão por um negócio no qual as indenizações pagas superam os prêmios recebidos.

“Nos últimos 30 anos, o setor de seguros vem efetuando pagamentos crescentes de perdas relacionadas a catástrofes” informa Cynthia McHale – Diretora de Programas de Seguros da Ceres.

Efetuar Cálculos Atuariais é um trabalho reconhecidamente chato, envolve o destrinchar de números que mais parece coisa de doido. Mas se você é uma seguradora, calcular corretamente os prêmios é crucial para sobreviver e permanecer ou não no negócio.

Da mesma forma que uma seguradora de automóveis tem que coletar dinheiro suficiente de todos os clientes para cobrir a soma das indenizações de seus poucos segurados que batem ou tem o carro roubado, uma seguradora que trabalha com seguros patrimoniais tem que acumular os prêmios que recebe de um montão de clientes para cobrir um pequeno conjunto de perdas patrimoniais.

Para poder fazer isso as seguradoras olham para a experiência passada, analisando dados históricos, e precificam seus prêmios.

Os dados, no entanto, vêm se tornando cada vez menos confiáveis, por dois motivos. Primeiro, o aumento na frequência em que ocorrem eventos climáticos extremos, conforme mostra o gráfico abaixo.




E segundo, o aumento na densidade populacional: Se mais pessoas vivem numa pequena área geográfica e ocorre uma catástrofe climática, mais reclamações de sinistros podem ser esperadas pelas seguradoras.

Em conjunto, diz a Srta. McHale da Ceres, esses dois fatores tem sido responsáveis pelo aumento exponencial das indenizações pagas por danos a propriedades. No gráfico a seguir você pode ver que nos anos recentes foram desembolsadas pelas seguradoras as maiores indenizações jamais pagas:



A AM Best, uma firma de rating de seguradoras, faz eco com a Srta McHale e informa em um relatório recente, sobre o mercado de seguros patrimoniais, que se por um lado as catástrofes climáticas são sempre “grandes surpresas”, por outro, tem se tornado surpresas maiores ainda...

O relatório mostra que continuarão ocorrendo “tempestades de intensidade acima da média”, incluindo o aumento na frequência das tempestades que não se transformam em furacões.

Em 2011, o grande número de sinistros fez com que a indústria de seguros patrimoniais operasse com perdas: Gastaram US$ 34 bilhões a mais com indenizações do que coletaram em prêmios (figura a seguir).




Existem algumas poucas soluções aqui. Uma é as seguradoras simplesmente aumentarem seus prêmios. Se coletarem mais dinheiro poderão cobrir mais prejuízos.

É isso que vem acontecendo recentemente. Um relatório de janeiro/2012 estima que houve um aumento de 10% a 20% nesses tipos de apólice.

Se isso perdurar, o preço dos seguros patrimoniais se tornará proibitivo e uma espiral mortal acontecerá: somente aqueles que quase certamente precisarão de cobertura comprarão uma apólice de seguro (ex.: casas perto da praia ao longo do litoral); os preços continuarão a aumentar; e a assinatura de novas apólices cairá em quantidade, levando o mercado de seguros patrimoniais a entrar em colapso.

A Ceres defende que as seguradoras adotem um papel mais ativo na prevenção dos riscos, afinal, elas é que são prejudicadas quando os sinistros reclamados envolvem grandes somas.

“Queremos que as seguradoras não pensem nesse problema apenas em termos de aumento de prêmios, mas também em como tornar as comunidades mais resilientes. Isso deveria fazer parte da discussão, pois a ciência que estuda a infraestrutura das cidades tem avançado bastante e podemos torna-las mais resilientes aos eventos climáticos”, conclui a Srta. McHale.

É, faz sentido.

Abraço grande,

Eder.

Fonte: Adaptado do artigo “How storms like Sandy batter insurance companies“, escrito por Sarah Kliff para The Washington Post.
Créditos de Imagem:Munich Re; AM Best Company e www.wifeofthecolonel.blogspot.com.br

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Psicologia Social & Previdência - 4ª Lição: Faça o cérebro deles se iluminar “instantaneamente” e aumente a eficácia de seu plano de aposentadoria



De São Paulo, SP.


