O poder do silencio num mundo barulhento
Nossa sociedade está viciada em barulho. Medimos progresso e produtividade de maneiras que negligenciam o valor da atenção pura e os momentos de realização.
As pessoas inovadoras desenvolvem maneiras de enxergar os sinais profundos emitidos pelo mercado, em meio ao enorme ruído a sua volta.
Lição #1: Não deixe o barulho turvar sua visão sobre o futuro dos fundos de pensão.
Precisamos outro tipo de organização para os fundos de pensão
Há pelo menos trinta anos sabemos que os fundos de pensão, assim como todos os demais tipos de organização construídas com a logica da era industrial, baseadas no pensamento linear, são organizações que não aprendem nem se adaptam rapidamente em ambientes complexos e dinâmicos.
Sabemos disso. Mas, temos dificuldade para fazer algo a respeito. É compreensível. Mudar é difícil. Cansativo, nos deixa exaustos.
Gostamos da segurança, dos velhos hábitos. Mudar também pode desencadear nosso medo do desconhecido. Ao invés de confrontar esse medo, dedicamos nosso tempo àquilo que nos é familiar.
Esse é o problema. O erro que os conselhos deliberativos cometem é pensar que há tempo. Na verdade, não há.
Lição #2: A mudança é inevitável e está se acelerando.
Ir mais fundo
Quando somos confrontados com novos problemas, das duas uma: sabemos ou não sabemos a solução.
Se sabemos a solução, as práticas de gestão tradicionais, baseadas em hierarquia, funcionam bem. Porém, cada vez mais, precisamos encontrar soluções para problemas complexos, cuja solução não sabemos, como é o desafio de desenhar o fundo de pensão do futuro.
Para sermos capazes de fazer isso, precisaremos de colaboração. Esse é o cerne do problema. O mundo a nossa volta está se movendo cada vez mais rápido. Nos apresentando problemas com os quais nunca fomos confrontados antes.
Para lidar com complexidade, precisamos de novas capacitações gerenciais, novos comportamentos, novas rotinas, novas estruturas.
Sistemas de gestão tradicionais não funcionam bem em ambientes dinâmicos. Precisamos nos preparar para gerenciar estruturas em rede. Entender como as pessoas podem colaborar em uma rede aberta, fazendo trabalhos complexos.
Quem conseguir vislumbrar isso, conseguirá avançar.
Pare de tentar resolver novos problemas e atacar novos desafios, com ferramentas velhas. Desenhe novas ferramentas e crie novas estruturas baseadas em arquitetura aberta, não em hierarquias fechadas.
Lição #3: A mudança será estrutural, profunda e ampla
A economia digital vai mudar o mundo, de novo
O lançamento da Internet comercial em 1992 foi o primeiro meio de interação em massa. Ninguém sabia na época o seu significado, nem o que viria depois.
O que veio nos trinta anos seguintes, “mudou tudo”.
Em 2019 eu havia perdido meu emprego em uma empresa de consultoria multinacional e estava usando meu tempo livre para entender a tecnologia do blockchain e as inovações por trás dela.
Em poucos meses, o conhecimento ao qual fui exposto mudou a direção da minha vida profissional. O blockchain vai mudar tudo, de novo, só que dessa vez acontecerá bem mais rápido, em menos de trinta anos...
Minha visão sobre o fundo de pensão do futuro não é necessariamente a resposta nem a solução para a questão intrigante e provocadora do que vem depois dele.
Essa visão pode fornecer uma nova perspectiva para você explorar, uma ferramenta para você testar ou servir de insight e inspiração para você, mas é apenas um gatilho para o trabalho interno de introspecção que cada um de nós deve fazer.
Leve em consideração apenas o que encontrar eco em suas convicções e aproveite só aquilo que pode ser útil para o ponto em que você se encontra hoje.
Fora isso, leia outras histórias, busque visões diferentes, tire outras conclusões e quem sabe, na medida em que o tempo avance, aquilo que vem pela frente comece a ficar cada vez mais claro para você.
Lição #4: Não procure respostas, procure entender a pergunta
A cultura não pode se render à tecnologia
Em seu livro “Tecnopólio”, Neil Postman confronta a maneira que a tecnologia impacta a sociedade e como entregamos de mão beijada as chaves da nossa cultura, abraçando uma nova forma de totalitarismo: o monopólio da tecnologia.
Segundo ele, a tecnologia hoje reina suprema e dita cada aspecto das nossas vidas. Ela não é uma ferramenta neutra, é uma força cultural com vieses e premissas próprias.
O Tecnopólio causou a perda da ética, da espiritualidade e de nossas profundas conexões sociais. Transformou a informação em mero entretenimento, deixando-nos com conhecimentos triviais e falta severa da capacidade de pensar criticamente.
O monopólio da tecnologia não significa que as máquinas assumiram o controle. Significa que a cultura se tornou tão saturada com tecnologia, que nos tornamos incapazes de acessar sua significância.
Lição #5: O fundo de pensão do futuro não será construído apenas com tecnologia.
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Tive um professor no Rio de Janeiro chamado Roquete Pinto, ele era do “Impacto”, um cursinho preparatório para o vestibular do final dos anos 80.
O Roquete costumava nos incentivar citando algumas frases engraçadas, mas motivadoras e emblemáticas.
Deixo para reflexão dos conselheiros dos fundos de pensão, a frase que nunca saiu da minha cabeça e carrego até hoje comigo:
“Cobra que não se mexe, não engole sapo”.
Eder.
Fonte: “Moving from command and control to design and do”, escrito por Ed Morrison.
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