De Sāo Paulo, SP.
Alguns meses atrás uma jornalista da Revista Fortune entrevistou Ashley McEvoy, então Vice-Presidente Executiva da J&J e Presidente do Conselho Mundial de uma das divisões da gigante farmacêutica, a J&J MedTech, avaliada em US$ 27 bilhões.
Crédito de Imagem: www.pymnts.com
A jornalista, Emma Hinchliffe, analisou a trajetória profissional da executiva que liderou marcas de consumo famosas como Tylenol e Listerine e ascendeu na carreira até se tornar responsável por um negócio complexo no setor de saúde.
McEvoy, 53 anos, estava na J&J há 27 anos na época da entrevista e no final da conversa foi perguntada se queria ser CEO.
A pergunta é feita corriqueiramente aos executivos entrevistados pela Revista Fortune, porque diz muito sobre a jornada do profissional – se ele/ela se vê subindo ou descendo na carreira, se chegar no topo importa, se valoriza mais a vida pessoal ou se tem outras perspectivas sobre o trabalho que faz.
Por exemplo, Sarah Jones Simmer, ex-executiva da Bumble que se tornou CEO de uma startup de emagrecimento chamada Found, disse na entrevista dela que ser CEO se tornou importante depois que ela foi diagnosticada com câncer.
Alicia Boler Davis, que foi executiva na Amazon e hoje é CEO da Alto Pharmacy, uma startup de entrega de medicamentos, percebeu que o emprego de CEO de uma grande empresa listada na Fortune 500, não era para ela. Preferia ajudar a construir um negócio do zero, do que simplesmente seguir aplicando uma estratégia de negócios definida há décadas.
Quando a jornalista da Fortune perguntou se McEvouy queria ser CEO, a resposta veio rápido: “com toda certeza!” e adicionou “não se trata apenas de ser CEO, mas de impulsionar impacto – ser uma forca para mudar efetivamente o mundo”.
A entrevista foi publicada em meados de setembro passado e de acordo com o Wall Street Journal, causou insatisfação em determinada audiência, leia-se, os chefes de McEvoy na J&J. Divulgar publicamente o interesse numa posição de CEO não caiu bem junto à liderança, principalmente junto ao atual CEO da J&J, Joaquim Duato.
Apesar da pergunta ter sido sobre o interesse em “qualquer” posição de CEO (não necessariamente da J&J), McEvoy vinha sendo considerada entre os principais candidatos à cadeira de CEO da J&J.
Mas ao invés de se tornar CEO da gigante farmacêutica, McEvoy acabou tendo que anunciar sua saída da J&J, em outubro passado: “é impossível expressar o quão importante essa empresa foi para mim e quão grata estou por minha carreira até aqui”, escreveu ela no LinkedIn. “Que venha a próxima etapa”.
O episódio levanta algumas questões críticas: “Será que um executivo pode expressar sua ambição? Quando a executivo é uma mulher, essa ambição é percebida de modo diferente?
Nenhum comentário:
Postar um comentário