De São Paulo, SP.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO:
Passado: os anos 80 e 90 foram períodos nos quais as altas taxas de juros eram comuns, havia alguma volatilidade e as avaliações atuariais típicas eram bem diferentes de hoje: juros de 6%, crescimento salarial de 4%, ativos que não eram marcados a mercado e tabuas de mortalidade construídas com expectativas de vida que olhavam para trás. Não havia regras exigindo o pagamento de déficits, nem destinação de superávits. Presente: a regulamentação atual, introduzida a partir de 2001, visa garantir que os ativos sejam suficientes e apropriados para cobrir as obrigações, requerendo um plano de equacionamento quando isso não acontece. O foco dos investimentos mudou, da busca por maiores retornos, para a busca de retornos alinhados aos riscos. No lado do passivo, busca-se apurar a quantificação, com a melhoria da qualidade dos dados usados na avaliação atuarial dos compromissos, a adoção de tabuas geracionais e uma visão da expectativa de vida futura. No front econômico, os juros que vinham caindo nos últimos 20 anos, passam hoje por aumento circunstancial pós-pandemia.
POR QUE ISSO É IMPORTANTE:
Futuro: nos próximos 10 anos e além, com a maioria dos planos fechados, passivos e ativos deverão começar a diminuir, porém, considerando que o equilíbrio da maioria dos planos segue ancorado em contratos de confissão de divida e considerando, também, a possibilidade de disruptura das empresas diante das novas tecnologias e do futuro do trabalho, o maior risco para sustentabilidade dos planos passará a ser a capacidade das patrocinadoras continuarem assegurando a manutenção do custeio dos planos no longo prazo. O desafio nos próximos anos será entender quais são os riscos – que mudam rapidamente – seus impactos e como estes podem ser gerenciados. Pode-se esperar muito maior volatilidade dos mercados financeiros, instabilidades geopolíticas e mudanças na expectativa de vida. Olhando adiante, não importa como a regulamentação evoluirá, até porque ninguém sabe, mas a economia digital pode mudar tudo.
CONCLUSÃO:
O mais importante daqui para a frente é manter o foco nos fundamentos de equilíbrio dos planos e caminhar na direção certa.
Grande abraço,
Eder
Fonte: The past, present and future of DB funding, escrito por Jonathan Seed
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