segunda-feira, 7 de outubro de 2024

OS PLANOS DE CONTRIBUIÇĀO DEFINIDA DEVERIAM SER OBRIGADOS A DAR ASSISTENCIA AOS PARTICIPANTES NA FASE DE DESACUMULAÇĀO

 



De Sāo Paulo, SP.


Vamos copiar os reguladores de previdência complementar do Reino Unido!

Nas Terras da Sua Majestade, as autoridades indicaram que tornarão obrigatório o oferecimento de produtos e serviços para os participantes que atingirem a idade de aposentadoria de seus planos.

No Reino Unido, diferente do Brasil, é comum que fundos de pensão e patrocinadoras ofereçam aos participantes acesso a planejadores financeiros quando se aposentam.  

No entanto, tanto lá como cá, é incomum ver planos de previdência complementar corporativos oferecendo aos participantes que se aposentam, produtos e serviços para a fase de “desacumulaçāo”. 

Os aposentados dos planos de contribuição definida (CD) ficam, assim, entregues a sua própria sorte, tanto para escolher - dentre uma variedade opções de que dispõem - a forma de receber sua renda como para gerenciar suas poupanças acumuladas e otimizar sua duração ao longo do restante da vida.

A PLSA – Pensions and Lifetime Savings Association, uma associação do setor de previdência complementar, publicou um guia para patrocinadoras de planos CD corporativos e conselhos deliberativos de fundos de pensão orientarem os participantes no momento da aposentadoria.  

O guia intitulado DC Scheme Guidance on Retirment Arrangements and Partnerships, foi publicado no último dia 19 de setembro e alerta para o fato dos participantes dos fundos de pensāo dependerem cada vez mais dos planos CD para receber alguma renda na aposentadoria.


Alerta, também, para a extrema complexidade para os participantes dos planos CD gerenciarem suas poupanças na fase de aposentadoria, quando comparada com a fase de acumulação ou com a renda paga pelos planos de benefício definido (BD).

O guia chama a atenção dos conselhos deliberativos para os fundos de pensão fornecerem “orientação” e não “aconselhamento”, aos participantes.

Pode parecer uma questão de semântica, mas nāo é. 

Orientar os participantes, mostrar os caminhos possíveis, a consequência de cada escolha, ainda que tal orientação seja customizada, é uma coisa. Aconselhar, dizer para o participante o que ele deve fazer, qual escolha deve adotar, é algo bem diferente e pode ter implicações legais mais adiante, caso a realidade se desgarre da teoria.

Ainda não está claro quais medidas serão introduzidas pela nova regulamentação em estudo pelo governo britânico:

  • Quais opções os fundos de pensão serão obrigados a oferecer aos participantes no momento da aposentadoria?
  • E durante a fase de desacumulaçāo?
  • O que será requerido em termos de comunicação aos participantes?
  • Que alertas sobre o risco associado a cada solução disponível para a fase de desacumulaçāo?
  • Onde começa e onde termina a responsabilidade fiduciária do fundo de pensão? Quando se dá a quitação legal?

No final dos anos 80 as empresas começaram a transferir para seus empregados a responsabilidade pela gestão de sua própria poupança voltada para a aposentadoria. 

Isso aconteceu quando os fundos de pensão se afastaram dos planos BD e passaram a implantar apenas planos CD, uma pratica adotada nos quatro cantos do planeta.

Passados mais de 30 anos é incrível que só agora, governos e fundos de pensão no mundo todo, comecem a buscar maneiras de ajudar os participantes a gerenciar as rendas de seus planos CD na fase de desacumulaçāo.

Nāo seria pedir muito que nossos tecnocratas de Brasília façam um “copy-paste” nos avanços que os tecnocratas de Londres vierem a implantar. 

Grande abraço,

Eder.


Opiniōes: Todas minhas | Fonte: “PLSA publishes guidance for DC schemes to assist with retirement decision making”, escrito por Martin Richmond.


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