sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

TLDR, prepare-se, no mundo das finanças descentralizadas seu fundo de pensão nunca mais será o mesmo. Precisamos de um novo Bismark!

 


De São Paulo, SP.


Internet do dinheiro, que vem sendo construída com base na tecnologia do blockchain e sem a necessidade de bancos, está sendo chamada de DeFi, abreviação de Descentralized Finance ou Finanças Descentralizadas em português.

 

Tenho partilhado por aqui, em primeira mão, algumas das histórias daqueles que estão construindo esse novo sistema financeiro global no qual os fundos de pensão, os sistemas de pagamento e tudo o mais, serão integrados (encaixados) como peças de lego. 

 

Estamos caminhando para um futuro no qual os instrumentos financeiros terão formatos diferentes daqueles que estamos habituados a ver no mercado financeiro hoje em dia. 

 

Títulos, ações, debentures e outros ativos cujo acesso hoje está restrito a investidores institucionais ou umas poucas pessoas detentoras de grandes fortunas, bem como ativos de baixíssima liquidez como obras de arte e imóveis, se tornarão disponíveis em mercados secundários acessíveis a uma base de investidores com uma faixa de renda muito mais ampla e global.

 

Nesse novo sistema financeiro a propriedade comprovada de conteúdo digital, algo que até aqui era impossível, passa a ser possível. Essa, apenas uma dentre as tantas inovaçõe que vem surgindo no mundo DeFi, tem potencial para mudar completamente setores inteiros como a indústria da música, da arte e dos esportes, abrindo um universo inteiramente novo de classes de ativos hoje inexistente.

 

Para entender um pouco mais sobre essas mudanças, vamos explorar as transformações que deverão acontecer na indústria da música. 

 

Imagine um mundo no qual tokens não fungíveis permitirão que os artistas se conectem diretamente com sua audiência, removendo a necessidade de intermediários. Um mundo no qual os fãs poderão se tornar investidores na careira de seus ídolos. 

 

Nesse futuro, possuir o token da sua banda favorita também significará ter acesso a experiências no mundo real e até poder ganhar parte dos royalties dos artistas, se beneficiando do sucesso deles. 

 

Nota: Fungibilidade significa que as unidades individuais de um ativo são intercambiáveis e essencialmente indistinguíveis uma da outra. Ex.: todo dinheiro é fungível, uma nota de R$ 1 pode ser trocada com qualquer outra nota de R$ 1, possuindo valor individual equivalente. O mesmo vale para criptomoedas como o bitcoin, que são tokens criptográficos criados no blockchain, são fungíveis e criados igualmente. Já os “tokens não fungíveis”, conhecidos em inglês pela sigla NFT (Non-Fungible Tokens), são tokens únicos e com quantidade limitada. Como os NFTs não são intercambiáveis entre si, eles podem funcionar como prova de autenticidade e de propriedade no âmbito digital, seja de um ativo digital ou da representação digital de um ativo real. 


Mais sobre NFT: aqui e aqui.

 

Explicando o papel do NFT na criação de novas classes de ativos digitais

 

Comprar um conteúdo tokenizado nos dá a sensação de tangibilidade na propriedade de um ativo digital. A coisa, porem, não para por aí. Ativos digitais podem vir acompanhados de uma serie inimaginável de outras características que abordaremos mais adiante. 

 

Isso faz dos NFTs o veículo perfeito para transformar itens colecionáveis, como música e arte em ativos digitais. Na verdade, a transformação de qualquer ativo real em ativo digital pode ser feita por meio de NFTs. Isso vai transformar as classes de ativos nas quais os fundos de pensão poderão investir. 

 

Os ativos do mundo real estão entrando no mundo digital através de uma nova forma de monetização trazida pela Web 3.0. Artistas e músicos perceberam o potencial dos NFTs como meio de assumir o controle dos ganhos de suas obras. Para se ter uma ideia do que isso significa, apenas nos EUA onde a indústria da música representa US 42 bilhões, os artistas ficam com apenas 12% dos ganhos de suas criações.



