sexta-feira, 31 de maio de 2024

CONSENSUS 2024, AUSTIN – TEXAS (DAY THREE)

 


De Sāo Paulo, SP.


👉 Hoje foi o terceiro e último dia do Consensus 2024, desse que é o maior encontro mundial da comunidade crypto-blockchain-Web3. Foi uma maratona, mas já estou sentindo uma saudade enorme ... a edição de 2025 nāo será mais em Autin-Texas, mas sim em Hong Kong (fev/2025) e Toronto (jun/2025).

👉 O fechamento, com chave-de-ouro, abordou: (i) Inteligência Artificial, que está criando uma “economia das máquinas; (ii) a morte da grande mídia e as novas formas de disseminação da informação em um mundo descentralizado; (iii) DePIN ou “Descentralized Physical Infrastructure Networks” (Redes de Infraestrutura Física Descentralizadas): construção de infraestrutura física, usando tecnologia do blockchain e incentivos econômicos com cryto; (iv) a interseção de arte com IA; e ... muito mais.

👉 O destaque fica por conta de dois painéis:

1️⃣ Apresentação do CISO – “Chief Information Security Officer” da Coinbase, Jeff Lunglhofer, que compartilhou como gerenciou um esforço coordenado com parceiros do setor, para proteger todo o ecossistema da vulnerabilidade de terceiros.

➡ A segurança cibernética nas empresas de crypto segue um modelo de resposta a incidentes radicalmente diferente do atual, porque o processamento das informações é publico e pode ser visto em tempo real no blockchain, por qualquer um (inclusive hackers) .

➡ Quando uma vulnerabilidade é identificada em um “smart contract” (contrato inteligente) a correção precisa ser testada em um “testnet” (fora do blockchain). Como as equipes de TI atual não entendem o assunto, precisarão ser capacitadas, treinadas e preparadas para atuar nesse novo mundo da crypto economia.

2️⃣ Os artistas estão aterrorizados. Gostando ou não, todos concordam que a criatividade será impactada para sempre com a chegada da IA.

➡ Uma artista que trabalha de forma colaborativa com IA, chamada Claire Silver, mantem sua identidade desconhecida e por isso participou à distância, em tempo real, através de um avatar de IA (figura acima).

➡ Perguntada se “a IA pode ser criativa?”, Claire respondeu: “A IA é uma câmara fotográfica para a imaginação, enquanto a câmara normal nos mostra como ‘as coisas são’, a IA nos mostra como ‘as coisas podem ser’. Segundo ela, a IA não é uma substituta da realidade, mas sim um aumento da realidade.

👉 É isso aí, agora é aproveitar para assistir “on demand” os painéis e discussões que não deu para assistir por terem ocorrido em horários simultâneos, só ficarão online por uma semana.


Grande abraço,

Eder.


quinta-feira, 30 de maio de 2024

CONSENSUS 2024, AUSTIN – TEXAS (DAY TWO)

 


De Sāo Paulo, SP.


👉 O segundo dia do Consensus 2024 foi eletrizante, com uma serie de painéis, workshops e eventos abordando os assuntos mais falados no espaço crypto, com a apresentação de soluções inovadoras desenvolvidas com a tecnologia do blockchain e seus impactos no mundo;

👉 Foram inúmeras as discussões sobre a economia digital, mas três chamaram mais minha atenção hoje: (i) privacidade dos dados; (ii) um metaverso inspirado no filme de ficção “Ready Player One”; e (iii) a intersecção da política com crypto;

  • Privacidade dos dados: A Internet centralizada foi colonizada por um pequeno grupo de plataformas gigantes, que secretamente controla nossos dados via algoritmos opacos. Nessa verdadeira briga pelo nosso futuro, o caminho para as pessoas retomarem controle de seu “social graph” ou “gráfico social” (histórico de todas as suas relações e interações pessoais e profissionais na Internet), está nas tecnologias descentralizadas. O cidadão digital é que deve decidir para quem quer delegar o controle de seus dados e poder portá-los entre plataformas. Na economia digital “seus dados, são você”. Uma nova geração de redes socais descentralizadas já está aqui, tipo: MeWe e Farcaster.

  • Futureverse, by Readyverse Studios: metaverso inspirado no filme "Ready Player One" de 2011 (trailer acima) passado em 2045 imaginando um vídeo game futurista. No metaverso, que será lançado ainda em 2024, o usuário digita um prompt para dizer para IA como quer construir seu ambiente, seu avatar, o espaço em volta, escolhe o som, as imagens. A pessoa pode fazer upload de uma foto e pedir para a IA desenhar um tênis Reebok personalizado, a partir da experiencia da foto, para usar no avatar. É uma experiencia imersiva, uma extensão digital da realidade, na qual identidade tem um significado mais amplo, você controla essa identidade e pode decidir o que você quer ser (ex: no metaverso você é um coelho, a plataforma não sabe seu nome, sexo, idade).

  • Intersecção da política com crypto: o candidato independente nas eleições presidenciais americanas, RFK (Robert F. Kennedy Jr.), deu uma aula fascinante sobre democracia, o papel do Bitcoin em forjar as liberdades individuais e o direito de cada cidadão guardar seus ativos (auto custódia). Provavelmente pavimentou o caminho dele para a Casa Branca. Quem quiser assistir o bate papo, vale muito a pena, aqui vai: link.

👉 Amanhā tem mais!

Grande abraço,

Eder.


quarta-feira, 29 de maio de 2024

CONSENSUS 2024, AUSTIN – TEXAS (DAY ONE)



De Sāo Paulo, SP.


👉 É impressionante a velocidade com que as coisas mudam. Fomos de um ambiente regulatório hostil à crypto economia em 2023 para aprovação de ETFs de ETH pela SEC e avanço de legislação pro-crypto pela câmara dos deputados dos EUA (FIT 21), em poucos meses de 2024;

👉 Crypto é a tecnologia mais inovadora e disruptiva que surgiu desde a criação da Internet. Quando as pessoas ao redor do mundo - idem para a maioria dos dirigentes de fundos de pensão - pensam em cryptomoedas, elas pensam em um ativo especulativo. Isso pode ser parte da história, mas não é absolutamente toda ela.

