De São Paulo,SP.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO:
Quando a psicóloga Mary-Clare Race estudou os distúrbios de personalidade no ambiente de trabalho, ela chegou a uma conclusão surpreendente: na maioria dos casos os líderes tóxicos não evoluíam na careira “apesar” dos seus problemas de comportamento, eles eram bem-sucedidos “por causa” deles. Em seus estudos no doutorado da University College London ela notou que quando alguém com comportamento problemático começava a ser promovido num grande banco, geralmente chegava mais rapidamente do que os outros nos postos do topo. “O paradoxo é que os líderes mais tóxicos são os mais bem sucedidos, porque se sentem mais dispostos a assumir riscos”, diz ela. A disposição deles em tomar decisões com consequências potencialmente negativas para os demais empregados, compensa, porque na maioria das vezes os resultados são bons para o negócio – pelo menos no curto prazo.
POR QUE ISSO É IMPORTANTE:
Mary-Clare explica que a liderança disfuncional tem suas raízes na forma que a sociedade vê o progresso na carreira e como as empresas apoiam as pessoas uma vez que estas assumem posições de liderança: “muitas empresas sabiam ter um problema de comportamento toxico de lideranças disfuncionais no ambiente de trabalho, mas não queriam que se levantasse a lebre sobre isso porque senão teriam que lidar com o problema”, explicou. A cultura corporativa está repleta de exemplos de lideranças assim, mostrando que a prática segue forte no ambiente das empresas. A estrutura das empresas tradicionais não apenas recompensa os comportamentos errados, ela tende a recompensá-los da maneira errada. Empregados com performance estelar são promovidos para posições em que precisam gerenciar um monte de gente, mas gestão de pessoas pode não ser uma habilidade que eles dominam.
CONCLUSÃO:
Somente quando mudarem os velhos processos de gestão herdados da revolução industrial, só quando evoluir a ideia do que é sucesso e progresso profissional, indivíduos que não foram feitos para gerenciar ninguém poderão avançar no mundo do trabalho, sem tornar miserável a vida dos outros e suas próprias vidas. A organização digital está chegando.
Grande abraço,
Eder.
Fonte: The toxic leader paradox: Workplace Trends, June 2022, escrito por Lila MacLellan
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