segunda-feira, 15 de julho de 2024

ESPAÇO: A PRÓXIMA FRONTEIRA DE INVESTIMENTOS NO RADAR DOS INVESTIDORES INSTITUCIONAS DE OLHO NA ECONOMIA DIGITAL

 



De Sāo Paulo, SP.


Esse artigo tem a ver com uma jornada cativante dentro do mundo da exploração espacial pelo setor privado.


É um aperitivo,serve de “entrada” para o tipo de conteúdo que venho produzindo para os assinantes do meu canal TECONTEI?, lá no Substack.


Se você quiser entender onde quero te levar, recomendo que comece lendo o fascinante livro de Ashlee Vance: “When the Heavens Went on Sale" – em traduçāo livre, seria algo tipo: “Quando o Céu Foi Posto a Venda”.


Também recomendo, muito, que você assista a um documentário (baseado no livro), que está chegando no HBO MAX e vai ao ar essa semana no próximo dia 17 de julho sob o título “Wild Wild Space" (em português, seria algo como “Espaço Selvagem”)


🎥 Vai ser intenso!

Primeiro a revolução industrial, agora a exploração espacial

Nessa nova era dos ativos digitais, investir em setores da época da revolução industrial vai se tornando rapidamente algo de tempos remotos, com baixos retornos que já não atendem poupadores de longo prazo como participantes de fundos de pensāo e planos de previdência complementar.


economia espacial é uma área que vai atropelar todo mundo, dos investimentos ao turismo, da medicina aos materiais compostos e outros setores não tão óbvios.

É difícil enxergar, mas uma nova era de exploração do espaço vem se aproximando mais rápido do que você pensa. Por isso, incentivo as mentes mais antenadas dentro dos fundos de pensão, a lançarem o olhar em direção a essa próxima fronteira de oportunidades.


A corrida moderna no setor privado começou muito recentemente com a criação de empresas para a construção de foguetes, visando lançar satélites nas órbitas baixas da Terra.


De lá para cá vem acontecendo um boom nas atividades comerciais orbitando (desculpe o trocadilho) a economia espacial, com potenciais oportunidades de investimento.

Mas afinal, o que é economia espacial?


A OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico define economia espacial assim:

“Economia espacial é a gama completa de atividades e o uso de recursos que criam e fornecem valor e benefícios aos seres humanos no decorrer da exploração e utilização do espaço”

Na medida em que a economia espacial vai se expandindo, ela cria valor para múltiplas indústrias e resolve alguns dos grandes desafios que temos.


Nunca esqueci um exemplo que meu pai – engenheiro do ITA e coronel aviador da força aérea brasileira - me deu sobre isso. Nos anos 80-90 o programa espacial brasileiro enfrentava dificuldades para construir peças do VLS - Veículo Lançador de Satélites (nome sofisticado do foguete brasileiro).


O foguete é basicamente um grande cilindro que não pode ter “costuras”. Devido às enormes pressões internas, as peças (cilindros) que compõe os estágios do foguete precisam ser forjadas inteiras, de uma única vez, ou seja, não pode haver nenhuma emenda (costura) na vertical do cilindro.


Por causa das restrições ao desenvolvimento de misseis balísticos, os americanos impedem que essa tecnologia seja repassada aos países que não a dominam.


O Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), que faz parte do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) precisou desenvolver a tecnologia. Através do IFI – Instituto de Fomento Industrial, órgão que também é da aeronáutica, fez isso junto com a iniciativa privada.


Identificaram uma empresa do setor metalmecânico de Campinas-SP que se juntou aos “milicos” e desenvolveu a capacidade de produzir os cilindros para o foguete.


Posteriormente, essa mesma tecnologia passou a ser usada pela iniciativa privada na construção, por exemplo, dos grandes tanques cilíndricos de armazenamento de gases industriais e combustíveis da Petrobras, trazendo avanços e economia para a sociedade e para o país.

O mercado espacial no Brasil e no mundo

Toda semana há notícias de um grande avanço, em algum lugar do mundo, na indústria espacial, que vai se aproximando de uma nova fronteira.

Seja o teste de um novo sistema de lançamento de foguetes, de um satélite inovador ou de uma missão espacial pousando robôs autônomos em alguma lua ou planeta do sistema solar.


As atividades espaciais estao se acelerando. Um relatório elaborado pela McKinsey, intitulado “Space: The $1.8 trillion opportunity for global economic growth” (esse é de graça), estima que a economia espacial global será de US$ 1,8 trilhões em 2035, tendo partido de US$ 630 bilhões em 2023.

Essas projeções incluem tanto as atividades que formam a espinha dorsal da exploração espacial - tipo satélites, lançadores e serviços de transmissão como TV e GPS - bem como as aplicações da tecnologia espacial em outras áreas, setores e indústrias, que geram receitas.


O UBER, por exemplo, depende de uma combinação de sinais de satélites e chips nos smartphones que conectam os motoristas aos passageiros e fornecem orientação de rotas em cada cidade.


Em 2023 as atividades principais da exploração espacial representavam US$ 330 bilhões, pouco mais de 50% da economia espacial global, enquanto as aplicações derivadas somavam US$ 300 bilhões.


A taxa de crescimento esperada para a próxima década é duas vezes maior do que a projetada para crescimento do PIB (gráfico abaixo).



Para fins de contexto e comparação, a economia espacial é comprável à indústria de semicondutores que somava US$ 600 bilhões em 2021com crescimento anual projetado de 6% a 8% para a década de 2030 e cerca de metade do setor financeiro de meios de pagamento que deve chegar a US$ 3,2 bilhões em 2027.


De acordo com o relatório “Space Market Reports 2024” elaborado pela ReportLinker, empresa de inteligência de mercado que monitora mais de 2.000 setores em 180 países, o mercado espacial no Brasil deve atingir R$ 1.7 bilhões em 2027.


Os direcionadores de crescimento da economia espacial incluem a necessidade de aumento da conectividade global via satélites, maior demanda por serviços de pensionamento em celulares e demanda crescente de sistemas de IA e machine learning.


Essas inovações têm trazido grandes benefícios para um conjunto mais diverso do que nunca de stackeholders, incluindo empresas e indústrias que variam de alimentos e bebidas ao setor de transporte.


Num setor como os fundos de pensão, cujo horizonte de tempo dos negócios ultrapassa várias décadas, no mínimo deveria estar com a economia espacial em seu radar ...

Quem quiser se aprofundar mais no assunto, segue um artigo super completo sobre a economia espacial - infelizmente, in English, baby -link: aqui.


Grande abraço,

Eder.


Opiniões: Integralmente minhas. Fontes: Conteúdo produzido pelo Francois Paul Lambert e pela Beth A. Dean-Pope | “Space: The $1.8 trillion opportunity for global economic growth”, escrito pela McKinsey Aerospace & Defense Practice e World Economic Forum.

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