Voltemos ao exemplo das músicas e por quê o valor de uma canção - hoje restrito à sua forma audível - deve evoluir para uma nova classe de ativo totalmente independente.

 

Vamos fazer um paralelo entre a música e um trabalho de arte tradicional. Um pintor, escultor ou artista pode levar meses, as vezes anos, antes que sua obra encontre uma casa, uma parede ou uma sala para ser colocada. Os quadros dos pintores mais famosos podem ser vistos em uma simples busca no Google, mas a propriedade se limita aqueles que podem se dar ao luxo de possui-los. Os colecionadores de arte sentem-se orgulhosos da propriedade desses quadros, independentemente de quantas vezes ele é replicado.

 

Da mesma forma, uma música requer um imenso esforço criativo, mas a distribuição digital em massa torna praticamente impossível ao autor capturar o verdadeiro valor do que as pessoas sentem ao ouvirem sua música, algo que R$ 0,015 por streaming não chega nem perto de representar.  

 

É aí que entram os NFTs. Por exemplo, uma edição limitada de NFTs representando uma música ou um álbum passa a ter mesma estrutura e ser encarada igual a uma fotografia, litografia, pintura ou obra de arte. As pessoas serão levadas a querer ter e colecionar cópias autenticadas e digitalmente assinadas pelos artistas que criaram originalmente a obra.

 

As músicas evoluirão para itens colecionáveis com edição limitada, na forma de propriedade fracionada dos direitos musicais, na qual os detentores dos tokens participarão dos royalties gerados pelas músicas que colecionam e poderão vender esse ativo para outros.

 

A música no formato de ativo digital pode vir acompanhada de outras características, como imagens, tornando o ativo em um conteúdo audio-visual onde a arte digital complementa a música e vice-versa. Músicos como RAC, Boys, Noize, Deadmau5 3LAU e outros foram pioneiros na criação dessa nova classe de ativos digitais.

 

Um DJ chamado Justin Blau que se denomina 3LAU se juntou a um produtor de animação e criou uma peça artística sob o nome de SSX3LAU com batidas de som inéditas que reagem visualmente. 


Dá uma sacada no SSX3LAU nesse link: aqui. 

 

Os músicos poderão acrescentar uma camada digital às suas músicas transformando-as em itens colecionáveis, lançando no mercado NFTs com canções inéditas e exclusivas que nunca estarão disponíveis em plataformas de streaming tradicionais. 

 

O fã ou colecionador que comprar o token com a música terá a opção, se quiser, de compartilhar aquele som, mas a propriedade do áudio continuará exclusiva daqueles que participaram da venda primaria do token.

 

Além disso, o token poderá fornecer benefícios e privilégios adicionais aos seus detentores, destravando o acesso à músicas ainda não lançadas, tickets para shows vistos dos bastidores e até pagamentos de royalties retroativos criando valor de longo prazo na propriedade do token (NFT) e fazendo surgir um mercado secundário de ativos digitais musicais com alta liquidez.

 

Música, arte e itens colecionáveis, classes de ativos digitais pioneiras 

 

Veremos uma revolução surgir da intersecção entre a Web 3.0 e a criação de conteúdos digitais exclusivos. O fluxo de caixa consistente que resultará da emissão de tokens não-fungíveis  (NFTs), levará efetiva securitização de música, arte e outras criações e ao permitir uma distribuição eficaz de royalties criara uma nova classe de ativos. 

 

Algo que, sem sombra de dúvidas, interessa a poupadores de longo prazo em nível individual ou coletivo, como investidores institucionais e fundos de pensão.

 

Não é a toa que os lançamentos da chamada Crypto Art explodiram em 2021 (gráfico abaixo)

 


Imagine um token não-fungível (NFT) que represente 100% da propriedade dos direitos sobre a matriz de gravação de uma música ou um álbum. A partir desse NFT o autor poderá emitir outros tokens no formato DAO, fracionando a propriedade dessa música ou álbum enquanto mantem a propriedade de 51% do total de tokens disponível.

