De Sāo Paulo, SP.
Na era digital, na qual as informações são acessadas facilmente em tempo real e o preço das ações é acompanhado em segundos, é grande a tentação - os riscos também - de medir o resultado das empresas no curto prazo.
De acordo com o Príncipe Maximiliano von und zu Liechtenstein, mais conhecido por Príncipe Max von Liechtenstein, CEO e Presidente do Conselho do LGT Group: “essa mentalidade é impraticável”.
Nota: “The Liechtenstein Global Trust” ou LGT é a gestora de investimentos e banco privado que controla o dinheiro da “Casa Real de Liechtenstein”. O Principado de Liechtenstein (capital Vaduz) é um microestado, tido como um dos mais ricos do mundo, encravado nos Alpes entre a Áustria e a Suíça, onde moram 39 mil habitantes em 160 km2.
Ele explicou isso durante uma apresentação que fez anteontem (26 de março) no Simpósio de Investidores Globais, em Hong Kong e completou:
“Você deveria se preocupar com seu ganho ao longo de cinco, 10 anos. Há muitas coisas no curto prazo que podem fazer alguém parecer incrivelmente bom ou incrivelmente ruim. A orientação de curto prazo, que é inerente ao ser humano, é uma das causas-raiz de uma porção de problemas”
Os comentários do Príncipe Max sobre retornos anuais foram feitos como parte de uma resposta mais ampla sobre seu otimismo com mercados privados e as respectivas abordagens de investimentos, que ele acredita melhores do que os investimentos em mercados públicos.
Durante o painel do evento de Hong Kong, organizado pelo Milken Institute (um instituto de estudos), ele ressaltou como exemplos dessas abordagens um processo de “due diligence” mais profundo e uma maior interação com as empresas e completou:
“Se você refletir sobre os retornos do passado, de todas as classes de ativos, o ‘private equity’ têm gerado os maiores retornos e eu não acho que é porque as empresas investidas sejam naturalmente melhores. Eu acho que é porque [...] a abordagem de investimentos deles é superior”, completou ele.
Eu fico pensando, cá com meus botões: devido ao horizonte de tempo extremamente longo para investimento, os fundos de pensão deveriam ser os principais investidores institucionais para os quais retornos anuais não fazem nenhum sentido.
Os fundos de pensāo deveriam medir suas performances em períodos maiores, como sugere o Principe Max, de cinco, dez anos …
Deveriam, também, pelo menos os maiores, ter profissionais com a mesma capacidade dos profissionais que atuam em private equity, para fazer análises profundas das empresas nas quais investem o $$$ de seus participantes.
No entanto, vemos os fundos de pensão brasileiros investindo +80% de seu patrimônio em .... títulos públicos.
Resta-me reproduzir aqui (foto acima) o brinde que fiz ao Príncipe Max quando estive em Liechtenstein em 2016.
Grande abraço,
Lord Eder.
Fonte: “Prince Max von Liechtenstein: «Annual Returns Are Meaningless»”, publicado pela FiNews.com
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