sexta-feira, 21 de novembro de 2014
Planos de Aposentadoria devem ser verdes ou azuis, rápidos, ter boa estética e virem com a palavra “garantido”
De São Paulo, SP
Vender é a arte da persuasão.
Entretanto, existem muitos fatores que influenciam “o quê” e “como” as pessoas
compram alguma coisa.
Dados divulgados pela KISSMETRICS
(uma plataforma que analisa métricas de acesso a sites de negócios) mostram
quais os principais fatores que influenciam o comportamento de compra dos
consumidores.
Inegavelmente, a aparência visual é o fator que mais afeta
a decisão de compra de um produto.
Nada menos que 93% dos
consumidores decidem uma compra pelo aspecto
visual, enquanto 6% decidem pelo tato (textura) e 1% restante pelo olfato
(odor) e audição (som).
Não para por aí. O mais forte e
persuasivo aspecto visual, aquilo que
realmente captura nossa atenção, é a “cor”.
Cerca de 85% das pessoas apontam
para a cor como a razão principal
pela qual compram um produto em particular.
A cor é importante também porque aumenta em 80% o reconhecimento de
uma marca e a marca está diretamente relacionada a confiança dos consumidores em determinado produto.
Por tudo isso, as empresas
colocam a cor no topo das atenções
transformando-a no mais poderoso aspecto do desenho dos produtos.
Mas a cor que atrai um consumidor na Índia não é a mesma que atrai outro
nos EUA. Veja como os consumidores norte-americanos reagem as cores:
Em tempos de compras online, é
preciso atentar também para outros fatores que influenciam o comportamento de
compra das pessoas.
Estética, palavras-chave e velocidade afetam a
necessidade de compra de consumidores online, que desistem de uma compra quando
a navegabilidade do site é ruim ou quando acham a aparência geral do site
não-atrativa.
Os dados mostram que 52% dos
compradores online simplesmente não retornam a um site por causa da estética e
que 42% das pessoas baseiam sua opinião e julgam um site apenas pela aparência.
Porque afinal os consumidores
estão se voltando cada vez mais para compras online? Os maiores motivos são: rapidez, comodidade e conveniência.
Ter um site que rode 5 segundos
mais devagar do que o de seus concorrentes pode significar uma grande perda
financeira.
São 62% os consumidores que
deixaram de comprar determinado item porque consideraram o site lento demais.
A “Amazon.com” descobriu que para
cada 100ms (cem milissegundos) de tempo que o site leva para carregar, as
vendas caem 1%. Uau!!!
Já as palavras, essas têm um enorme poder e podem levar um
consumidor a simplesmente comprar um produto igualzinho ao seu, em outro lugar.
Pois é, 52% dos consumidores se
sentem mais inclinados a entrar numa loja que tenha um aviso de “Liquidação” na
vitrine e 60% se sentem mais confortáveis e inclinados a comprar um produto que
tenha a palavra “Garantido” associada ao mesmo.
Então, entendeu agora porque um plano
de aposentadoria, cujas informações frequentemente são disponibilizadas no site
de um fundo de pensão ou de uma seguradora, precisa ser verde ou azul, rápido,
com boa aparência e vir associado a palavra "garantido"?
Grande abraço,
Eder.
Fonte: Adaptado do Infográfico “How
do colors affect purchases?”, publicado pelo Kissmetrics.
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segunda-feira, 10 de novembro de 2014
Quer aumentar sua poupança para a aposentadoria? Então esqueça seu plano de previdência!
De São Paulo,
O que sua caixa de entrada de e-mail e seu
plano de previdência tem em comum? É que provavelmente, você deveria checar
ambos com menos freqüência...
Da mesma forma que a produtividade pode ser
afetada pela constante verificação dos e-mails, o crescimento de um portfólio
de investimentos pode ser prejudicado pelo excesso de monitoramento.
Uma recente pesquisa conduzida pela
Professora Assistente de Economia e Finanças da Columbia Business School, Michaela Pagel, sugere que a maioria das pessoas tem reações emocionais ao
invés de racionais, quando se trata da expectativa de consumo.
As pessoas, conforme mostrou a pesquisa,
reportaram sentir muito mais a dor de perder R$ 25 do que a alegria de ganhar
os mesmos R$ 25.