Existem poucas coisas de que nossos cérebros gostam mais do que de um estímulo imediato.

Pesquisas como “The Economics of Immediate Gratification”, conduzidas por Ted O’ Donoghue do Departamento de Economia da Cornell University, tem mostrado que a gratificação imediata é uma força tão poderosa que a habilidade de ir contra esse impulso comportamental é sinal de sucesso.

UAU!

No caso da participação em planos de previdência complementar, o que devemos tentar fazer é inverter a ordem natural das coisas: a adesão a um plano de aposentadoria, ao invés de ser percebida como uma gratificação futura, precisa ser vista pelas pessoas como a obtenção de uma recompensa imediata e precisamos relembrar nossos “clientes” sobre isso a cada momento.

Quando o empregado de uma empresa estiver a ponto de decidir pela adesão ao plano de previdência complementar da companhia, ele será fortemente influenciado pelo tempo que levará para receber a recompensa (usufruir do benefício). Essa influência também se fará sentir ao longo de sua participação no plano.

A Psicologia Social chama esse comportamento humano de "desconto hiperbólico" e ele também é encontrado em primatas com 35 milhões de anos de evolução.

Diversos estudos de Imagem de Ressonância Magnética, incluindo uma pesquisa sobre o vício da nicotina, vêm demonstrando que a parte de nosso cérebro denominada córtex frontal passa por elevada atividade quando pensamos em “esperar” por alguma coisa.

Por outro lado, é uma parte do nosso cérebro chamada mesencéfalo que se ilumina quando pensamos em receber alguma recompensa imediata e é essa parte que queremos “incendiar” de forma recorrente no cérebro daqueles que estão para decidir sobre a adesão a um plano de aposentadoria ou dele já façam parte.

Palavras como “instantâneo”, “agora”, “imediatamente” ou simplesmente “rápido”, são reconhecidamente capazes de ligar o interruptor do mesencéfalo e nos tornar ansiosos por “agir” (no nosso exemplo, aderir ou permanecer contribuindo adequadamente ao plano).

Os pesquisadores perceberam que a chave para essas palavras causarem esse efeito é que elas nos permitem antever nossos problemas sendo imediatamente resolvidos.

A solução para qualquer problema que estejamos procurando resolver se torna mais sedutora se soubermos que não teremos que esperar muito tempo para alcança-la.

Lição: Nossos cérebros amam “gratificações imediatas” e se iluminam quando pensam em eliminar ou resolver problemas instantaneamente. Deixe as pessoas pensarem que serão recompensadas rapidamente e elas terão maior inclinação a decidirem aderir a um plano de aposentadoria ou fazer contribuições adicionais se já participarem de algum.

Use a imaginação e a criatividade para oferecer constantemente essas recompensas imediatas para os participantes do seu plano de previdência complementar e tenha em mente que sem uma iniciativa recorrente, desse tipo, será mais difícil atingir o seu objetivo.

Pelo menos é isso que a história tem demonstrado nos últimos 35 milhões de anos...

Forte abraço,

Eder.


Fonte: Adaptado do artigo “7 Social Psychology Studies to Help You Convert Prospects into Paying Customers”, escrito por Gregory Ciotti.
Crédito de Imagem: http://newvaluestreams.com/wordpress/wp-content/uploads/2010/11/glowing-brain.jpg

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Psicologia Social & Previdência - 3ª Lição: Use a força dos rótulos para fazer as pessoas pouparem para a aposentadoria


De São Paulo, SP.


Vamos a mais uma das lições que podemos tirar dos estudos de Psicologia Social para melhorar o mundo dos fundos de pensão.

Abrace a força dos Rótulos

Não, não se trata daqueles rótulos de produtos como as que colocaram no bêbê da foto ao lado, longe disso: estamos falando de rotular as pessoas, no caso, os potenciais participantes de planos de previdência complementar!