👉 Quem compra cryptomoedas ainda são as pessoas que tem conhecimento da tecnologia subjacente (blockchain), os chamados crypto-nativos, mas a aceitação geral pela população já está acontecendo;

👉 As soluções e inovações trazidas pela crypto economia precisam agregar valor, então, não se trata apenas de colocar coisa antiga “onchain” (no blockchain). A maioria das soluçōes tem sido realmente disruptivas;

👉 No segmento de fundos de pensão brasileiro, posso ser considerado um “OG” da economia digital. OG (Original Gangster ou Gangster Original) é o termo usado na gíria da comunidade crypto para se referir aos primeiros a participar e apostar no espaço;

👉 Como contrapartida entendo, por exemplo, que: (i) os direitos individuais na era digital envolvem o controle pessoal do “Social Graph” (Gráfico Social); (ii) o app Blackbird cria lealdade de clientes de restaurantes em Nova York e Los Angeles usando, de forma inovadora, as NFTs e blockchain; e ....

👉 .... (iii) diante do desinteresse das entidades de previdência complementar -tanto abertas como fechadas - pela imensa população de baixa renda do país, o caminho para “inclusão financeira” das pessoas que atuam na economia informal, permitindo que poupem para ter segurança financeira no futuro, pode estar nas cooperativas de crédito usando soluçōes da cryptoeconomia;

👉 O insight do item (iii) acima, surgiu assistindo o painel “TRADFI ISN’T THE ENEMY (YET): CREDIT UNIONS EMBRACING CRYPTO, figura abaixo (devo elaborar mais sobre isso nos próximos meses).

👉 Amanhā tem mais!

________

Grande abraço,

Eder.

terça-feira, 28 de maio de 2024

COMEÇA AMANHĀ! MAS O QUE É O "CONSENSUS 2024" - AUSTIN, TEXAS?

 



De Sāo Paulo, SP.


👉 Consensus é o maior, mais antigo e mais influente encontro no mundo que reúne as comunidades de blockchain, Web3 e cryptomoedas.

👉 É uma oportunidade para assistir conversas contundentes com palestrantes visionários, participar de workshops práticos, destinados a resolver os desafios do setor, conversar com desenvolvedores, investidores, fundadores, marcas, formuladores de políticas e muito mais.

👉 Venho participando desde 2019 e todo ano saio do evento com ferramentas e insights incríveis para qualquer um que queira estabelecer as bases de um futuro mais descentralizado, no meu caso, para os fundos de pensão.

👉 É chamado de “Consensus” por uma razão: É o principal fórum onde o setor se reúne para discutir os assuntos mais importantes do momento, destacar os maiores sucessos e debater os assuntos críticos.

👉 Participar do Consensus 2024 é participar do desenvolvimento da economia digital, é construir o futuro no qual todos viveremos!

👉 Consensus 2024 em números:

+100 países

$3T ativos sob gestão

15.000+ participantes

6.800+ empresas

850+ investidores

74% Vice-Presidentes e acima

750+ mídia


Grande abraço,

Eder.


segunda-feira, 27 de maio de 2024

O PRINCÍPIO DE PETER É UMA BARREIRA PARA DESENHARMOS NOSSO FUTURO?

 

Laurence Johnston Peter


De Sāo Paulo, SP.


Laurence Johnston Peter nasceu em 1919 em Vancouver, uma província da British Columbia, no Canadá.

Os pais de Peter, como os de todos nós, lhe ensinaram que quanto mais ele estudasse, mais longe conseguiria subir na vida e assim ele fez. Estudou e se formou na faculdade, onde obteve diploma de professor.

Na primeira escola onde foi lecionar, Peter percebeu que o diretor estava muito preocupado com as crianças pisando e estragando o canteiro de flores. “Educação parecia ser uma das coisas mais distantes na mente dele”, disse Peter.

Ele teve contato com professores e administradores que pareciam incompetentes e começou a se questionar, como aquilo era possível com pessoas preparadas?

Eu vi uma placa que dizia: “Saída de Emergência – Somente Pessoas Autorizadas”. Depois vi outra: “Saida de Emergência – Nāo Use em Nenhuma Circunstância”. Fiquei me perguntando quem teria escrito aquilo”

"Fui numa biblioteca procurar um livro e notei que todos os livros sobre gravidez estavam numa prateleira próxima ao chão. Provavelmente as pessoas que mais precisavam deles, nem conseguiam enxergá-los".


Peter notou que pessoas competentes eram promovidas para algo que não conseguiam fazer.

O mecânico que consertava o carro dele era fantástico, super responsável, preciso, sabia exatamente o que estava fazendo. Então, foi promovido para gerente da oficina. Deixou de consertar carros e passou a gerenciar os outros mecânicos

Mostrou-se extremamente incompetente, não fazia aquilo direito. Um mecânico muito competente, mas um gerente incompetente.

Peter também conheceu um vendedor que era o máximo em lidar com pessoas, tinha uma ótima personalidade, era popular, as pessoas adoravam ele. O cara era tão bom, que foi promovido para diretor de vendas.

Na nova posição, ele encontrou seu nível de incompetência. Ele era péssimo com a papelada, com definição de território para os vendedores, com estabelecimento de metas, com controle de performance. Em outras palavras, ele era muito ruim em organização e administração de negócios.

Peter segue citando engenheiros que falharam ao serem promovidos para cargos de supervisão, pilotos que se deram mal quando promovidos para cargos de direção .... e por aí vai.

A esse fenômeno, que vemos acontecer repetidamente, ele chamou de “Peter Principle” ou “Princípio de Peter” e o definiu assim:

"Em toda hierarquia o empregado tende a subir até atingir seu nível de incompetência e ali ele permanece"

As pessoas se perdem na hierarquia e se veem diante de uma crise de identidade. Fizeram o que disseram para elas fazerem, seguiram as regras, são promovidas e de repente, se perguntam: o quê eu sou, quem sou eu, para onde vou?

Elas se perderam no processo de promoção, tentando responder na forma que a hierarquia esperava que eles respondessem, perderam a identidade que caracterizava aquilo que elas faziam.

