terça-feira, 31 de outubro de 2023

SE VOCÊ ACHA QUE O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇĀO POR CAUSA DA MAIOR LONGEVIDADE É UM DESAFIO PARA OS FUNDOS DE PENSĀO, ESPERE ATÉ O FINAL DO SÉCULO!

 


De Sāo Paulo, SP.


Pela primeira vez na história moderna, a população global vai diminuir. De acordo com as projeções, isso acontecerá até o final desse século. Causará uma revolução na história da civilização humana e provocará mudanças profundas na vida das pessoas.

A população global gira hoje em torno de 7,8 bilhões de seres humanos. Esse número deverá aumentar ao longo das próximas décadas, atingirá o pico em 2064 com 9,7 bilhões de pessoas .... e começará a cair.

Lá por volta de 2100, a população mundial será de 8,8 bilhões de pessoas. É o que aponta um estudo publicado no prestigiado jornal científico britânico, “The Lancet”.

“A última vez que a população global diminuiu foi em meados do Século XIV, devido a Peste Negra. Se nosso estudo estiver correto, será a primeira vez que a redução da população será causada pelo declínio na fecundidade (número de filhos por mulher) e não por pandemias ou escassez de alimentos”, disse Stein Emil Vollset, um dos autores do estudo.

Cerca de 23 países poderão ver sua população encolher mais de 50%, incluindo Japão, Tailândia, Itália, Espanha, Portugal, Coreia do Sul e outros países com baixa taxa de natalidade e alto envelhecimento populacional.

Até a China, associada a um crescimento populacional desenfreado, verá sua população reduzir de 1,4 bilhões de chineses em 2017 para 732 milhões em 2100. No Brasil a redução será de quase 30%, saindo de 212 milhões de habitantes em 2012 para 165 milhões 2100.



Apesar do tendencia apontar para um declínio da população mundial no agregado, algumas partes do mundo terão aumento populacional. Isso inclui o Norte da África e o Oriente Médio – mais proeminentemente, a região Subsaariana cuja população deverá triplicar ao longo desse século, saindo de 1,03 bilhões de pessoas e atingindo 3,07 bilhões em 2100.

As razoes para o declínio da população mundial ao longo dos próximos 80 anos são complexas, mas puxadas pela tendencia de redução da taxa de natalidade que por sua vez, é causada pelo empoderamento feminino.

“Há dois fatores: maior acesso a métodos modernos de contracepção e educação de meninas e mulheres. Esses fatores determinam a taxa de fecundidade – número médio de filhos que uma mulher tem ao longo da vida, que é o maior determinante de uma população”, explicou Vollset.

A taxa global de fecundidade devera declinar continuamente, saindo de 2,37 filhos por mulher em 2017 para 1,66 em 2100. A taxa de fecundidade necessária para manter a população estável é de 2,1 filhos por mulher.

O impacto mais dramático dessa redução acontecerá em determinados países, Brasil incluído, nos quais a drástica redução na quantidade de adultos em idade laborativa levará a grandes tensões na economia.

De acordo com o editor chefe do The Lancet, Dr. Richard Horton, “... a África e o Mundo Árabe moldarão nosso futuro, enquanto a Europa e Asia perderão influência. No final do século, o mundo será multipolar, com Índia, Nigeria, China e os EUA sendo as forcas dominantes”. 

De acordo com o Professor Ibrahim Abubakar da University College London, envolvido no estudo, se as projeções estiverem apenas meio certas a migração se tornará uma necessidade em todos os países, não uma opção. “A distribuição da população em idade laborativa será crucial para determinar se a humanidade irá prosperar ou não”, comentou ele.

Será realmente um mundo diferente, um mundo para o qual deveremos começar a nos preparar hoje mesmo. Se você estava achando que atrair jovens era o maior problema para seu fundo de pensão continuar a existir ... “sabe de nada, inocente”!


Grande abraço,

Eder.


Fonte: “For The First Time In Centuries, The World's Population Will Decline In A Few Decades”, escrito por Tom Hale.


segunda-feira, 30 de outubro de 2023

PORQUE OS INVESTIMENTOS DE IMPACTO SĀO MAIS IMPORTANTES PARA O FUTURO DOS PARTICIPANTES DO SEU FUNDO DE PENSĀO DO QUE ESG

 


De Sāo Paulo, SP.


Alguns anos atrás meu filho, que fazia curso de graduação em Behavioral Science (Ciência do Comportamento, em tradição livre) em São Francisco – EUA, me disse por telefone que estava querendo investir uma sobra do dinheiro do estágio dele.

Ele tinha pouco dinheiro para investir, uns cem dólares - que equivalem atualmente a cerca de quinhentos reais – mas, como um típico exemplar da Geração Z, ele me explicou que estava procurando um fundo que fizesse “investimento de impacto”, condição da qual não abria mão de jeito nenhum.  

Investimento de impacto é um campo que vem crescendo exponencialmente e já atingiu US$ 1,2 trilhões globalmente em ativos sob gestão. 

