De Sāo Paulo, SP.
Considerando que vivemos na era da volatilidade, os produtos de proteção financeira e de saúde precisam evoluir. A poupança que um dia fizemos para assegurar proteção financeira apenas na fase final da vida, precisa oferecer maior flexibilidade, múltiplos acessos e valor imediato já a partir do primeiro dia de contribuição.
Num mundo em que a longevidade e a fronteira da vida humana não param de ser esticadas, sob a perspectiva da previdência complementar e dos planos de saúde, as pessoas estão chegando nas idades avançadas com menos e não com mais proteção.
A crise do custo de vida, que costumava atingir com mais força apenas o hemisfério sul, passou a ter na inflação um fator de desestabilização das rendas de aposentadoria e dos reembolsos de saúde no mundo todo.
As projeções apontam para problemas cada vez maiores com a saúde das pessoas na medida em que doenças antes inexistentes passam a se desenvolver em pessoas mais velhas, como é o caso dos vários tipos doenças do cérebro.
De acordo com a Sociedade de Alzheimer, o número de pessoas vivendo com demência devera dobrar. Hoje, 1 em cada 6 pessoa com mais de 80 anos sofre de demência.
Portanto, é crucial que os mercados de proteção financeira e de saúde evoluam junto com os desafios que enfrentamos como indivíduos e como sociedade. Está na hora de aproveitar as oportunidades e causar um impacto positivo para todos.
Numa época em que as diferentes áreas do conhecimento se unem para desenvolver soluções inovadores e disruptivas – marketing com neurologia (neuromarkting), economia com psicologia (economia comportamental) etc. - instituições de previdência complementar e operadoras de planos de saúde precisarão, forçosamente, se unir se quiserem continuar relevantes.
Isso implica na continuidade das coberturas nas idades bem avançadas, nas quais o financiamento de planos de previdência e saúde vai se tornando um problema crescente para as famílias.
É preciso um foco maior dos prestadores de serviço de previdência complementar e saúde, no seu dever de proteção dos consumidores, para evitar problemas plenamente previsíveis e proporcionar bons resultados aos clientes.
A última coisa que um fundo de pensão ou uma operadora de planos de saúde quer ouvir de um participante que liga para o serviço de atendimento ao cliente é: “Ainda estou coberto?” e a resposta é “nāo”.
É impossível alguém saber quanto tempo vai viver ou qual será sua condição de saúde, então, planos de saúde que não cobrem determinadas doenças ou planos de previdência cujas rendas terminam enquanto a pessoa ainda está viva, simplesmente não oferecem proteção de verdade.
Se quisermos cumprir com nosso principal papel e proteger a vida de nossos participantes, precisamos desenvolver soluções mais abrangentes, programas que tragam benefícios para as pessoas hoje e no futuro, isso aumentará o engajamento e melhorará a retenção dos clientes.
Não é mais suficiente para fundos de pensão e operadoras de saúde, apenas arrecadar contribuições e pagar benefícios, como uma simples transação única.
Temos uma oportunidade imensa para aproveitar os diversos pontos de contato ao longo da vida dos consumidores e interagir com eles. Oportunidade para oferecer coberturas mais completas, produtos que gerem maior valor e proteção mais ampla (hoje e no futuro) para os participantes.
Nunca houve uma época melhor para oferecer paz de espírito aos participantes de planos de previdência e saúde, para desenvolvermos produtos menos transacionais, que tratem as pessoas de modo mais holística e resolvam suas necessidades de proteção ao longo do tempo, ao mesmo tempo em que entregam benefícios tangíveis no dia a dia.
Benefícios tangíveis? Me dê um exemplo. Está bem: por que planos de previdência e saúde não possuem programas de fidelidade? Tipo, o participante que faz contribuições voluntarias adicionais regularmente para sua previdência pode acumular pontos e trocá-los por ingressos para cinema.
O participante de um plano de saúde que faz academia ou faz caminhadas (medida pelo Fitbit do celular ou relógio, que manda a informação | dados para o sistema da operadora) pode acumular pontos e trocá-los por um par de tênis de corrida.
Ambos podem trocar os pontos por um café no Starbucks ou vouchers para compra de produtos e servicos (saudáveis) em lojas conveniadas ou pacotes de viagem, passagens aereas, créditos do Uber etc.
Quer ajudar os clientes a viverem uma vida mais longa, mais saudável e mais feliz? Está na hora de desenvolver uma nova geração de soluções de previdência complementar e saúde.
Está claro que as necessidades dos consumidores mudaram, chegou a hora da verdade!
Grande abraço,
Eder.
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