Por infligir tanto pânico nas pessoas, a
possibilidade de perder dinheiro afeta demasiadamente a forma dos investidores
perceberem o risco e portanto, de tomarem decisões.
Foi o que mostrou a pesquisa.
“Quando analisado no longo prazo o mercado
de ações parece relativamente seguro, porque historicamente as bolsas de
valores sempre tem subido”, explica a Professora Michaela.
“Há uma chance muito boa do mercado vir a
cair em qualquer dia ou semana que se analise, mas a probabilidade de perda é
muito menor quando sua análise considera um período mais longo, digamos 20
anos”, comenta ela.
Aplicado a um plano de previdência
complementar, isso sugere que durante os momentos de queda dos investimentos, a
felicidade do poupador que monitora seu portfólio dia-a-dia será rapidamente tomada
pela tristeza.
Ao se encolher na cadeira a cada mergulho
do mercado - pequeno ou grande, será mais provável que o poupador reaja de modo
a prejudicar seu portfólio de aposentadoria do que o contrario.
Por exemplo, alocando pouquíssimo dinheiro
em ativos de maior risco, o que causará impacto negativo no crescimento
potencial de seus investimentos no longo prazo.
“Se quando você recebe más notícias você
sempre fica mais triste do que quando você recebe boas notícias, isso implica
que na média, olhar para seu plano de previdência é doloroso”, diz a Professora
Michaela.
“A maioria das pessoas, quando forçadas a
olhar seu plano de previdência todo santo dia, tomará decisões de investimentos
muito ruins – com o tempo, elas acharão isso tão doloroso que simplesmente não
investirão nada”.
A solução? Verifique menos freqüentemente.
Um estudo recente do setor descobriu que os
portfólios com melhores desempenhos eram aqueles que simplesmente haviam sido esquecidos.
Em resumo, quando as pessoas checam seus
planos de previdência com muita freqüência e tentam realocar os investimentos
por conta própria, elas tomam decisões que, acreditam, diminuirá sua dor e
aumentará sua alegria – mas que não raro as deixam pior no longo prazo.
Isso tudo não significa que o participante
deva dar de ombros para sua responsabilidade de poupar para a aposentadoria.
Mas mostra que enviar extratos mensais ou
disponibilizar extratos diários a participantes de planos de previdência, ou mesmo
enviar relatórios e alertas a cada soluço dos mercados, é na verdade um
desserviço.
Os fundos de pensão e seguradoras que
comercializam planos de previdência complementar ajudariam os participantes se
disponibilizassem profissionais para aconselhamento financeiro individual.
Por manterem maior distancia emocional do
sobe e desce na rentabilidade de qualquer plano de previdência individual,
esses profissionais estão melhor capacitados a orientar seus clientes na
realocação dos investimentos de modo a melhor atender aos interesses do próprio
participante.
Viu Navarro, não adianta ficar mudando de
perfil de investimentos a cada campanha semestral de troca de perfil.
Olhe em volta e vai perceber que até os
ditos “especialistas” só tem perdido ao longo dos últimos anos tentando fazer “marketing
timing”.
Abraço forte,
Eder.
Fonte: Adaptado do artigo “Want to grow
your retirement savings? Then forget about it”, escrito por Michaela Pagel.
Crédito der Imagem: Mario - www.keepcalm-o-matic.co.uk
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quinta-feira, 9 de outubro de 2014
Seu prontuário médico vale muito mais para os hackers do que o número do seu cartão de crédito!
De São Paulo, SP.
A informação da sua ficha médica vale 10 vezes mais no mercado
negro do que o número do seu cartão de crédito.
É isso mesmo!
O alarme soou no mês passado em um alerta enviado pelo FBI para que
todos os prestadores de serviço de assistência médica nos EUA se protegessem
contra ataques cibernéticos.
O alerta veio depois de um dos maiores hospitais no país – o Community Health Systems Inc. – ter informado
à polícia que hackers Chineses haviam invadido sua rede de computadores e roubado
informações pessoais de 4,5 milhões de pacientes.
