De São Paulo, SP.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO:
Foi publicada uma das melhores radiografias do sistema de previdência complementar brasileiro. Essa pérola é feita pela subsecretaria de previdência complementar do ministério do trabalho e previdência, com dados até o mês de setembro/2022. Lendo com atenção, pode-se inferir para onde caminham os fundos de pensão
POR QUE ISSO É IMPORTANTE:
1) Quantidade: a tendência mundial de redução no nº de fundos de pensão segue firme. No Brasil foram diminuindo em todos os anos nos últimos 10 anos, eram 328 em 2013, restaram 272 em 2022 - no pico totalizavam uns 370 no inicio dos anos 2000; 2) Menos jovens: a faixa etária de 25 a 34 anos é o ponto de entrada no mercado de trabalho, eles eram 26% do total de participantes dos fundos de pensão em 2015, em 2021 eram 17%, uma redução de quase dez pontos percentuais, seguindo queda contínua ano a ano (gráfico acima). Todas as demais faixas etárias tiveram aumento ou manutenção do % de participantes; 3) Contribuição média: o ticket médio nos planos CD e CV dos fundos de pensão em 2022 é respectivamente de R$ 246 e R$ 442. Nos VGBLs das seguradoras (entidades abertas), esse ticket médio é de R$ 1.687! Essa diferença se verifica em todos os anos desde 2013 e pode indicar muita coisa, tipo, fundos de pensão excluem a economia informal de seus planos ou não capturam a mudança dos vínculos de trabalho tradicionais para vínculos PJ, temporários e outros ou ....; 4) Alvos para consolidação: cerca de 40% dos fundos de pensão tem patrimônio inferior a R$ 500 milhões e outros 32% tem patrimônio entre R$ 500 milhões e R$ 2 bilhões. Uma conta de padaria mostra que metade dos atuais fundos de pensão, cerca de 130 a 140 deles, se tornará inviável se considerarmos uma escala mínima em torno de R$ 1,3 bilhões para justificar a manutenção de uma estrutura dessas. Esses, são alvos potenciais para consolidação no curto prazo, próximos 5 a 7 anos; 5) Sucessor de BD e CV? De R$ 1,15 trilhões de patrimônio dos fundos de pensão, nada menos que R$ 1 trilhão estão em planos BD e CV, que caminham para extinção. Apenas R$ 0,15 trilhões estão em planos CD, que chegaram no Brasil há +30 anos e seriam os sucessores naturais dos demais planos. Será mesmo que planos CD são o futuro?
CONCLUSÃO:
Essas e outras análises podem ser feitas a partir dos dados divulgados no relatório. Se você está focando no presente e no passado dos fundos de pensão, vai enxergar uma linda história, mas se o seu foco for o futuro da previdência complementar, os dados não vão te mostrar um quadro muito promissor. Para se preparar para o futuro, você vai precisar de outros dados e análises.
Grande abraço,
Eder.
Fonte: Relatório completo: aqui
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