quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Pipoca e divulgação de planos de previdência não combinam.


Deu em Berlim, Alemanha.
 
Um estudo da Cologne University, na Alemanha, mostrou que o simples ato de mastigar torna as pessoas imunes aos efeitos persuasivos das propagandas.
 
Comer pipoca no cinema, portanto, pode irritar não somente os demais espectadores, mas também os profissionais de marketing.
 
A razão dos nomes das marcas ficarem “impressos” em nossos cérebros é porque nossos lábios e língua simulam automaticamente a pronúncia de um novo nome na primeira vez que o ouvimos.
 
E toda vez que reencontramos aquela marca, posteriormente, nossa boca subconscientemente pratica a pronúncia daquele nome repetidamente.
 
No entanto, de acordo com o estudo publicado no Journal of Consumer Psychology, esse “discurso interior” pode ser perturbado pela mastigação, tornando inócuo o efeito da repetição.
 
No estudo os pesquisadores convidaram um grupo de 96 pessoas para assistirem a um filme no cinema, precedido de uma série de comerciais.
 
Metade dos convidados ganhava pipoca grátis ao longo da sessão, enquanto a outra metade recebia um pequeno cubo de açúcar que imediatamente se dissolvia em suas bocas.
 
No final da sessão um teste mostrou que os comerciais não haviam surtido nenhum efeito sobre os espectadores que mastigaram pipoca durante o filme, enquanto os outros participantes apresentaram respostas psicológicas positivas aos produtos apresentados nos comerciais.
 
“A atividade mundana de comer pipoca torna os espectadores imunes aos efeitos persuasivos dos anúncios”, disse Sascha Topolinski, uma das pesquisadoras.
 
Se sua empresa for apresentar um novo plano de previdência complementar aos empregados ou promover uma alteração positiva feita no desenho de um programa já existente, evite que a plateia tenha acesso a balas, doces e pipoca!

Do contrário, toda aquela $$$ investida no marketing da comunicação, irá pelo ralo....
 
 
Forte abraço,
Eder.
 
 
 
 
Fonte: Adaptado do artigo “Eating popcorn in the cinema makes people immune to advertising”, escrito por Philip Oltermann ara o “The Guardian”.
 
Crédito de Imagem: Getty Images/ Foodcollection

quarta-feira, 24 de julho de 2013

O ponto do não-retorno na previdência complementar


De São Paulo, SP.


“Estou com todas as luzes acesas. Só tenho 100 quilos de combustível. Vejo duas queimadas e vou tentar o pouso”.

Na noite de 03 de dezembro de 1989, por volta das 21:00 horas, o Boeing 737-200 da Varig, Prefixo PP-VMK, pilotado pelo Comandante César Garcez, fazendo o voo RG254 na rota entre São Paulo e Belém, foi obrigado a fazer um pouso de emergência próximo ao município de São José do Xingú - MT.

Na aterrissagem, o impacto do avião contra as árvores causou a morte de 12 pessoas. Havia 41 passageiros e 6 tripulantes a bordo. O tempo estava bom, era uma noite clara, com lua cheia e não houve pane na aeronave. A tripulação cometeu um erro de navegação e o pouso de emergência foi consequência da falta de combustível.

Em aviação existe um conceito chamado de “ponto do não retorno”. O ponto do não retorno é aquele trecho da rota de um voo em que o combustível restante na aeronave não é suficiente para que o avião retorne ao aeroporto de partida, em caso de emergência.

A partir desse ponto, em caso de problema, a única saída para o piloto será procurar um aeroporto alternativo para pousar. No caso do voo RG254, só havia a floresta Amazônica...

A crença presente na atual regulamentação da previdência complementar, tanto em relação às entidades abertas como às entidades fechadas de previdência, é que seguradoras e fundos de pensão tem um horizonte infinito de tempo para se recuperar de momentos de crise e se lhes for concedido tempo suficiente, poderão sempre sair do buraco em que os mercados ou as circunstâncias os colocarem.

Os órgãos reguladores e de fiscalização – SUSEP e PREVIC - podem decretar a intervenção, respectivamente, nas entidades abertas e fechadas de previdência complementar e seus planos de benefícios, mas não há regras claras determinando em que situações uma intervenção deve se transformar em uma liquidação. Em que circunstâncias o dolorido ponto final deve ser escrito.