 

Mais sobre DAO: aqui.

 

Imagine seu fundo de pensão investindo em royalties de musica e permitindo, através de uma UI / UX, que além dos participantes terem retornos para seus investimentos, tenham também acesso a musicas e experiências inéditas? Isso sim é colocar seu dinheiro (digital) a seu serviço!!! 

 

Mais sobre UI / UX: aqui.

 

Os tokens não-fungíveis (NFTs) poderão redefinir a propriedade e os ganhos das mídias digitais tornando-se mais uma peça de lego na construção da próxima geração de investimentos e classes de ativos num mundo em que os fundos de pensão podem se transformar num simples app.

 

Os ativos digitais poderão assumir diversos formatos e abordagens no futuro, mas inequivocamente chegarão para democratizar o acesso aos investimentos e ligá-los de uma vez por todas ao proposito de seus donos. 

 

Reflexão final: jogue fora os livros do seu MBA em fundos de pensão

 

Se você quiser apenas uma evidência do quanto mudou o mundo do qual os fundos de pensão fazem parte, basta olhar para a área de investimentos.

 

Nos últimos cinquenta anos os ativos intangíveis ultrapassaram os ativos tangíveis como proporção dos ativos totais de uma empresa. Patentes, softwares, dados, marcas valem mais hoje do que edifícios, máquinas, equipamentos, estoques e ativos físicos. 

 

De acordo com Ben Carlson que escreve para a Revista Fortune, os ativos intangíveis das 500 maiores empresas listadas no índice S&P500 saltou de 17% dos ativos totais em 1975 para 90% em 2020.

 

Isso explica a razão de empresas tipo a Tesla – que vale quase US$ 1 trilhão na bolsa de valores – terem valores muito maiores do que produzem de bens e serviços na economia real, onde a vida e os empregos realmente acontecem. 

 

As implicações desse deslocamento do valor das empresas e do surgimento do DeFi e do MOIP – Money Over Internet Protocol (a Web 3.0) que se opõem ao TCP/IP – Transmission Control Protocol / Internet Protocol (Web 2.0) e ao sistema financeiro tradicional, são muito mais amplas e profundas e não se limitam às questões acima.

 

Poderíamos listar inúmeros outros impactos dessas mudanças para investidores institucionais em geral e fundos de pensão em particular, mas o ponto é que estamos sendo guiados por ideias e teorias desenvolvidas para explicar uma economia que não existe mais.

 

Muito do que aprendemos na faculdade e nos cursos de economia e atuaria sobre sistemas mutualistas de previdência, longevidade, responsabilidade fiduciária, governança, política fiscal, lucros, risco e por aí vai, não se sustenta mais. 

 

Os livros acadêmicos sobre a nova economia, bem como a forma de governos, empresas e fundos de pensão operarem na nova era, ainda estão para ser escritos. 


 

Precisamos de um novo Bismark, mas de um que seja digital!

 

Grande abraço,

Eder.

 

 

Fonte: The Defiant: "I'm Imagining a World Where Every Song Has an Investable Layer", podcast no qual o DJ e produtor musical DJ 3LAU (Justin Blau) é entrevistado por Camila Russo"Building the Investable Layer of Music", escrito por 3LAU e “Fortune – CEO Daily”, escrito por David Meyer.

 

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

TE CONTEI? SE NO FUTURO TUDO VAI SER DIFERENTE, VOCÊ ACHA QUE OS FUNDOS DE PENSÃO SERÃO IGUAIS A HOJE?

 



De São Paulo, SP.

 

O QUE ESTÁ ACONTECEDENDO:

Aeroportos urbanos como esse da foto, construídos especificamente para “carros voadores” e “drones”, serão desenvolvidos pela iniciativa privada como parte de planos governamentais para reduzir a poluição e os congestionamentos nas estradas. Pequenos carros elétricos voadores, operando dentro das áreas urbanas, levarão passageiros de um lado para outro misturando trajetos pela terra e pelo ar. Quando? Onde? Até o final de 2021 na cidade de Coventry, a oitava maior da Inglaterra e a 11ª do Reino Unido. Logo em várias outras cidades pelo mundo.