Peter não quer dizer com isso que as pessoas não deveriam aceitar promoções. Algumas deveriam, algumas pessoas gostam de poder, de autoridade, de assumir responsabilidades, mas isso é um fardo para outras pessoas.

A solução para evitar ser vítima do Principio de Peter é sugerida pelo próprio Peter lá pelos 5:00 minutos do vídeo que está no final desse post (configure a legenda do vídeo para o Português, se precisar).

O Princípio de Peter no caminho das organizações

O grande problema é quando o Princípio de Peter se faz presente no topo da hierarquia, seja na posição executiva ou nas não-executivas.

Por uma serie de motivos, isso pode estar acontecendo na maioria das organizações hoje. Não porque falte profissionalismo, capacidade administrativa ou experiência de gestão, competências que existem de sobra em todos os setores.

Mas sim porque andam em falta capacidade de inovação e muitas vezes, coragem para mudar, numa época em que as organizações estão sendo fortemente desafiadas pelas disrupturas tecnológicas, demográficas, financeiras e sociais.

Criatividade, visão de futuro e coragem para assumir os riscos certos, são competências, como muitas outras, mas quando elas faltam no topo, as consequências aparecem mais adiante e não tem nada a ver com promoções ...



Diz aí nos comentários, você acha que o Princípio de Peter poDe estar rondando o setor de fundos de pensão?

Grande abraço,

Eder.

sábado, 25 de maio de 2024

O ETARISMO ATUAL E A DIFERENÇA DE 40 ANOS ATRÁS ...

 



De Sāo Paulo, SP.


👉 Em 1984, portanto, há 40 anos, as coisas estavam longe de ser perfeitas, não vamos ser nostálgicos, mas "cara", pareciam bem mais tranquilas, livres, e expontaneas.

👉 A interação no vídeo acima não seria possível hoje em dia ... vivemos um tempo em que a grande mídia é toxica, todos escolhem um lado e se deixam dominar pelo "viés de confirmação".

👉 É lamentável ter ficado para trás uma parte do nosso passado em que podíamos rir uns dos outros, rir de uma fala bem pensada, rir do etarismo e não nos deixarmos contaminar pelos preconceitos.


Grande abraço,

Eder.


sexta-feira, 24 de maio de 2024

CRYPTO, FUNDOS DE PENSĀO, A SINDROME DO MENSAGEIRO PERSA E UMA PARÁBOLA ZEN

 

De Sāo Paulo, SP.


No começo dessa semana passei por duas ocasiões em que os artigos que escrevo suscitaram reações de desconforto por parte de dirigentes de fundos de pensão.

Numa delas me perguntaram se sou contra a previdência complementar e a outra foi uma reação de proteçāo do status quo, diante de uma inevitável mudança que as novas tecnologias (gostemos ou não) irão impor ao setor.

Vou deixar claro mais uma vez que não, mil vezes não, não sou contra a previdência complementar, sou a favor dos fundos de pensão, grato a um segmento no qual atuo há quase 40 anos e preocupado com seu, meu, nosso futuro.

Muita gente se sente desconfortável e perdida com as provocações que faço para chacoalhar as lideranças do segmento, para instigar mudanças. Isso nos remete ao primeiro tópico de hoje.

A “Síndrome do Mensageiro Persa”

No antigo Império Persa, era prática comum matar um mensageiro que trazia más notícias. Sabendo disso, os mensageiros faziam de tudo para evitar dar más notícias, muitas vezes fugindo, em um exílio auto-imposto.

Isso levou a uma assimetria de informações tão critica, que acabou contribuindo para a queda do império.

Síndrome do Mensageiro Persa é o nome dado a tendência de punir o portador de más notícias. Ela emerge numa variedade de contextos modernos e notavelmente, é muito comum em ambientes corporativos.

Aposto que muitos de vocês já viram isso em ação. Quem já não teve um chefe ou gestor que nunca queria ouvir as más notícias, nem receber feedback crítico? E quantas vezes essa indisposição para abraçar qualquer tipo de informação levou a decisões e resultados ruins?

Se você é líder, precisa evitar ser vítima da Síndrome do Mensageiro Persa. Na medida em que você vai ganhando senioridade e se tornando mais e mais importante, haverá cada vez menos pessoas dispostas a te dizer a verdade.

Se torna mais fácil se cercar de pessoas do tipo ‘isso mesmo’, que apenas concordarão com suas decisões e nunca o confrontarão, por medo de represálias.

Você precisa criar um ambiente no qual as pessoas sejam encorajadas a te dizer a verdade, a falar abertamente sobre as preocupações que possuem e as evidências para tê-las, a compartilhar as perspectivas delas.

Isso vale para sua vida pessoal, tanto quanto para sua vida profissional.

Uma pessoa disposta a te dizer a verdade vale mais do que mil pessoas que sorriem, te dāo um tapinha nas costas e te dizem que você é sensacional.

Encontre aqueles que te dizem a verdade – na vida profissional e pessoal – e evite ver seu império desmoronar.

“Sempre nos dê, imediatamente, as más notícias. Somente as boas notícias podem esperar” - Charlie Munger, amigo e sócio de Warren Buffet

Aprovação pela SEC do primeiro ETF ETH (Ethereum)

Os ETFs de Ethereum são negociados em bolsa no Brasil, na B3, desde 2021. Porém, em termos de volume financeiro, isso não faz nenhuma diferença no cenário mundial da cryptoeconomia.

O que vai fazer diferença é a entrada de Wall Street nesse mercado.

A SEC (a CVM do Tio Sam) abriu as portas para os investidores do mercado financeiro tradicional investirem na segunda cryptomoeda mais negociada do mundo, ao aprovar ontem os pedidos de emissão de ETFs de Ethereum (ETH ou Ether).

O xerife do mercado de ações dos EUA deu luz verde para os seguintes gestores listarem seus produtos atrelados ao Ethereum nas principais bolsas americanas:

  • BlackRock 
  • Fidelity 
  • Grayscale 
  • Bitwise 
  • Ark/21 Shares 
  • VanEck 
  • Invesco 
  • Franklin Templeton 
  • Hashdex 

Falta apenas uma última etapa burocrática para esses gestores poderem começar a negociar suas ETFs de ETH, mas o Ether já valorizou 22% nos últimos cinco dias, 64% apenas nesse ano.