Esse parece um conselho furado, certo?

ERRADO!

Acontece que as pesquisas nos mostram que as pessoas gostam de ser rotuladas e tem maior tendência a abraçar a mensagem de um grupo se sentirem que fazem parte dele.

Um estudo examinou os padrões de participação de adultos em eleições para saber se rotulá-los teria algum efeito sobre o hábito de votar nas eleições.

Após serem questionados sobre seus níveis de participação em eleições, os pesquisadores disseram para metade dos participantes da pesquisa que eles tinham muito mais tendência a ir votar porque haviam sido classificadas como pessoas politicamente ativas.

(Isso não era realmente verdade, as pessoas que ouviram isso foram simplesmente selecionadas de forma aleatória).

Para a outra metade dos participantes da pesquisa nada foi dito.

A despeito da seleção aleatória, o grupo que ouviu ser “politicamente ativo” teve, nas eleições subsequentes, um nível de participação 15% superior à participação das pessoas do outro grupo nas mesmas eleições!

Nosso cérebro procura manter um senso de consistência / coerência (mesmo que artificial) e é por isso que a técnica de rotular funciona tão bem, mesmo em mentes preparadas.

Nós gostamos tanto de ser coerentes que mesmo quando nos sentimos afastados de um grupo após termos sido avisados desse afastamento, isso ainda é capaz de afetar nossa resposta.

Por exemplo, pessoas inteligentes obviamente se interessarão por um curso de marketing pela Internet voltado para pessoas inteligentes, não é verdade? O rótulo aqui visa fazer as pessoas sentirem que fazem parte do grupo que você criou.

Lição: Mesmo quando se deparam com uma conexão ou ligação artificial, quando rotuladas como fazendo parte de um grupo as pessoas tendem a agir de modo a manter uma imagem de coerência/consistência.

Não tenha medo de rotular (positivamente), as pessoas gostam de ser membros dos grupos que elas aprovam.

Então, que tal enviar um comunicado para os jovens contratados recentemente na sua empresa informando que eles foram identificados como tendo uma visão de futuro acima da média e por isso estão sendo convidados a aderir ao plano de previdência complementar da companhia!

Os comunicados tradicionais você já sabe como funcionam, tente algo diferente....

Forte abraço,
Eder.


Fonte: Adaptado do artigo “7 Social Psychology Studies to Help You Convert Prospects into Paying Customers”, escrito por Gregory Ciotti. Crédito de Imagem: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5RUBzkZgo8iMzeIGLc8dSUYqidfE1jP7WZkZxvPhnjXxnCU25DojqeS9tEZ1pcjYPCc8YlG3XvxAho6fEmn4ID55bXTiilIJAhjG52XE87oItbG8cjJ-4JfQV8SSwPBBazecOoHbdqNa6/s1600/bebe-marketing1.jpg

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Um algoritmo foi responsável na semana passada por 4% de todas as transações com ações nos EUA e ninguém sabe a origem



De São Paulo, SP.


Ninguém sabe de onde veio, qual foi o objetivo ou quem foi o responsável, mas 4 por cento de todas as operações de compra e venda de ações nas bolsas de valores dos EUA na semana passada foram executadas por um único algoritmo, informa a CNBC.

A Nanex, uma firma de dados do mercado financeiro, informou a CNBC que o algoritmo estava disparando ordens de compra a cada 25 milissegundos e em seguida, cancelava essas ordens.

As ordens eram dadas em lotes de 200, depois 400 e então de 1.000. De repente, por volta das 10h30m da manhã de sexta-feira, o algoritmo parou totalmente.

A Nanex possui uma animação em tempo real das ordens de compra e venda de ações que os ajudou a identificar visualmente o movimento do misterioso algoritmo. Segue o link dessa animação para quem também quiser visualizar: clique aqui

Mas porque diabos alguém colocaria falsas ordens de compra e venda como essas?

Um operador de mercado me explicou que essa é uma estratégia usada por firmas que operam com "high-frequency trading" (HFT) ou operações de alta-frequência em bolsas de valores.

