De Sāo Paulo, SP.
É exatamente isso que um especialista em benefícios que trabalhou na Receita Federal americana (IRS-Internal Revenue Service), está propondo para os planos de contribuição definia ou planos CD nos EUA, que lá sāo chamados de planos 401(k).
Andrew Stumpff Morrison — que também é ex-professor da faculdade de direito da Universidade de Michigan — propôs que a legislação americana seja alterada.
A ideia é exigir que 3% das contribuições feitas anualmente aos fundos de pensão em nome dos participantes, sejam usadas para comprar uma anuidade padrão diferida, i.e., uma “renda vitalícia diferida”.
Andrew detalhou a ideia em um trabalho acadêmico que ainda está passando pelo processo de revisão de seus pares – peer review – uma pratica comum em trabalhos científicos.
Conforme ele descreve em seu “paper”, os planos CD seriam obrigados a comprar um benefício diferido de renda vitalícia, conhecido no segmento de previdência complementar por “anuidade diferida, sem continuação de pensāo”.
Isso seria feito através de um contrato do fundo de pensão com uma seguradora, que cobriria cada participante individualmente, com a renda vitalícia se iniciando sempre que um participante atingisse os 85 anos de idade.
Andrew propōes, também, que o passivo representado pelo contrato de seguro seja excluído da contabilidade do plano, o que equivale a dizer que as patrocinadoras nāo sofreriam nenhum impacto desse compromisso em seus balanços.
Um exemplo ilustrativo mencionado no trabalho acadêmico de Andrew, sugere que para um empregado contribuindo anualmente com R$ 5.000 para um plano CD desde os 25 anos de idade e até os 65 anos, o plano acumularia R$ 742.537 em ativos.
Isso seria suficiente para garantir uma renda anual de R$ 16.604 a partir da idade de 85 anos pagos até o participante falecer.
Conforme diz Andrew:
“A estratégia de embutir nos planos CD uma renda vitalícia obrigatória, protegeria os poupadores do problema (sem solução) de ter que adivinhar quanto tempo sobreviverá”.
A pergunta de quanto do seu saldo de conta acumulado você pode se dar ao luxo de gastar, nāo pode ser respondida nem aproximadamente, simplesmente nāo há uma resposta boa para isso.
A grande verdade é que as estratégias comuns adotadas nos fundos de pensão para determinar quanto tempo um aposentado deverá viver - e quanto dinheiro ele pode gastar - conferem ao aposentado uma alta probabilidade de morrer com a maior parte de suas economias para a aposentadoria intactas, havendo, uma chance não nula de viver o suficiente para ficar sem dinheiro ainda em vida.
Andrew conclui, dizendo com toda razāo:
“As médias não ajudam um indivíduo a identificar em que ponto da longa curva de distribuição de probabilidades, sua própria morte se situará. Um indivíduo não tem ideia se será perdulário ou excessivamente conservador sacar, em um determinado ritmo, o saldo de sua poupança acumulada para a aposentadoria”
É triste constatar que os atuais planos CD nāo vem entregando para muitos participantes, a segurança financeira na aposentadoria para a qual economizaram a vida toda. Mais triste ainda é constatar que entra governo, sai governo, nenhuma safra de tecnocratas teve capacidade (ou coragem) de enfrentar esse problema, amplamente conhecido.
Soluções existem, só nāo vê quem nāo quer.
Grande abraço,
Eder.
Opiniōes: Todas minhas | Fontes: “Former IRS lawyer proposes mandatory annuities in all 401(k) plans”, escrito por Allison Bell.


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