A indústria de saúde nos EUA, um gigante de R$ 7,2 trilhões, virou
alvo dos crimes cibernéticos porque muitas empresas ainda dependem de sistemas
de computador ultrapassados, dizem os especialistas em segurança da informação.
“Os hospitais possuem sistema de TI com pouca proteção, de modo
que fica relativamente fácil para os hackers conseguirem acessar grande
quantidade de dados individuais para cometer fraudes médicas”, comentou Dave Kennedy,
especialista em segurança de sistemas de saúde e CEO da TrustedSEC L.L.C..
Através de entrevistas com executivos do setor, investigadores
de crimes cibernéticos e especialistas em fraude foram capazes de mapear em detalhes
um verdadeiro mercado que funciona no submundo dos dados roubados de pacientes.
Os dados a venda incluem nomes de pacientes, datas de
nascimento, números de apólice de seguro saúde, códigos de diagnóstico e
informações sobre faturamento.
Os fraudadores usam esses dados para criar identidades falsas
através das quais compram equipamentos médicos ou remédios que possam ser
revendidos. Ou então, combinam um nº de paciente verdadeiro com um nº falso de prestador de serviços e inventam pedidos de reembolso que submetem ás operadoras de seguro-saúde.
O uso de dados médicos roubados dos prontuários não é
imediatamente identificado pelos pacientes ou por seus prestadores de serviço, rendem
aos criminosos anos de uso dessas informações em suas fraudes.
Isso torna os dados médicos roubados mais valiosos do que o
furto de números de cartões de crédito, já que estes tendem a ser rapidamente
cancelados pelos bancos que detectam a fraude logo nas primeiras compras
irregulares.
Don Jackson, Director de Inteligência na PhishLabs, uma companhia de proteção contra crimes cibernéticos, monitorou
o submundo no qual os hackers vendem esse tipo de informação. Descobriu que os dados
médicos roubados podem valer R$ 24 cada um, cerca de 10 a 20 vezes mais do que
o nº de um cartão de crédito americano.
Aumentam os ataques
A quantidade de organizações do setor de assistência médica que
reportou ter sido vítima de um ataque cibernético aumentou nada menos do que
40% em 2013, comparado a um crescimento de 20% em 2009, informa a pesquisa
anual do Ponemon Institute um instituto
formador de opinião em politicas de proteção aos dados.
O fundador do instituto, Larry Ponemon possui vasto conhecimento
dos casos de ataque a operadoras de assistência médica que nunca vieram a publico.
Segundo ele, em 2014 aumentou não apenas a quantidade de ataques cibernéticos,
mas também o número de dados roubados.
O aumento desses crimes tem sido alimentado pela digitalização cada
vez maior dos prontuários médicos, um movimento que vem sendo adotado pela maioria
dos prestadores de serviços nos EUA.
Os prestadores de serviço de assistência médica e as operadoras
de seguro saúde são obrigados por lei a divulgar publicamente as violações de
seus bancos de dados quando essas tenham afetado mais de 500 pessoas, mas não
há leis que as obriguem a processar os criminosos.
Por isso é difícil saber qual o custo total dos crimes
cibernéticos no sistema de saúde.
Especialistas do setor de seguros dizem que essa é mais uma das
diversas despesas repassadas aos consumidores como parte do aumento exponencial
dos prêmios de seguro saúde.
Algumas vezes os consumidores só descobrem que seus dados foram
roubados após os fraudadores usarem o nº de seu plano de saúde, se passando por
eles para obter cobertura de saúde. Quando as contas vencidas e não pagas são enviadas
para as empresas de cobrança, essas vão tentar obter o pagamento das vítimas
das fraudes.
Um paciente descobriu, no ano passado, que seu prontuário médico
mantido por uma grande rede de hospitais havia sido violado, quando começou a
receber avisos de cobrança por um procedimento cardíaco ao qual ele nunca havia
se submetido.
Os dados desse paciente também haviam sido usados para comprar
uma scooter e diversos equipamentos médicos, um roubo que totalizou dezenas de
milhares de reais.
Fraude Médica
Hospitais e prestadores de serviço privados são apenas alguns
dos alvos fáceis para as fraudes. O próprio governo vem desenvolvendo esforços para
combater as fraudes no sistema público de saúde, focando os esquemas tradicionais
de superfaturamento.