Se você usa os termos ESG e Investimento de Impacto indistintamente, você não está sozinho. Muitos investidores sofisticados mundo afora, que investem coletivamente bilhões de $$$, tem problema para distinguir entre os dois.

Cunhado em 2004, ESG surgiu como um esforço conjunto das Nações Unidas, do IFC - Internacional Finance Corporation (um braço do Banco Mundial) e do governo Suíço para que o processo de decisões de investimento nas empresas levasse em consideração os aspectos ambientais, sociais e de governança corporativa.

A maior parte do progresso em investimentos focados na área social e na área ambiental nos últimos 15 anos tem sido feito por iniciativa de governos, particularmente, de governos europeus, com o Reino Unido na liderança. Os EUA começaram a se movimentar apenas a partir de 2011.

Investimento de impacto, por outro lado, só foi aparecer em 2007 quando a Fundação Rockfeller junto com outros investidores filantrópicos e alguns empreendedores rotularam os investimentos que faziam com a intenção de gerar resultados mensuráveis do impacto social, junto com o retorno financeiro.

O grupo evoluiu e fundou a GIIN – Global Impact Investing Network, uma rede de investidores que promovem infraestrutura, pesquisas e educação financeira em torno dos investimentos de impacto.

Se por um lado as questões ESG foram um movimento criado pelo setor publico, os investimentos de impacto evoluíram através dos esforços do setor privado.

Como resultado, ESG acabou funcionando como uma diretriz, um guia, para o publico em geral poder entender a importância dos fatores ambientais, sociais e de governança nos investimentos. Enquanto isso, a natureza do lucro do setor privado nos investimentos de impacto serviu como incentivo para direcionar capital e se agir em prol desses interesses.

Três princípios definem os investimentos de impacto: (i) precisa haver uma expectativa de retorno junto com o impacto social e/ou ambiental (pelo menos o retorno do capital); (ii) a mudança almejada – tipicamente social ou ambiental – precisa ser intencional; e (iii) precisa haver ao menos a tentativa de medir (mensurar) a mudança. 

Dentro desse contexto, vamos abordar algumas diferenças adicionais entre ESG e Investimento de impacto para você que participa de um fundo de pensão.

1. ESG é um arcabouço. Investimento de impacto é uma estratégia 

ESG é uma abordagem, um guia, para ajudar os stackeholders a entender como determinada organização gerencia riscos e oportunidades em questões de sustentabilidade. No entanto, tende a se basear em medidas que olham para trás, para coisas que já aconteceram em função do curso normal dos negócios. Isso não quer dizer que as medidas não possam ser usadas para embasar decisões futuras de negócio, mas elas geralmente funcionam mais como uma avaliação de atividades passadas.

Impacto, por outro lado, olha para a frente. É uma estratégia usada para definir o tipo de investimento que um investidor está buscando. De fato, um dos princípios do investimento de impacto é a intenção ou a vontade explicita de quem investe, em gerar benefícios sociais ou ambientais mensuráveis. Isso geralmente se traduz com o alinhamento em relação a um ou mais dos “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas”. O resultado procura alcançar determinadas medidas de performance em relação à objetivos predefinidos o que, em última instância, torna os investidores responsáveis. A intenção ou a vontade do investidor é o que, na verdade, evita falsas alegações sobre o real impacto buscado pelo investimento e funciona como uma linha de defesa contra o “impact-washing” (apenas fazer marketing das iniciativas). 

2. ESG enfrenta escrutínio fiduciário e questionamentos. Impacto não.

Como uma lente para endereçar questões ambientais e sociais, ESG requer discricionaridade por parte dos gestores de investimento na sua aplicação. Por exemplo, um fundo de pensão com patrimônio de bilhões de reais se sente pressionado a investir considerando os aspectos ESG. No entanto, não existe uma interpretação única sobre o que são fatores ESG ou sobre o resultado final de sua aplicação. Isso se torna um problema porque a regulamentação fiduciária determina que os administradores e gestores atuem no exclusivo interesse dos beneficiários dos investimentos (participantes). Conforme um artigo escrito por Max Schanzenbach e Robert Stirkoff na revista Stanford Law Review: “o dever de lealdade é violado se a aplicação dos fatores ESG se basear no senso de ética e na obtenção de benefícios colaterais para terceiros sob a ótica do próprio gestor, ao invés de se basear no melhor interesse dos beneficiários do investimento”. Nenhum fundo de pensão pergunta aos seus participantes quais são seus propósitos, seus valores, seus objetivos, sua forma de pensar.  

Sendo uma estratégia de investimento, impacto não enfrenta o mesmo escrutínio porque os perfis de investimento empregando essa abordagem são super específicos. Em outras palavras, o investidor (ou participante) que opta por alocar seu $$$ nesses perfis sabe, de antemão, as intenções do gestor antes mesmo de fazer o investimento. 

