De Sāo Paulo, SP.
Estamos apenas começando a usar a Inteligência Artificial e por enquanto a maioria das pessoas usa as ferramentas de IA como “personal assistant”, para gerar imagens, escrever textos e fazer pesquisas sofisticadas de modo mais eficiente que buscas em aplicativos na Internet, tipo Google.
No entanto, o uso da IA vai muito além disso, ela vai transformar setores de atividade inteiros e um deles é a descoberta | desenvolvimento de medicamentos e seu uso para tratamentos | intervenções médicas.
Até o final da década de 2020, as simulações biológicas estarão suficientemente avançadas para gerar em poucas horas, de modo eficaz e seguro, dados sobre testes clínicos que atualmente demoram anos para ser obtidos.
A transição dos testes humanos atuais, no desenvolvimento de medicamentos, para simulações “in sílico”, ou seja, testes realizados por computação, permitirão que seja feita uma quantidade inúmeras vezes maior de simulações em pacientes, estudada uma ampla gama de comorbidades e de incontaveis fatores demográficos - fornecendo aos médicos detalhes granulares sobre como um novo tratamento vai, provavelmente, afetar diferentes tipos de paciente.
Conseguir desenvolver mais rapidamente medicamentos pode salvar muitas vidas e a consequência disso é que os antigos modelos de progressão linear da medicina não serão mais apropriados para definir o aumento da longevidade.
Todos sabemos que os próximos 20 anos de avanços não serão iguais aos 20 anos passados, o que a maioria ignora é a natureza exponencial das mudanças.
Os dados mostram que estamos próximos de um grande prolongamento da longevidade, mas nem pacientes, nem médicos, tem conhecimento da grande transformação que será nossa capacidade de reprogramar uma biologia que se tornou obsoleta.
A próxima década, a de 2030, trará outra revolução na saúde e está sendo vista como a terceira ponte para uma extensão radical da vida humana, com a chegada dos nano-robôs na medicina.
Imagem criada por IA através do Microsoft Designer
Os tratamentos acarretarão uma vasta ampliação da nossa imunidade natural, municiando nosso sistema imune com células T que serão capazes de destruir, inteligentemente, microrganismos hostis responsáveis por muitos tipos de patogenia – de tal forma que não conseguiremos mais viver sem eles.
A evolução humana, em sua maioria, aconteceu numa época em que comida e recursos eram muito limitados e a maioria dos seres humanos tinha uma curta expectativa de vida.
Durante milhares de anos, os humanos reproduziam cedo, ainda jovens e então morriam por volta dos vinte e poucos anos de idade. A evolução não tinha nenhuma razão para favorecer mutações que poderiam fortalecer o sistema imune contra ameaças que apareciam, em sua maioria, nas idades mais avançadas.
Assim, nosso sistema de imunidade não foi desenvolvido pra evitar câncer e outras doenças, frequentemente causadas por defeitos na reprodução de proteínas, como os príons, da mesma forma que não desenvolvemos defesas contra os vírus comuns em animais, antes deles serem domesticados.
Os nano robôs serão não apenas capazes de destruir todo tipo de patogênio, mas também, de tratar doenças metabólicas. Exceto pelo coração e cérebro, a maioria dos nossos órgãos internos lançam ou retiram substâncias da nossa corrente sanguínea e muitas doenças resultam do mal funcionamento desses órgãos.
Por exemplo, a diabetes Tipo I é causada pela incapacidade das células da ilhota do pâncreas produzirem insulina. Nano robôs irão monitorar o sangue, aumentando ou diminuindo o suprimento de substâncias como hormônios, nutrientes, oxigênio, dióxido de carbono e toxinas, estendendo ou até substituindo o funcionamento dos órgãos.
O uso dessas tecnologias, no final dos anos 2030, será capaz de superar doenças diminuindo o processo de envelhecimento e aumentando a longevidade.
A década de 2020 será caracterizada por dramáticas descobertas farmacêuticas e nutricionais, largamente impulsionadas pelos avanços da IA, não o suficiente para curar o envelhecimento em si, mas suficiente o bastante para estender nossas vidas.
Por volta da década de 20230, as pessoas mais bem informadas e abonadas, atingirão a “velocidade de escape da longevidade”, definida como o ponto em que seremos capazes de acrescentar, para cada ano calendário, mais de um ano em nossa expectativa de vida remanescente – fazendo a ampulheta do tempo começar a jogar areia para cima, ao invés de para baixo.
Finalmente, contra a preocupação ética de que apenas os mais ricos terão acesso às tecnologias radicais de extensão da vida, a resposta é até bem simples. Basta olhar para a história dos celulares.
Trinta anos atrás, você tinha que ter muito $$$ para ter um telefone celular e os aparelhos nem funcionavam muito bem.
Hoje, bilhões de pessoas tem telefones celulares e ele fazem muito mais do que ligações telefônicas, eles são uma extensão da nossa memoria e nos permitem acessar todo o conhecimento histórico da humanidade.
As tecnologias começam caras e limitadas e durante o tempo que são aperfeiçoadas, já passaram a ser disponíveis para quase todo mundo. Você, que trabalha no segmento de fundos de pensão e previdência complementar, sabe as consequências disso tudo para a poupança em busca de segurança financeira futura.
Pode ser que essas projeções estejam erradas por alguns anos, para mais ou para menos, mas a direção das mudanças é essa mesmo e seu fundo de pensāo está no meio dessas transformaçōes.
Grande abraço,
Eder.
Fonte: “A.I. can radically lengthen your lifespan, says futurist Ray Kurzweil. Here’s how” escrito por Ray Kurzweil.
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