Em 2012 e 2013 as fraudes envolvendo o sistema público de saúde
chegaram a R$ 14,4 bilhões, conforme mostra o banco de dados mantido pela Medical Identity Fraud Alliance.
“Conversando com alguns hospitais e com
pessoas do setor, constatei que eles estão usando velhos sistemas de informação
— Plataformas Windows com mais de 10 anos de idade, sem terem recebido nem
mesmo um remendo”, comentou Jeff Horne, Vice Presidente da firma de segurança
cibernética Accuvant.
Nas palavras do Sócio da KPMG, Michael Ebert, segurança cibernética
não tem sido contemplada no orçamento de muitos prestadores de serviços de
saúde, não é prioridade criptografar os dados eletrônicos dos prontuários médicos
dos pacientes.
Sendo Diretor de um hospital, “você vai investir em um novíssimo
equipamento de Imagem de Ressonância Magnética – MRI ou vai colocar dinheiro em
um novo sistema de firewall?” disse ele.
Há alguns meses comecei a chamar a atenção para os imensos danos que os crimes cibernéticos estão causando nos EUA.
Precisamos colocar esse assunto em discussão para proteger clientes de planos de saúde e claro, de planos de previdência complementar aqui no Brasil.
Grande abraço.
Precisamos colocar esse assunto em discussão para proteger clientes de planos de saúde e claro, de planos de previdência complementar aqui no Brasil.
Grande abraço.
Eder.
Fonte:
Adaptado do artigo “Your medical record is worth more to hackers than your
credit card“, escrito por Caroline Humer e Jim Finkle.
Crédito de
Imagem: Reuters/Kacper Pempel/Files (Poland - Tags: Business Sciense Technology)
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terça-feira, 23 de setembro de 2014
Educação Financeira só não basta!
De São Paulo, SP.
A despeito de todo o movimento em prol da Educação Financeira, que ganhou folego mundial após a crise de 2008 e no qual o Brasil embarcou mais recentemente, ainda há muito por ser feito.
É isso que mostra, entre outras coisas, uma excelente pesquisa intitulada How the 401(k) revolution created a few big winners and many losers - "Como a revolução dos planos de contribuição definida criou alguns poucos vencedores e muitos perdedores", em tradução livre.
O trabalho publicado em setembro de 2013 pelo Economic Policy Institute, de autoria de Monique Morissey e Natalie Sabadish, mostra nos últimos anos um declínio na participação em planos de previdência complementar oferecidos pelas empresas nos EUA.
A maior queda na participação nos planos corporativos ocorreu entre os trabalhadores com menores níveis de educação, mas também se verificou em praticamente todos os níveis de escolaridade, como mostra o gráfico abaixo.
A tendência captada pelo estudo pinta um quadro de crescente desigualdade na poupança para aposentadoria e nos benefícios pagos pelos planos de previdência complementar.
Essa disparidade vem aumentando nas diversas faixas de renda, entre raças, por etnia, nos vários níveis de escolaridade e até por estado civil.
"Mesmo as mulheres, que vem diminuindo a diferença com os homens no mercado de trabalho, estão mal servidas por um sistema de previdência que transferiu todos os riscos para os trabalhadores, principalmente o risco das pessoas viverem mais do que suas economias", concluiu o estudo.
Quem quiser ler o trabalho completo pode acessar o link a seguir.
RETIREMENT INEQUALITY CHARTBOOK
Os resultados da pesquisa deveriam nos fazer parar e pensar o que podemos fazer para colocar o sistema de previdência complementar novamente nos trilhos.
Abraço,
Eder.
Fonte: Relatório "Retirement Inequality Chartbook", escrito por Monique Morissey e Natalie Sabadish.
Crédito de Imagem: www.therealsingapore.com
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terça-feira, 16 de setembro de 2014
Pressupostos de Conhecimento
Nunca pressuponha que seu cliente sabe
sobre o que você está falando!
Muitos prestadores de serviços para
fundos de pensão, como gestores de investimentos e firmas de serviços
atuariais, assumem que os clientes possuem ao menos uma base de conhecimento
técnico sobre o assunto, o que freqüentemente está longe de ser verdade.
