De São Paulo, SP.
O QUE ACONTECEU:
Foi por volta de 2003, passados dois anos do inicio de vigência da Lei 109/2001, o governo resolveu incentivar sindicatos, cooperativas e associações a criarem planos instituídos, aqueles que dispensam o vínculo empregatício para participação, requerendo apenas o vínculo associativo. Por uma dessas conjunções de planetas que acontecem de vez em quando, eu discutia na época com o Benê (Benedito Duarte) - Presidente da Associação de Ex-alunos da FGV (ex-GV) - uma forma de atrair novos associados. Resolvemos, então, criar um fundo de pensão instituído, que viria a ser o primeiro no Brasil. Ultrapassamos o primeiro obstáculo de “como pagar” o projeto obtendo doação de ex-alunos famosos que costumam doar para o fundo de bolsas da FGV. O segundo obstáculo, a falta de um cadastro estruturado, resolvemos com “modelagem de dados”, usando o perfil típico de ex-alunos. Assim fomos avançando. Até obter a publicação no D.O.U. da portaria de aprovação, contamos com a agilidade do governo, que já falava com uma cooperativa e um sindicato prestes a lançarem seus fundos instituídos, mas faltava uma associação para coroar a grande estreia dos instituídos.
POR QUE ISSO É IMPORTANTE:
Foi apenas depois de aprovado que descobrimos o maior desafio para “venda” dos planos instituídos. Tínhamos que divulgar o plano para os ex-alunos, mas diferentemente da divulgação por uma patrocinadora, que coloca todos os empregados numa sala e apresenta o plano, a dificuldade era como chegar nos ex-alunos. Resolvemos aproveitar para isso a festa de 50 anos da Ex-GV. Certa noite, lá fomos Carlos Chavão (atual UnileverPrev) e eu para uma boate no bairro do Itaim em São Paulo tentar convencer a turma, entre um chopp e outro (LoL), a aderir ao plano. O fundo de pensão foi criado, mas menos de dois anos depois foi extinto diante das dificuldades de atração de participantes e dos custos para sua manutenção. Entidades abertas investem muito $$$ em propaganda & marketing, ou seja, para um fundo instituído ser bem sucedido, precisa ter uma estrutura de marketing adequada e eficaz (hoje, digital) para vencer o desafio de vender previdência individual. Segue o jogo.
CONCLUSÃO:
É preciso entender o passado para projetar o futuro.
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