Em 2010 publiquei um post sobre esse assunto intitulado “Quando milisegundos valem US$ bilhões, não há Investimentos Responsáveis”. Quem quiser ler basta seguir esse link.

As firmas de HFT usam essa estratégia como uma isca para atrair os interessados em comprar uma ação específica, forçando essas pessoas a revelar sua posição compradora.

Uma vez que o potencial comprador tenha feito seu lance e revelado o preço que está disposto a pagar, a ordem da firma de HFT é cancelada, deixando o potencial comprador “ao ar livre”, ou seja, com seu preço de compra totalmente exposto.

Em geral essa é uma armadilha usada como estratégia para outra operação de compra e venda que a firma de HFT está prestes a executar.

Astuto não?

Fico imaginando até quando os operadores tradicionais serão capazes de competir com máquinas assim....

Forte abraço,

Eder.



Fonte: Adaptado do artigo “One Algorithm Made Up 4% Of All Trading Last Week, And No One Knows Where It Came From” escrito por Linette Lopez para o Business Insider. Crédtio de Imagem: Nanex

Psicologia Social & Previdência - 2ª Lição: O que fazer diante de baixos retornos dos investimentos de um fundo de pensão




De São Paulo, SP.


Dando continuidade às lições que podemos tirar dos estudos de Psicologia Social para melhorar a gestão de fundos de pensão, abordaremos aqui algo que pode ajudar os gestores a lidar com situações em que os investimentos de um plano de previdência enfrentam um desempenho ruim. Vamos a mais uma pesquisa.

Ressalte os pontos fortes, admitindo os pontos fracos

Será que é uma boa ideia sempre admitir seus erros e falhas? Afinal, as pessoas não gostam de reconhecer como elas realmente são, certo?

Estudos feitos pela Dra. Fiona Lee, especialista em Psicologia Social, mostram que sim, de fato, pode ser uma boa decisão estratégica reconhecer os seus pontos fracos.

A pesquisa que a Dra. Lee conduziu analisou empresas que admitiram suas falhas e qual efeito isso causou no preço das ações dessas empresas, negociadas em bolsa de valores.

Ela e seus colegas pesquisadores pediram para alguns estudantes lerem um de dois relatórios anuais fictícios, ambos os relatórios apresentando as razões pelas quais a respectiva empresa teve um mau desempenho no ano anterior.

O primeiro relatório dava mais ênfase às decisões estratégicas (erradas) como causa dos problemas, enquanto o segundo colocava toda a ênfase em eventos externos (cenário econômico, competição crescente etc.) como causadores do desempenho ruim.

Quais foram os resultados?

Os estudantes viram a primeira empresa de forma muito mais favorável do que a segunda.

Curiosamente, a Dra. Lee descobriu – após examinar centenas de argumentos semelhantes apresentados por 14 empresas no mundo real – que as empresas que admitiram seus erros estratégicos também foram as que tiveram, no ano seguinte ao dos problemas enfrentados, ações negociadas com os preços mais altos.

Em suas conclusões a Dra. Lee menciona que, ao admitir as falhas em áreas envolvendo decisões estratégicas, uma empresa mostra que ainda está no controle, a despeito de cometer erros.

Por outro lado, culpar forças externas, ainda que justificadamente (como costuma dizer meu chefe, dar desculpas verdadeiras), cria a sensação de que uma empresa não tem a capacidade de corrigir o problema, ou seja, que fica sem controle quando obstáculos surgem no caminho, simplesmente buscando desculpas para justificar a performance ruim.

Lição: Os clientes continuam sem interesse em que você partilhe com eles detalhes irrelevantes do negócio. Mas, admitir falhas e erros em setores importantes, de forma honesta, ajuda seus clientes a entenderem que você ainda está no comando, tem total controle da situação, sabe o que fazer para corrigir o problema e não está inclinado a ficar se escondendo atrás de desculpas esfarrapas!