3. ESG pode ser um mitigador de riscos ou uma oportunidade. Impacto é ambos.

Sendo uma abordagem sistemática para avaliar o nível de eficácia de uma organização em questões ambientais, sociais e de governança, ESG pode ser usado para mitigar os riscos, pois ajuda a excluir ou avaliar os investimentos em empresas que não aderiram a padrões preexistentes. Isso inclui países, setores, empresas ou até métricas e performances especificas. Por exemplo, um país ou uma empresa com leis fracas ou inexistentes para proteger os direitos dos trabalhadores, provavelmente seria um impeditivo para investimento por um fundo focado em ESG. Por outro lado, uma empresa com padrões de proteção excepcionais dos direitos dos trabalhadores, localizada em um país com leis trabalhistas fracas, poderia ser uma oportunidade para dar apoio à evolução da regulamentação trabalhista daquele pais. Nesse sentido, um fundo de pensão faria um excelente investimento ESG baseado em padrões já em vigor e que já foram reportados.  

Um investidor de impacto, enquanto isso, olharia para o futuro – para a oportunidade que existe mais adiante. Poderia ser uma empresa privada buscando estabelecer melhores condições de trabalho em um país com leis trabalhistas muito fracas. Nesse caso, o investidor de impacto teria poucos dados disponíveis ou até nenhum dado e teria que se basear em estudos existentes ou sendo realizados para direcionar suas decisões quanto à questões sociais e ambientais. Pesquisas indicam que as decisões de investimento que incorporam fatores sociais e ambientais levam a investimento em empresas com melhores performances e valuation, evitando riscos sistemáticos que afetam o mercado como um todo ou riscos incomuns endêmicos a um ativo em particular. As empresas que falham ao não gerenciar esses riscos podem ter maiores custos de capital, maior volatilidade e irregularidades contábeis.  

4. ESG é, antes de mais nada, é um arcabouço financeiro. Investimento de impacto, geralmente, equilibra e dá o mesmo peso às questões financeiras, sociais e ambientais.

Devido a natureza ex post das métricas ESG e ao dever fiduciário, a fonte primária de valor para os investidores focados em ESG é o retorno financeiro. Os benefícios sociais e ambientais são avaliados depois do investimento ser feito, apesar novamente, dessas métricas poderem ser usadas para futuros investimentos. 

Os investimentos de impacto, por outro lado, levam em consideração todos os três benefícios, o financeiro, o social e o ambiental e pode até priorizar no início do investimento os aspectos sociais e ambientais, desde que os retornos financeiros sejam positivos.  Além disso, os investidores de impacto consideram que a performance financeira e social/ambiental são interconectadas e se reforçam mutuamente – um princípio conhecido por colinearidade. Sob essa ótica, os investimentos de impacto não são concessionários, ao invés disso, são impulsionadores da performance financeira.

5. Todos os fundos de investimentos de impacto são compatíveis com os aspectos ESG, mas nem todos os fundos ESG são compatíveis com os investimentos de impacto.

É impossível incorporar o futuro no passado, mas é essencial se basear no passado para atuar no futuro. Por requerer, inerentemente, uma visão de futuro para se investir com impacto, é possível e até uma boa prática, incorporar aspectos focados em ESG nos investimentos futuros. O mesmo não pode ser dito sobre os fundos ESG, que focam em atividades que já aconteceram. 

Por exemplo, uma estrutura ESG pode evitar, de forma geral, que se façam investimentos em empresas que produzem em larga escala gases do efeito estufa. Um fundo de impacto, no entanto, só pode investir em empresas que buscam ativamente reduzi-los. Ou seja, todos os investidores de impacto integram os fatores ESG em seus processos de investimentos, mas não necessariamente vice-versa.

É comum se confundir ESG com investimento de impacto, o que obscurece os esforços em prol dos investimentos de impacto. Entender a diferença não apenas facilita conversas mais bem informadas, como ajuda a direcionar recursos e amplificar os processos do setor para ajudar a atingir as metas audaciosas do desenvolvimento sustentável para 2030.

Não há dúvida de que o futuro dos negócios, do setor financeiro e dos fundos de pensão é incorporar questões sociais e ambientais em suas decisões. Ao mesmo tempo, a relação simbiótica entre os benefícios resultantes e a performance financeira assegura a sustentabilidade futura das organizações direcionadas por propósitos. 

Ter conhecimento para diferenciar entre aquilo que faz parte do passado e aquilo que é parte do nosso futuro, é essencial para assegurar o sucesso das pessoas e do planeta. 

Você ainda está na página do ESG? Cara, o mundo anda mais rápido do que você está conseguindo acompanhar ...


Grande abraço,

Eder.


Fonte: “ESG Is Not Impact Investing and Impact Investing Is Not ESG”, escrito por Jaclyn Foroughi.


sexta-feira, 27 de outubro de 2023

DICAS PARA RESOLVER A CRISE DE CRIATIVIDADE DE PLANOS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR E SAÚDE

 


De Sāo Paulo, SP.


