De Sāo Paulo, SP.
Há um claro chamado à ação sendo feito aos fundos de pensão e seguradoras que operam planos de previdência complementar:
“Façam a revolução digital, não uma série de mudanças incrementais”
Está na hora das instituições de previdência complementar, abertas e fechadas, criarem uma estratégia abrangente de transformação, que integre as avançadas carteiras digitais (digital wallets, em inglês) e abrace os padrões das novas classes de ativos digitais.
Ao fazerem isso, essas instituições não apenas sobreviverão à guinada tecnológica, mas lançarão as bases para atuar numa nova era de inovações financeiras e de engajamento com os clientes.
As inovações no segmento de serviços financeiros e de investimentos não são meramente uma tendência, são uma guinada que todas as instituições precisam fazer para sobreviver num ambiente cada vez mais regulado e competitivo.
Tecnologias avançadas como carteiras digitais, plugadas em plataformas com modernas funcionalidades e redes de blockchain, representarāo mais do que uma simples atualização tecnológica nos planos de previdência complementar – elas envolvem, fundamentalmente, reimaginar como os serviços de acumulação e desacumulação de poupança podem e devem operar na era digital.
Essas tecnologias colocam a disposição dos operadores de planos de previdência complementar, ferramentas para fornecer serviços mais fluidos, seguros e centrados no cliente.
E mais, elas pavimentarāo o caminho para inclusão de segmentos mais abrangentes da sociedade na previdência complementar, particularmente, aqueles que tem sido deixado de fora dos fundos de pensão e seguradoras. A inclusão financeira trará maior escala para o setor.
Encampar tais tecnologias será chave para responder às mudanças de mercado com custo operacional reduzido. Isso vai separar líderes de seguidores, fornecer vantagem competitiva, criar lealdade e promover a confiança dos clientes.
O dinheiro do presente e do futuro é digital
Nossa mudança em direção a economia digital apresenta novos tipos de dinheiro (i.e., stablecoins, cryptomoedas, CBDCs) para podermos mover recursos mais facilmente entre diferentes bancos, instituições financeiras, meios de pagamento e carteiras de investimentos.
De maneira geral, na esfera bancária, a conta corrente e sua função de pagamento desempenham um papel crucial, entrelaçada com várias dependências em diferentes facetas da organização, intrinsicamente conectadas a infraestrutura.
Ter uma solução robusta e flexível, capaz de armazenar valor, em termos mais gerais, e permitir a transferência de fundos em tempo real, será um fator crítico de sucesso para instituições de serviços financeiros, não apenas para bancos, mas para empresas de diferentes segmentos, ainda mais operadoras de planos de previdência complementar.
As carteiras digitais podem ser usadas em planos CD, por exemplo, para:
- Substituir as contas individuais, armazenando o portfolio de investimentos do participante, canalizando o recebimento das contribuições, o pagamento dos benefícios e o crédito dos rendimentos;
- Gerenciar pontos de programas de recompensas voltados para fidelização do participante, permitindo a conversão dos pontos em $$$ (contribuições);
- Servir de identidade digital única e senha universal de cada participante;
- Ser o endereço no blockchain de cada pessoa;
- Enfim, canalizar as funções de custódia, repositório dos dados do participante, KYC, conta de depósitos e retiradas, gestão dos saldos, registro preciso das transações e respectivos históricos etc.
Carteiras digitais estão no centro da cryptoeconomia
As carteiras digitais são essenciais no atual ecossistema financeiro, pois permitem transações instantâneas, seguras, versáteis e com baixíssimo custo.
Elas simplificam a gestão de diversos tipos de ativo, das moedas tradicionais às formas digitais emergentes como stablecoins, CBDCs, cryptomoedas, NFTs e RWAs (Real World Assets).
Ao oferecer uma interface unificada para armazenar e transacionar varias formas de valor, as carteiras digitais melhoram a conveniência, aumentam a segurança (com a cryptografia), expandem a acessibilidade e permitem a inclusão financeira,
Sua adaptabilidade as torna indispensáveis tanto para as instituições financeiras, como as não-financeiras, que estejam procurando permanecer competitivas num mundo rapidamente digitalizado.
As carteiras digitais possuem diferentes capacidades: elas armazenam dados e identidades digitais, gerenciam acessos seguros, armazenam documentos, cartões digitais (débito e crédito) ativos digitalizados (imóveis, ações, direitos autorais etc.).
Elas podem armazenar diferentes tipos de $$$ e permitem a transferência de fundos, tanto domesticamente como internacionalmente.
As plataformas e contas individuais atuais, sobre as quais os planos CD funcionam, prejudicam o desempenho de um plano de previdência complementar digital, de quatro maneias:
Nível de conhecimento da tecnologia em fundos de pensāo
Fiz uma enquete rápida via LinkedIn, onde tenho uma rede com cerca de 3.500 profissionais do segmento de previdência complementar, para identificar o nível de conhecimento dessa turma a respeito de carteiras digitais e crypto.
O resultado preliminar (abaixo) mostra que 80% dos profissionais do setor desconhecem a tecnologia de carteiras digitais e apenas 20% experimentaram configurar uma "wallet" e guardam ativos digitais nela.
A enquete ficou uma semana no ar e ainda continuará coletando respostas por mais uma semana, mas já dá para perceber que esse desconhecimento é uma barreira para o desenvolvimento de soluçōes com base nas tecnologias descritas nesse post.
Integrar carteiras digitais aos planos CD permitirá a configuração de um conjunto de APIs que facilitarão a gestão durante todo seu ciclo de vida, de maneira econômica, flexível e rápida, fazendo os fundos de pensāo entrarem na era digital.
Grande abraço,
Eder.
Opinōes: Todas minhas | Fonte: “Beyond Traditional Banking – Digital Wallets and Core Technologies Redefining Finance“, escrito por KPMG, Tuum e Mia-Fintech.
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