Nessa nova era de juros baixos e busca de retornos com maiores riscos, em que estão entrando os investidores institucionais aqui no Brasil, como é o caso dos fundos de pensão, diante de eventuais baixos retornos dos investimentos (algo que poderá ocorrer com mais frequência, ainda que circunstancialmente, daqui para a frente) será melhor reconhecer o problema de forma honesta perante os participantes dos planos de previdência complementar e mostrar o que está sendo feito para superá-lo...


Forte Abraço,
Eder.


Fonte: Adaptado do artigo “7 Social Psychology Studies to Help You Convert Prospects into Paying Customers”, escrito por Gregory Ciotti. Crédito de Imagem: http://dropsdecarreira.com.br/blog/wp-content/uploads/2012/05/fotolia_10265039_xs.jpg

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Série Psicologia Social & Previdência: 1ª Lição para angariar participantes para planos de previdência complementar


De São Paulo, SP.


Se quisermos convencer mais gente a participar de planos de previdência complementar precisamos, antes, entender a mente das pessoas e o que eles estariam procurando com isso.

Como não dá para conhecer cada pessoa individualmente para identificar o que funciona com ela, podemos recorrer a pesquisas de Psicologia Social já rigorosamente testadas.

Somos todos diferentes uns dos outros, mas em muitas instâncias nossos cérebros tendem a responder de maneira muito parecida.

Entender essas reações comuns da mente humana pode nos ajudar a convencer, de forma ética, mais pessoas a dizerem “sim!” quando confrontadas com a oferta de participar de um plano de aposentadoria.

A seguir, listamos o primeiro de uma série de seis desses estudos que podem nos ajudar a entender aquilo que faz a maioria das pessoas “acordar” e que tem tudo para convencer qualquer mortal a aderir a um plano de previdência complementar.

Publicaremos os outros estudos sequencialmente ao longo das próximas semanas. Vamos ao primeiro deles.


Use o senso de urgência… de forma inteligente.

Criar um senso de urgência é um dos truques mais antigos do mundo e ainda assim um dos mais inteligentes.

Escassez é um dos seis pilares da influência, descritos por Robert B. Cialdini em sua obra clássica intitulada “Influence: The Psychology of Persuasion” e é fácil entender por que: grande demanda leva a grandes vendas.

A despeito disso, uma pesquisa demonstra como a urgência pode ser um tiro pela culatra e pode arruinar sua estratégia meticulosamente traçada.

Como isso pode acontecer você há de perguntar? Mas a pergunta mais importante é: como fazer para evitar que isso aconteça comigo?

Na clássica pesquisa, conduzida pelo Dr. Howard Leventhal, são distribuídos dois folhetos que falam sobre o tétano.

O Dr. Leventhal distribuiu dois panfletos diferentes para os participantes da pesquisa, ambos sem economizar detalhes sobre os horríveis efeitos que o tétano pode causar no corpo humano.

A diferença é que os participantes do grupo de controle receberam uma versão dos panfletos que apresentavam os efeitos da doença ... e nada a mais.

O segundo grupo de participantes recebeu um panfleto similar, mas que continha informações mínimas indicando aonde eles poderiam agendar uma consulta para serem vacinados contra o tétano.

O resultado?

Aqueles que receberam o segundo panfleto (com informações esparsas sobre vacinação) tiveram muito mais tendência a adotar alguma ação após lerem o panfleto: a proporção das pessoas do segundo grupo que procurou vacinação superou vastamente os que assim procederam no primeiro grupo.

Além disso, as pessoas do segundo grupo se mostraram mais cientes das informações que receberam sobre o tétano.

Por quê?

Apesar da informação fornecida no segundo panfleto não ser absolutamente detalhada, o Dr. Leventhal concluiu que nossa mente é suscetível a bloquear a informação que evoca o senso de urgência se não houver qualquer instrução sobre o que fazer na sequência.

As pessoas do primeiro grupo eram inclinadas a se convencer de que “Eu não preciso me preocupar com isso porque não vai acontecer mesmo comigo”, enquanto as do segundo grupo tinham menos inclinação a sentir o mesmo já que havia um plano de ação que não poderia ser simplesmente ignorado.

