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De Sāo Paulo, SP.
Os fundos de pensão têm muito a aprender com a dinâmica dos líderes ao longo da história, mas para entender os líderes transformadores é preciso entender a história que os forjou, entender o mundo no qual eles surgiram e as crises que enfrentaram.
Não há uma resposta clara e muito menos única para definir líderes transformadores, porque para cada líder importante que olhemos, perceberemos que foram moldados pelas circunstâncias do momento.
Não obstante, líderes muito relevantes mudam as coisas, eles geram a transformação que torna o mundo diferente. Eles fazem história.
Se considerarmos os líderes mencionados nos livros, veremos que eles sāo, basicamente, de três tipos. O primeiro, são pessoas que tem poder. Estamos falando de presidentes, de pessoas que tem poder institucional ou poder formal.
Depois, existe um segundo grupo: por exemplo, os ativistas que lutaram pelo fim da escravidão, como Joaquim Nabuco ou a cientista Isabel de Souza Mattos, que em 1880 lutou na justiça pelo direito de voto das mulheres. Eles não sāo chefes de estado, não tem poder formal, mas tem algum poder e encontram outras fontes alternativas de poder para alcançar o tipo de mudança que almejam.
Finalmente, existe uma terceira categoria de líderes, muito interessante, que surge da oposição ao poder. Oposição significando que você pode estar literalmente em perigo. Pense na resistência francesa na II Guerra ou nas pessoas escapando da escravidão no século XIX. São pessoas para as quais os riscos não poderiam ser maiores, uma questão pessoal de vida ou morte. A oposição ao poder os coloca literalmente em perigo, às vezes coloca os outros em risco. Como liderar quando você não tem poder?
Se tivermos que traduzir isso para o mundo dos negócios, do qual os fundos de pensão fazem parte, teremos que fazer uma pergunta interessante: digamos que você seja parte de um fundo de pensão, mas nāo esteja no topo da organização. Tenha pouco poder e decida que quer levar o fundo de pensão para uma nova era, para isso precisaria chegar na cadeira que tem esse poder.
Isso é algo complicado de se fazer dentro de uma organização, porque lutar pela posição de quem esta no topo pode custar sua própria carreira, seu próprio sucesso. Porem, criando alianças, sendo estratégico, observando os pontos fortes e fracos dos que estão acima de você – às vezes no topo – é possível achar caminhos para, eventualmente, alcançar seus objetivos e satisfazer suas ambições, dentro da hierarquia.
É longa a lista de problemas e desafios que os fundos de pensão possuem. A pergunta é: seremos capazes de encontrar dentro dos fundos de pensão os líderes e lideranças de que precisamos?
Ou sucumbiremos à liderança cujo foco é tão somente o aqui e agora, a manutenção do status quo, a previdência do passado, os planos em extinção, as estratégias passivas de investimentos, o conforto dos títulos públicos, da pretensa segurança financeira fornecida por planos CD ....
Sim, eu consigo enxergar líderes. Eles ainda são desconhecidos, não são famosos, não estao no topo, mas já estão por aí. Ao identificarmos essas pessoas, precisamos encorajá-las, precisamos nos unir a elas, ajudá-las, apoiá-las.
Se aqueles que estão lendo isso se identificam como tais líderes, deveriam colocar a timidez de lado, deveriam dar um passo à frente e fazer as coisas que precisam ser feitas, para que os fundos de pensão sejam capazes de chegar no futuro.
Porque para mim, o papel dessa liderança, em última instância, é um serviço publico prestado não apenas ao segmento de previdência complementar e aos participantes de um fundo de pensão, em particular, mas à sociedade como um todo.
Grande abraço,
Eder.
Opiniōes: Todas minhas | Fonte: “The case for space”, The McKinsey Podcast.
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