quarta-feira, 22 de março de 2023

É o fim de uma era? O que a revolução da IA diz sobre a volatilidade dos retornos dos títulos públicos para os fundos de pensão.

 



De São Paulo, SP.


Na vida, dizem, nada é garantido. Minha mãe diz que garantido, mesmo, só a morte e eu hoje em dia respondo: “por enquanto”.


Sabedoria popular posta de lado, parece que no sistema financeiro dos EUA há garantia até contra a morte (dos bancos).  


O recente colapso de algumas instituições financeiras, como os bancos regionais Signature Bank e Silicon Valley Bank nos EUA - a segunda e a terceira maiores quebras de banco da história americana, respectivamente de US$ 209 bilhões e US$ 118 bilhões - e do banco Suíço com atuação global Credit Suisse, geraram uma enorme crise de desconfiança.


Isso levou o Departamento do Tesouro americano a socorrer os correntistas dos dois bancos quebrados para mandar um sinal aos demais correntistas de que não precisam entrar em pânico, pois vai garantir os depósitos de qualquer valor.


Janet Yellen, Secretaria do Tesouro dos EUA, defende que o teto de US$ 250 mil de garantia do FDCI, a versão gringa do nosso FGC - Fundo Garantidor de Créditos, seja ignorado e todos os valores dos depositantes sejam garantidos.


O problema é que com um déficit acumulado de US$ 31,46 trilhões, o governo americano não consegue garantir nem o pagamento de suas próprias contas.


A maior volatilidade da taxa de juros nos EUA desde a crise de 2008, tanto para cima como para baixo, pode ser vista no gráfico abaixo que mostra a variação do retorno dos títulos de 2 anos do tesouro americano.


No Brasil também existe um limite, de R$ 250 mil, para garantir os depósitos bancários. Porém, no que tange aos fundos de pensão, vale lembrar uma antiga propaganda de vídeo cassetes dos anos 80:



O meme “La garantía soy yo” significa que não existe garantia do governo para os saldos mantidos em planos de previdência complementar.


Isso torna ainda mais importante para os participantes entenderem os riscos de seus investimentos e participar ativamente da governança de seus conselhos deliberativos.


Por que isso é importante?


Os rendimentos dos títulos do governo determinam, em qualquer país, os juros de praticamente tudo na economia, da compra de carros aos financiamentos imobiliários, passando pelos empréstimos bilionários tomados pelas empresas, ao retorno obtido pelos fundos de pensão em seus investimentos.


Quando os rendimentos dos títulos públicos viram uma gangorra, o mercado fica inseguro quanto ao preço que deve cobrar para emprestar dinheiro.


Em períodos de volatilidade prolongada, o mercado simplesmente aperta a tecla “pausa” dos empréstimos, criando um ciclo catastrófico para os investimentos e para a atividade econômica.


Antes do colapso dos bancos agora em março, os “global hedge funds” (fundos globais de hedge) estavam super bem-posicionados para a continuação do forte aumento da taxa de juros pelo FED (Banco Central Americano), até que a inflação venha a ser controlada.


Esses fundos operam nos mercados de moedas e títulos do governo, nos quais os preços são determinados pelo cenário econômico.


Quando o pânico se instalou no sistema financeiro americano por causa da quebra dos bancos, os investidores correram para a segurança dos títulos públicos do tesouro, forçando as taxas para baixo, ou seja, a se moverem na direção contraria à dos preços.

 

Temendo grandes perdas, os traders correram então para desfazer suas posições. Aqueles que estavam apostando em taxas de juros maiores, portanto, preços menores, tiveram que correr para comprar títulos, turbinando ainda mais o movimento de aumento dos preços e queda dos retornos.


Essa montanha russa reflete a perplexidade geral dos investidores, economistas e traders no momento. Ninguém sabe como a crise bancária vai se desenrolar nem como ela vai interagir com a economia.


Aqui no Brasil, a queda de braço do governo com o Banco Central está causando a mesma insegurança no mercado, com consequências igualmente nefastas para a economia, na qual estamos todos, inclusive os participantes dos fundos de pensão.


Por isso, acima da Linha do Equador, todos estão de olho no FED e abaixo, todos estão de olho no BACEN.


A criação de imagens pela Inteligência Artificial


O frenesi de inovações baseadas em IA – Inteligência Artificial, não para de crescer e agora é a vez das imagens.


A OpenAI, criadora do ChatGPT desenvolveu uma ferramenta que gera imagens a partir de textos. Chamada de DALL-E, o software foi usado pela Microsoft para equipar sua ferramenta de busca chamada BING e seu browser EDGE.


“As imagens constituem uma das categorias mais procuradas – a segunda (categoria) nas buscas gerais feitas na web”, diz Yusuf Mehdi, Vice-presidente Corporativo de Consumo da Microsoft.

  

“Historicamente, as buscas na Internet eram limitadas às imagens existentes na Internet, agora, praticamente não existe limite para o que pode ser buscado e criado”, completa ele.


Tradução: os mecanismos de busca podem criar uma imagem para você a partir do nada. Testei o DALL-E2 pedindo o seguinte:


Crie uma figura real de uma pessoa olhando para o universo, preocupada com seu futuro, adotando um estilo futurista.

 

 O resultado? A imagem que encapa esse artigo. Ah, para não perder o embalo, pedi ao ChatGPT para sugerir o paragrafo de fechamento desse post. Ficou assim:


“Ao darmos adeus a era dos investimentos dos fundos de pensão em títulos do tesouro com pouca ou nenhuma volatilidade nos seus retornos, é importante reconhecer que mudança é a única constante no mundo das finanças. Se por um lado o atual cenário dos investimentos pode parecer diferente, com altos níveis de volatilidade e incerteza, por outro, apresenta novas oportunidades para os investidores explorem. Ao se adaptarem a essas mudanças e adotarem abordagens proativas na gestão de portfolios, os investidores podem continuar a gerar retornos e criar riqueza para o longo prazo. Na medida em que avançamos, lembremos das lições do passado e abracemos os desafios do futuro”




Grande abraço,

Eder & ChatGPT :)



Fonte: Guarantees, escrito por Hope King e Nathan Borney | Bond market swings are wildest since '08, escrito por Matt Phillips e Emily Peck | And BING! — there's an image, escrito por Hope King e Nathan Borney


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