De São Paulo, SP.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO:
Em entrevista recente a um podcast, apenas baseado em extrapolação, Elon Musk disse que a China deverá atingir 2 ou 3 vezes o tamanho da economia dos EUA: com um PIB de US$ 17,5 Tri a China cresceu 8,1% em 2021 contra um PIB dos EUA de US$ 23,0 Tri que cresceu 5,7%. Visionários deveriam estudar demografia, antes de fazer previsões assim.
POR QUE ISSO É IMPORTANTE:
A China precisa crescer para pagar sua dívida monumental, mas vai começar a se contrair nos próximos 10 anos com o declínio populacional. A demografia vai quebrar a China, demógrafos da Xian Jiaotong University estimam que o país perderá metade da população nos próximos 45 anos e no final desse século poderá ter 1/3 da população atual. A turma do “partidão” sabe disso, alteraram a política do filho-único em 2015 para política de três filhos por família em 2021, sem sucesso, não houve aumento na taxa de natalidade. Ninguém sabe o tamanho da dívida acumulada da China, estima-se em 350% do PIB anual, mas num país opaco que esconde as coisas, pode ser muito maior. Em 2008 os chineses super-estimularam a economia financiando a infraestrutura à custa de uma enorme dívida publica interna, cujo equacionamento - que acarretará grande sofrimento doméstico - vem sendo postergado com medo da instabilidade social que causará. A dívida imobiliária, por outro lado, não tem mais solução e incorporadoras começam a entrar em default com a Sunac, a 4ª maior do país, deixando de pagar seus títulos e a dívida de US$ 350 Bi da Evergrande Group parecendo impagável. Mesmo com os preços mantidos artificialmente com ajuda do governo, as vendas de novos imóveis caíram 46,6% em abril, por valor, a maior queda ano-a-ano desde 2006 o que levou a redução de 44% em metros por andar de novas construções, fazendo despencar a demanda por material de construção. O setor imobiliário responde por 25% a 30% do PIB Chines e 70% do patrimônio dos chineses estão ligados às suas propriedades, com apartamentos sendo sua reserva de valor (equivalente a $$$). Diante da incapacidade do Banco Popular da China em acompanhar o aumento das taxas de juros do FED -EUA, investidores começam a tirar seu capital da China: a saída recorde de US$ 17,5 Bi em março seguiu movimento de fevereiro e está limitado a China, pois não se verificou nos demais países emergentes. Isso num momento em que a China precisaria diminuir os juros para estimular a economia, o que apenas agravaria a fuga de capitais. O renminbi Chinês, entre as moedas mais fortes de 2021, perdeu 7% de valor nos últimos três meses, com a maior queda da história em abril.
CONCLUSÃO:
A demografia vai desempenhar um papel importante no futuro da China, mas ficar apenas olhando seus efeitos não vai ajudar em nada seu destino, da mesma forma que apenas projetar aumentos na longevidade não levou os fundos de pensão a solucionar o problema.
Grande abraço,
Eder.
Fonte: The Chinese Economy is in a Death Spiral, escrito por Gordon Chang
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