Se investimento, economia ou atuária,
por exemplo, não são o seu trabalho diário, sua exposição ao assunto será
seletiva, parcial e muito baseada no que você lê ou ouve por aí.
Esse nível de conhecimento não
substitui a genuína experiência de quem trabalha com aqueles ou com outros
assuntos muito técnicos (jurídico, comunicação etc.).
Mesmo conselheiros de fundos de pensão
indicados pelas patrocinadoras ou eleitos pelos participantes, com bilhões de
reais em patrimônio, só mudam o foco para os investimentos esporadicamente e de
forma inconsistente, encaixando a discussão do assunto numa pequena parte do
seu dia de trabalho.
Um conselheiro freqüentemente adquire
conhecimento num rápido rompante durante uma reunião periódica do conselho
deliberativo, apenas para perdê-lo no intervalo de espera até a próxima, que em
alguns fundos chega a 3 meses.
É por isso que a prestação de contas de
muitos gestores de investimentos ou de consultores atuariais pode passar voando
por sobre as cabeças do conselho, até mesmo questões básicas!
O caso que aconteceu num fundo de
pensão alguns anos atrás é um bom exemplo de “pressuposto de conhecimento”.
O conselho deliberativo de um
prestigioso fundo de pensão encarava sua responsabilidade fiduciária de maneira
extremamente séria, se reunindo regularmente e com agendas cuidadosamente
estruturadas.
Muito desse rigor na governança do
fundo se devia ao profissionalismo do Presidente do Conselho Deliberativo,
conhecido como Sr. Estamura.
O Sr. Estamura gerenciava suas reuniões
estritamente dentro do tempo, não deixava espaço para os conselheiros perderem o
rumo em discussões infindáveis.
Ele acreditava ser essencial manter o
olho nos gestores dos investimentos do fundo e por isso exigia que os
representantes dos gestores externos participassem de duas reuniões do conselho
deliberativo por ano.
Assim aconteceu ao longo de toda a
presidência do Sr. Estamura, que já durava quase 20 anos naquela ocasião (ele
deve ter sido um dos mais longevos presidentes de conselho de fundo de pensão
no país).
Uma gestora de investimentos – que
vamos chamar de Sombra Asset Management
– sempre atemorizada pelo presidente, submetia um extenso relatório escrito com
bastante antecedência de cada reunião.
Então, durante a reunião propriamente
dita, os representantes da Sombra
(nunca menos do que duas pessoas, as vezes mais) faziam uma apresentação
detalhada.
Começavam com uma visão abrangente da
situação macro econômica e desciam para as estratégias de investimentos da
casa, antes de esmiuçar o racional por trás da seleção de cada ação específica
e das decisões de alocação.
A exposição deixava todos de boca
aberta, com minúcias econômicas apoiadas por vasta estatística, métricas e
indicadores complexos.
Era impressionante, os conselheiros
balançavam as cabeças concordando com os pontos-chave e a concordância mais
vigorosa sempre vinha do Sr. Estamura.
Infelizmente, devido ao gerenciamento
militar da agenda pelo Sr. Estamura, raramente sobrava tempo para muito
questionamento no final da reunião.
Um dia, porém, algo inesperado
aconteceu. Numa reunião só apareceu uma representante da Sombra e sem o vasto e denso material costumeiramente mostrado a reunião transcorreu mais rápidamente.
Como ela terminou mais cedo a
apresentação, sugeriu que seria uma boa oportunidade para responder
qualquer questão mais complexa que os conselheiros pudessem ter em mente.
O Sr. Estamura ficou visivelmente
excitado com essa possibilidade – 10 minutos livres na agenda para perguntas –
e não se conteve em ser o primeiro a perguntar!
- “Bem, há algo que eu venho matutando
já por algum tempo”, disse ele, se endireitando na cadeira.
- “Sim?”, assentiu a apresentadora, se
preparando para uma pergunta de abissal tecnicidade.
- “Eu sempre quis saber”, perguntou o
Sr. Estamura, ”... o que é um equity
(ação)?”
* * * * * * *
Qualquer semelhança com histórias ou
nomes reais terá sido mera coincidência.