Lição: O senso de urgência pode ser bloqueado pela mente das pessoas se você não fornecer instruções específicas sobre como resolver o problema que você identificou. Não forneça instruções vagas, diga para sua audiência exatamente o que fazer para aderir a um plano de previdência complementar.


Forte Abraço,
Eder.


Fonte: Adaptado do artigo “7 Social Psychology Studies to Help You Convert Prospects into Paying Customers”, escrito por Gregory Ciotti. Crédito de Imagem: http://www.durham-nc.com/reynblog/uploaded_images/frustrated-772943.gif

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Como funciona a força de vontade – A psicologia do autocontrole para poupar para a aposentadoria



São Paulo, SP.

Força de vontade, autocontrole, perseverança, todos nós gostaríamos de ter mais disso tudo.

Um pouco mais de disciplina e uma vontade gigante nos permitiria frequentar a academia de ginástica depois de ter pagado pelo ano todo, parar de fumar, ter uma alimentação mais saudável e também, poupar para a aposentadoria.

Ficamos nos policiando o tempo todo para fazer essas coisas e frequentemente culpamos a falta de tempo ou a genética por não termos nascido com força de vontade e autocontrole suficientes.

Pode até ser que alguns de nós, mais do que outros, tenhamos essas características de nascença, mas entender como elas funcionam e aprender a nos treinar para obtê-las pode trazer benefícios tremendos para nossas vidas no presente e no futuro.


Quais os benefícios do autocontrole e como consegui-los?

As pessoas que conseguem se controlar tendem a ser mais felizes, mais saudáveis, mais educadas e a ter melhores relacionamentos.

As que não conseguem, tendem a ser mais suscetíveis a vícios e a terminar cedo ou tarde na prisão.

Uma experiência feita com crianças na faixa de 5 a 8 anos mostrou que aquelas que conseguiam resistir por determinado tempo a comer um caramelo para ganhar o dobro de caramelos mais tarde, acabavam conseguindo melhores empregos e sendo mais felizes em geral, quando adultas.

As crianças que não conseguiam esperar para ganhar mais caramelos depois tinham maior tendência a conseguir empregos com menor remuneração, a se tornar viciados e a ir para cadeia (vide livro de Daniel Goleman – Inteligência Emocional).

Adolescentes do sexo feminino, em geral, tem mais autocontrole do que os meninos da mesma idade, porque o cérebro e o corpo das mulheres amadurecem mais rápido do que os dos homens.

O lóbulo frontal mais desenvolvido no cérebro das mulheres inibe o comportamento impulsivo.

Isso explica porque apesar de homens e mulheres terem os mesmos níveis de QI, as mulheres estão atingindo graus de formação universitária mais elevados do que os homens.

Quando atingem a idade universitária, o cérebro mais maduro das mulheres as torna mais disciplinadas do que os homens.


 O que é autocontrole e porque as mulheres não resistem a um doce durante a TPM?

Autocontrole é a habilidade de inibir nossos sentimentos e impulsos, mais frequentemente por questões sociais.

Animais com maiores características sociais (abelhas, formigas, etc.) tendem a ter maior autocontrole e o homem está no topo dessa lista.

Essa característica tem alta correlação com o tamanho e a atividade dos lóbulos frontais do cérebro, que também tem a ver com planejamento e tomada de decisão.

Se não conseguíssemos controlar nossos impulsos sexuais, nossas explosões emocionais ou se atacássemos a comida no prato dos outros e brigássemos com todo mundo, não seríamos capazes de nos organizar em grupos produtivos.

Portanto, precisamos inibir nossos desejos em benefício do grupo, o que acaba beneficiando o próprio indivíduo de maneira geral.

É por isso que os cachorros são uma ótima companhia, porque eles socialmente se inibem fazendo com que os toleremos por perto, muito mais do que toleramos outros animais.

