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De Sāo Paulo, SP.
Basta olhar para as mudanças demográficos que vem acontecendo na China, para inferir o que nos espera aqui no Brasil e na maioria dos países do mundo.
Em 2023 a China perdeu para a Índia a posição de país mais populoso do mundo. De lá para cá o governo chinês vem tentando amortecer o impacto que uma força de trabalho menor terá na economia.
No ano passado o partido comunista chines aumentou, pela primeira vez desde 1978, a idade de aposentadoria da previdência social. O aumento ocorrerá ao longo dos próximos 15 anos e alinhará a previdência da China com a dos países mais desenvolvidos.
Homens passarão a se aposentar aos 63 anos ao invés de 60 anos. As mulheres em posição de gerência passarão a se aposentar aos 58 anos ao invés de 55 (trabalhadoras comuns terão a idade de aposentadoria aumentada dos atuais 50 para 55 anos).
As medidas não foram exatamente populares, mas as autoridades dizem ser necessárias para conter o declínio do tamanho da força de trabalho. A revisão da política de filho único, substituída por incentivos para as famílias terem três filhos por casal, simplesmente não funcionou.
No gráfico abaixo fica clara a redução em números absolutos, da quantidade de nascimentos versus mortes, na China.
O governo do pais asiático procura reforçar a rede de segurança social através da expansão da cobertura do sistema de aposentadorias e pensões.
Os jovens, porém, andam relutantes em contribuir para a previdência social, temendo que o sistema não será capaz de prover benefícios na hora que eles atingirem a idade de se aposentar.
As projeções demográficas já apontam que o Brasil passará por uma redução populacional idêntica a da China.
Como esse quadro deve ser lido pelos fundos de pensão da Terra de Cabral?
1. O rabo abana o cachorro – Um sistema de previdência que antes era complementar à previdência social, se tornará a principal fonte de renda durante a aposentadoria. Isso precisa ser comunicado claramente pelos fundos de pensão aos seus participantes. Os ativos precisam gerenciar a formação de suas poupanças de modo mais adequado, pois o benefício do INSS no futuro, será cada vez mais reduzido.
2. Samba de uma nota só – Com mais participantes aposentados recebendo benefícios, do que participantes ativos formando poupança, os fundos de pensão serão forçados a oferecer outros produtos e serviços, não apenas uma única solução (os atuais planos de aposentadoria).
3. Atração e reação – Havendo menos jovens na força de trabalho, a luta para atrai-los para os fundos de pensão será ainda maior. Para isso, será preciso uma completa revisão dos atuais canais de distribuição, do marketing, da comunicação, dos produtos, das tecnologias ...
Essas são apenas algumas das questões espinhosas que aguardam os fundos de pensão. O caminho para o futuro está repleto de quebra-molas.
Grande abraço,
Eder.
Opiniões: Todas minhas | Fonte: Next China, Bloomberg.
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