O passo dado pela SEC veio na esteira da aprovação há poucos meses de 11 novos ETFs de Bitcoin spot, a maioria pedida pelos mesmos gestores acima. Desde janeiro, investidores institucionais dos EUA despejaram bilhões de dólares em fundos de Bitcoin, fazendo as cryptomoedas subirem mais de 50% em 2024.

Se uma fração desse montante for direcionado aos investimentos em Ether, já será suficiente para tornar os ETFs de ETH um sucesso entre os produtos debutantes em Wall Street.

Ao fornecer acesso regulado como caminho para uma exposição direta de bancos e gestores de ativos ao Ethereum, os ETFs destravarão bilhões de $$$ dos investidores institucionais para a cryptoeconomia.

Acredite ou não nessa nova classe de ativos, seu fundo de pensão está no mesmo barco de bancos e gestores de investimentos do sistema financeiro tradicional, e esses já começaram a abrir os olhos para a cryptoeconomia.


Parábola Zen



O terceiro e último tópico é sobre uma antiga parábola Zen. Reza a historia, que um professor foi visitar um velho mestre Zen, em busca de conselho.

“Vim te pedir para me ensinar sobre a filosofia Zen, disse o professor”

À medida que o mestre ia ensinando o professor, esse o interrompia, repetidamente, para compartilhar suas próprias opiniões, histórias e conhecimentos.

 Lá pelas tantas, o mestre sugere que os dois façam uma pausa para tomar chá.

O mestre começa a servir uma xicara para o professor. Quando a xicara fica cheia, o mestre continua colocando chá, até que a xicara transborda e começa a derramar chá quente na mesa, no chão e no colo do professor.

Pare!”, grita o professor, “Não está vendo que a xícara já está cheia”?

“Exatamente”, respondeu o mestre Zen. "Você é como esta xícara, tão cheia de ideias que nada mais cabe nela. Volte para mim com uma xícara vazia"

Esta parábola é um lembrete para todos nós, inclusive dirigentes de fundos de pensao, de que não podemos abraçar novos conhecimentos ou novos insights se nossa “xícara” estiver cheia de noções preconcebida, premissas e crenças.

Sua xícara está muito cheia para abraçar as novas informações que o mundo tem a lhe fornecer? Então você precisa esvaziar sua xícara, se quiser crescer ...

​Grande abraço,

Eder.


Fontes: “Crypto, politics, and billions of inflows”, escrito por Phil Rosen | “Curiosity Chronicle", escrito por Sahil Bloom.


quinta-feira, 23 de maio de 2024

DERROTA DA ALA PROGRESSISTA FAZ CAIR BARREIRA IDEOLÓGICA: AVANÇA A ECONOMIA DA CRYPTOGRAFIA E A COMUNIDADE CRYPTO COMEMORA

 



De Sāo paulo, SP.


👉 “Um furo no dique”, foi a expressão usada por Jeff John Roberts da Fortune Crypto para se referir a aprovação ontem, pela Camara dos Deputados dos EUA, do Projeto de lei chamada de "Financial Innovation and Technology for the 21st Century Act" (FIT21) - infográfico acima, que é a favor dos cryptoativos


👉 Com 279 deputados a favor e 136 contrários, “foi expurgada a barreira ideológica imposta pela ala progressista do partido democrata”, escreveu Roberts. A galera do Crypto Twitter colocou o apoio bipartidário ao par da legislação que protege os direitos civis e a própria fundação da república.


👉 Gary Gensler, o Xerife da SEC (a CVM dos gringos), não riu por último porque o obvio ficou evidente, uma razoável proporção das pessoas abaixo de 50 anos de idade se importa com a economia da cryptografia e o voto deles pode tirar o emprego dos políticos contrarios, nas próximas eleições.


👉 O que acontece agora? Apesar de tudo, é cedo para contar vitoria porque o projeto ainda precisa passar pelo Senado americano e sempre poderá ser vetado por Biden, uma possibilidade que vai se tornando menos provável a cada dia.


👉 Conforme disse Churchill certa vez: “Isso não é nem o começo do fim, mas pode ser o fim do começo” ... estamos aqui de olho no que acontece acima da Linha do Equador porque tudo que é aprovado na Terra do Tio Sam, tem impacto e acaba influenciando aquilo que fazem os tecnocratas e burocratas da Terra de Cabral (aquela turma sentada em Brasília).


👉 O futuro dos fundos de pensao está intimamente ligado a economia da cryptografia e como dizia um gaucho que foi meu chefe no fundo de pensāo da Vivo: "quem chega primeiro na beira do rio, bebe água limpa".


Grande abraço,

Eder.


Fonte: Fortune Crypto, escrito por Jeff John Roberts

domingo, 19 de maio de 2024

ADESĀO AUTOMATICA: O PROBLEMA DE SE ADOTAR SOLUÇŌES QUE NĀO SÃO COMPLETAMENTE ENTENDIDAS

 



De Sāo Paulo, SP.


“Se não tivermos consciência histórica, não podemos entender os problemas em todas as suas dimensões e se não podemos entender os problemas, então não podemos encontrar soluções” – Dale Jamieson

 

A Resolução CNPC nº 60/2024, publicada em fevereiro passado, permitiu a adoção da inscrição automática de participantes nos planos de benefícios administrados por entidades fechadas de previdência complementar, os fundos de pensão.

A economia comportamental tem influenciado vários aspectos da sociedade e redesenhado a maneira que organizações e governos incentivam decisões individuais, da adesão a planos de previdência complementar corporativos à escolha de alimentos mais saudáveis,.

Desde que Richard Thaler e Cass Sustain publicaram em 2008 o livro Nudge (empurrãozinho, em tradução livre), pequenas intervenções têm sido incluídas no desenho de políticas publicas e privadas para empurrar sutilmente os indivíduos em direção a comportamentos desejados por governos e empresas.

Essas intervenções influenciam decisões pontuais, como aderir a programas de doação de órgãos ou escolher um provedor de energia renovável, mas se por um lado os “empurrãozinhos” afetam claramente as escolhas, será eles têm um efeito duradouro? Será que as pessoas permanecem com as escolhas que fizeram, tipo, continuando com a assinatura de um serviço ou usando um produto ao longo do tempo?