 

POR QUE ISSO É IMPORTANTE: 

Porque essa é a razão pela qual venho insistindo tanto na necessidade de revolucionar o conselho do seu fundo de pensão.

 

CONCLUSÃO: 

Os investidores institucionais financiarão essa nova infraestrutura e os passageiros pagarão com cryptomoedas ou CBDCs diretamente de suas "wallets" digitais, cujas contas para gastos de curto médio e longo prazos estarão custodiadas no sucessor dos fundos de pensão. Tudo isso, já a partir de 2021...

 

Grande abraço,

Eder.


Fonte: Urban airport will pave the way for flying cars, escrito por Graeme Paton,



quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

HOME OFFICE, QUAL É O SEU?

 



De São Paulo, SP.


Pesquisa da STEELCASE, uma dos maiores fabricantes de moveis nos EUA, feita globalmente com 32.000 trabalhadores, dividiu nas categorias abaixo o local onde as pessoas costumam fazer o trabalho em casa.


Onde voce se encaixa?


Grande abraço,

Eder.



Fonte: U.S. Work from home study


terça-feira, 26 de janeiro de 2021

TE CONTEI? OS FUNDOS DE “ENDOWMENT” DE UNIVERSIDADES COMO HARVARD, YALE E BROWN VEM COMPRANDO BITCOIN EM SILENCIO.

 



De São Paulo, SP.

 

O QUE ESTÁ ACONTECENDO: 

Fundos de “Endowment”, comuns nos EUA, tem por finalidade gerir patrimônios com duração perpetua, fruto de doações, destinando os rendimentos à manutenção de atividades específicas. No caso de universidades, ensino e pesquisas. De acordo com fontes da CoinDesk, os fundos das maiores universidades americanas vêm comprando cryptomoedas há pelo menos um ano e meio, diretamente de corretoras oficiais como Anchorage e CoinBase (tenho uma wallet lá), que não comentam o assunto.

 

POR QUE ISSO É IMPORTANTE: 

Uma serie de instituições estão agora confortáveis com os cryptoativos, elas entendem e podem comprá-los de alguma corretora, desde que regulada. Uma fonte anônima, envolvida em fundos de hedge de cryptomoedas, disse que houve grande mudança ao longo dos últimos meses. “Estamos vendo planos BD e fundos de pensão do setor publico perto de fazerem alocações em cryptos”.

 

CONCLUSÃO: 

Pois é ...nós aqui contando moedas.


Grande abraço,

Eder.

 

Fonte: "Harvard, Yale and Brown Endowments Have Been Buying Bitcoin For At Least A Year", escrito por Ian Allison.





segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

ESG não é suficiente para engajar jovens com fundos de pensão, o conselho deliberativo tem papel fundamental para fazer isso!

 


 

De São Paulo, SP.


A decisão da Holanda de abraçar a contribuição definida (CD) na previdência complementar é apenas o movimento mais recente de uma mudança global e ampla de afastamento do mundo garantido dos planos de benefício definido (BD) em direção a responsabilidade individual pela previdência. 

 

Os jovens se aposentarão em planos CD, mas seu funcionamento não foi desenhado estrategicamente para refletir essa mudança de conceito e o que ela significa para as novas gerações.

 

Atrair Milênios e Gen Z’s para os fundos de pensão e fazê-los se engajarem mais ativamente com sua poupança para o futuro, requer muito mais do que apenas uma política de investimentos atual, voltada para investimentos responsáveis.

 

Os conselhos deliberativos dos fundos de pensão estão diante de uma encruzilhada temporal. Precisam olhar para um lado (BD) e para o outro (CD) antes de atravessar e se não o fizerem, serão atropelados pelo trem da história. 