Comparando com o ponto do não retorno na aviação, seria o mesmo que dizer que o avião sempre terá combustível suficiente para pousar em qualquer lugar, não importa o que aconteça. Mas a realidade nos apresenta casos como o do voo RG254.

Infelizmente, situação similar aconteceu com o Aerus, o fundo de pensão da Varig.

A Varig deixou de recolher contribuições para o seu fundo de pensão quando a situação financeira da empresa começou a se deteriorar. O Aerus passou a ser o maior credor da Varig, fazendo com que houvesse uma concentração perigosa e excessiva no patrimônio do fundo.

Na medida em que a situação da Varig foi piorando, o buraco no Aerus só fez aumentar. A cada mês em que a empresa deixava de fazer contribuições, o déficit se agigantava, comprometendo de forma crescente a capacidade do plano de previdência pagar seus compromissos.

A certa altura, foi nomeado um interventor para o plano da Varig administrado pelo Aerus.

Aqui voltamos à questão inicial. Porque, essa intervenção não se transformou tempestivamente em uma liquidação extrajudicial? Porque não foi interrompida a sangria na capacidade do plano pagar benefícios, enquanto havia algo a salvar?

Seria preferível haver alguma redução nos benefícios previstos pelo plano, decorrente de uma liquidação extrajudicial, do que vermos comandantes de Boeing 747 dirigindo táxis especiais no Rio de Janeiro, por não poderem, simplesmente, mais contar com nenhum tostão do Aerus.

Até se pode entender que, sendo as companhias aéreas estratégicas para o país, nunca se imaginou que o governo fosse deixar a Varig quebrar. Mas, não se sabe bem porque, deixou....

Acaso tivéssemos em nossa regulamentação, regras claras determinando o ponto de insolvência de um plano de previdência complementar ou fundo de pensão, indicando a necessidade de liquidação do mesmo para evitar o aprofundamento de sua capacidade de arcar com os compromissos, o Aerus teria nos deixado um problema bem menor.

Nos EUA, de acordo com o “PPA - Pension Protection Act”, de 2006 (similar americano da nossa Lei Complementar 109/2001), um plano é considerado Seguro se tiver patrimônio para cobrir pelo menos 80% dos compromissos. Planos com níveis de cobertura entre 80% e 65% dos compromissos são considerados Ameaçados ou Seriamente Ameaçados. Planos com níveis de cobertura inferiores a 65% são considerados Críticos. O governo americano, através do PBGC – Pension Benefit Guarantee Corporation, pode pedir a liquidação de um plano de previdência ou fundo de pensão se constatar sua incapacidade de pagar os compromissos previstos no regulamento.

O fundo de pensão da cidade de Detroit, também nos EUA, está enfrentando questionamentos semelhantes na esteira do pedido de falência do município. Ou seja, não se pode assumir como premissa que o patrocinador, seja público ou privado, terá sempre capacidade de recuperação.

Claro que o risco sistêmico, sempre presente em liquidações de bancos, seguradoras, fundos de pensão e instituições financeiras, deve ser evitado.

Para se desenvolver ideias e soluções verdadeiramente originais para esse problema, temos que remover qualquer restrição. Se as restrições permanecerem intactas, todas as ideias acabarão sendo limitadas e as soluções serão insatisfatórias.

Esse é um assunto espinhoso, mas não pode haver desculpa para a falta de definição do ponto do não retorno na previdência complementar. Ainda mais em nosso sistema de previdência que, diferentemente daqueles existentes nos EUA e Inglaterra, não possuem qualquer garantia paras os participantes.

Forte abraço,

Eder


Fonte: Artigo escrito por Eder Carvalhaes da Costa e Silva
Crédito de Imagem: www.livrepouso.com.br

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Importante cuidado para o PrevSaúde e o VGBL Saúde não virarem Macabús!


De São Paulo, SP.

O que você está vendo? Olhe bem!
Ficou em dúvida? Vou ajudar. Você está olhando para um Macabú: não é macaco, nem urubu!

Sou totalmente favorável à busca de soluções hoje, para os gastos futuros com saúde na fase de aposentadoria.

O problema das despesas médicas na aposentadoria não é exclusivamente brasileiro e está latente na maioria dos países desenvolvidos.

Constitui uma verdadeira bomba relógio que as sociedades precisam desarmar antes que exploda, espalhando estragos sociais e econômicos.

Nos EUA existem vários produtos, diga-se de passagem, já há bastante tempo, que buscam ajudar a desatar esse nó.

