De São Paulo, SP.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO:
Perdi a conta de quantas vezes presenciei reuniões de conselho discutindo coisas que não tem a menor importância. Tomar uma decisão e ver o que acontece é tremendamente poderoso, mas você precisa fazer de tal forma que se alguma coisa der errado você possa consertar, sem que o erro custe uma exorbitância para o fundo e seus participantes. Quando você se depara com situações em que não pode se dar ao luxo de errar, é muito difícil fazer a coisa certa, então, se você é conselheiro e está procurando fazer a coisa certa, a coisa certa pode ser eliminar o custo de cometer um erro ao invés de tentar adivinhar qual é a coisa certa.
POR QUE ISSO É IMPORTANTE:
Isso nos remete a melhor forma de eliminar impasses diante de uma tomada de decisões: o melhor a fazer é eliminar o custo de cometer erros. Ward Cunningham, conhecido na comunidade de softwares por ter boas ideias como a linguagem Wiki, coloca de forma brilhante como fazer isso: discutindo sobre programação, digo “... acho que a melhor forma de fazer isso é A”, então alguém diz, “acho que é B”, aí eu digo “não, é A” e a pessoa diz “queremos fazer B”. Nesse ponto você para e diz: “beleza, faça B, não vai nos prejudicar tanto se eu estiver certo e você fizer B, nem se eu estiver errado e fizermos A, porque dá pra concertar os erros, então vamos descobrir o que acontece”. Na maioria das vezes, diz Ward, escolher entre A e B não tem diferença, é inconsequente. Claro que outras vezes gera consequências, por isso é melhor estabelecer as circunstâncias, tentar B e ver o que acontece. Então parte-se para B e aparece uma dificuldade no caminho, um bug ou um impasse, que você poderia (ou não) estar pensando quando propôs A. O cara diz, “está complicado trabalhar nesse programa” e você responde “Ei, posso tentar resolver esse bug”. Então ele exclama, “você faria isso?” e você retruca, “Claro, vou trabalhar nesse bug, você fez B, vamos trabalhar em B”. Ao assumir a responsabilidade de usar o máximo possível B, você cria a oportunidade de fazer o que precisa ser feito para chegar a uma solução que muitas vezes nem é voltar para A e sim ir para C.
CONCLUSÃO:
Decidir é uma experiencia de aprendizado para todas as partes. Quando se decide sem experimentar, ninguém aprende, você ganha e alguém não ganha ou vice-versa. Vira uma batalha. Como coloca Ward no exemplo acima, “vamos programar e ver o que acontece, se não funcionar, mudamos”.
Grande abraço,
Eder.
Fonte: Collective Ownership of Code and Text - A Conversation with Ward Cunningham, Part II , escrito por Bill Venners
Nenhum comentário:
Postar um comentário