 

Precisamos de outra abordagem além das adotadas hoje

 

Richard Thaler, Nobel de Economia em 2017, deveria ter enfatizado que o surgimento da economia comportamental se deu graças ao trabalho de Daniel Kahneman e Amos Tversky. 

 

O mérito de Thaler foi integrar os estudos de Kahneman e Tversky aos modelos econômicos. Porem, sem a catalogação dos inúmeros vieses de comportamento humano, feito pelos dois psicólogos, não existiria um novo ramo do conhecimento. Escrevi sobre isso: aqui 

 

Deixada apenas na mão dos economistas, as soluções da economia comportamental ficarão mancas e os ganhos de curto prazo poderão ser ofuscados por perdas no longo prazo.

 

Um estudo feito pelo fundo multipatrocinado do governo Britânico, o NEST DC Master Trust, mostrou os problemas que vem junto com a estratégia de “adesão automática” nos planos de previdência complementar. Diga-se de passagem, já adotada por fundos de pensão de funcionários públicos federais aqui no Brasil, como o Funpresp-Exe e o Funpresp-Jud.

 

Os participantes que aderiram aos planos de forma automática mostravam, no estudo do NEST, estarem satisfeitos com seu novo benefício, mas 40% deles não tinham a menor ideia de que podiam alterar o nível de contribuição e 16% nunca verificaram seus extratos e saldos. 

 

O estudo do NEST lançou luz sobre o problema e resultou em algumas recomendações para endereçar o desafio.

A comunicação, diz o estudo, deve ser:

  • Positiva e focar naquilo que os participantes podem fazer, ao invés de enfatizar o que eles devem fazer;
  • Plausível, usando exemplos em dinheiro ao invés de baseados somente em percentuais e estatísticas;
  • Personalizada e não voltada para um perfil genérico médio de participantes ativos e aposentados. 

Ao tentar contornar o viés de comportamento da procrastinação, a adesão automática acaba ficando no meio do caminho. Resolve a adesão ao plano, o que é louvável, mas não remove a procrastinação do comportamento nem a falta de engajamento do participante com o plano. 

 

Isso é terrível em planos CD, cuja responsabilidade pela renda de aposentadoria foi deslocada para o individuo, requerendo uma gestão ativa da poupança que deveria acompanhar seus investimentos, checar periodicamente o nível de contribuição e fazer projeção anual do benefício.

 

Tecnologia como estratégia de engajamento



As soluções de tecnologia adotadas pela maioria dos fundos de pensão ainda estão nos primeiros degraus de transformação digital. Portais na Internet, por exemplo, são usados mais como penduricalhos para documentos e informações.

 

Os jovens acessam e gerenciam o dinheiro deles hoje por dispositivos moveis e apps, enquanto os fundos de pensão seguem tendo websites e portais como a linha de frente na interação com participantes.

 

Sinceramente, até eu mesmo que sou velhinho preferiria aderir hoje a um plano de previdência mandando uma simples mensagem de WhatsApp.

 

Sabe por que o engajamento dos jovens com o fundo de pensão é vital? A Customer Experience (CX) ou Experiência do Consumidor entrou na pauta das áreas de marketing pela mesma razão. 

 

Quando uma empresa ou fundo de pensão aumenta o engajamento de clientes e participantes, melhoram o entendimento deles sobre seu produto. Uma vez que eles entendam o produto, estarão mais inclinados a acessar mais frequentemente apps (até mesmo websites e portais) e no caso dos planos de previdência, poupar um pouquinho mais.

 

Você já se perguntou o que faz os jovens acessarem as mídias sociais dezenas de vezes por dia? As pessoas checam o Facebook, Instagram, Youtube, TicToc, Snapchat e cia em busca não apenas de interação, mas principalmente de ... informação. Saber o que rola no mundo, no momento.

 

A disruptura no modelo de previdência complementar que está prestes a ocorrer, acontecerá com a vinculação do objetivo de longo prazo dos fundos de pensão aos objetivos de curtíssimo prazo de seus participantes, ie, aquilo que move as pessoas todo santo dia, o proposito que faz cada um de nós se levantar da cama e viver.