É o caso dos HSA – Health Savings Accounts ou “Contas de Poupança para a Saúde”, em tradução livre (detalhes, mais adiante).

Algumas ideias têm surgido aqui no Brasil.

No setor de previdência complementar aberta, as seguradoras estão falando muito em um produto chamado VGBL Saúde.

Já no segmento das entidades fechadas de previdência complementar, o governo está analisando com os fundos de pensão o PrevSaúde.

A ideia por trás do VGBL Saúde e do PrevSaúde é disponibilizar um veículo financeiro para o participante poupar recursos que podem ser utilizados para pagar despesas médicas durante a carreira, mas que se não o forem, serão acumulados para ajudar a pagar as despesas com saúde na fase de aposentadoria.

A única diferença entre um plano tradicional de previdência complementar e esses dois produtos é a tributação.

Nos planos tradicionais de previdência complementar (PGBL, VGBL, Planos de Contribuição Definida, Planos de Contribuição Variável etc.), quando os recursos são utilizados para pagar benefícios de aposentadoria, são tributados seguindo a escolha prévia do participante, que pode ser a:

- Tabela progressiva: igual aos salários, com alíquota máxima de 27,5% e mínima de 15%, dependendo do valor do benefício; ou

- Tabela regressiva, que tem a vantagem de aplicar uma alíquota que diminui na medida em que o tempo de poupança aumenta, sendo a alíquota máxima de 35% e a mínima de 10%

A tributação pretendida para o VGBL Saúde e PrevSaúde, ainda em ferrenha discussão com a Receita Federal, é zero.

Ou seja, os recursos retirados desses produtos para arcar com despesas médicas não seriam tributados.

Isso porque seriam pagos diretamente aos prestadores de serviços como clínicas, hospitais, médicos e planos de saúde, podendo ser usados exclusivamente para esse fim.

Voltemos aos HSA – Health Savings Accounts existentes nos EUA. Há uma diferença básica e crucial do HSA em relação aos produtos estudados aqui.

Lá, os HSA só podem ser adquiridos por pessoas físicas que estejam obrigatoriamente participando de um plano de saúde individual.

O plano de saúde individual acoplado ao HSA cobre somente os grandes riscos, como internações e cirurgias.

Por ter franquias elevadas, os prêmios para o plano de saúde que integra o HSA são mais baixos, fazendo com que seja mais barato para o participante do que os planos de saúde tradicionais.

A parte do HSA voltada para acumular recursos, ou seja, a parte de previdência complementar pode ser acessada ao longo da carreira ajudando o participante a pagar despesas médicas menores, como exames e consultas.

Caso o participante não use recursos de sua “poupança” HSA ou use menos do que contribui mensalmente, o saldo é acumulado para que seja usado mais adiante, em geral na fase de aposentadoria, igualmente para apagar as despesas médicas não cobertas pelo plano de saúde a ele acoplado.

Uma pesquisa feita pela Fidelity Investments nos EUA com 74 mil planos do tipo HSA mostrou em 2010 que mais de 1/3 dos participantes gasta 90% das contribuições creditadas anualmente em suas contas individuais, para obter reembolso de despesas médicas incorridas durante o ano.

Ou seja, não sobra quase nada para arcar com as despesas médicas na fase de aposentadoria, mas ainda assim os participantes terão a cobertura do plano de saúde acoplado ao produto.

O VGBL Saúde e o PrevSaúde que estão em discussão no Brasil possuem apenas a parte de previdência complementar para acumulação de poupança e deixaram de fora o plano de saúde que deveria vir acoplado ao produto.

O que vai acontecer?

Na primeira cirurgia de alto risco, tudo que foi acumulado no VGBL Saúde ou no PrevSaúde vai ser gasto e ainda assim, não será suficiente para o participante pagar as despesas médicas e hospitalares que acompanham uma internação.

Em outras palavras, se o VGBL Saúde e o PrevSaúde não garantirem o oferecimento de um plano de assistência médica individual, todo o dinheiro creditado nas contas do participante tenderá a se esgotar rapidamente, não deixando nada para arcar com as despesas de saúde na fase de aposentadoria.

A solução brasileira sairá capenga, perigosamente ilusória, funcionando apenas como fomento da previdência complementar e não resolvendo o problema das despesas com saúde na fase da aposentadoria.

Um verdadeiro Macabú! Né não?