Considerando que vivemos na era da volatilidade, os produtos de proteção financeira e de saúde precisam evoluir. A poupança que um dia fizemos para assegurar proteção financeira apenas na fase final da vida, precisa oferecer maior flexibilidade, múltiplos acessos e valor imediato já a partir do primeiro dia de contribuição.

Num mundo em que a longevidade e a fronteira da vida humana não param de ser esticadas, sob a perspectiva da previdência complementar e dos planos de saúde, as pessoas estão chegando nas idades avançadas com menos e não com mais proteção.

A crise do custo de vida, que costumava atingir com mais força apenas o hemisfério sul, passou a ter na inflação um fator de desestabilização das rendas de aposentadoria e dos reembolsos de saúde no mundo todo.

As projeções apontam para problemas cada vez maiores com a saúde das pessoas na medida em que doenças antes inexistentes passam a se desenvolver em pessoas mais velhas, como é o caso dos vários tipos doenças do cérebro.

De acordo com a Sociedade de Alzheimer, o número de pessoas vivendo com demência devera dobrar. Hoje, 1 em cada 6 pessoa com mais de 80 anos sofre de demência.

Portanto, é crucial que os mercados de proteção financeira e de saúde evoluam junto com os desafios que enfrentamos como indivíduos e como sociedade. Está na hora de aproveitar as oportunidades e causar um impacto positivo para todos.

Numa época em que as diferentes áreas do conhecimento se unem para desenvolver soluções inovadores e disruptivas – marketing com neurologia (neuromarkting), economia com psicologia (economia comportamental) etc. - instituições de previdência complementar e operadoras de planos de saúde precisarão, forçosamente, se unir se quiserem continuar relevantes.

Isso implica na continuidade das coberturas nas idades bem avançadas, nas quais o financiamento de planos de previdência e saúde vai se tornando um problema crescente para as famílias.

É preciso um foco maior dos prestadores de serviço de previdência complementar e saúde, no seu dever de proteção dos consumidores, para evitar problemas plenamente previsíveis e proporcionar bons resultados aos clientes.

A última coisa que um fundo de pensão ou uma operadora de planos de saúde quer ouvir de um participante que liga para o serviço de atendimento ao cliente é: “Ainda estou coberto?” e a resposta é “nāo”.

É impossível alguém saber quanto tempo vai viver ou qual será sua condição de saúde, então, planos de saúde que não cobrem determinadas doenças ou planos de previdência cujas rendas terminam enquanto a pessoa ainda está viva, simplesmente não oferecem proteção de verdade.

Se quisermos cumprir com nosso principal papel e proteger a vida de nossos participantes, precisamos desenvolver soluções mais abrangentes, programas que tragam benefícios para as pessoas hoje e no futuro, isso aumentará o engajamento e melhorará a retenção dos clientes.

Não é mais suficiente para fundos de pensão e operadoras de saúde, apenas arrecadar contribuições e pagar benefícios, como uma simples transação única.

Temos uma oportunidade imensa para aproveitar os diversos pontos de contato ao longo da vida dos consumidores e interagir com eles. Oportunidade para oferecer coberturas mais completas, produtos que gerem maior valor e proteção mais ampla (hoje e no futuro) para os participantes.

Nunca houve uma época melhor para oferecer paz de espírito aos participantes de planos de previdência e saúde, para desenvolvermos produtos menos transacionais, que tratem as pessoas de modo mais holística e resolvam suas necessidades de proteção ao longo do tempo, ao mesmo tempo em que entregam benefícios tangíveis no dia a dia.  

Benefícios tangíveis? Me dê um exemplo. Está bem: por que planos de previdência e saúde não possuem programas de fidelidade? Tipo, o participante que faz contribuições voluntarias adicionais regularmente para sua previdência pode acumular pontos e trocá-los por ingressos para cinema.

O participante de um plano de saúde que faz academia ou faz caminhadas (medida pelo Fitbit do celular ou relógio, que manda a informação | dados para o sistema da operadora) pode acumular pontos e trocá-los por um par de tênis de corrida.

Ambos podem trocar os pontos por um café no Starbucks ou vouchers para compra de produtos e servicos (saudáveis) em lojas conveniadas ou pacotes de viagem, passagens aereas, créditos do Uber etc.

Quer ajudar os clientes a viverem uma vida mais longa, mais saudável e mais feliz? Está na hora de desenvolver uma nova geração de soluções de previdência complementar e saúde.

Está claro que as necessidades dos consumidores mudaram, chegou a hora da verdade!


Grande abraço,

Eder.

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

O QUE O SWIFT PODE ENSINAR AOS FUNDOS DE PENSĀO SOBRE O EFEITO CATASTRÓFICO QUE UMA ÚNICA DECISĀO PODE CAUSAR

 



De Sāo Paulo, SP.


O Presidente Joe Biden decidiu bloquear a Rússia no uso da Society For Worldwide Interbank Financial Telecommunications (SWIFT). Se você já teve que mandar ou receber dinheiro de um banco do exterior, você sabe o que é o SWIFT.