 

Da mesma forma que estamos vendo ruir as muralhas que cercavam as entidades “fechadas” de previdência complementar, logo veremos desmoronar a fronteira abstrata da previdência complementar que dividiu o consumo entre o hoje e o amanhã.

 

O problema gerado pela portabilidade

 

A associação britânica de técnicos em contabilidade a UK’s Association of Accounting Technicians, fez uma pesquisa em 2015 mostrando que as pessoas trabalham, em média, para seis empresas ao longo da vida.

 

Enquanto isso o departamento de estatísticas do trabalho americano, o US Bureau of Labor Statistics, estima que sejam muito mais, de 12 a 15 empresas diferentes.

 

Além da falta de engajamento, a adesão automática acabou potencializando outro problema. Ao trabalhar em um monte de empresas durante a vida profissional as pessoas acabam detentoras de múltiplas poupanças de previdência complementar.

 

Aqui no Brasil, mesmo sem a adesão automática, a fragmentação da poupança em inúmeras contas de previdência complementar teve início no começo dos anos 2000 quando a regulamentação da portabilidade nos planos de aposentadoria corporativos foi aprovada pelo governo. De lá para cá, o problema só vem se agravando porque as pessoas vão deixando para trás contas de previdência muitas vezes com saldos pequenos que somem com o tempo, consumidos pelas taxas de administração.

 

Falta um sistema de consolidação simples e eficiente e isso vem causando muita fricção nos fundos de pensão, principalmente com as novas gerações que mais mudam de emprego.

 

Escrevi sobre uma possível solução desse problema com ajuda da tecnologia do blockchain: aqui

 

 

* * * * *

 

São inúmeros os desafios que os fundos de pensão têm pela frente não só para atrair os jovens, mas principalmente para engajá-los e quem tem papel fundamental para resolver isso é o conselho deliberativo.

 

Vamos revolucionar o conselho do seu fundo de pensão?

 

Abraço,

Eder.

 

 

Fonte: Adaptado do artigo "Defined Contribution: ESG not enough to get young on board", escrito por Nick Reeve.



quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

ELLI-Q: A TECNOLOGIA NÃO VEIO PARA TOMAR NOSSO EMPREGO, ELA VEIO TORNAR NOSSA VIDA MELHOR

 



De São Paulo, SP.


Uma das melhores lições que tive na area de tecnologia, isso foi nos anos 80 durante minhas aulas de programação Fortran, Pascal et all: "Os computadores (na época IBMs de grande porte) não fazem aquilo que você quer fazer", "eles fazem aquilo que você manda eles fazerem".


O que faremos com Inteligência Artificial, Robôs, IoT, Extended Reality, Blockchain e outras inovações, depende de nós. Veja só o que essa turma da ELLI-Q, uma AgeTech americana, esta fazendo.

Mais: 
aqui

... aqui
... e aqui

Grande abraço,

Eder.

TE CONTEI? O MAIOR GESTOR DE ATIVOS DO MUNDO ENTROU NO JOGO DAS CRIPTOMOEDAS E SEU FUNDO DE PENSÃO TAMBÉM PODE ENTRAR

 

Credito de Imagem: Eugene Gologursky / Getty Images


De São Paulo, SP.


O QUÊ ESTÁ ACONTECENDO: 

A BlackRock, líder global na administração de investimentos com US$ 7,81 TRI sob gestão, autorizou dois de seus fundos a investirem em BTC. A lâmina do BlackRock Global Allocation Fund Inc. e do BlackRock Funds V dizem que “poderão investir em contratos futuros baseados em bitcoin”. Não se sabe “se” nem “quando” acontecerão as primeiras alocações, mas a porta esta aberta.

 

PORQUE ISSO É IMPORTANTE: 

A corretora de cryptos eToro, que eu uso para minhas experiências pessoais no espaço crypto, pesquisou 25 investidores institucionais como fundos de pensão e family offices que disseram já estar se aquecendo para entrar nesse novo mercado também.