Abraço,

Eder.

Fonte: Artigo escrito por Eder C. da Costa e Silva
Crédito da Imagem: www.eatourbrains.com (http://eatourbrains.com/EoB/wp-content/uploads/2006/12/flymonk.jpg)

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Os 10 maiores erros dos participantes de Planos de Contribuição Definida e como evita-los

De São Paulo, SP


Novos planos de previdência complementar do tipo benefício definido são uma raridade hoje. No seu lugar, as empresas oferecem atualmente os planos do tipo contribuição definida.

Aqui vão os maiores equívocos apontados pelos especialistas quando se trata de poupar para a aposentadoria em um plano de contribuição definida.

1. Não ter um

Esse é até óbvio, mas o problema é que a maioria das pessoas simplesmente não consegue enxergar o óbvio. Tem gente que não entra no plano de previdência, mesmo sabendo que a empresa contribui com o mesmo valor que o empregado faz de contribuição. É um retorno de 100% antes mesmo de o dinheiro ser investido! Coletivamente, as pessoas estão ridiculamente longe de poupar adequadamente para a aposentadoria.

2. Acompanhar o patamar padrão de contribuição do plano

As pessoas assumem que a contribuição “default” que estão fazendo para o plano já é suficiente para se conseguir uma boa aposentadoria. Não é! O nível médio de contribuições nos planos corporativos gira em torno de 5% do salário do empregado. Porém, os especialistas dizem que o ideal para se acumular uma boa poupança para a aposentadoria deveria ser uma contribuição total em torno de 12% a 15% do salário do empregado. Considerando que a contrapartida da empresa somada a contribuição do empregado totaliza na média 10% do salário, ainda fica faltando 1/3 da contribuição ideal.

3. Abandonar o plano quando se troca de emprego

Com toda a reviravolta que acompanha uma mudança de emprego é fácil deixar para trás os valores acumulados no plano de aposentadoria do seu antigo empregador. Não obstante, deixar o seu saldo “apodrecer” lá e parar de acompanhar a respectiva evolução, pode ter sérias consequências. A alocação dos investimentos do fundo onde seu dinheiro ficou parado pode mudar a ponto de ficar descasada de seus objetivos futuros. Taxas podem passar a ser cobradas daqueles que permanecem no plano e não são mais empregados da empresa etc. Portanto, não abra mão de uma portabilidade até que tenha aderido ao plano de previdência de sua nova empregadora.

4. Resgatar a poupança muito cedo

Embolsar o dinheiro que você estava poupando para a aposentadoria é uma ideia terrível em qualquer lugar do mundo. No Brasil, você será tributado a uma alíquota muito alta. Se optar pelo regime progressivo, a alíquota será de 27,5% e se escolheu o regressivo, pode ser de até 35%. Sem falar que estará gastando o dinheiro ao invés de deixá-lo multiplicar – algo que me faz lembrar a fábula da formiga e da cigarra. Uma alternativa ligeiramente melhor é pedir um empréstimo, uma opção prevista em muitos planos de previdência. Segundo os consultores de investimentos, empréstimos são arriscados, porém, melhor do que resgatar o saldo do seu plano de previdência, que deve ser a sua última saída.

5. Brincar de “pega-pega”

As pessoas que começam tarde a poupar para a aposentadoria ou aqueles que param de contribuir por um período de tempo ao longo do caminho, sempre tem a impressão (errada) de que poderão recuperar o tempo perdido. Mas não funciona assim, porque além das contribuições que a pessoa deixou de fazer ela também deixou de acumular retornos sobre essas contribuições faltantes. Conforme diz o ditado, não dá para voltar atrás na pedra atirada, na palavra lançada e também ... na contribuição não feita, para o plano de previdência.

6. Não diversificar o portfólio

Na tentativa de simplificar as coisas, as pessoas tendem a escolher apenas um fundo de investimentos (seja apenas de renda fixa ou com um pouco de renda variável) para o qual passam a direcionar todas as contribuições. A falta de diversificação é ruim e por definição, mais arriscada. A proximidade da aposentadoria requer alocações em alternativas de investimentos menos voláteis e o oposto, quando ainda se tem toda a vida pela frente, pode acomodar mais facilmente um nível de risco maior. Ou seja, a vida é dinâmica. O ideal é ter um portfólio bem balanceado para protegê-lo da volatilidade do mercado, com alocações em renda fixa e variável de diferentes tipos e montantes.

