quarta-feira, 31 de agosto de 2022

TE CONTEI? O MAU HÁBITO DE ALGUNS CONSELHOS DELIBERATIVOS DE FUNDOS DE PENSÃO

 



De São Paulo, SP.


O QUE ESTÁ ACONTECENDO: 

Todos nós em algum momento já tentamos mudar um habito para melhorar nossas vidas. A razão pela qual muitas tentativas de eliminar um mau habito falham, é que maus hábitos não surgem do nada. Ninguém levanta um dia e decide começar a fumar e beber toda noite. Maus hábitos geralmente têm a ver com preencher algum desejo, conforto ou necessidade desatendido. Tentar remover o mau habito deixando tudo o mais intocado, não elimina essa necessidade e pode simplesmente levar a substituição de um habito ruim por outro ainda pior. Por isso, a abordagem que costuma dar mais certo é substituir um mau habito por um habito bom, benigno ou menos prejudicial – ou tentar lidar com a necessidade subjacente.

 

POR QUE ISSO É IMPORTANTE:

Conselhos deliberativos são feitos de pessoas que podem facilmente criar maus hábitos, a menos que estejam atentos para evita-los. É mais fácil concertá-los no início, antes que se incorporem à cultura da organização. Um dos principais maus hábitos de conselhos de fundos de pensão é a “micro gestão” da diretoria executiva, conselheiros que pensam ser seu papel administrar o dia a dia da organização. Isso mina o trabalho dos diretores e elimina a eficácia de suas decisões. Se o conselho não vai deixar a liderança liderar, para quê ter uma liderança afinal de contas?

 

CONCLUSÃO: 

Dedique algum tempo para educar o conselho, ajude-o a entender que os maus hábitos podem minar sua boa governança e como qualquer hábito ruim, um puxa o outro. Qual hábito ruim você já viu nos conselhos deliberativos dos fundos de pensão e como este foi superado?


Grande abraço,

Eder.


 

Fonte: FS – Farnam Street

 

terça-feira, 30 de agosto de 2022

TE CONTEI? O QUE A GOVERNANÇA DOS FUNDOS DE PENSÃO PODE APRENDER COM THOMAS JEFFERSON

 



 De São Paulo, SP.


O QUE ESTÁ ACONTECENDO: 

Thomas Jefferson (1743 - 1826) foi o terceiro presidente dos EUA e o principal autor de sua declaração de independência. Como filósofo político, foi homem do iluminismo, defensor das liberdades. Dentre tantas de suas frases famosas, uma dizia:

“Não advogo mudanças frequentes em leis e constituições, mas leis e instituições precisam andar de mãos dadas com o progresso da mente humana. Na medida que se torna mais desenvolvido, mais iluminado, que novas descobertas são feitas, novas verdades emergem e opiniões e costumes mudam, com a mudança das circunstancias, as instituições também precisam avançar para acompanhar a passagem do tempo. (Alternativamente) poderíamos querer que um homem continue a usar o casaco que lhe cabia quando menino, se quisermos que a sociedade civilizada permaneça sob o regime de seus ancestrais bárbaros”

POR QUE ISSO É IMPORTANTE:

Não se muda o estatuto de um fundo de pensão como se muda de roupa, mas se o seu estatuto não mudou várias vezes ao longo do tempo, ainda mais em anos recentes, para acomodar as transformações de nossa época, conforme disse Jefferson: seu casaco deve estar bem apertado e seu regime de governança pendendo mais para época dos bárbaros do que para nossa era atual. Ao entrarmos na fase pós-Covid-19, os fundos de pensão passam a ter bons motivos para rever sua governança e refletir sobre coisas como: 1) Contratação de conselheiros profissionais; 2) Politicas de DE&I no ”board”; 3) Regras para criação de comitês temáticos, tipo: mudanças climáticas, ESG, transformação digital, crypto-economia etc; 4) _______ (preencha a vontade). 

