De São Paulo, SP.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO:
Materialidade é um princípio contábil, significa o impacto que algo pode causar sobre uma organização. Um risco material pode ameaçar metas e objetivos, portanto, sua performance. No contexto dos fundos de pensão, a tecnologia é vista como um risco singular que pode representar ameaças e impactar, de várias maneiras, um fundo de pensão. Essa materialidade pode dizer o quanto vulnerável um fundo de pensão está às transformações digitais, mas não é capaz de apontar nem tampouco quantificar, quais são as ameaças especificas ao seu modelo de negócios. Ao risco que a tecnologia representa para as atividades internas e operações de um fundo de pensão, deveriam ser acrescentadas as ameaças que essa mesma tecnologia representa para a existência das patrocinadoras e por extensão, dos investimentos que os fundos fazem no mercado financeiro.
POR QUE ISSO É IMPORTANTE:
Historicamente, as demonstrações financeiras e os relatórios anuais focam no curto prazo e nos desafios de gestão, mas a tecnologia, as mudanças demográficas e o futuro do trabalho têm tornado a sustentabilidade de longo prazo dos fundos de pensão um assunto cada vez mais difícil de ignorar. Isso vem demando mais informações sobre as operações de cada um deles. A tecnologia pode ser um pequeno problema quando afeta a continuidade de determinado fundo de pensão, mas pode ser um grande problema para o segmento inteiro de previdência complementar, quando afeta os investimentos e a existência das patrocinadoras em escala global. Seria bom se pudéssemos olhar as demonstrações financeiras dos fundos de pensão e enxergar sob a ótica da "tripla materialidade", o impacto quantitativo que as transformações tecnológicas representam para sua sustentabilidade. E olha que nem estou falando dos riscos e oportunidades das mudanças climáticas e questões ESG sobre seus portfólios de investimentos.
CONCLUSÃO:
Muita coisa precisa evoluir, os relatórios e demonstrações financeiras dos fundos de pensão não refletem adequadamente nem tempestivamente hoje sequer seu passado imediato, do que lá seu futuro iminente.
Grande abraço,
Eder.
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