7. Ser muito conservador quando ainda é jovem

Enquanto alguns trabalhadores mais velhos tentam aumentar demais e muito rápido sua poupança para a aposentadoria, alguns mais jovens deixam frequentemente de aproveitar o potencial de crescimento que investimentos mais agressivos podem trazer com o tempo. Uma regra geral que pode ser usada como referência é subtrair sua idade de 110. O número que resultar é o percentual que você deve aplicar em renda variável, ou seja, o oposto de investimentos mais conservadores. Ou seja, se você tem 25 anos de idade, isso significa investir 85% em ações. Na idade de 35, o mix entre renda fixa e variável ainda incluiria 75% em ações.

8. Definir um objetivo e virar as costas

Se você não sabe nada sobre investimentos, os fundos do tipo “ciclo de vida” podem ser um bom começo e sempre serão uma alternativa melhor do que simplesmente não poupar nada. Esse tipo de fundo afastará muito do trabalho de ter que decidir como investir, mas mesmo assim é recomendável que você faça um check-up anual da sua poupança para a aposentadoria. Os fundos “ciclo de vida” são desenhados para mudar e balancear automaticamente a alocação entre renda fixa e renda variável, conforme sua idade aumenta. Isso implica em investimentos mais conservadores na medida em que o tempo passa, porém, sua tolerância ao risco sempre deve ser considerada, especialmente se você estiver próximo da aposentadoria (nesse momento, provavelmente, você já terá adquirido mais conhecimento sobre como funcionam os investimentos).

9. Entrar em pânico despois de um trimestre ruim

Abandonar e jogar no lixo um fundo de investimentos depois que os retornos afundaram e trocá-lo por outro que está entregando ganhos elevados pode até parecer esperto, mas o resultado é que você estará comprando na alta e vendendo na baixa — exatamente o que não se espera de um bom investimento. Aqueles que saem da renda variável, migram para a renda fixa e retornam para o mercado de ações 3 ou 6 meses depois que as ações começam a se recuperar e ficar positivas, perdem os ganhos devolvidos no início da recuperação. Como dizem os navegadores, é preciso manter o curso.

10. Não prestar a atenção às taxas de administração

A maioria dos participantes continua no escuro. Um estudo recente nos EUA (no Brasil não é diferente) mostrou que apenas metade dos participantes sabe o quanto está pagando de taxa de administração. Cerca de um quarto (25%), acha que não está pagando taxa nenhuma. A taxa de gestão financeira é deduzida diretamente dos retornos do seu plano de contribuição definida, “comendo” literalmente os seus ganhos. Nos produtos das seguradoras, os PGBL, essa taxa gira em media em torno de 1%aa 2%aa, mas a variação é enorme dependendo do tamanho do patrimônio. Só para se ter uma ideia, enquanto PGBL pequenos chegam a pagar nas seguradoras 1,5% em fundos de renda fixa, nos grandes fundos de pensão essa taxa é tão baixa quanto 0,15%.

É isso aí. Fica evidente que ainda há muito a fazer no caminho da “Educação Financeira”.

Grande abraço,
Eder.



Fonte: Adaptado do artigo “10 Biggest 401(k) Mistakes—and How to Avoid Them”, escrito por Martha C. White para Time

Crédito de Imagem: http://www.123rf.com

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Consertando um plano de benefício definido











From: Gerente de Tesouraria
To: CFO, Diretor Financeiro
Priority: High
Subject: Como assumir o controle do nosso plano de benefício definido?

Bom dia Chefe!

Notei hoje no café que você está preocupado com nosso plano de benefício definido, mas o que especificamente está tirando o seu sono?

Sua preocupação é com a rápida deterioração do equilíbrio financeiro-atuarial do nosso plano, causado pelo mergulho de nariz que as taxas de juros têm dado no Brasil nos últimos anos (desconsiderando esse “soluço” recente de aumento de 0,25% que foi só para controlar a inflação)?

Ou seriam os grandes saltos que temos experimentado anualmente nas despesas contábeis com o plano, que você precisa ficar explicando constantemente para acalmar os analistas de mercado?

Pode ser que você esteja irrequieto vendo tudo isso acontecer mesmo depois dos milhões e milhões de reais que a empresa contribuiu para esse plano de previdência ao longo dos últimos anos.