CONCLUSÃO: 

Ah, mudar o estatuto para acomodar mudanças incrementais trazidas pela regulamentação, seria o mesmo que mudar os botões do casaco sem mexer no seu feitio, vai parecer diferente, mas continuar apertado ... sacou?


Grande abraço,

Eder.



segunda-feira, 29 de agosto de 2022

TE CONTEI? DICAS DA MINHA GERAÇÃO, GEN X, PARA OS JOVENS DA GEN Z ENTRANDO HOJE NO MERCADO DE TRABALHO

 


De São Paulo, SP.


O QUE ESTÁ ACONTECENDO:

Lembre-se, um emprego, é apenas um emprego. Eu, por exemplo, ajudo conselhos de fundos de pensão a cumprirem suas missões: entregar segurança financeira futura para seus participantes. A despeito de fazer isso com proposito, sou pago para fazer isso bem feito. Esse é o meu trabalho. Minha geração de atuários teve a sorte de estar entre os pioneiros no Brasil, cedo na carreira tive bons aumentos reais de salário, tive muitas promoções, mudei de empregos varias vezes e fui muito criticado por isso (coisa de Boomers e daqueles que julgam sem entender o contexto). Mas tudo mudou, nós mudamos. Se você quiser um cargo melhor, um título pomposo, pense em qual responsabilidade nova você vai ter que assumir. Promoções não são perenes, empregos, também não.

 

POR QUE ISSO É IMPORTANTE:

Minha visão de mundo não é universal, a sua também não. Esse é um mundo vasto, cheio de conflitos, de pontos de vista diferentes, complicados. A forma como eu vejo o mundo, como você vê, são reais, são incríveis – mas nem todo mundo compartilha da sua opinião ou da minha e tudo bem que seja assim. Minha geração veio antes das mídias sociais, temos nossa perspectiva sobre a vida e o trabalho. Crescemos e envelhecemos com a Internet, mas nossos desejos e instintos não vão a público toda vez que sentimos algo. Antes de postar alguma coisa no TikTok, BeReal, Instagram, pergunte a si mesmo: “isso vai fazer desse um mundo melhor para se viver”? Quanto mais você fala, mais difícil fica os outros te ouvirem quando realmente for importante que te ouçam.


CONCLUSÃO:

Julgue seu empregador pelo conjunto da obra, o proposito, a cultura, o salário que te paga, os benefícios, as oportunidades – não julgue por uma coisa só, por apenas algo que você gostaria que ele dissesse, fizesse ou tivesse. Até uns 10 anos atrás nem ao menos sabíamos o que significava “propósito”.


Grande abraço,

Eder.



Fonte: "Adaptado do artigo "Gen X’s message to younger generations", escrito por Mike Allen, Erica Pandey and Jim VandeHei.


sexta-feira, 26 de agosto de 2022

O que representa para os fundos de pensão essa nova era em que o homem-organização é rejeitado e vemos o fim do escritorio como significado de vida?


Credito de Imagem: www.zcool.com


De São Paulo, SP.


Dizem que os escritórios da Apple são incríveis e os benefícios oferecidos aos empregados incluem comida de graça, lavanderia, jogos eletrônicos e um montão de comodidades que tornam o escritório um lugar melhor para os jovens, do que viver num apartamento apertado.

A despeito de tudo isso, os esforços da chefia para trazer os empregados de volta ao escritório estão falhando. Tim Cook, o Chefão da Apple, ordenou que os empregados passem pelo menos três dias por semana no escritório, começando em setembro: terças e quintas são obrigatórias, o terceiro dia vai ser definido posteriormente.

Em um memorando draconiano Cook escreveu que “a interação pessoal é fundamental para nossa cultura”. Em resposta, os empregados disseram, coletivamente: “não, não vai rolar” e começaram a circular um abaixo-assinado contra a decisão unilateral da empresa, dizendo que ela arrisca sufocar a diversidade e o bem-estar dos empregados ao restringir a possibilidade de trabalharem remotamente.