Foi isso que se perguntaram Evan Polman, Professor de Marketing da University of Wisconsin-Madison e Sam J. Maglio, Professor de Marketing e Psicologia da University of Toronto.

A dupla conduziu um estudo para responder essa questão. O resultado, publicado agora no Journal of Consumer Research, deveria ser lido com atenção por todo fundo de pensão que decidir adotar a adesão automática:

Embora o “empurrāozinho” (nudge) realmente aumente a probabilidade de as pessoas selecionarem a opção desejada, elas a utilizam com menos frequência e por menos tempo, em comparação com as pessoas que fizeram a escolha sem o empurrāozinho.

É exatamente essa “utilização reduzida” que tem implicações negativas para a segurança financeira futura dos participantes de planos de previdência complementar que empregam o “nudge”.

O problema com os “empurrãozinhos”



Já se suspeitava que o efeito dos “nudges” poderia não ser duradouro – que os empurrãozinhos teriam apenas um efeito inicial, mas não seriam capazes de manter as pessoas no caminho correto depois disso.

Em 2012, uma equipe de pesquisadores fez um experimento para direcionar as pessoas que costumam fazer lanches (ao invés de almoçar), a optar pelas alternativas de alimento mais saudáveis.

Frutas e vegetais foram colocados, estrategicamente, em lugares de fácil acesso para serem consumidos de graça. O que o estudo constatou, no entanto, foi que os alimentos frequentemente acabavam no lixo. As pessoas escolhiam as frutas e vegetais, mas ao invés de comê-los, as jogavam no lixo.

O experimento de 2012 mostrou que, com o empurrãozinho, as pessoas são mais propensas a fazer as escolhas desejadas (pegar uma maçã), mas não a adotar o comportamento correto na sequência (comer a maçā).

Polman e Maglio, então, conduziram uma serie de experimentos para verificar se isso também acontecia com os “empurrãozinhos” mais populares.

Eles montaram vários estudos com situações em que a pessoa podia: (i) selecionar a opção default (padrão), mas também tinha a possibilidade de; (ii) escolher uma opção que era idêntica a padrão, porém disfarçada, para parecer diferente e tornar a opção padrão mais atrativa; ou (ii) escolher uma opção extrema, totalmente diferente das outras duas.

O que emergiu dos estudos foi uma compreensão diferenciada de como esses empurrões moldam as escolhas iniciais, sem necessariamente se traduzirem em mudanças comportamentais sustentadas.

Exemplo de experimento – Foi oferecido um serviço de assinatura de notícias diarias para 323 participantes, no qual as pessoas podiam visitar todo dia um website e ler as matérias. As pessoas tinham a disposição uma opção default da assinatura e outra opçāo idêntica, mas que não era a padrão. O empurrãozinho levava as pessoas a ficar com a opção padrão. Conforme centenas de estudos já mostraram, as pessoas tendem mesmo a ficar com a alternativa padrão ao invés de fazer uma escolha. Isso foi confirmado no experimento, com a maioria ficando na opção default mesmo tendo uma opção idêntica e igualmente atrativa, mas que precisaria ser escolhida.

Então, veio a parte mais importante do estudo. Oito meses depois da escolha foi medido com que frequência os participantes do estudo acessavam o website para ler as notícias. Aqueles que tiveram um empurrãozinho para escolher a opção default, visitaram o website para ler as notícias com frequência 42% menor do que as pessoas que escolheram a opção idêntica a alternativa padrão, mas sem o empurrãozinho.

Apesar dos empurrãozinhos serem poderosas ferramentas para aumentar a adesão em planos de previdência complementar, as pesquisas indicaram que os gestores dos fundos de pensão não devem confundir o número de novos participantes de seus programas de benefícios com o necessário engajamento e participação ativa deles no acompanhamento gestāo de seus planos.

Implicações e próximos passos



Países como EUA, Canadá, Reino Unido e agora o Brasil, adotaram o empurrãozinho (adesāo automática) como ferramenta para aumentar a adesão nos planos de previdência complementar corporativos.

A arquitetura de escolhas tem um mandato claro: o empurrãozinho é para fazer o bem para as pessoas.

Não obstante, está cada vez mais evidente que o empurrãozinho é capaz de influenciar a decisão inicial das pessoas, mas perde força imediatamente e é incapaz de mudar os comportamentos ao longo do tempo.

Isso tem implicações significativas para planos de previdência complementar que se propõe a fornecer segurança financeira futura para as pessoas.

Os fundos de pensão que adotarem a adesão automática têm obrigação indelével de avaliar e monitorar ao longo do tempo a formação de poupança dos novos participantes.

Precisam assegurar que a abordagem usada para atrair novos participantes está sendo eficaz para fornecer a eles uma poupança adequada, capaz de entregar segurança financeira no futuro.

Se constatarem que os participantes que entraram no plano por meio da adesāo automática nāo estāo poupando o suficiente, os fundos de pensāo precisam avaliar que outras ações precisam adotar para assegurar que isso aconteça.

Do contrário, o empurrãozinho estará sendo dado apenas para aumentar a quantidade de participantes nos planos de previdência complementar em prol da sustentabilidade dos fundos de pensão e não para fazer o bem para os participantes ou em nome da segurança financeira futura deles ...


Grande abraço,

Eder.


Fonte: “Will Your Nudge Have a Lasting Impact?”, escrito por Evan Polman e Sam J. Maglio


sexta-feira, 17 de maio de 2024

SEU FUNDO DE PENSĀO SÓ VAI SOBREVIVER SE SOUBER A DIFERENÇA ENTRE INVENTAR E MELHORAR



De Sāo Paulo, SP.


Em 1910 Henry Ford tinha como meta produzir 1.000 carros por dia. Para isso, criou uma fábrica em Detroit com um novo processo de produção.

A linha de montagem criada por Ford reduziu o tempo de produção dos carros - que até então era de 12 horas e 13 minutos - para 1 hora e 33 minutos, um recorde na época.