Não obstante, caso você tenha se
identificado com uma situação parecida, saiba que este é um dos motivos pelos
quais tenho defendido incansavelmente a adoção pelos fundos de pensão
brasileiros, da figura do Conselheiro
Independente.
Conselheiro
Independente é aquele profissional de mercado, remunerado para aportar sua
experiência no fundo, que não participa de nenhum plano administrado
pela entidade da qual é conselheiro, que não é empregado ou ex-empregado de
patrocinadora, nem possui qualquer vinculo com o fundo de pensão.
Grande abraço,
Eder.
Fonte: Adaptado do artigo Assumptions of Knowledge, escrito por Steve Delo da Mooreland Human
Capital
Crédito de Imagem: http://www.mdig.com.br
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
Confiança é algo determinado inconscientemente, por isso seu plano de previdência precisa de uma cara confiável
De São Paulo – SP.
Nosso instinto de não confiar em
algumas pessoas nada mais é do que uma resposta evolucionária para nos manter a
salvo.
A parte do cérebro que é
responsável pela nossa decisão de lutar-ou-correr em determinada situação,
também desempenha um papel fundamental em nível subconsciente.
Essa parte do cérebro é a mesma
que processa a imagem de um rosto humano e nos leva a decidir se a pessoa é ou
não confiável – isso acontece em milisegundos.
Um estudo publicado no “The Journal of Neuroscience” mostra que a amidala, a
parte do cérebro associada com respostas primárias, como o medo, também pode
processar informações subconscientemente sobre um rosto humano e determinar -
numa fração de segundo - seu nível de confiança.
Os pesquisadores da Universidade
de Nova York usaram imagens de ressonância magnética (MRI) para monitorar as
atividades da amídala de algumas
pessoas enquanto mostravam uma série de rostos humanos de verdade e de rostos
ligeiramente modificados por computador que tiveram alterados os “traços de
confiabilidade”, tornando as sobrancelhas mais elevadas e as bochechas mais
pronunciadas.
Os rostos eram apresentados por
apenas milissegundos de cada vez – suficiente para a amídala reagir, mas não o bastante para as pessoas perceberem e decidirem
conscientemente sobre a sua confiabilidade.
Imediatamente após apresentar a
primeira fotografia em uma fração de segundos, era mostrada por um maior
período de tempo uma segunda foto, com um rosto neutro em termos de
confiabilidade, de modo que o cérebro não conseguisse processar conscientemente
o sinal da primeira imagem.
Faces com “níveis de
confiabilidade” baixo, neutro e alto.
Journal of Neuroscience, CC BY
Algumas regiões dentro da amídala se mostraram ativas apenas em
reação a um rosto não confiável. Outras regiões apresentaram atividade em
resposta a qualquer rosto, mas as
reações mais fortes foram aos rostos não confiáveis.
“A amídala está fortemente associada ao processamento de ameaças pelo
nosso cérebro”, disse Ricky van der Zwan (Professor Associado de Psicologia na Southern
Cross University). “Parte do motivo para o cérebro responder tão rapidamente é
porque quando você é confrontado com uma ameaça, você precisa ser capaz de agir
imediatamente, portanto, essa pesquisa mostra que a amídala processa a falta de confiança como se fosse uma ameaça”.
“A amídala funciona para nos manter protegidos. Trabalha
para nos dar a melhor chance de sobreviver por um pouquinho a mais de tempo,
nesse caso, nos afastando de pessoas não confiáveis”.
A posição da amídala em nosso cérebro.
O Professor de Neuropsicologia da
UNSW, Skye McDonald, explicou que as pessoas de aparência não confiável nos
despertam um senso de desconforto, mas que esse desconfiança inicial pode ser
superada.
“Em nível consciente ocorre um
processamento mais elaborado em nosso cérebro, envolvendo diversos aspectos
cognitivos, como memória, raciocínio e solução de problemas, que podem refazer
aquela primeira impressão”, disse.
“Em contrapartida, rostos que
inicialmente pareceram ‘confiáveis’ podem eventualmente vir a ser associados a um senso de desconfiança,
devido ao comportamento daquela pessoa”, completou ele.
Romina Polarmo, Professora Associada
de Psicologia da University of Western Australia, comentou que a amídala está conectada a praticamente
todas as demais partes do cérebro, então, pode ser que outras regiões estejam
fornecendo feedback para essa área poder processar a imagem do rosto.
