De São Paulo, SP
A executiva número um de recursos humanos da General Motors, Katy Barclay, 53, está sendo afastada, informou a montadora na quinta-feira dia 30 de julho. Será substituída a partir de 1º de outubro por Mary Barra, 47, que trabalhou com o antigo CEO da companhia, Rick Wagoner (com passagem pelo Brasil) e tem vasta experiência no setor de montadoras de veículos automotores.
A medida surge apenas algumas semanas depois da nova GM ter emergido da concordata e procura mudar uma cultura corporativa burocrática e ultrapassada. Essa mudança completa a reestruturação da alta direção da GM, que desde o ano passado reduziu o quadro de empregados de 61 mil para 40 mil.
Katy Barclay era Vice-Presidente Global de RH desde 1998 e seu primeiro emprego na área de RH de uma montadora foi na própria GM, em 1978.
“Ela é uma dentre os mesmos executivos seniores que foram responsáveis pela destruição da companhia” declarou Rob Kleinbaum, Diretor Executivo da Rak & Company, uma empresa de consultoria que atua junto a fabricantes de veículos automotores. “Ela é responsável pelo que aconteceu e deve ser responsabilizada por isso”, disse ele.
Já Mary Barra é a Vice-Presidente Global de Engenharia de Manufatura da GM desde 2008. Trabalha na companhia desde 1980 onde ocupou posições nas áreas de engenharia, manufatura e comunicação. Foi responsável, também, pelo Centro de Montagem da fábrica de Detroit Hamtramck.
Indicar uma engenheira com pouca experiência em recursos humanos para líder máxima dessa área, sugere que a empresa pretende difundir os princípios de melhoria continua e eficiência operacional.
“É um sinal positivo que queiram fazer mudanças profundas em RH e não queiram trazer ninguém da comunidade de RH”, complementou Kleinbaum.
O novo CEO Fritz Henderson estabeleceu como uma das principais prioridades a mudança de cultura da companhia. Em um post colocado no blog da empresa em junho passado, logo após o pedido de concordara, Henderson escreveu, “É importante lembrar que a reinvenção da GM precisa começar de dentro da própria GM e todos nós precisamos ser parte do processo”.
Henderson, então, criou uma equipe para cuidar das questões culturais “como focar nas novas prioridades em clientes\produtos, velocidade, assunção de riscos e responsabilidades”, conforme escreveu em um memorando interno aos empregados. Chris Oster, na seqüência, foi apontado como o líder que ficará responsável pelas mudanças organizacionais (Change Management) e portanto, pela nova cultura corporativa.
Uma semana depois de comunicar essas mudanças, a GM divulgou que será eliminado o assento de recursos humanos na proverbial mesa de líderes da companhia. A empresa substituiu a Diretoria de Produtos Automotivos e a Diretoria de Estratégias Automotivas, nas quais Barclay ocupava um assento, por um novo Comitê Executivo de Liderança composto por nove membros. O comitê agora reduzido é composto de executivos oriundos das unidades de marketing, manufatura, finanças, relações trabalhistas, planejamento corporativo, vendas e cadeia de suprimentos.
Barra se reportará diretamente ao CEO Fritz Henderson, informou o porta-voz da empresa.
O que está acontecendo com a GM nos faz pensar em dois pontos. Primeiro, corrobora o resultado da pesquisa que mencionei aqui no blog em julho passado, indicando que os executivos de RH estão perdendo espaço (não ganhando) nas decisões estratégicas das empresas. Segundo, levanta a lebre da responsabilização dos altos executivos das empresas, cujas decisões erradas ceifam empregos, destroem empresas e podem até afetar a economia dos países como um todo.
Forte abraço,
Eder.
Fonte: WorForce Management
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