De Sāo Paulo, SP.
A era da consolidação chegou!
Dados públicos mostram que a Ford e a Roche transferiram a gestão de seus planos para a Vivest. EnerPrev (patrocinada pela Energias do Brasil) e GebsaPrev (patrocinada pela General Electric) estão transferindo planos para a administração do IAP – Itajubá Administração Previdenciária.
Varias outras patrocinadoras multinacionais estāo seguindo esse mesmo caminho.
Um mercado com fundos de pensão maiores deverá, em tese, melhorar a eficiência de escala e elevar os padrões de governança do setor.
Os fundos de pensāo menores e muitos de porte médio - geralmente patrocinados por empresas multinacionais - são os menos propensos a continuar existindo e portanto, os alvos desse movimento de transferência de gestão de planos para fundos maiores.
Não existe desculpa para os conselhos deliberativos dos fundos de pensão não saberem o que está acontecendo. Essa tendência já vem se delineando desde o começo do século, quando a quantidade de fundos de pensão existente atingiu o pico, permaneceu num platô e iniciou uma curva descendente.
Os fundos de pensão, responsáveis pela administração de planos de previdência complementar corporativos, estão prestes a enfrentar mudanças radicais. Um mercado consolidado representa riscos diferentes para os planos de previdência complementar e seus participantes.
Os conselhos deliberativos passam a ser a “primeira linha de defesa” contra as “novas ameaças” e todos os conselheiros precisarão ser adequadamente qualificados para se sentar numa cadeira no board de um fundo de pensão. Boa vontade apenas, nāo é mais suficiente.
O resultado da consolidação não deve ser apenas "super fundos de pensão", o futuro não é só uma questão de tamanho ...
“O primeiro maior, o segundo maior, isso não é o suficiente para os poupadores”
Os players resultantes devem, genuinamente, implementar mudanças na forma que operam, devem ser fundos de pensão melhores em função das decisões estratégicas que seus conselhos tomarem.
A consolidação deve ser vista como uma oportunidade para subir a régua das soluções oferecidas aos poupadores de longo prazo. Uma oportunidade para os fundos de pensāo passarem a:
- Oferecer suporte aos participantes ativos no planejamento financeiro e na gestão de riscos de suas poupanças;
- Facilitar o engajamento de seus participantes, sejam ativos ou assistido;
- Entregar melhores resultados líquidos para cada real de contribuiçāo;
- Oferecer apoio aos assistidos nos desafios da “desacumulação” etc.
Além disso, está fadado a ocupar o final da fila dos “super fundos de pensão”, aqueles que não tiverem pelo menos um membro independente (de verdade) em torno da mesa de seus conselhos (quanto mais, melhor), que não investirem em ativos diversificados e não tiverem espaço para causar impactos (sociais e ambientas) positivos com seus investimentos.
Os fundos de pensão estão hoje num ambiente muito diferente do passado, já se foi o tempo em que a previdência complementar, um benefício oferecido pela empresa, era cuidado pelo diretor de RH e pelo diretor financeiro.
O segmento está se transformando em um mercado concentrado, com crescente competição na oferta de produtos complexos de investimentos de longo prazo.
A maioria dos fundos de pensāo das empresas multinacionais, é administrada hoje por um ou dois diretores executivos profissionais, oriundos do segmento de previdencia complementar. Sāo gestores altamente capacitados, frequentemente oriundos de empresas de consultoria de riscos financeiros e atuariais ou das "big four", onde se destacaram em posiçōes seniores.
A geraçāo atual é a última geraçāo desse tipo de profissional, simplesmente porque as firmas multinacionais de consultoria também vem se consolidando e as poucas que sobraram nāo formam, nem contam mais com esse tipo de profissional.
Isso está se desenrolando diante dos nossas olhos, mas, se os super fundos de pensão - no final do dia - se mostrarem apenas a mesma coisa que havia antes, só que maiores, pode ter certeza de que toda essa consolidação, que vai durar alguns anos, dará lugar a outra coisa depois dela ...
Pronto, falei!
Grande abraço,
Eder.
Fonte: “'Era of consolidation is here', TPR says”, escrito por Jamine Urquhart.
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