“Esse estudo buscou identificar
se a área do cérebro que processa imagens apresentava ou não atividade ao mesmo
tempo que a amídala, mas não foi constatada nenhuma atividade naquela região
mesmo quando os rostos eram mostrados por um período mais longo de tempo –
ou seja, quando foi dado tempo suficiente para o cérebro processar
conscientemente a imagem dos rostos”, falou Polarmo.
O também Professor Associado, Van der
Zwan, acrescentou: “Tudo se resume a primeira impressão. Em 33 milisegundos
decidimos se vamos ou não confiar em alguém. Algo que decidimos em um rápido
instante, pode demorar muito tempo para superar”.
Portanto, dê uma cara confiável
para seu plano de aposentadoria quando for apresentá-lo aos empregados, afinal,
você não quer colocar tudo a perder vendo seus empregados desconfiarem, num piscar de olhos, desse
nobre benefício, decidindo não aderir ao plano....
Grande
abraço,
Eder.
Fonte:
Adaptado do artigo “Trust is unconsciously determined, thanks to the
amygdala: study”,
publicado no www.theconversation.com.
Crédito
de Imagens: Journal of Neuroscience, CC BY; Life Sciences
Database/Wikimedia Commons, CC BY-NC-SA
e Flood
G./Flickr, CC BY-NC
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sábado, 5 de abril de 2014
Educação Financeira e Previdenciária: Como chegamos até aqui e para onde vamos agora
De Sao Paulo, SP.
Para a
maioria das pessoas, todo o alvoroço em torno da Educação Financeira e Previdenciária no Brasil parece ter surgido
do nada.
Apesar
da origem desse movimento nunca ter sido explicada oficialmente nas terras abaixo
da linha do Equador, não seria correto supor que a razão principal foi a
“Marolinha” que chegou às praias Brasileiras depois do “Tsunami” de 2008 na
economia mundial.
Apenas
por diversão, decidi investigar esse assunto buscando a incidência de dois
termos chave nos livros escritos desde o ano de 1800.
O
resultado você poderá ver no gráfico que aparece mais abaixo. Mas antes que
você vá direto para o gráfico, deixe-me explicar como chegamos a um ponto na
história em que é mais importante do que nunca para as crianças aprenderem
sobre dinheiro em casa e na escola.
O
conceito de Alfabetização Financeira (“Financial
Literacy” em inglês) surgiu nos EUA há 15 anos. Foi cunhado em meados dos
anos 90, numa época em que apesar da economia robusta e dos orçamentos
governamentais saudáveis e superavitários por lá, as falências pessoais estavam
batendo recordes quase todo ano (sim, lá as pessoas podem pedir falência!).
Então,
um grupo de economistas se reuniu em Washington DC - EUA para analisar essa
realidade desconcertante e concluiu basicamente que enquanto sociedade, os
americanos haviam chegado num determinado ponto de inflexão, sem que a maioria
se desse por conta.
O
grupo descobriu que a segurança financeira de longo prazo para a maioria dos
americanos dependia primariamente das decisões pessoais que o indivíduo tomava
sobre coisas como poupar, gastar e pegar emprestado (crédito).
Benefícios
institucionais como Previdência Social, Previdência Complementar e Saúde
Pública, que ampararam a população por gerações, eram menos importantes e
estavam em declínio.
Os
planos de previdência tradicionais (benefício definido) e a Previdência Social
estavam sendo substituídos por produtos de cunho mais financeiro como planos de
contribuição definida.
Com
essas mudanças, a responsabilidade pelas decisões estava sendo transferida para
o individuo que passou a assumir o ônus de suas escolhas como poupar ou em qual
fundo/perfil de investimentos colocar seu dinheiro.
Lá pelo
meio da década de 90 as economias dos americanos tinham se desintegrado a ponto
deles começarem a reconhecer que a responsabilidade pessoal era a nova chave
para um futuro seguro.
Foi
então que se deram conta de que a maioria das pessoas não estava preparada para
essa nova tarefa e a grande evidência eram as altas taxas de falências e
concordatas em uma época de oportunidades abundantes.