Evidentemente os empregados estão se lixando para a preocupação de Cook em preservar a cultura colaborativa. Eles entendem que a empresa deveria encorajar – não proibir – o trabalho flexível, como forma de construir uma empresa bem-sucedida, que respeita a diversidade de pensamento, onde as pessoas possam se sentir confortáveis em pensar diferente.

“Se você depende do cafezinho para que grandes ideias surjam na sua empresa ... você está fazendo alguma coisa muito, muito errado”, disse Erin Grau – CEO da Charter, uma empresa preocupada com o futuro do trabalho. Pior que ela está certa.

Afinal, o que está acontecendo no mundo corporativo, no mundo do trabalho?

Retomando o controle sobre nossa mente e nossa alma

O que você tem em comum com seus colegas? Há 50 anos essa resposta era fácil, porque o trabalho era linear, as empresas recrutavam pessoas com formação idêntica, para desempenhar tarefas idênticas, produzir resultados semelhantes e previsíveis, sentadas em vastos escritórios.


Num clássico de 1951, o escritor C. Wright Mills assim descreveu a classe média americana:

O novo escritório é racionalizado: usa maquinas, os empregados se tornam operadores das maquinas, o trabalho é coletivo, como nas fabricas, não individualizado, é padronizado para ser intercambiável, com funcionários rapidamente substituíveis, é especializado até o ponto que pode ser automatizado. O grupo de empregados é uma massa uniforme, em um lugar silencioso e o dia em si é regulado por um horário impessoal”.

Para Mills, 70 anos atrás, o “novo” escritório não mudou apenas como as pessoas trabalham, mas mudou também quem as pessoas são. A economia do século passado transformou agricultores e homens de negócio independentes, predominantemente, em “habitantes de escritórios”. Prossegue ele em seu livro:

“O trabalhador do Século XX nunca foi independente como o agricultor costumava ser, nem tão esperançoso do surgimento de uma grande oportunidade, como o homem de negócios. Ele (o trabalhador atual) sempre pertence a alguém, é a co-“porção” de algo (corporação), da empresa, do governo, das forças armadas e é visto como o homem que não ascende (cresce). O declínio do livre empreendedor e o surgimento na cena americana do empregado dependente, tem paralelo com o declínio da independência do indivíduo e o surgimento do trabalhador comum na mente do americano”

Essas mudanças não têm apenas consequências de ordem pratica e psicológica, elas também beiram o espiritual. Os “habitantes dos escritórios” não apenas trabalham para as grandes organizações, eles pertencem a elas.

A organização e sua personificação física, o escritório, é onde as pessoas se conectam umas às outras e encontravam significado. Em outra obra prima dos anos 1950, William H. Whyte chama a atenção para o seguinte:

 “O homem-organização ... é aquele da classe média que sai de casa todo dia, tanto fisicamente como espiritualmente, para se devotar à vida das organizações, são eles que constituem a mente e a alma das grandes instituições que vão se perpetuando a si mesmas”

William White descreve de forma magnifica o mundo corporativo que se seguiu à revolução industrial. Ele via esse desdobramento como uma “Fé Utópica” na qual, em última análise, os trabalhadores se fundem com os seus empregadores e com a sociedade industrial.

O homem-organização de William White, se via “sem sentido, isoladamente”, útil apenas na medida em que “colaborava com os outros”. Ao sublimar a si mesmo no grupo, o homem-organização ajuda a equipe a produzir um todo maior do que a soma de suas partes.

As empresas, corporações e a sociedade mudaram significativamente desde os anos 1950, quando C. Mills e William Whyte escreveram suas obras. A forma que trabalhamos nos escritórios também mudou desde então, se metamorfoseou inúmeras vezes. Ainda assim, para muitos de nós, o escritório permaneceu um ponto focal de nossa vida social e espiritual e nesse sentido, o escritório atual permanece o mesmo.

