De Sāo Paulo, SP.
Em 1910 Henry Ford tinha como meta produzir 1.000 carros por dia. Para isso, criou uma fábrica em Detroit com um novo processo de produção.
A linha de montagem criada por Ford reduziu o tempo de produção dos carros - que até então era de 12 horas e 13 minutos - para 1 hora e 33 minutos, um recorde na época.
The First Automobile Assembly Line
O tempo passou e invenção de Henry Ford, a linha de produção, não mudou quase nada. O que mudou foi a maneira de operá-la.
Em 2017, graças ao movimento de mecanização, que começou a ganhar força a partir dos anos 70, a Mercedes Benz já produzia um carro novo a cada 10 minutos, quase dez vezes mais rápido do que a 1 hora e 33 minutos que as linhas de produçāo da Ford levavam em 1910.
Incredible. Mercedes built in 10 minutes with Robots. Mercedes Factory May 2017
Agora, em 2024, a Mercedes começa a dar os primeiros passos para introduzir robôs humanóides, que irão operar junto com seres humanos em sua linha de montagem.
A operação das linhas de produção automotivas por humanóides, tem potencial para reduzir mais ainda o tempo de produçāo, mas essa reduçāo vai esbarrar, inexoravelmente, num limite fisico ou mercadológico (demanda e dispersāo geográfica do consumo) na produção de automóveis, tornando a inocua depois de certo ponto.
Mercedes-Benz Hiring Apollo Humanoid Robots to Replace Human Workers
Isso sinaliza que a inovação criada por Henry Ford está chegando ao limite das melhorias possíveis e sua maior vulnerabilidade, daqui para a frente, será uma nova invenção, que tornará a coisa toda (carros a combustão e linha de produção) algo superado.
Da próxima vez que você ler o “Relatório Gerencial de Previdência Complementar" do Ministério da Previdência Social (MPS) e notar que a quantidade de fundos de pensão vem se reduzindo nos últimos 20 anos, lembre-se desse exemplo muito real.
As melhorias, cedo ou tarde, esbarram num limite ou entāo, perdem totalmente o sentido diante de inovaçōes disruptivas.
Conte a quantidade de empregados que havia nas linhas de produção em 1910 e perceba a drástica diminuição na quantidade de pessoas presentes no processo de produção de bens (o mesmo vale para serviços), um movimento que nāo vai ser interrompido nesse início do Século XXI.
Fundos de pensão foram criados pelas empresas há mais de um século, para oferecer benefícios de previdência complementar para seus empregados.
Quando esses “empregados” se tornam robôs, não adiante seguir melhorando a administração dos planos de previdência complementar corporativos nem buscar atrair mais e mais participantes para suas fileiras em busca de escala.
A melhoria contínua dos fundos de pensão, não levará a sua sobrevivência na economia digital. Da mesma forma que foguete não dá marcha-a-ré, robôs não requerem renda quando são “aposentados”.
Os fundos de pensão precisam ser reinventados, não melhorados.
Grande abraço,
Eder.
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