 

CONCLUSÃO: 

Sabe aqueles 10% de investimentos que fundos de pensão podem fazer no exterior? Use-os para entrar no espaço crypto. Quando Cabral baixou por aqui, a festa já rolava solta no mundo há séculos.  


Grande abraço,

Eder.

 


Fonte: BlackRock Gives 2 Funds Go-Ahead to Invest in Bitcoin Futures, escrito por Danny Nelson


quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

TECNOLOGIA É COISA PARA IDOSO, DA MESMA FORMA QUE PREVIDÊNCIA É COISA DE JOVEM

 

 Credito de Imagem: Alistair Berg



De São Paulo, SP.


Previdência é coisa de jovem é uma campanha do Grupo ABRAPP, a associação que reúne os fundos de pensão brasileiros. 

 

A inciativa começou em 2017 quando foi apresentada pela primeira vez na Expo CIEE, o maior evento da América Latina voltado à capacitação e inclusão profissional de jovens no mercado de trabalho. 

 

De lá pra cá a campanha vem conscientizando um número crescente de jovens para a importância de começar a poupar cedo para se desfrutar de uma aposentadoria tranquila no futuro.

 

Acho que o próximo passo natural é criarmos a campanha Tecnologia é coisa para idoso e você já vai entender a importância dessa nova iniciativa.

 

A CES – Consumer Eletronics Show é a maior feira de tecnologia do mundo voltada a produtos para o consumidor. Há mais de 50 anos apresenta ideias, conceitos e inovações de fabricantes de todas as áreas em que a tecnologia pode permitir uma vida melhor para as pessoas.

 

É nesse palco global que são apresentadas ao mercado as próximas gerações de inovação. A tecnologia presente em várias categorias de produto da feira e muitas das inovações vencedoras de prêmios e menções honrosas, são voltadas para adultos mais velhos.

 

Não obstante, buscar empresas de tecnologia | produtos na CES voltados exclusivamente para pessoas acima de 60 anos, as chamadas AgeTechs, fará você se sentir como se estivesse procurado ovinhos de chocolate escondidos pelo coelhinho da Páscoa. 

 

Se você é um entusiasta das AgeTechs um dos melhores lugares para ter começado sua busca na CES 2021 - que aconteceu de 6 a 9 de janeiro - teria sido pelo stand da AARP Innovation Labs, a aceleradora de startups da American Association of Retired Persons ou associação americana de pessoas aposentadas, em tradução livre.

 

Pelo terceiro ano consecutivo a AARP montou um stand de exposição e na feira de 2021 apresentou 10 startups com as quais vem trabalhando para promover inovações voltadas para pessoas que estão envelhecendo.

 

As startups atuam em uma grande variedade de categorias – de soluções para os últimos anos de vida das pessoas, passando por gestão e planejamento do patrimônio até detectores de queda de pessoas idosas. A lista completa das 10 startups pode ser encontrada: aqui

 

Soluções vencedoras em 2021

 

Na categoria de acessibilidade o prêmio de “Melhor Inovação” ficou com a Voiceitt, um desenvolvedor de tecnologia de reconhecimento de voz para falas atípicas.

 

A tecnologia da Voiceitt é de extrema importância e impacto para os mais velhos. As interfaces de voz se tornarão cada vez mais importantes no mundo, ao ponto até de começarmos a abandonar a digitação dentro de alguns anos.

 

Porém, certas condições médicas, mais comuns nos “adultos mais velhos”, como a doença de Parkinson e AVCs (derrames) podem impactar os padrões de fala das pessoas. 

 

Depois do Alzheimer, Parkinson é a doença degenerativa relacionada a idade com maior frequência, afeta hoje 1% da população acima de 60 anos de idade. Já os derrames, 75% deles acontecem depois da idade de 65 anos. 

 

A tecnologia do Voiceitt ajuda as pessoas impactados por essas doenças a se comunicarem através de dispositivos ativados pela voz. 