Preenchendo o vazio social deixado pelo fim do escritório

Até surgir o Covid-19 os empregados passavam a maior parte do tempo no escritório, socializando com os colegas, almoçando juntos, festejando conquistas, celebrando o fim de ano juntos, encorajados a ver a empresa como uma “família”, esperando a cada dia mais que os valores e escolhas da empresa reflitam os seus próprios.

Dezenas de milhões de pessoas passam muito menos tempo no escritório hoje do que costumavam passar antes e alguns o evitam completamente. Isso deixa um vazio social e espiritual nas pessoas. Como preenche-lo?

As evidências apontam para algumas direções. Segundo o Wall Street Journal, clubes fechados, restritos aos membros, estão pipocando por toda Manhattan, servindo como espaço alternativo para interações sociais e trabalho, na medida que os Nova Yorkinos passam cada vez menos tempo nos escritórios.

Diferentemente dos pomposos clubes de elite, a maioria desses novos clubes fechados possuem preços mais acessíveis e visam atrair um grande número de membros com diferentes origens. Tipo a evolução dos espaços de co-work.

Pertencer a um desses clubes “significa nunca mais ter que planejar uma saída à noite, você não precisa fazer nada, apenas aparecer lá”, disse uma mulher, membro de um desses clubes. Um lugar para socializar e fazer networking, onde você é sempre bem-vindo, nunca se sentirá sozinho e sempre será acolhido.


O fim do escritório e os fundos de pensão

David Perrel, que escreve no Twitter, diz estar vendo entre seus amigos uma rejeição apaixonada do individualismo. “O que é velho, passa a ser novo outra vez: a âncora de uma religião, casar cedo, ter filhos logo depois, ter numa comunidade de amigos, a quem você possa ir a pé visitar”.

Essa rejeição do individualismo, que gerou os planos CD e nos afastou do mutualismo dos planos BD, parece ser uma rejeição à vida que o homem-organização vinha tendo até aqui. Uma reação contra a noção de que seu emprego, o escritório ou até a cidade onde você nasceu, são as únicas fontes de significado, de segurança, de propósito de vida.

Com cada vez menos pessoas trabalhando e habitando os escritórios, podemos esperar que mais e mais pessoas abracem novos tipos de comunidade, novas religiões e inventem um ou dois novos tipos de fundo de pensão.

O fim do escritório e do homem-organização, não significa o fim dos fundos de pensão. Significa que precisamos inventar algo novo e diferente se quisermos assegurar nossa segurança financeira no futuro. Mas acima de tudo, significa que precisamos resgatar nossa individualidade, nossa independência social e espiritual do mundo corporativo, relegando ao escritório o lugar secundário que lhe cabe em nossas vidas.

Grande abraço,

Eder.

 


Fontes: God Outside The Office, escrito por Dror Poleg | We’re Going From The Great Resignation To The Great Layoffs, escrito or Jack Kelly | Axios What’s Next, escrito por Joann Muller, Jennifer A. Kingson e Alex Fitzpatrick.

 

domingo, 21 de agosto de 2022

TE CONTEI? PORQUE LIGAR PROPOSITO PESSOAL À POUPANÇA QUE AS PESSOAS FAZEM PARA PREVIDENCIA, NÃO É SÓ COISA DE JOVEM

 




De São Paulo, SP


O QUE ESTÁ ACONTECENDO: 

A Dra. Bronwyn King, que tem cerca de 50 anos de idade e mora na Australia, é uma médica oncologista especializada em câncer de pulmão. Apesar de todos os esforços, praticamente todos seus pacientes acabam morrendo. Estima-se que o tabaco tenha vitimado cerca de 1 bilhão de pessoas no século passado. Um belo dia, a operadora do plano de previdência complementar ofereceu à Dra. Bronwyn a oportunidade de conversar com um de seus planejadores financeiros sobre os investimentos do plano dela. Na conversa, a Dra. Bronwyn descobriu que seu $$$ estava investido no portfolio “default”, mas que ela tinha a opção de escolher outros portfolios caso não quisesse seu $$$ investido em empresas de mineração, álcool ou ... tabaco. Ela quase surtou! Passou a vida toda tentando salvar pessoas do câncer de pulmão e seu dinheiro estava ajudando a matá-las. 