O SWIFT tem sido o principal meio pelo qual as trocas comerciais acontecem no mundo todo. É o método usado para transferir dinheiro da conta bancária de um comprador, de determinado país, para a conta de um vendedor, em outro pais.

Porém, em retaliação pela invasão da Ucrânia os EUA decidiram impedir que a Rússia, um dos maiores usuários do SWIFT, faça uso dele o que viola, inclusive, uma das regras básicas do SWIFT, que é permitir negócios justos e imparciais.

Logotipo do SWIFT

Se você quer entender a importância do SWIFT para o comercio internacional e o papel vital que ele desempenha para as trocas comerciais americanas, precisamos contar a história desde o início.

Tudo começou em 1973 com a Guerra do Yom Kippur, entre Israel e seus vizinhos árabes, principalmente, Egito e Síria.

Os EUA apoiaram Israel enviando armas, equipamentos e fornecendo apoio tecnológico. Isso enfureceu o Rei Faisal da Arabia Saudita, que exportava diariamente 700 mil barris de petróleo para os americanos.

O óleo saudita era vital para os gringos, cuja produção declinante era insuficiente para abastecer o mercado interno.

O Rei Faisal e a jogada de mestre de Henry Kissinger

Faisal bin Abdulaziz Al Saud, ou simplesmente Rei Faisal, viu no petróleo uma “arma" que poderia usar para ajudar seus colegas árabes.

Em outubro de 1973 o Rei, que era também Presidente da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) anunciou que os países produtores interromperiam a exportação de petróleo para os Estados Unidos e para outros sete países que estavam apoiando Israel.

Como era de se esperar, o boicote da OPEP causou escassez significativa de combustíveis nos EUA, onde longas filas logo se formaram nos postos de gasolina, um racionamento foi iniciado e o caos se instalou.

Coube a Henry Kissinger - Secretário de Estado americano - marcar uma reunião com o Rei Faisal para tentar um acordo, qualquer acordo. Agora imagine Kissinger, um judeu, tendo que sentar-se com um dos mais duros negociadores do mundo e notório antissemita, depois de ter dado apoio ao pior inimigo dele.  

A despeito da baixa probabilidade Kissinger foi capaz de costurar um dos acordos diplomáticos mais geniais de todos os tempos.

Rei Faisal a esquerda e Henry Kissinger a direita

Primeiro, Kissinger assegurou a Faisal que a guerra terminaria logo e que os EUA e a URSS (Rússia) terminariam as hostilidades. Depois, convenceu Faisal a abrir novamente as torneias do petróleo.

A parte que nem todo mundo sabe, implícita no acordo, foi o sinal verde para a OPEP aumentar o preço do barril, mas com uma reviravolta significativa, o petróleo teria que ser precificado em dólares e as transações de compra e venda teriam que ser feitas através do recém-criado sistema SWIFT.

No final das contas, Faisal conseguiu a paz e um preço maior para seu petróleo, enquanto Kissinger acabara de transformar os EUA no “banco do mundo”, com o petróleo precificado em dólares e as transações dependendo do sistema SWIFT.

Foi aí que surgiu o termo “petrodólares” e foi a partir daí, também, que o dólar se tornou a jóia da coroa das transações comerciais americanas, baseadas no SWIFT. Apesar do SWIFT ter sede na Bélgica, depende totalmente dos EUA pois a maioria das transações é feitas na moeda americana.

O episódio ficou conhecido em Wall Street como: o Rei definiu o “preço”, mas Kissinger definiu os “termos” (da compra).  

O SWIFT tornou tudo mais fácil

Esse foi o fator que, isoladamente, mais contribuiu para a dominância americana no comércio e no sistema financeiro mundial ao longo dos cinquenta anos seguintes.

Sem o SWIFT os EUA provavelmente não teriam sido capazes de comprar bens de consumo da Ásia, petróleo do Oriente Médio, produtos agrícolas da Europa Oriental ou máquinas e equipamentos da Europa Ocidental.

Sem um meio confiável e conveniente para pagar no exterior pelos bens e serviços, os EUA como gigante comercial provavelmente não existiriam.   

Acontece que o acordo costurado por Kissinger foi muito além do comércio. Ele criou o “Banco do Tio Sam”. Os títulos do tesouro americano se tornaram a maneira mais conveniente para os países manterem suas reservas entre as compras e vendas.

Ao invés de transferir o dinheiro de volta para o país de origem, entre uma transação e outra, por que não deixar depositado nos EUA ou em algum outro pais membro do SWIFT? Deixando o dinheiro em títulos do governo americano, em dólares, evita-se o risco da variação cambial.

Isso criou um vasto pool de capital que financiou o crescimento da economia dos EUA na medida em que o Sistema SWIFT facilitou que os países transferissem fundos para o Tesouro Americano.

Conforme costumava dizer o “Head de Investimentos” da Fidelity: “quanto mais fácil for para as pessoas retirarem o dinheiro delas, mais chance elas têm de querer investir com você”.