The First Automobile Assembly Line 



O tempo passou e invenção de Henry Ford, a linha de produção, não mudou quase nada. O que mudou foi a maneira de operá-la.

Em 2017, graças ao movimento de mecanização, que começou a ganhar força a partir dos anos 70, a Mercedes Benz já produzia um carro novo a cada 10 minutos, quase dez vezes mais rápido do que a 1 hora e 33 minutos que as linhas de produçāo da Ford levavam em 1910.


Incredible. Mercedes built in 10 minutes with Robots. Mercedes Factory May 2017 



Agora, em 2024, a Mercedes começa a dar os primeiros passos para introduzir robôs humanóides, que irão operar junto com seres humanos em sua linha de montagem.

A operação das linhas de produção automotivas por humanóides, tem potencial para reduzir mais ainda o tempo de produçāo, mas essa reduçāo vai esbarrar, inexoravelmente, num limite fisico ou mercadológico (demanda e dispersāo geográfica do consumo) na produção de automóveis, tornando a inocua depois de certo ponto.


Mercedes-Benz Hiring Apollo Humanoid Robots to Replace Human Workers 



Isso sinaliza que a inovação criada por Henry Ford está chegando ao limite das melhorias possíveis e sua maior vulnerabilidade, daqui para a frente, será uma nova invenção, que tornará a coisa toda (carros a combustão e linha de produção) algo superado.

Da próxima vez que você ler o “Relatório Gerencial de Previdência Complementar" do Ministério da Previdência Social (MPS) e notar que a quantidade de fundos de pensão vem se reduzindo nos últimos 20 anos, lembre-se desse exemplo muito real.

As melhorias, cedo ou tarde, esbarram num limite ou entāo, perdem totalmente o sentido diante de inovaçōes disruptivas.

Conte a quantidade de empregados que havia nas linhas de produção em 1910 e perceba a drástica diminuição na quantidade de pessoas presentes no processo de produção de bens (o mesmo vale para serviços), um movimento que nāo vai ser interrompido nesse início do Século XXI.

Fundos de pensão foram criados pelas empresas há mais de um século, para oferecer benefícios de previdência complementar para seus empregados.

Quando esses “empregados” se tornam robôs, não adiante seguir melhorando a administração dos planos de previdência complementar corporativos nem buscar atrair mais e mais participantes para suas fileiras em busca de escala. 

A melhoria contínua dos fundos de pensão, não levará a sua sobrevivência na economia digital. Da mesma forma que foguete não dá marcha-a-ré, robôs não requerem renda quando são “aposentados”.

quarta-feira, 15 de maio de 2024

PARA DESENHAR O FUNDO DE PENSĀO DO FUTURO É PRECISO ENTENDER A ENORME DIFERENÇA ENTRE INVENTAR E DESCOBRIR

 


De Sāo Paulo, SP.


Todos concordamos que Isaac Newton não inventou a gravidade.

Ela já existia há muito tempo, mas Newton levou todo crédito por ter dado nome a ela e descrito como ela funciona.

Pedro alvares Cabral, definitivamente, não descobriu o Brasil. Já havia seres humanos morando aqui, por milhares de anos antes dele chegar de caravela.

Niels Bohr foi pioneiro na descrição da mecânica quântica. A partir daí, a bomba atômica se tornou inevitável. As leis da física combinadas com a teoria dos jogos, representando a atuação de nações soberanas, significava que cedo ou tarde a bomba seria descoberta.

Por outro lado, moqueca de peixe, samba e licor de jaboticaba, são todas invenções da mente humana. A novidade, os insights culturais e a persistência requerida para criar e disseminar essas ideias não eram, absolutamente, inevitáveis.

Cientistas, sobretudo, descobrem. Engenheiros e artistas, inventam.

A diferença entre inventar e descobrir

Reza uma fábula antiga, que um jovem inventor chegou no castelo de um rei e apresentou sua mais recente invenção, que ele chamou de Jogo de Xadrez.

Fascinado pelo jogo, o rei ofereceu ao inventor qualquer recompensa que ele quisesse. O jovem inventor, então, respondeu:

“Alteza, não peço dinheiro, nem joias, quero simplesmente um pouco de arroz. Um único grão para a primeira casa do tabuleiro (de xadrez), dois para a segunda, quatro para a terceira, oito para a quarta e ... assim por diante, para todas as 64 casas do tabuleiro”   

O rei, surpreso com o pedido feito para o cheque em branco que havia oferecido, sorriu e mandou seu tesoureiro atender o pedido.

Na medida em que o tesoureiro começou a separar o arroz para entregar ao inventor, lentamente se tornou claro que o rei havia subestimado o pedido.

Ao final da primeira linha, 128 grãos haviam sido depositados no último quadrado. Ao final da segunda linha, 32.768 grãos foram colocados no último quadrado. No meio da terceira linha, 524.288 grãos foram colocados no quadrado correspondente.

Percebendo ter sido enganado, o rei chamou os guardas e mandou executar o inventor, que morreu ainda com um sorriso atrevido em seu semblante.

Se o rei tivesse permitido que o tesoureiro continuasse, ele teria que entregar ao jovem inventor mais de 18 quintilhões (um número com dezoito zeros!) de grãos de arroz.

Essa história infame, contada de diferentes maneiras ao longo do tempo, permite vislumbrar, no mundo real, a força dos juros compostos na composição da poupança de longo prazo.

Os planos de previdência complementar conhecem muito bem o poderoso efeito dos juros compostos, mas por si só ele nāo é suficiente para entregar segurança financeira futura para seus participantes.

Conselhos deliberativos deveriam contar com membros capazes de vislumbrar (inventar) o futuro de seus fundos de pensão e então, deixar a diretoria traçar (descobrir) os caminhos capazes de levá-los até lá, ajustando a rota quando necessário.


Grande abraço


Eder.


Fonte: “Invention or Discovery”?, escrito por Seth Godin | “How to Avoid th Dark Side of Compounding”, escrito pot Sahil Bllom


segunda-feira, 13 de maio de 2024

BOAS DECISŌES VEM DA EXPERIÊNCIA. EXPERIÊNCIA VEM DAS DECISŌES RUINS

 




De Sāo Paulo, SP.