POR QUE ISSO É IMPORTANTE: 

Cerca de 90% dos maiores fundos de pensão do mundo investem na indústria de tabaco, 95% dos grandes bancos não possuem política que os impeça de emprestar e financiar empresas de tabaco e as seguradoras (inclusive de saúde) investem no setor. Hoje morrerão 19.178 pessoas por causa do fumo, em 2022 serão 7 milhões de pessoas, apenas 10% dos indianos permanecem vivos 5 anos após diagnosticados com câncer de pulmão. Se quiser mais nºs da tragedia, assista o vídeo acima. Esse é um problema de todos nós, mas mesmo que você vire o rosto para o lado e não se importe, há milhões de outras pessoas que se importam. Se o $$$ do seu plano de previdência complementar – seu dinheiro - está investido na indústria de tabaco, você tem o poder de fazer alguma coisa: você pode pedir que parem de investir no setor de tabaco com seu $$$


CONCLUSÃO: 

Todo investimento que VOCE faz, vai moldar o mundo. Pergunte para você mesmo, se seu $$$ esta sendo investido no mundo que você quer no futuro, para você, seus filhos, seus netos. Propósito não tem idade. Esse é um dos exemplos que apresento aos meus alunos no curso de certificação de conselheiros quando falo de ESG, o resto é "purpose washing".


Grande abraço,

Eder.


segunda-feira, 15 de agosto de 2022

TE CONTEI? CONSELHEIROS DE FUNDOS DE PENSÃO PRECISAM MELHORAR SUA COMPREENSÃO SOBRE A TECNOLOIGIA DO BLOCKCHAIN

 



De São Paulo, SP.


O QUE ESTÁ ACONTECENDO: 

“O conhecimento atual dessa tecnologia pelo conselho é lamentável”. Não sou eu quem está dizendo, quem diz isso é uma pesquisa feita com 200 conselheiros de empresas de capital aberto nos EUA, intitulada “Blockchain Digital Assets: Fad Disruption or Strategic Driver?”. Numa escala de 0 a 10, fica em 4 o entendimento dos conselheiros sobre os ativos digitais no blockchain e seus desenvolvimentos. A pesquisa também mostrou que 76% dos conselheiros acreditam que vai aumentar nos próximos dois anos a regulamentação das cryptomoedas pela SEC (CVM americana) e órgãos similares.


POR QUE ISSO É IMPORTANTE: 

"É importante que os conselhos estejam a par de novas tecnologias, de coisas que possam aparecer nas demonstrações financeiras das empresas, de coisas que em última análise possam ser um ativo para as cias como a tecnologia do blockchain (e NFTs) pode ser”, diz Lisa Edwards – Presidente da Diligent Corp. O problema, super preocupante na minha opinião, eu Eder, é que a maioria dos conselheiros não acha o blockchain relevante para as estratégias de negócio. Apenas 40% dos conselheiros "concordam" ou "concordam fortemente", com a afirmação de que os ativos digitais no blockchain serão “importantes para a competitividade global da minha empresa no futuro” e só 27% acreditam que a falta de atenção nessa área poderá prejudicar a competitividade da empresa. 


CONCLUSÃO: 

A prioridade imediata dos conselhos deveria incluir aprender o suficiente sobre blockchain para poder fazer as perguntas certas e monitorar riscos & oportunidades decorrentes da tecnologia do blockchain e como ela pode ser usada para melhorar os processos e modelo de negócios, mesmo que não a usem hoje. Dentre os que responderam a pesquisa acima, 54% indicaram que esse conhecimento vem hoje de assessoria externa, 24% os obtém através do CIO - Chief Information Officer e 11% por meio do CEO. 