A mesma razão que faz dos cachorros os “melhores amigos do homem” levas as pessoas com maior autocontrole a se saírem melhor na vida em sociedade.

De acordo com o Dr. Roy Baumeister, um especialista no assunto, força de vontade ou autocontrole constituem um recurso limitado que temos que recarregar todo dia.

Tende a ser mais forte na primeira metade do dia do que na segunda. Tem correlação muito próxima com os níveis de glicose no cérebro e pode ser esticada ou distendida da mesma forma que um músculo.

Nas suas pesquisas, o Dr. Baumeister demonstrou que as pessoas que precisam resistir a uma tentação, como não rir ou não comer um pedaço de chocolate, terão menos autocontrole num momento seguinte, mesmo que a tarefa seguinte não tenha nenhuma relação com as anteriores, como por exemplo, tendo que montar um quebra-cabeça ou que aprender algo difícil.

As pessoas tendem a desistir mais rápido na segunda tarefa se tiveram que resistir na primeira.

Isso explica porque os casais discutem mais com os cônjuges depois de um dia duro de trabalho. É porque tiveram que inibir suas emoções ao lidar com os outros no trabalho e quando chegam em casa, seus músculos de autocontrole estão cansados e não são mais capazes de inibir as emoções fortes.

É quando as brigas começam e ficam até piores se você estiver com fome.

Curiosamente, o Dr. Baumeister descobriu que elevar o nível de glicose no cérebro quando nossa força de vontade está baixa, nos dá um aumento na força de vontade.

As pessoas que estão tentando parar de fumar conseguem resistir por mais tempo sem pegar um cigarro se absorverem uma carga de glicose quando sentirem a força de vontade cair. Por isso os energéticos são tão bons quando estamos fazendo ginástica.

Ele também descobriu que os prisioneiros tendem a ter menores níveis de glicose no cérebro do que a população em geral.

As explicações acima também ajudam a entender porque as mulheres procuram consumir doces durante a TPM. É porque a glicose do corpo está sendo redistribuída, do cérebro para os ovários, e a busca por açúcar ajuda muitas delas a amenizar o desconforto.

As uvas também ajudariam já que são feitas metade de glicose e metade de sacarose, o que as faz serem absorvidas mais rapidamente no cérebro.

Isso também explica porque as pessoas que fazem dieta tem menos força de vontade, é porque diminuem a quantidade de calorias e por conseguinte de açúcar no cérebro.


O que podemos fazer para aumentar a força de vontade no longo prazo?

Aqui vão algumas dicas do Dr. Baumeister para exercitar sua força de vontade:
  • A força de vontade é como um reservatório limitado de energia, que precisamos preservar. Essa energia é usada para todo tipo de tarefa, por isso precisamos saber usá-la de forma sábia, sem desperdiçar. Guarde sua força de vontade antes de tentar fazer algo difícil, focando apenas em um objetivo ou em poucos objetivos.
  • Elimine as distrações ou tentações ao invés de tentar resistir a elas, isso preservará/economizará sua força de vontade.
  • Quando nos sentirmos incapazes, podemos aumentar nossa força de vontade no curto prazo com uma carga extra de glicose.
  • Podemos aumentar nossa força de vontade no longo prazo ao tentar constantemente resolver desafios moderados que demandem autocontrole crescente. 
  • Para evitar brigas depois do trabalho, antes de discutir um assunto mais complicado com seu cônjuge, reestabeleça o nível de glicose no seu cérebro. 
  • Se fizer dieta, prefira um cardápio baseado em poucos carboidratos porque isso manterá elevado por mais tempo os níveis de glicose no seu cérebro, tornando menos doloroso resistir a uma tentação.

Então, qual é a sua estratégia para fazer as coisas que precisam ser feitas, como poupar para a aposentadoria?


Forte abraço,
Eder.



Fonte: Adaptado do artigo “How Willpower Works: The Psychology of Self-Control”, escrito por John Hanes. Crédtio de imagem: http://hanescoaching.files.wordpress.com/2012/09/willpower.jpg
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