Ao longo dos últimos 50 anos o SWIFT cresceu e se tornou um sistema dominante, com 11.000 bancos, sem contar outros tantos bancos e corretores associados. Quase 80% de todas as transações financeiras globais fluem através do Sistema SWIFT, considerado confiável e seguro.

Acima da mesquinhez de governantes e de atos muitas vezes irracionais entre países, brigas políticas e guerras não interferem no funcionamento do SWIFT. Índia e Paquistão trocaram fogo de artilharia, o Taliban invadiu o Afeganistão, a Somália entrou em guerra civil, tudo isso foi irrelevante para o SWIFT.

As transações entre todas aquelas partes, continuaram sendo honradas.

A aposta de Biden, aparentemente, pode dar ruim

Biden mudou tudo isso com suas “sanções” aos bancos Russos. Insistiu e conseguiu expelir do Sistema SWIFT os sete maiores bancos da Rússia.

O SWIFT só exclui bancos membros uma vez na vida, durante a revolução Iraniana quando os bancos do país nem usavam o sistema e serviu mais de gesto simbólico.

Ao tornar o SWIFT uma arma política, os americanos e europeus pretendem claramente cortar os laços da Rússia com o sistema financeiro e de comércio mundial, tornando impossível aos Russos venderem seu petróleo, gás natural e produtos agrícolas para o exterior.

A intenção de isolar a Rússia do resto do mundo está causando efeito oposto. As sanções foram vistas como uma ação perniciosa e injustificada que vai contra os valores fundamentais do SWIFT.

De repente, o SWIFT deixou de ser o sistema imparcial e objetivo que o mundo pensava ser. Agindo de forma partidária e direcionada politicamente para prejudicar um país membro, Biden está ordenando que o SWIFT viole normas e convenções internacionais básicas.

Encontro dos BRICs em 2023

Lembra dessa foto acima? Os BRICS - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, se revoltaram e começaram a falar de uma moeda comum para trocas comerciais. Iran e Arabia Saudita já disseram que também querem aderir.

Fim de semana passado começou a operar a Shanghai Petroleum and Natural Gas Exchange (Bolsa de Petróleo e Gás Natural de Shangai), colocando o último prego no caixão do “petrodólar”.

Meio século atrás, numa jogada inteligentíssima, Kissinger tirou os americanos do sufoco, interrompeu um futuro de baixo crescimento econômico e altos preços de energia e criou o petrodólar, que evoluiu para um sistema de reservas financeiras soberanas, consolidou o dólar como padrão global e levou ao mais longo período de crescimento econômico dos EUA.

Joe Biden começou a descontruir tudo isso ao anunciar que o Sistema SWIFT estaria sujeito a aprovação dos EUA. Uma pura demonstração de força, uma que Biden vai perder e levar junto o status do dólar como moeda das trocas comerciais mundiais e das reservas soberanas.

Fica a lição para os fundos de pensão, as vezes basta uma única decisão ruim para levar absolutamente tudo para o buraco ....


Grande abraço,

Eder.


Fonte: “President Biden Gambled Away Our Commercial Crown Jewel”, escrito por David Revill. 

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

TEMOS UM PROBLEMA DE LIDERANÇA NOS FUNDOS DE PENSĀO: PRECISAMOS DE LÍDERES JOVENS NUM SETOR ENVELHECIDO

 


De Sāo Paulo, SP.


Os fundos de pensão estão começando muito tarde a desenvolver novos líderes e quando dizemos “tarde”, queremos dizer MUITO tarde.

Nas empresas em geral – e não temos evidências de que seja diferente em fundos de pensão – a idade formal para se começar a treinar formalmente novos líderes gira em torno de 46 anos.

No entanto, a idade média na qual um profissional é promovido para supervisor está por volta dos 27 anos. Isso significa que esse profissional vai desempenhar seu trabalho por quase duas décadas SEM treino para desenvolvimento de lideranças.

“Huston, we have a problem.”


Centro de comando da Apolo 13 3m Houston

Ter gente ocupando posições de liderança sem treinamento deveria ser alarmante para qualquer organização e aqui vão três razões para isso

  1. A prática sem treinamento, enraíza maus hábitos (precisa dizer mais?)
  2. A prática só leva à perfeição se feita da forma correta
  3. Seus jovens supervisores estão praticando no trabalho, quer você os tenha treinado ou não.

Não seria do melhor interesse da organização e dos profissionais, começar o processo formal de treinamento no momento em que eles são selecionados para a posição?

Com todo o esforço e dinheiro investido anualmente em programas de desenvolvimento de lideranças, por que não temos líderes melhores?

Parte da resposta é porque estamos esperando tempo demais para desenvolver capacitações e habilidades. Conforme diz um velho ditado:

Você até pode ensinar um truque novo para um cachorro velho, mas ....

Mas se estamos começando a desenvolver as lideranças muito tarde, quais seriam as vantagens de começar cedo?