 

A solução que ganhou menção honrosa de “Melhor Inovação” na mesma categoria de acessibilidade, foi a OrCam, um dispositivo baseado em Inteligência Artificial que ajuda as pessoas com perda de visão e audição a ver e ouvir melhor.

 

Por outro lado, a menção honrosa de “Melhor Inovação” na categoria de saúde e bem-estar foi dada para o TouchPoint da CarePredict que complementa um dispositivo “vestível” da mesma empresa chamado Tempo

 

TouchPoint é um app de monitoramento remoto das atividades de idosos que fornece paz de espírito para seus familiares que podem ver o que está acontecendo com seus entes queridos. 

 

Por fim, uma inovação que também mereceu menção honrosa na categoria de saúde e bem-estar foi a Vayyar Home, um “Sistema de Resposta para Emergências Pessoais”. O dispositivo, o primeiro que funciona sem contato pessoal direto com a pessoa e fornece monitoramento 24/7, avisa os serviços de atendimento médico quando acontece uma emergência com uma pessoa idosa em sua residência.

 

Produtos dignos de nota, lançados em 2021

 

A Oitcon lançou o Oitcon More, um dispositivo de auxílio auditivo que funciona com uma “rede neural profunda” (deep neural network). 

 

Uma “rede neural profunda” é um conjunto de algoritmos modelados com inspiração no funcionamento do cérebro humano. Cada rede neural atua como se fosse um neurônio, projetado para reconhecer padrões, agrupando e analisando dados coletados no mundo real como imagens, sons, textos ou séries temporais, sempre traduzido-os em alguma coisa

 

deep neural network que vem integrada no aparelho da Oitcon More, é treinada com base em 12 milhões de sons da vida real. Isso significa que é capaz de processar a fala em ambientes com ruído, da mesma forma que o cérebro humano, fornecendo ao cérebro mais informações que permitem interpretar detalhes sônicos.

 

Além do Oitcon Home, duas empresas apresentaram luminárias capazes de detectar quedas. A Aladin, da empresa Domaly e a Nobi Smart Lamp. Dá uma olhada nos vídeos que eles produziram:https://youtu.be/_lapF6eiWzo

 



Também vou colocar aqui o link para o vídeo de algumas entrevistas | painéis da CES 2021 que vale a pena assistir:












Por quê uma campanha tipo Tecnologia é coisa para idoso

 

Apesar de haver ao redor do mundo inúmeras startups desenvolvendo soluções voltadas para pessoas acima de 60 anos, a chamada “economia da longevidade”, 99% delas não possuem capital aberto. 

 

Por não terem ações negociadas em bolsa, não conseguem atrair capital e investimentos para viabilizar seus produtos e inovações.  

 

Essas startups têm em investidores anjo e fundos de capital de risco sua fonte de capital, como o Softbank japonês que investe em tecnologia.

 

O financiamento atual das empresas que focam na economia da longevidade e em suas inovações é limitado, está restrito a uma pequena fração do capital disponível no mundo. Isso gera um déficit de financiamento que inibe e atrasa o desenvolvimento de inovações e tecnologias como as das AgeTechs.

 

Além disso, a falta de liquidez desses investimentos impede que fundos de pensão e muitos outros investidores individuais e institucionais atuem no mercado de startups da longevidade e nas AgeTechs. Todos perdem.

 

Se quisermos transformar os idosos de uma ameaça global para uma oportunidade global, precisamos viabilizar a criação e proliferação de AgeTechs. Escrevi sobre isso numa das partes de uma serie de artigos: aqui

 

Entendeu agora a importância de uma campanha assim?

 

Você também pode ajudar! Comece a colocar a tag #AgeTech em todos os eventos, empresas e produtos na área de tecnologia voltados para pessoas acima de 60 anos. 

 

Assim vai ficar muito mais fácil achá-los.

 

Alô Devanir, aponta a HackaPrev para essa prôa e vamos em frente!

 

Grande abraço,

 

Eder.

 

 

Fonte: Adaptado do artigo Tech for older adults at CES 2021, escrito por Keren Etkin.

 


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