Credito Giphy - François-René de Chateaubriand, escritor francês do Século XVIII
De Sāo Paulo,SP.
Jeremy Hunt é chamado de Chancellor pelos Britânicos. Para os não iniciados em Reino Unido, ele é equivalente ao nosso ministro da economia.
Hoje, sábado, dia 02 de março, Hunt anunciou sua proposta para forçar os planos de contribuição definida (CD) a divulgarem publicamente o nível de investimento de suas reservas em negócios no Reino Unido, bem como seus custos e seus retornos líquidos.
Acima da Linha do Equador a previdência complementar corporativa é tratada no melhor interesse do desenvolvimento econômico do país e isso explica muita coisa.
Nas Terras de Cabral o $$$ do setor é usado esmagadoramente para financiar títulos públicos federais, não para fazer girar a roda da economia, muito menos para financiar o setor produtivo.
O ministro da economia de Sua Majestade quer mais. Ele quer que fundos de pensão e seguradoras operando planos CD corporativos comparem publicamente os dados sobre suas performances dos investimentos com a performance de outros planos CD. Incluindo pelo menos dois planos cujo patrimônio sob gestão seja de no mínimo £$10 bilhões.
Não fica só nisso não. Mr. Chancellor determinou que os planos CD corporativos com performance ruim não poderão aceitar novas patrocinadoras e deu amplo poder de intervenção aos órgãos de supervisão do setor, equivalentes à PREVIC e SUSEP Tupiniquins.
Para Sua Majestade, o buraco da adesão automática é mais embaixo!
O secretario do tesouro de Sua Majestade Britânica (SMB) disse que a adesão automática aumentou substancialmente a capacidade de investimentos dos planos CD corporativos no Reino Unido.
O patrimônio desses planos pulou de £$ 90 bilhões em 2012 para £$ 116 bilhões em 2022, mas a obrigação de divulgação dos investimentos é “inconsistente" e não exige a discriminação dos investimentos feitos no Reino Unido.
Jeremy Hunt disse que:
“Nós estamos seguindo o caminho do crescimento, destravando capital para nossas empresas mais promissoras”.
Mel Stride, equivalente Britânico do nosso ministro do trabalho, completou:
“O incrível sucesso da adesão automática criou uma enorme oportunidade para crescimento da economia, para alavancar os negócios Britânicos e pavimentar nosso futuro”
“Nossa abordagem centrada no valor obtido pelo poupador com o seu dinheiro” (VfM ou Value for Money) vai dar um passo adiante, ao focar os gestores dos investimentos em sua prioridade número um: assegurar os melhores retornos possíveis para os poupadores - ao mesmo tempo em que impulsiona a ampla economia”
A estrutura de governo Britânica acerta em cheio ao exigir investimento produtivo dos planos CD corporativos, como contrapartida ao fomento da previdência complementar trazido pela adesão automática.
Mais ainda, ao colocar no centro das prioridades o valor obtido pelo poupador com o seu dinheiro (VfM ou Value for Money), o governo de Sua Majestade se preocupa com aquilo que realmente importa nos planos CD.
O retorno dos investimentos é determinante para definir o tamanho da renda futura de aposentadoria de milhões de pessoas.
Ao estimular a concorrência entre regimes de previdência e planos CD corporativos, reforçando os poderes dos órgãos de supervisão para reprimir os maus desempenhos, o governo Britânico está contribuindo para a segurança financeira futura dos participantes.
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Temos oportunidade de fazer o mesmo por aqui já que a adesão automática acabou de ser autorizada pelo CNPC e pela SUSEP nos planos de previdência complementar corporativos.
Nosso mercado está precisando de uma dose de competição para melhorar os retornos dos planos CD corporativos e o pais anda mais do que necessitado de financiamento para o setor produtivo.
Uma coisa é certa, investir em títulos públicos pode entregar os retornos necessários para cumprir a meta atuarial de planos BD, mas está longe de entregar o maior retorno possível nos planos CD e é um desserviço para o crescimento da economia Brasileira.
Para aqueles que ficam apenas aplaudindo o fomento da adesão automática ao sistema de previdência complementar, sem preocupação com a efetiva segurança financeira futura dos participantes, nem com a economia do país, vale lembrar o que François-René de Chateaubriand (escritor francês do Século XVIII) escreveu, bem antes da invenção da máquina a vapor:
“As florestas precedem as civilizações e os desertos a sucedem”
Pronto, falei!
Grande abraço,
Eder,
Fonte: “Chancellor unveils plans to bar poorly performing DC schemes from new business”, escrito por Martin Richmond.
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