Quando a eletricidade foi descoberta | inventada, fizemos versões elétricas das coisas que tínhamos antes, nada novo foi inventado.
Essas coisas foram impressionantes, mas nenhuma delas mudou muito o mundo. Já tínhamos aqueles produtos e as novas versões eram um pouco melhores.
Apenas mais tarde, quando o poder e o significado da eletricidade foram melhor compreendidos, foi que inventamos coisas inovadoras, que não existiam antes, coisas que só foram possíveis graças a eletricidade.
O radio, o telefone, o raio-x, o transistor, a válvula, a calculadora de bolso, o computador, o micro-ondas, os robôs etc.
A inovação sempre funciona assim. Aplicamos a inovação àquilo que conhecemos, fazendo aquilo que já vínhamos fazendo.
Por isso, durante muito tempo ainda, quase tudo que estamos fazendo hoje nos fundos de pensão e na previdência complementar graças a economia digital, não será nada se comparado aquilo que faremos quando surgirem as verdadeiras inovações.
Não deveríamos usar os ativos digitais, o blockchain a Web 3.0, as NFT, as cryptomoedas para fazer MAIS RAPIDO e BARATO o que já fazíamos, mas sim para repensar o que agora podemos fazer, para fazer coisas que tornem nossas vidas MELHORES, coisas que hoje estão apenas nos nossos sonhos.
A solução para os fundos de pensão não está em apps para acessar extratos pelo celular, em APIs para mudar automaticamente o percentual de contribuições no smartphone, em atendimento via chat bot, em prova de vida com reconhecimento facial ... a coisa é, de longe, muito mais profunda do que isso.
Governança de massa com voto de todos os participantes em tempo real, comunidades de participantes com propósitos semelhantes para compartilhamento de riscos, fragmentação de ativos físicos, propriedade individualizada de ativos em carteiras digitais com portabilidade automática, novas classes de investimentos - como direitos autorais de música, arte, filme - NFTs fornecendo muito mais que retornos financeiros, fidelizando seus detentores com benefícios tangíveis tipo ingressos para teatro, viagens, restaurantes, shows etc ... e muito mais.
Fazer menos
Aí você deve estar pensando: então inovar ou transformar os fundos de pensão é fazer algo a mais, fazer extra, fazer algo novo.
Hahahaha, sim e não, deve ter sempre a ver com fazer menos:
- Tornar as coisas mais fáceis para as pessoas;
- Levar as pessoas a poupar em poucos passos;
- Pedir menos informações para os consumidores;
- Não colocar barreiras no caminho;
- Trabalhar em torno dos interesses do consumidor, não dos seus;
- Oferecer menos soluções, mas melhores, mais fáceis de entender;
- Usar todos os atalhos que puder para cortar caminho.
Não vemos ninguém usando acesso digital sem senhas, ninguém usando carteira digital para pagamento de benefícios, ninguém usando sistema de votação via blockchain ...
O trabalho de quem quer desenhar o futuro dos fundos de pensão não é fácil, mas é simples: remover tudo que dificulta a poupança de longo prazo e o acesso (pelo menos parcial) ao dinheiro em caso de emergência.
Às vezes fico pensando se cada fundo de pensão não deveria fazer uma reunião mensal com seus funcionários, na qual todo mundo - ao invés de mostrar algo novo em que esteja trabalhando - deveria mostrar alguma coisa que reduziu em qualquer processo.
Entāo, vamos desenhar o fundo de pensão do futuro fazendo mais e fazendo menos?
Grande abraço,
Eder.
Fonte: Tom Goodwin
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