De Sāo Paulo, SP.
Hoje passei por 800 pessoas ao caminhar pelo calçadão da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Decidi olhar com mais atenção para elas, na medida em que cruzavam meu caminho.
Das 800 pessoas, nenhuma era convencionalmente atrativa como as estrelas de cinema. Poucas se pareciam com as fotografias das propagandas nos quiosques.
A maioria não seria escolhida para fazer um comercial. Talvez 40 tenham frequentado as melhores faculdades, quem sabe umas 10 pratiquem esportes profissionalmente.
Todas pareciam mais gentis e sábias do que um típico personagem de novela de TV e se preocupavam muito com algo importante para elas.
Eram mais novas ou mais velhas do que o “consumidor alvo” da maioria dos produtos. Algumas usavam bengala, outras óculos ou aparelhos de audição. Umas poucas estavam em cadeira de rodas.
Um monte corria mais rápido do que eu e cada uma sabia algo sobre o qual eu nunca havia pensado.
Se ampliarmos o zoom e imaginarmos passar aleatoriamente por 800 pessoas ao redor do mundo, teríamos uma percepção ainda melhor do que significa estar nesse planeta.
Das 800, menos de 300 jamais teria andado de avião. Metade seria mais inteligente do que a média, 200 falariam um pouco de Inglês, 50 ganhariam só alguns dólares por dia. Quatro em ou cinco viveriam confinadas em pequenos espaços.
Poucas causariam tanto impacto no clima quanto você e eu e mais de 600 delas estariam muito preocupadas com o que está acontecendo com o mundo a nossa volta.
Por muito tempo, as soluções oferecidas em escala aos participantes dos fundos de pensão foram baseadas em caraterísticas médias idealizadas, que individualmente não existiam.
Os planos de previdência complementar criaram suas próprias visões sobre o que deveriam entregar para garantir segurança financeira futura para seus participantes e amplificaram a divisão entre as diferentes classes de indivíduos e seus objetivos de vida multifacetados, para poder criar um pool unificado de ativos que investido em conjunto beneficiaria a todos.
Mas o que vemos quando assistimos TV, um filme no cinema ou olhamos para anúncios na mídia, quando olhamos uma pilha de currículos profissionais ou as características médias dos participantes de um fundo de pensão, isso não representa com precisão o mundo como ele é, os propósitos individuais, os objetivos de vida das pessoas.
Somos esquisitos, mas tudo bem.
Vale a reflexão.
Grande abraço,
Eder.
Fonte: “Walking the city, walking the world”, escrito por Seth Godin
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