De acordo com o Relatório Gerencial de Previdência Complementar preparado pelo Ministério da Previdência Social (MPS), atualizado até abril de 2024, foram encerrados 52 fundos de pensão no país nos últimos 10 anos.

Sempre que leio sobre o encerramento de mais um fundo de pensão, me vem a mente o salário de “Head de Inovação” no Brasil: varia de R$ 8 mil a R$ 13 mil.

Sim, é um salário abaixo da média paga a dirigentes de fundos de pensão em Terras de Cabral, nenhum dos quais sequer possui uma diretoria de inovação em seu organograma.

No entanto, quando falamos sobre os fatores ameaçando a continuidade dos fundos de pensão nos quatro cantos do mundo, concluímos que faltam novas soluções e novos produtos capazes de efetivamente entregar segurança financeira para as pessoas.

Todos concordam que a atrair talentos para assegurar a sustentabilidade futura dos fundos de pensão é um investimento crucial e todos estāo dispostos a pagar bem mais alto do que isso.    

Se os fundos de pensão não investirem verdadeiramente em inovação e nos talentos capazes de desenvolve-las, continuaremos a ver a cada ano nos relatórios do MPS a mesma curva descendente na quantidade de instituições administrando planos corporativos de previdência complementar.   

Gostou? Compartilhe ♻️ com seus amigos. Não gostou? Compartilhe ♻️ com seus inimigos 😂 🤣 😅.


Grande abraço,

Eder.

sexta-feira, 10 de maio de 2024

O PARADOXO DE JEVONS

 



De Sāo Paulo, SP.


👉 O Paradoxo de Jevons - formulado pelo economista inglês William Stanley Jevons (1835 - 1882) afirma que, à medida que as melhorias tecnológicas aumentam a eficiência com a qual um recurso é usado, o consumo total desse recurso pode aumentar em vez de diminuir.

👉 Em particular, este paradoxo implica que a introdução de tecnologias mais eficientes do ponto de vista energético pode, no conjunto, aumentar o consumo total de energia. Quando um recurso pode ser usado de forma mais eficiente, nós acabamos usando mais daquela coisa, não menos.

👉 Quando os carros se tornam mais econômicos e rodam mais quilômetros por litro de combustível, as pessoas usam mais o carro e o consumo acaba aumentando. Quando a IA aprende a escrever programas de computador, a demanda por programadores aumenta, porque softwares mais eficientes são melhores e todos buscam mais softwares para solucionar os problemas.

👉 Raramente levamos em consideração o fato de termos criado mais de seis bilhões de empregos, apenas ao longo da minha vida. Tenho a impressão de que a IA criará muito mais oportunidades e empregos do que acabará com eles.


Grande abraço,

Eder.


Fonte: “The Jevon Paradoz”, escrito por Seth Godin


quinta-feira, 9 de maio de 2024

O FUTURO DOS FUNDOS DE PENSĀO: “ALGUMAS COISAS VOCÊ NÃO CONSEGUE EXPLICAR, POR QUE ELAS SĀO SIMPLES DEMAIS”

 


De Sāo Paulo, SP.


A frase em destaque no título é de Bernard Moitessier e pode ser usada de forma emblemática para ressaltar a importância de se pensar no futuro e poupar.

Nascido na Indochina Francesa – atual Vietnã – Bernard Moitessier ficou famoso em 1968 ao participar, aos 43 anos, da primeira regata de volta ao mundo, sem escalas e sem assistência.

Isso, numa época em que as comunicações por radio eram rudimentares e ainda se usava o sextante para determinar a posição através da leitura dos astros.

Na parte final da regata, quando estava clara sua iminente vitória, Bernard Moitessier chocou as pessoas ao abandonar a prova, continar a navegar e deixar o mundo civilizado para trás, inclusive mulher e filhos, voltando para o Taiti, onde morou.

Esse marinheiro, além de extraordinário velejador, foi escritor, ambientalista e acima de tudo, inspirou gerações inteiras de aventureiros pelo mundo.

Aos 30 anos de idade ele já tinha grande experiencia no mar, inclusive naufrágios, que usou para escrever seu livro autobiográfico Os Vagabundo dos Mares do Sul, que se tornou de imediato um best-seller.

Bernard Moitessier - Credito de Imagem: @globalsolochallange


O “Relógio de 10.000 anos” e a importância de poupar

No coração do Texas – EUA, dentro da Sierra Diablo Mountain Range (uma cadeia de montanhas), um monumental feito da engenharia está sendo construído.

O “Relógio de 10.000 anos”, um projeto financiado pelo dono da Amazon, Jeff Bezos, é um símbolo, ressalta a importância do pensamento de longo prazo.

Desenhado para medir o tempo pelos próximos 10 milênios, o relógio desafia todos nós a esticar o horizonte de planejamento para além do momento imediato e contemplar nosso legado ao longo de milhares de anos.

Encapsulado por uma montanha o relógio, cujos ponteiros se moverão uma vez a cada ano, com um cuco aparecendo a cada milênio, nos chama a atenção para o impacto duradouro das ações que adotamos hoje.

O local ermo onde o projeto está sendo instalado e a árdua jornada para se chegar lá, simbolizam o esforço e o compromisso necessários para se pensar de modo profundo em um horizonte maior de tempo.

É uma jornada física, além de filosófica, que nos convida a refletir sobre a forma que moldamos nosso futuro.

Enquanto pessoas e enquanto profissionais, quão frequentemente pensamos nos impactos de longo prazo de nossas decisões? Numa era dominada por métricas de curto prazo, o Relógio de 10.000 anos serve de lembrete para a importância de prever as consequências de tudo que fazemos.

Vamos combinar: Como podemos aplicar o pensamento de longo prazo no segmento de fundos de pensão, para criar estruturas e soluções que entreguem segurança financeira futura de modo sustentável e com impacto duradouro?


Grande abraço,

Eder.


sexta-feira, 3 de maio de 2024

DESENHANDO O FUNDO DE PENSĀO DO FUTURO, "NO MORE" AERUS DA VARIG: A ASCENSĀO DA CONTA DE PREVIDÊNCIA DESCENTRALIZADA - PARTE 1/2

 



De Sāo Paulo, SP.