  • É mais facial aprender quando você é jovem
  • Começar cedo na carreira, evita desenvolver maus hábitos
  • Sobra mais tempo para o desenvolvimento
  • Quanto mais tempo esperar, menos chance de causar impactos duradouros

Não há dúvida, quanto mais cedo começarmos a desenvolver novas lideranças, melhor. Os pessimistas dirão que o profissional no qual você investiu muito cedo pode sair e a organização perder o investimento que foi feito nele.

É verdade!

No entanto, a organização terá ganhado muito em performance pelo melhor desempenho desse profissional enquanto ele ficar. 

Além disso, a chance de pessoas talentosas saírem diminuiu se elas sentirem que estão constantemente se desenvolvendo e melhorando sua capacitação.

Sem falar que o pool de talentos na sociedade terá melhorado.

O mundo, no qual os fundos de pensão estão inseridos, precisa de lideres melhores.


Grande abraço,

Eder.


Fonte: Jack Zender e Joe Folkeman


terça-feira, 24 de outubro de 2023

OS CONSELHEIROS DO SEU FUNDO DE PENSĀO SABEM O REAL SIGNFICADO DE “RESPONSABILIDADE”?

 



De Sāo Paulo, SP.


“Entre estímulo e resposta há um espaço. Nesse espaço, cabe a nós escolher o que responder.  Em nossa resposta está nosso crescimento e nossa liberdade”

Viktor Frankl, autor dessa frase, transmitiu com ela algo profundo. Naquele espaço reside algo extraordinário: sua responsabilidade, seu poder de decidir como você vai agir e reagir. O segredo? Está bem ali, em suas escolhas.

Existem muitos termos que usamos no mundo dos negócios em geral e nos conselhos deliberativos dos fundos de pensão, em particular, cujo uso comum foi desfigurando seu significado ao longo da história.

Como resultado, acabamos com um punhado de palavras que tem significados bastante ambíguos. Palavras como “valor”, que todos reconhecemos ser importante, sabemos ser importante, mas que ninguém parece ser capaz de definir muito bem.

E existem outras palavras do nosso vocabulário que se reformularmos a ideia que fazemos delas, seu significado, poderíamos ser muito mais bem sucedidos na vida, ainda mais se você for conselheiro de um fundo de pensão.

Uma dessas palavras é responsabilidade.

Para a maioria das pessoas, responsabilidade é uma espécie de dever, de obrigação, o que esta por trás do pensamento: posso ser culpado por isso?

Na verdade, esse é essencialmente o significado de comprometimento, de prestação de contas, em inglês o termo para isso seria “accountability”, não responsabilidade.

Tendemos a pensar em responsabilidade como se fosse comprometimento, queremos saber quem é o responsável porque precisamos ser capazes de colocar a culpa em alguém.

Porém, fundamentalmente, responsabilidade não tem a ver com isso, não é disso que se trata. Se você desmembrar a palavra você vai descobrir que responsabilidade é sua capacidade de escolher como responder.

É essa capacidade de “responder” que chamamos de “respon-sabilidade”.

Se dizemos que alguém é responsável ou tem responsabilidade sobre alguma coisa, significa que essa pessoa tem condições de pensar sobre seus atos e se alguém tem condição de pensar sobre seus atos, tanto do passado quanto do futuro, ela pode escolher a forma de agir.

Quando começamos a pensar sobre responsabilidade dessa maneira, muda radicalmente sua forma de pensar sobre o mundo.

Responsabilidade é incrivelmente importante para todos nós, ainda mais se você é conselheiro de um fundo de pensão. Essa capacidade de escolher como você vai responder a qualquer situação que surja na sua frente.

Essa é a fonte de sua liberdade, sua liberdade de escolher e decidir seu próprio destino. Sua capacidade de fazer aquilo que você faz.

Portanto, a forma pela qual você responde a uma situação, a forma que você escolhe responder a situação, depende totalmente de você e só de você.

Independente do quão estressante, do quão difícil, do quão ruim ou do quão bom, for uma situação, você sempre terá “responsabilidade”, ou seja, você sempre terá a capacidade de decidir como vai agir nesse mundo.

O que vemos acontecer, por termos distorcido seu significado, são pessoas - e aqui vale para muitos conselheiros - evitando a “responsabilidade”.

Só que quando fazem isso, elas se colocam em uma posição de vítimas do mundo. O mundo está acontecendo para elas e elas não estão escolhendo como responder, não estão tentando reagir ao que quer que aconteça com elas.

Os conselheiros precisam ser mais conscientes sobre como escolhem agir em relação ao mundo, porque é disso fundamentalmente que se trata quando se fala de responsabilidade.

Os fundos de pensão seriam muito mais eficazes e bem-sucedidos se seus conselheiros entendessem responsabilidade dessa forma. Se começassem a abraçar responsabilidade com fonte de sua liberdade, de sua capacidade de escolher como agir, sua capacidade de fazer as coisas acontecerem no seu fundo de pensão.

Eu encorajo você, conselheiro, a ser proativo nas reuniões do seu colegiado e nesse processo, escolher ser responsável.


Grande abraço,

Eder.


