De Sāo Paulo, SP.
O Projeto WorldCoin é um tema intrigante para gestores e participantes de fundos de pensão, devido ao potencial impacto da tecnologia do blockchain, identidades digitais e novos modelos de negócios da cryptoeconomia.
Para os não iniciados, o que é o Projeto WorldCoin?
Os fundadores do WorldCoin sāo Sam Altman, CEO da OpenAI, criadora do ChatGPT, Max Novendstern e Alex Blania.
Lançado em 2019, originalmente sob o nome de WorldCoin, hoje denominado World Network após passar por um rebranding em outubro passado, o objetivo do projeto é fornecer uma maneira confiável de assegurar a autenticidade dos seres humanos online, para se opor a bots, hackers e ladrões de identidade, cada vez mais turbinados pela IA.
Para isso, faz a leitura biométrica da íris usando um dispositivo chamado ORB, desenvolvido pela empresa Tools For Humanity, com sede em Berlim. Assim que o olho passa pelo scanner de um ORB, é atribuída uma identidade única para a pessoa, um tipo de RG Global chamado de World ID.
Em troca, a pessoa recebe tokens – ou seja, certa quantidade de uma cryptomoeda proprietária do projeto, chamada WLD. No ato da leitura da íris a pessoa recebe 25 WLD e a cada mês recebe outros 3 WLD, cuja distribuição foi inspirada nas discussões da renda básica universal.
Na sexta-feira passada, para matar minha curiosidade e aprender como funciona, fiz minha identificação numa das 10 ORBs disponíveis em São Paulo (é preciso ir pessoalmente) e recebi os 25 WLD, equivalentes a R$ 343,92 pela cotação daquele dia 21/11/2024. Abaixo, copia da minha wallet (carteira digital) no app WorldCoin no meu smartphone.
A rede global de seres humanos (World Network), criada com tecnologias que preservam a privacidade e comprovam a humanidade, permite o livre fluxo de ativos digitais entre pessoas físicas ao redor do mundo e a criação de uma comunidade verdadeiramente humana.
Há, claro, quem critique o projeto, alegando ser uma forma de coletar dados de indivíduos de baixa renda em países com pouca proteção legal aos dados pessoais. Particularmente, não tenho receio disso, o que eu temo sāo bots, hackers e governos …
As tecnologias do WorldCoin e os desafios do setor
As tecnologias do WorldCoin podem dialogar de várias formas com os desafios e oportunidades do setor de fundos de pensão. Veja algumas delas:
- Inclusão financeira e adesão a planos de previdência complementar – Um dos objetivos do WorldCoin é fornecer acesso a serviços financeiros globais, especialmente para populações subbancarizadas. Os fundos de pensão poderiam se beneficiar de iniciativas semelhantes, aumentando a adesão a planos previdenciários em populações que ainda estão fora do sistema tradicional. Alô ABRAPP, sabe o slogan “previdencia para todos”?. Por ex.: as pessoas de baixa renda que recebem tokens WLD poderiam poupar parte deles, na forma de contribuições para um plano de previdência complementar administrado por fundos de pensāo, voltado para pessoas de baixa renda.
- A importância da identidade digital no gerenciamento de benefícios – o WorldCoin utiliza um sistema de verificação de identidade biométrica descentralizada e altamente segura. Para fundos de pensão, isso poderia abrir caminho para a adoção de tecnologias que simplifiquem o processo de identificação de participantes e beneficiários, reduzindo fraudes e melhorando a eficiência no pagamento dos benefícios.
- Governança e transparência – a estrutura descentralizada do WorldCoin reflete uma tendencia crescente por maior transparência e automação em sistemas financeiros. Os fundos de pensāo podem adotar a tecnologia do blockchain para reforçar sua governança, especialmente na prestação de contas aos participantes.