Qualquer um que acompanhe de perto as notícias econômicas sabe o que aconteceu com o fundo de pensāo AERUS, na sequência da falência de sua principal patrocinadora, a VARIG, decretada no dia 10 de agosto de 2010.

Cerca de 10 mil aeronautas e aeroviários recebem, atualmente, valores irrisórios de benefício de previdência complementar, que não condizem com as contribuições que fizeram durante décadas para ter segurança financeira na aposentadoria.

Não vamos entrar no mérito das razões que levaram a liquidação extrajudicial de um dos mais conhecidos fundos de pensão do país – porque esse não é o objetivo desse artigo – mas vamos chamar a atenção para o fato do nosso sistema de previdência complementar continuar sem garantias para os participantes, se e quando casos semelhantes voltarem a acontecer.

Num outro episódio, da economia digital, ocorrido no começo do ano, vimos a prisão de Sam Bankman-Fried (SBF), fundador de uma das maiores corretoras de cryptomoedas do mundo, a FTX, que entrou em colapso em novembro de 2022.

SBF desviou secretamente US$ 10 bilhões do dinheiro de clientes da FTX para outra empresa dele, a Alameda Research, deixando centenas de milhares de clientes a ver navios.

Seja por fraude, incompetência da fiscalização ou inação de órgãos reguladores, as perdas impostas aos participantes quando um fundo de pensão é liquidado ou aos clientes quando um banco quebra, acontecem por uma razão simples:

O patrimônio dos participantes e clientes fica custodiado com instituições do sistema financeiro, não com as próprias pessoas.  

Custódia dos seus investimentos, aí que reside todo o risco


Credito de Imagem: https://missiontrust.com/what-is-securities-custody/


Agora no 1ºTrim-2024 a SEC – Securities and Exchange Commission (a CVM – Comissão de Valores Mobiliários, dos EUA), num movimento que entrou para a história, aprovou a negociação no mercado spot de uma série de ETFs (fundos de índices negociados em bolsas de valores) lastreados em Bitcoin.

BlackRock, Vanguard, Franklin Templeton são exemplos de grandes gestores de investimentos oferecendo ETF de Bitcoin para seus clientes americanos.

No Brasil, as ETFs de Bitcoin e de cyptomoedas como Ethereum, Litecoin e outras, foram aprovados pela CVM em 2021, anos antes da liberação nos EUA e hoje já são 13 negociadas na B3.

A negociação de ETFs de Bitcoin por investidores institucionais é vista como o ponto de inflexão para adoção em massa de cryptomoedas pelo publico em geral, ao fazer convergir o sistema financeiro tradicional com a cryptoeconomia, oferecendo um caminho regulado para investimento nesses ativos.

No entanto, muitos investidores - tanto aqueles com larga experiência no sistema financeiro tradicional quanto os da Web3 - parecem não entender plenamente a diferença chave entre investir em Bitcoin versus investir em ETFs de Bitcoin.

Quando você compra Bitcoin diretamente, através de uma DEX (corretora de cryptomoedas descentralizada) você adquire a propriedade e o controle total sobre seus ativos - sem falar na possibilidade de poder fazer isso aos sábados, domingos, feriados, de madrugada ... e pagar taxas de administração irrisórias.

Mas há algumas desvantagens a serem consideradas:

  • Primeiro: você precisa ter uma carteira digital (wallet) para guardar seus Bitcoins, entender de cryptomoedas e saber como funcionam os blockchains (abaixo como exemplo, uma de minhas wallets, da Metamask); e


  • Segundo (e mais importante): você não pode incluir seus Bitcoins em um plano de previdência complementar tradicional, seja o plano CD de um fundo de pensão ou um PGBL / VGBL de uma seguradora.

Investir em ETFs de Bitcoin, por outro lado, tem certas vantagens. O acesso ao investimento em Bitcoin é muito mais fácil, mais simples, voce nao precisa de uma walllet e tem a segurança dos mercados regulados, tem liquidez e potenciais benefícios tributários.

As principais desvantagens de investir em Bitcoin via ETFs sāo:

  • Você não tem a propriedade, não possui os Bitcoins, eles ficam custodiados com o gestor de investimentos da ETF;
  • As taxas de gestão dos investimentos são altas, os custos operacionais são maiores, você não pode negociar as ETFs fora dos horários de funcionamento dos mercados financeiros e há potenciais tracking erros (medida que mostra se um fundo está aderente ou não ao benchmark)

Mas e se houvesse uma terceira opção? Uma que combinasse os pontos positivos dos Bitcoins serem seus, de estarem na sua carteira digital, de fazerem parte do portfolio de seu plano de previdência complementar individual, com as vantagens e facilidades de investir em ETFs de Bitcoin – ao mesmo tempo em que endereçasse os respectivos pontos negativos das duas alternativas?

Essa terceira opção teria duas enormes vantagens:

(i) seria um ponto de inflexão, ao permitir que a custodia dos investimentos, ou seja, a guarda e proteção dos seus investimentos, estivesse integralmente com você e não com um banco, um fundo de pensão, uma seguradora ou qualquer instituição financeira; e

(ii) permitiriam que você investisse em ativos digitais, tipo cryptomoedas, tendo os benefícios fiscais da previdência complementar.

O desenho do fundo de pensāo do futuro e dos planos de previdência complementar do Século XXI, passam por uma questāo crítica:

A segurança dos seus investimentos e a garantia de que você nāo perderá todo seu patrimônio, caso o gestor dos seus investimentos - seja um fundo de pensāo, um banco, uma seguradora ou uma instituiçāo financeira - venha a quebrar ou ser liquidada.

Na segunda parte desse artigo falaremos da ascensão da Conta Individual de Previdência Descentralizada, explicaremos como funcionarão e porque elas fazem parte da construção do fundo de pensão do futuro.

A Parte 2/2 desse artigo só estará disponível para aqueles que pagam (o preço é de um cafézinho por mês) a assinatura do Canal TECONTEI?, no Substack.

There’s no free lunch, baby! 😎


Grande abraço,

Eder.


Fontes: “A Secure Crypto Exchange?”, escrito por Tom Matsuda


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