sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Puxe uma cadeira ... se quiser sentar no conselho deliberativo de um fundo de pensão!




São Paulo, SP;

Os conselhos de administração das empresas e os conselhos deliberativos dos fundos de pensão são muito estáveis e duradouros, mas isso não é necessariamente algo bom.

Os acionistas das 500 maiores empresas que compõem o índice S&P 500, na bolsa de Nova York, elegeram 428 novos conselheiros durante o ano de 2018 (até agora). 

Ainda assim, segundo um estudo da Spencer Stuart, uma firma de seleção de executivos, esses 428 novos conselheiros representam meros 8% de todas as posições nos conselhos dessas empresas. 

Uma pesquisa da Mercer, feita agora em setembro, mostrou que 62% dos fundos de pensão brasileiros não possuem nenhuma política de renovação de seus conselhos. 

Isso significa que nos conselhos deliberativos dos fundos não há limitação na quantidade de mandatos que um conselheiro pode ocupar. Também não há uma idade máxima imposta em seus estatutos para ser conselheiro nos fundos. Ou seja, os conselheiros podem ficar na cadeira indefinidamente, mesmo os representantes de participantes.  

A baixa rotatividade nos conselhos inibe empresas e fundos de pensão a adicionarem aos seus conselhos, membros com competências e vozes mais diversas, essenciais para competir num mundo tão dinâmico e na nova economia. 

Quando surgem assentos vagos no board as empresas americanas tendem a aproveitar as vacâncias para diversificar o colegiado. Elas procuram preencher as cadeiras adicionando mulheres e pessoas de cor, bem como profissionais com experiência nos novos desafios. 

Desafios que as organizações enfrentam hoje, tais como transformação digital, segurança cibernética e tecnologias modernas – Inteligência Artificial, Realidade Aumentada, Realidade Virtual, Big Data etc. 

Cerca de 40% dos conselheiros eleitos na temporada de 2018 (até o momento), nas empresas da S&P 500, foram mulheres. Essa renovação, porém, ainda acontece em ritmo muito lento. 

A demora na oxigenação dos conselhos certamente vai atrasar a inclusão de mulheres no board das empresas, como a TripAdisor LLC, cujos oito conselheiros são todos homens. Ou da Vornado Realty Trust, empresa na qual os conselheiros vem ocupando as cadeiras, em média, há 20,3 anos – comparados à média de 12,7 anos dos conselheiros impendentes que deixaram as cadeiras em 2018.

Os investidores institucionais nos EUA são favoráveis a uma maior rotatividade nos conselhos porque sabem a importância da diversidade na busca por resultados melhores. 

No Brasil, apesar de seu papel similar, os fundos de pensão não tem se mobilizado nessa direção em relação às empresas nas quais investem. 

Porém, ainda que não tenham acordado para essa questão externamente poderiam voltar o olhar para as estruturas internas e se perguntar: “se os conselheiros já estão no colegiado há muito tempo, faz sentido que permaneçam por outros oito ou dez anos?”.

Os fundos de pensão, assim como as empresas, observam de perto as políticas que seus pares adotam. Aquilo que começar em consequência da ação de uns poucos fundos, poderá se tornar uma prática mais comum num universo maior de fundos.

Que tal seu fundo de pensão criar uma política de igualdade de gênero e regras para renovação do conselho deliberativo, estabelecendo quantidade máxima de mandatos e idade limite?

Grande abraço,
Eder.

Fonte: Adaptado do artigo “Entrenched Boards Stymie Diversity“, escrito por Lauren Weber.

Crédito de imagem: http://blogdocorretor.com/wp-content/uploads/2013/11/Dan%C3%A7a-das-Cadeiras1.jpg

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