A
reunião do grupo de Washington determinou que a alfabetização financeira para
toda a população deveria ser uma prioridade nacional. Aquele grupo formou o
núcleo das iniciativas de educação financeira que mais tarde foram ampliadas e
hoje se encontram a pleno vapor.
No
Brasil, podemos fazer um paralelo com a estabilização econômica que se iniciou
naquele exato período, isto é, na mesma década de 90.
A responsabilidade
pela segurança financeira no futuro também girou para o individuo aqui no
Brasil e basicamente pelos mesmos motivos que nos EUA.
Não
obstante, o Brasileiro possui desafios ainda maiores que os americanos já que
vem de uma época em que apanhar um táxi era mais barato do que pegar um ônibus
porque a inflação era tão alta que tornava mais vantajoso pagar no final do
trajeto (no caso do taxi) do que no inicio (no caso do ônibus).
Acostumadas
com uma economia indexada, muitas pessoas por aqui até hoje acham que os preços
de alugueis, salários etc. tem que ser ajustados anualmente pela inflação... ou
pior, acham que a correção monetária pela inflação é algo garantido por Deus!
O
Brasileiro agora precisa aprender a se planejar para o futuro, precisa aprender
isso rapidamente porque a responsabilidade passou a ser de cada um e o governo
não vai mais poder ajudar como antes.
Chega
a ser um contra senso termos programas sociais, como o bolsa família, sem que
venham acompanhados de iniciativas de educação financeira voltadas para a
realidade desses nossos conterrâneos menos favorecidos. Mas essa é outra
história....
Voltemos
ao gráfico que mostra na linha vermelha o declínio da proteção dada pelo
governo (“social security”, que em Inglês significa “segurança social”) e na
linha azul a ascensão da responsabilidade pessoal (“on your own”, que em Inglês
significa “por conta própria”).
Esse
gráfico foi feito com ajuda da ferramenta “Google Ngrams” que digitalizou mais
de 5,2 milhões de livros publicados desde 1500.
Perceba
que o termo “por conta própria” / "on your own" (linha azul) começa a
aparecer bastante nos livros por volta da década de 1980, uma época de alta
inflação e malsucedidos planos econômicos aqui no Brasil.
Foram
tempos em que a mídia publicou muitos artigos sobre as dificuldades das contas do
governo e as pessoas começaram, então, a sentir o peso da responsabilidade pela
gestão de suas finanças pessoais. A previdência complementar regulamentada em
1977 ganhava força, colocando ainda mais ênfase nas decisões futuras do
indivíduo.
A queda
do teto dos benefícios pagos - reduzido de 20 salários mínimos para menos de 7
hoje - já dava os sinais de potenciais problemas futuros com o financiamento da
previdência social... a ficha começava a cair: seu futuro vai depender de você!
A
proteção social que teve seu ápice com a criação da legislação trabalhista e da
própria previdência social aparece nos livros nos anos 30 (linha vermelha) de
forma crescente.
O
cruzamento das linhas acontece em 1999 marcando na história o declínio da
proteção social em detrimento do indivíduo e deixando inequívoca a nova era em
que o individuo é que responde pelo seu futuro.
Conforme
escreveu Dan Kadle em janeiro de 2002 em reportagem de capa da Revista Time: “You’re
On Your Own, Baby!” (Você Está Por Conta Própria, Querido!).
A era
da responsabilidade individual não vai embora. Vai acompanhar nossos filhos ao
longo de suas vidas.
Se
eles realmente vão estar por conta própria, não temos que dar a eles uma
educação que os permita gerenciar suas questões financeiras sozinhos?
Sim,
temos! A educação financeira e previdenciária ainda tem um longo caminho pela frente.
Viva o
Visão Educa! Visão Educa e o programa de educação financeira e previdenciaria da Visão Prev, o fundo de pensão do Grupo Telefoncia-Vivo no Brasil.
Grande abraço,
Grande abraço,
Eder
Fonte:
Adaptado do artigo “Financial Education: How We Got Here and Where We are
Going”, escrito por Dan Kadle para Money Watch da CBS
Crédito
de Imagem: www.pf101.org
Marcadores:
Economia,
Educação,
Futuro,
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