Nota: Na figura acima, registrado no Blockchain Gzillion, uma previsão que eu fiz em 30 de maio de 2020 sobre quando estaria disponível uma vacina contra o Sars-Cov2 (Covid-19). Estimei que seria no dia 18 de dezembro de 2020 (está registrado lá, impossível fraudar), acabou sendo no dia 11 de dezembro de 2020 quando a FDA aprovou nos EUA a vacina Pfizer–BioNTech. Nada mal minha previsão, errei por apenas uma semana!


Grande abraço,

Eder.



Fonte: Directors Must Grow Their Knowledge of Blockchain, escrito por Bill Hayes

sexta-feira, 12 de agosto de 2022

TE CONTEI? O MUNDO VAI MUDANDO, OS LIDERES DOS FUNDOS DE PENSÃO DEVERIAM MUDAR TAMBÉM

 



 

De São Paulo, SP.


O QUE ESTÁ ACONTECENDO: 

Vinte anos atrás, o então reitor da Harvard Business School – Nitin Nohira – e Anthony Mayo, estudaram profundamente os 1.000 CEOs que mais se destacavam nos EUA no Século XX, em busca das características dos líderes extraordinários. Ao invés de traços marcantes e personalidades específicas, se surpreenderam ao descobrir que aquilo que os destacava era “a capacidade de reconhecer e se adaptar às oportunidades criadas num determinado momento do tempo”, o chamado espirito do tempo, caracterizado pelo pensamento, sentimento, ideias e crenças vigente em determinada época ou geração. Liderança, em outras palavras, tem a ver em grande parte com um contexto específico: a mesma pessoa que pode brilhar em determinada era, pode falhar miseravelmente em outra.

 

POR QUE ISSO É IMPORTANTE: 

A pandemia do Covid-19, a guerra na Ucrânia, a antecipação da economia digital e uma série de outros fatores, mudaram radicalmente o contexto. Esse novo momento no tempo requer líderes com instintos para lidar com as forças externas em movimento, com capacidade de pressentir novas oportunidades econômicas e habilidades para liderar e gerenciar em uma época de transformações. Em setores que mostram sinais de declínio, como o de lojas físicas de varejo, agencias bancarias, produção atrelada à distribuição e gestão de planos de previdência complementar corporativos, exigirão lideres adeptos e experientes em reestruturação, reinvenção e consolidação. São tempos que requerem lideres com: 1) Talento para perceber o papel da opinião pública e da política na tomada de decisões - cujo custo de erro de cálculo está aumentando; 2) Empatia por pessoas cujos interesses e identificação divirjam dos seus próprios; 3) Sintonia com seus liderados por mais estranhas que sejam os pensamentos e perspectivas deles; 4) Ênfase em gestão de crises, que serão permanentes daqui para a frente.

 

CONCLUSÃO: 

Para brilhar nesse novo contexto, os líderes dos fundos de pensão precisarão de uma série de outros talentos. Saber usar habilmente as mídias sociais, motivar jovens empregados que buscam propósitos e significado no trabalho.  Satisfazer outros stakeholders além dos participantes e patrocinadoras é apenas parte do desafio. O maior deles? Criar soluções de segurança financeira para as novas gerações de profissionais, num mundo digital.


Grande abraço,

Eder.


 

Fonte: As the World Shifts, So Should Leaders, escrito por Nitin Nohira



quarta-feira, 10 de agosto de 2022

TE CONTEI? A IGUALDADE ENTRE RICOS, POBRES E OS FUNDOS DE PENSÃO

 



 De São Paulo, SP.


