De Sāo Paulo, SP.
“Entre estímulo e resposta há um espaço. Nesse espaço, cabe a nós escolher o que responder. Em nossa resposta está nosso crescimento e nossa liberdade”
Viktor Frankl, autor dessa frase, transmitiu com ela algo profundo. Naquele espaço reside algo extraordinário: sua responsabilidade, seu poder de decidir como você vai agir e reagir. O segredo? Está bem ali, em suas escolhas.
Existem muitos termos que usamos no mundo dos negócios em geral e nos conselhos deliberativos dos fundos de pensão, em particular, cujo uso comum foi desfigurando seu significado ao longo da história.
Como resultado, acabamos com um punhado de palavras que tem significados bastante ambíguos. Palavras como “valor”, que todos reconhecemos ser importante, sabemos ser importante, mas que ninguém parece ser capaz de definir muito bem.
E existem outras palavras do nosso vocabulário que se reformularmos a ideia que fazemos delas, seu significado, poderíamos ser muito mais bem sucedidos na vida, ainda mais se você for conselheiro de um fundo de pensão.
Uma dessas palavras é responsabilidade.
Para a maioria das pessoas, responsabilidade é uma espécie de dever, de obrigação, o que esta por trás do pensamento: posso ser culpado por isso?
Na verdade, esse é essencialmente o significado de comprometimento, de prestação de contas, em inglês o termo para isso seria “accountability”, não responsabilidade.
Tendemos a pensar em responsabilidade como se fosse comprometimento, queremos saber quem é o responsável porque precisamos ser capazes de colocar a culpa em alguém.
Porém, fundamentalmente, responsabilidade não tem a ver com isso, não é disso que se trata. Se você desmembrar a palavra você vai descobrir que responsabilidade é sua capacidade de escolher como responder.
É essa capacidade de “responder” que chamamos de “respon-sabilidade”.
Se dizemos que alguém é responsável ou tem responsabilidade sobre alguma coisa, significa que essa pessoa tem condições de pensar sobre seus atos e se alguém tem condição de pensar sobre seus atos, tanto do passado quanto do futuro, ela pode escolher a forma de agir.
Quando começamos a pensar sobre responsabilidade dessa maneira, muda radicalmente sua forma de pensar sobre o mundo.
Responsabilidade é incrivelmente importante para todos nós, ainda mais se você é conselheiro de um fundo de pensão. Essa capacidade de escolher como você vai responder a qualquer situação que surja na sua frente.
Essa é a fonte de sua liberdade, sua liberdade de escolher e decidir seu próprio destino. Sua capacidade de fazer aquilo que você faz.
Portanto, a forma pela qual você responde a uma situação, a forma que você escolhe responder a situação, depende totalmente de você e só de você.
Independente do quão estressante, do quão difícil, do quão ruim ou do quão bom, for uma situação, você sempre terá “responsabilidade”, ou seja, você sempre terá a capacidade de decidir como vai agir nesse mundo.
O que vemos acontecer, por termos distorcido seu significado, são pessoas - e aqui vale para muitos conselheiros - evitando a “responsabilidade”.
Só que quando fazem isso, elas se colocam em uma posição de vítimas do mundo. O mundo está acontecendo para elas e elas não estão escolhendo como responder, não estão tentando reagir ao que quer que aconteça com elas.
Os conselheiros precisam ser mais conscientes sobre como escolhem agir em relação ao mundo, porque é disso fundamentalmente que se trata quando se fala de responsabilidade.
Os fundos de pensão seriam muito mais eficazes e bem-sucedidos se seus conselheiros entendessem responsabilidade dessa forma. Se começassem a abraçar responsabilidade com fonte de sua liberdade, de sua capacidade de escolher como agir, sua capacidade de fazer as coisas acontecerem no seu fundo de pensão.
Eu encorajo você, conselheiro, a ser proativo nas reuniões do seu colegiado e nesse processo, escolher ser responsável.
Grande abraço,
Eder.
Fonte: “Reframing Responsibility”, escrito por Alex Nesbitt
Nenhum comentário:
Postar um comentário