Fonte: “Reframing Responsibility”, escrito por Alex Nesbitt


domingo, 22 de outubro de 2023

SABER SEU RISCO É SUFICIENTE PARA PROTEGER SEU DINHEIRO? NO CASO DA POUPANÇA DE APOSENTADORIA, NĀO, NĀO É.

 



De Sāo Paulo, SP.


Essa semana o Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) lançou uma campanha publicitaria nas mídias sociais nos EUA com o slogan:

“Conheça seu risco. Proteja seu dinheiro”

Para os não iniciados, FDIC é o equivalente americano do nosso Fundo Garantidor de Créditos, (FGC), instituição que garante depósitos, poupanças e investimentos feitos através do sistema financeiro (bancos, cadernetas de poupança etc.).


A campanha americana tem como alvo o publico em geral e é voltada, especificamente, para as pessoas que tenham baixa confiança no sistema bancário americano ou que não tenham conta em banco.


A campanha do FDIC faz eco a uma iniciativa dos órgãos de defesa do consumidor que vem alertando os cidadãos americanos para o fato do “dinheiro depositado em apps de pagamento não ligados a bancos, não serem protegidos pelo sistema federal de seguro e garantia de depósitos”


A ideia explicita dos órgãos de defesa dos consumidores e do governo americano é levar as pessoas a transferirem para os bancos e cadernetas de poupança os saldos mantidos nos aplicativos digitais.


Só que é extraordinariamente difícil para um consumidor típico saber o risco que corre ao manter dinheiro em apps e fintechs como Venmo, Cash App (muito usados nos EUA), PayPall e outros (usados no Brasil).


Tanto o FDCI nos EUA como o FGC no Brasil, fazem um péssimo trabalho em comunicar ao público quais contas especificamente são garantidas e quais não são.

Mesmo que você saiba que seu $$$ não tem garantia, é impossível medir com precisão quanto risco você está assumindo. Isso vale tanto para uma pessoa nos EUA como para alguém aqui na Terra de Cabral.


Realisticamente, para a maioria das pessoas que não têm conta em banco e para quem vive na economia informal, o risco de manter dinheiro em um aplicativo que não tem seguro (garantia) aparece no final da lista de coisas com as quais a pessoa precisa se preocupar em um dia qualquer de sua vida.


Para os “sem banco”, sejam eles americanos ou brasileiros, o maior risco real percebido é abrir uma conta bancária – incluindo o risco de ter o dinheiro congelado ou confiscado pelo governo ou simplesmente “comido” pelas taxas de administração financeira – e não o risco teórico de um aplicativo como o Venmo ou PayPall quebrar e o dinheiro deles não ter garantia.


A mensagem subliminar da campanha americana é que cabe aos consumidores o ônus de assegurar que seu dinheiro esteja protegido. No entanto, o principal objetivo de sistemas de garantia de depósitos a vista é deixar o consumidor tranquilo, sem precisar se preocupar com sua segurança financeira ou correr atrás de informações sobre a saúde das instituições financeiras.


Se existem apps, fintechs e carteiras digitais que não garantem o dinheiro do consumidor, o governo deveria resolver o problema e obrigá-los a ter um seguro e não ficar tentando mudar o comportamento do consumidor.


As pessoas que podem se dar ao luxo de se preocupar com a proteção do FDIC ou do FGC são aquelas com saldos maiores do que US$ 250 mil nos EUA e R$ 250 mil no Brasil, não aquelas que gastam hoje aquilo que ganham hoje.


La garantia soy jo


O problema com o slogan da campanha do FDIC, “Conheça seu risco. Proteja seu dinheiro”, é que as duas partes são fáceis para se falar, mas difícil para se fazer.


O que nos remete a poupança feita através de VGBLs, PGBLs e planos de previdência complementar no Brasil.


Os saldos mantidos em entidades abertas e entidades fechadas de previdência complementar no país não são garantidos pelo FGC – Fundo Garantidor de Crédito, nem por qualquer outro sistema de seguro federal.


No momento em que se fala em “previdência para todos”, não podemos mais deixar de colocar em discussão a implantação de um sistema de garantia para os saldos mantidos em planos de previdência complementar.


Países que mantém sistemas de seguro e garantia da previdência complementar incluem os EUA (PBGC – Pension Benefit Guarantee Corporation), o Reino Unido (PPF – Pension Protection Fund), a Suécia, a Alemanha, o Canadá, a Suíça e o Japão.


Está na hora de levarmos a sério o fomento da previdência complementar e abrirmos discussão do que realmente interessa, de buscamos soluções que resolvam os problemas de base do sistema.


Nāo dá mais para ficarmos perdendo tempo com “pension-washing”, ou seja, dourando a pílula com uma suposta simplificaçāo da regulamentação e coisas do gênero.


Ou bem levamos o fomento a sério ou podemos atualizar a propaganda do vídeo cassete da Semp Toshiba (abaixo), lançada há mais de 40 anos, ilustrando a segurança do sistema de previdência complementar do país.




Grande abraço,

Eder.

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