 

O QUE ESTÁ ACONTECENDO: 

O consumidor rico compra essencialmente as mesmas coisas que o pobre. Você pode ver na TV o Presidente bebendo uma Coca-Cola, o Papa bebendo Coca-Cola, Tom Cruise bebendo Coca-Cola, mas você também pode beber uma Coca-Cola. Uma Coca-Cola é uma Coca-Cola e nenhum dinheiro do mundo pode te comprar uma Coca-Cola melhor do que aquela que um morador da favela está bebendo. Todas as Cocas são iguais e todas as Cocas são gostosas. Você sabe disso, o Presidente sabe disso, o Papa sabe disso, Tom Cruise sabe disso, o morador da favela sabe disso, todos sabem disso. Na Europa medieval, os aristocratas e a realeza tinham uma alimentação bem melhor do que os camponeses e os pobres – eles absolutamente, não comiam a mesma coisa. Um comia perdiz, o outro mingau, cada classe tinha sua comida. Quando a Rainha Elisabeth foi visitar os EUA, o Presidente Eisenhower lhe comprou um hot dog com a certeza de que ela não poderia conseguir um melhor no Palacio de Buckingham do que aquele que ele comprou por US$ 0,20 porque não existe um cachorro-quente melhor do que o da carrocinha de cachorros-quentes. Nem por US$ 1, nem por US$ 10, nem por US$ 100.000 a rainha conseguiria um cachorro-quente melhor do que um que custa US$ 0,20, que qualquer pobre mortal pode comprar.   

 

POR QUE ISSO É IMPORTANTE: 

As vezes fantasiamos sobre coisas que as pessoas lá no topo da pirâmide social, os ricos, os milionários, tem que você não tem e que as coisas deles são melhores que as suas só porque eles têm mais $$$ do que você. Mas eles bebem a mesma Coca-Cola, comem o mesmo cachorro-quente, assistem os mesmos filmes e programas de TV. Os ricos não podem assistir uma novela das oito mais engraçada ou uma versão do Freddy Krueger mais assustadora. Você pode se divertir tanto quanto eles, você pode ter os mesmos pesadelos. Mas você ter acesso ao mesmo IPhone que o Jeff Bezos, não significa que você terá os mesmos resultados que ele. A tecnologia transforma pequenas diferenças de habilidade em resultados assimetricamente diferentes.

            

CONCLUSÃO: 

Os fundos de pensão ajudam as pessoas a poupar para o futuro, mas não é quanto $$$ que cada um poupa que traz a desejada segurança, mas sim como cada um gasta o que poupou. Pense nisso.  


Grande abraço,

Eder


 

Fonte: The Philosophy of Andy Warhol, New York: Harcourt, 1975

domingo, 7 de agosto de 2022

孫子 e a Cultura de Alguns Fundos de Pensão

 


Sun Tzu, que na grafia tradicional Chinesa se escreve 孫子, foi um general, estrategista militar, filósofo e escritor Chinês que viveu entre 544 a.c. e 496 a.c. Batizado Sun Wu e chamado pelos amigos de Changping, ficou popularmente conhecido pelo nome honorário de Sun Tzu, que quer dizer “Mestre Sol”.  

 

A Sun Tzu atribui-se o mais influente tratado sobre estratégias militares: “A Arte da Guerra”, que foca muito mais na busca de alternativas para a batalha e até para a própria guerra, como o uso de estratagemas, de espiões, a costura de alianças e a submissão temporária a inimigos mais poderosos. 

 

Falando sobre adaptação, Sun Tzu escreveu:

 

“Uma força militar não tem formação constante, a água não tem forma constante: a capacidade de obter vitória mudando e adaptando-se de acordo com o oponente é chamada de gênio”

 

Essas palavras de Sun Tzu podem ser extrapoladas para o mundo dos negócios e caem como uma luva para segmentos inteiros da economia – fundos de pensão inclusive – lutando para se salvar da disruptura, que chega a galope na garupa da economia digital.

 

Os fundos de pensão começaram a vida conectados às suas patrocinadoras, mas em busca da sustentabilidade no longo prazo se veem hoje diante de um movimento radical de afastamento de suas origens. 

 

O próximo passo natural será buscar participantes no vasto mercado das pessoas físicas, num grito de independência mais amplo em relação ao mundo corporativo.

 

Nem todos, porém, parecem preocupados com a sobrevivência ou buscam reposicionamento e seguem com o cordão umbilical conectado a empresa que os criou.