- Riscos regulatórios e cibernéticos – assim como o WorldCoin se propõe a enfrentar os desafios da privacidade de dados, os fundos de pensão deveriam adotar e investir em tecnologias semelhantes, visando maior segurança cibernética.
- A nova economia da longevidade – a expansão da economia digital, impulsionada por iniciativas como o WorldCoin, cria novas dinâmicas econômicas. Os fundos de pensão precisam considerar como essas mudanças podem afetar o futuro do trabalho, as contribuições previdenciárias e sua própria sustentabilidade. Por ex.: a maioria das pessoas na fila para scanear a íris na ORB de pinheiros, eram entregadores de IFood, motoboys e pessoas de baixa renda. Claro, todos buscando uma renda adicional na forma de cryptomoedas que podem ser convertidas imediatamente em Reais por PIX. Os fundos de pensāo poderiam atrair esses trabalhadores da economia informal para seus planos, caso se inserissem rapidamente nessa nova economia da cryptografia.
Rua Cunha Gago 266, Pinheiros - Um dos 10 locais com ORBs em Sao Paulo
- Tokenização de ativos e diversificação de investimentos – o WorldCoin é baseado em cryptomoedas e blockchain, tecnologias que estão revolucionando os mercados financeiros. Os fundos de pensão podem explorar a tokenização de ativos como uma forma de diversificar investimentos, aumentando a liquidez e acessando mercados anteriormente inacessíveis. Por ex.: aceitando contribuições na forma de cryptomoedas, facilmente conversíveis para reais.
Os fundos de pensão precisam se preparar para essas inovações
O avanço de tecnologias como as apresentadas pelo WorldCoin traz implicações profundas para o setor de fundos de pensão. Em um cenário onde identidades digitais seguras e descentralizadas se tornam a norma, os fundos precisarão repensar seus processos e estratégias. Como integrar tecnologias de autenticação biométrica e blockchain na administração de benefícios? Seria possível usar essas ferramentas para reduzir fraudes e aumentar a eficiência operacional? Além disso, como equilibrar o uso de dados biométricos com as exigências legais de privacidade e proteção de dados?
Outra questão relevante é a inclusão financeira. Projetos semelhantes ao WorldCoin podem expandir o acesso a serviços financeiros para populações subbancarizadas, permitindo que fundos de pensão tenham a oportunidade de alcançar novos públicos. Como essas tecnologias podem ser usadas para fomentar a adesão de trabalhadores informais ou jovens, tradicionalmente excluídos do sistema previdenciário?
Além disso, o crescente interesse em ativos digitais, como cryptomoedas, pode levar a uma revisão das estratégias de investimento dos fundos. Como avaliar o risco e o retorno desses ativos em um portfólio previdenciário? E como se preparar para os desafios regulatórios que acompanham essas inovações?
Esses questionamentos não apenas apontam para as possibilidades do futuro, mas também demandam que os fundos de pensão sejam proativos em explorar novas tecnologias, adaptando-se a um ambiente cada vez mais digital e globalizado.
O WorldCoin e suas tecnologias inovadoras representam muito mais do que um avanço em identidade digital e finanças descentralizadas; eles são um reflexo das transformações que moldam o futuro da economia global.
Para os fundos de pensão, essas inovações trazem tanto desafios quanto oportunidades. Ao adotar uma postura aberta à experimentação e ao aprendizado, o setor pode não apenas se proteger de riscos, mas também liderar mudanças que beneficiem seus participantes.
Assim, olhar para o WorldCoin não é apenas explorar uma curiosidade tecnológica, mas antecipar o futuro da previdência em um mundo mais conectado tecnologicamente.
Tudo isso esta acontecendo aqui e agora, debaixo do nariz de conselheiros, diretores, participantes e de uma PREVIC hostil à novas tecnologias, infelizmente.
Grande abraço,
Eder.
Opiniōes" Todas minhas | Fonte: Eder & ChatGPT-4o.
P.S.: Quer saber mais? Assista ao video abaixo.
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