De São Paulo, SP.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO:
Uns 50 anos atrás, investimentos e finanças pessoais eram algo que você mantinha reservado, eram assuntos que você não falava com qualquer um e muito menos discutia em publico, mas hoje em dia esses são temas sobre os quais os jovens trocam ideias, abordam e compartilham com amigos em suas redes e mídias sociais. Para as novas gerações, investimento é parte da identidade pessoal e eles fazem questão de deixar bem claro a razão de investirem em determinadas marcas, empresas, segmentos de negócio. Junto com a revolução do dinheiro invisível, está chegando uma transformação social jamais imaginada, o deslocamento do significado do dinheiro, a mudança do “ter” para o “ser”. Se antes as pessoas não queriam que os outros soubessem o que elas faziam com suas finanças pessoais, agora inverteu, passou a ser algo que se quer divulgar.
POR QUE ISSO É IMPORTANTE:
Essa mudança de “mindset”, da forma de pensar e agir, chega com alguns desafios: 1) Modelos de gestão de investimentos: os modelos tradicionais como o de otimização de portfolios | fronteira eficiente de Markovitz, trabalham com risco x retorno, mas não funcionam quando se introduz uma terceira variável na equação: “propósitos”, com pessoas dispostas a abrir mão de parte do retorno em troca de um bem maior; 2) Racionalidade e emoção: Millenials e de certo modo GenZ são gerações muito emocionais e também muito movidas por justiça social, DE&I e querem ligar esses valores aos seus investimentos, mas o mercado financeiro tradicional não funciona assim, acreditar em uma empresa e gostar de uma marca, não significa que sejam bons investimentos; 3) Reguladores: os órgãos de regulação estão sempre atrás na curva, sempre foi difícil para eles acompanhar as mudanças e essa capacidade de controlar está agora morrendo aos poucos porque estamos num mercado global, no qual os consumidores voam para diferentes direções em busca de produtos e soluções que atendam suas necessidades; e 4) Ativos digitais: o mercado de cryptomoedas é uma sub-cultura bipolar, com day-traders viciados em risco e jogadores compulsivos de um lado, querendo ganhar especulando e investidores de varejo conservadores do outro, buscando retornos no longo prazo. Lidar com esse elefante na sala é um desafio, requer educar e proteger jovens investidores do varejo.
CONCLUSÃO:
Para se investir no longo prazo considerando o “S” do ESG, como se diz em inglês, é preciso “stay cool, calm and collected”, algo como “ficar frio, calmo e não entrar em pânico”. Em algum momento as visões desse “S” do mercado financeiro tradicional e dos jovens investidores vai precisar convergir. Vamos ver o que vem por aí.
Grande abraço,
Eder
Fonte: The rise and rise of social investing: You are what you digitally invest in, by Shifted
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