 

Cultura no segmento de fundos de pensão

 

John Eades - CEo da LearnLoft - define cultura como: “valores e crenças que guiam nosso pensamento e comportamento”.

 

Se usarmos esse padrão para definir cultura, então, o que ele diz sobre os fundos de pensão que não estão buscando a sustentabilidade e sobrevivência no longo prazo?

 

Marcella Bremer, da Positive Culture Academy, escreveu um excelente artigo publicado recentemente na revista “Leadership and Change”. Ela diz:

 

Quando as pessoas saem do fundo do poço da pobreza, do beco sem saída, da escassez, elas podem se dar ao luxo de acreditar que a vida oferece alguma perspectiva ... esperança e otimismo passam a alimentar ainda mais seu desenvolvimento. Como você não pode dar o que você não tem, se torna mais fácil ser gentil quando você começa a se libertar do sofrimento

     

Faz parte da natureza humana mais primitiva querer estar bem e fazer o bem para nós mesmos e para os outros, mas infelizmente muitos conselheiros de fundos de pensão ficam presos em algum estágio do desenvolvimento profissional, daquilo que está acontecendo em suas patrocinadoras, capturados pela cultura corporativo.  

 

Em suas mentes eles querem e sabem que para sobreviver é preciso fazer a mudança do modelo de negócios de seus fundos de pensão, mas por várias razões não conseguem e talvez até sofram por isso.

 

Quando as possibilidades e necessidades básicas da patrocinadora não estão sendo atendidas, o fundo de pensão sofre. Quando as necessidades são atendidas e as oportunidades para a patrocinadora são abundantes, o fundo de pensão tende a brilhar. 

 

Talvez as patrocinadoras estejam brilhando no seu ambiente de negócios, mas isso não quer dizer necessariamente que o fundo de pensão vá brilhar.  

 

Marcella Bremer lista os estágios da cultura (figura abaixo), veja em qual deles está sua patrocinadora hoje. Sofrendo, sobrevivendo ou brilhando? Esteja ela em qual estiver, seu fundo de pensão não precisa estar no mesmo estágio.




Se você é conselheiro em algum fundo de pensão, busque as possibilidades e oportunidades que assegurarão sua sustentabilidade e o farão brilhar no longo prazo. Custe o que custar, vai valer a pena.

 

Mas não se iludam. 

 

Voltando a Sun Tzu, por mais que buscasse alternativas ao confronto e à guerra, não podemos deixar de notar sua origem militar, que prima pela firmeza e disciplina. Uma das passagens mais conhecidas sobre a história de Sun Tzu ilustra bem isso. 

 

Consta que antes de contratá-lo o Rei o testou, pedindo que treinasse e transformasse em soldados as 180 concubinas de seu harém. Sun Tzu as dividiu em duas companhias e apontou as duas concubinas favoritas do Rei para comandá-las. 

 

Quando Sun Tzu ordenou que as concubinas olhassem à direita, elas deram rizada. Em resposta, Sun Tzu disse que um general (no caso ele) é responsável por assegurar que os soldados entendam os comandos que lhes são dados. Assim, ele repetiu e reiterou o comando, mas novamente as concubinas riram. 



Sun Tzu ordenou, então, a execução das duas concubinas favoritas, sob protestos do Rei. Ele explicou que se os soldados entenderam seus comandos, mas não obedeceram, a culpa era dos oficiais no comando. Disse, também, que uma vez apontado, é dever de um General levar a cabo sua missão, mesmo que o Rei proteste.
 

 

Mortas as duas concubinas, outras duas foram apontadas para substituí-las no comando. Feito isso, as duas cias passaram a obedecer, cientes das consequências de não o fazer.     

   

No comando dos fundos de pensão, até aonde a vista alcança, não há concubinas nem generais, mas as consequências e custos de um mal comando, podem ser igualmente fatais. 

 

Grande abraço,

Eder.




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