Não importa qual a raiz do problema, a Tesouraria tem uma estratégia que é solução para todos os males. Olha só:

1. Emitir títulos de crédito de longo-prazo a taxas incrivelmente atrativas: O custo para as empresas tomarem dinheiro emprestado está em níveis nunca vistos, quer dizer, nunca vistos no mundo do financiamento corporativo brasileiro. Uma empresa que já tem grau de investimento como a nossa, consegue vender papéis com prazos de 10 anos, de 30 anos, com taxas reais aí por volta dos 3% e 5%, respectivamente. Nunca antes na história desse país - talvez isso nunca volte a acontecer - tivemos uma situação tão favorável para as empresas financeiramente equilibradas, se beneficiarem do mercado para atração de capital.

2. Contribuir para o fundo de pensão com esse dinheiro emprestado, elevando o patrimônio do plano ao nível de 100% de cobertura dos compromissos: Isso trás um monte de vantagens. Primeiro, as contribuições corporativas para a previdência complementar são abatidas da base de cálculo do imposto de renda da pessoa jurídica. Por exemplo, considerando uma taxa de tributação marginal da ordem de 30% uma contribuição de R$ 100 milhões realmente só vai requerer R$ 70 milhões em dinheiro. Segundo, esse dinheiro será investido num portfolio diversificado de ativos de modo que podemos esperar um retorno de longo prazo superior aos juros da dívida contraída, resultando em uma despesa contábil menor e até num potencial acréscimo dos ganhos. Terceiro e último, um maior nível de cobertura dos passivos significa melhor avaliação da empresa pelos analistas já que as contribuições feitas com o dinheiro da dívida teriam efeito nulo sobre a nossa alavancagem financeira. Quando calculam o risco de crédito da empresa as agências de rating não tratam os passivos atuariais a descoberto como se fossem dívidas no balanço?

3. Ajustar a alocação do portfolio de ativos do plano de benefícios: Fizemos algumas simulações com nosso atuário e podemos dizer com razoável tranquilidade que o patrimônio de um plano atuarialmente equilibrado (sem déficits nem superávits), composto de 85% de renda fixa, 10% de renda variável e 5% de outras classes de investimentos (imóveis, empréstimos simples a participantes etc.) seria mais de 2/3 menos volátil do que o portfólio de investimentos que temos hoje. Isso significa que quando nosso patrimônio estiver cobrindo 100% dos compromissos do plano, conseguiremos permanecer próximos desse nível de cobertura mesmo em condições voláteis de mercado. Talvez você já tenha ouvido falar dessa tática pelo nome “LDI – Liability Driven Investing”. Nós testamos bastante essa abordagem e ela realmente funciona se corretamente aplicada. Se as empresas que patrocinam planos de benefícios definidos tivessem adotado a LDI como estratégia lá atrás em 2005, quando o mercado tinha condições mais estáveis e os planos estavam até superavitários, esses planos estariam sofrendo muito menos hoje diante do atual cenário econômico. Provavelmente essas empresas não precisariam se preocupar agora em ter que fazer aportes significativos daqui prá frente.

4. Incentivar os participantes a fazer saque e portabilidade: As regras em vigor permitem ao participante fazer saques, mesmo que limitados a 30% das reservas em alguns casos, e a optar pela portabilidade das reservas matemáticas para outro fundo de pensão, nesse último caso, desde que opte por isso um dia antes de se aposentar. Essas medidas ajudam a encolher o tamanho do problema representado por compromissos de benefício definido, permitindo que as empresas ganhem mais controle sobre um risco financeiro que é altamente volátil.

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É difícil entender porque os planos de benefício definido ainda aterrorizam o Brasil Corporativo mesmo diante de excelentes oportunidades para aliviar o problema. Talvez todo mundo esteja esperando por uma melhora nas condições de mercado (i.e., novos aumentos da taxa de juros e quem sabe, uma reanimação da bolsa). Bom, se o mercado colocou todo mundo nessa confusão, certamente ele pode puxar todos para fora né? Não obstante, esperar que o mercado faça o trabalho já se provou um tanto quanto infrutífero e caro. Eu sugiro agirmos agora e fazermos os mercados trabalharem para nós.

O que você acha?

Atenciosamente,

Gerente de Tesouraria

 

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Nota: O e-mail acima não se baseia em nenhum fato real e todos os personagens, figuras e descrições foram fantasiados. Qualquer semelhança com situações financeiras ou com estratégias de empresas e/ou fundos de pensão específicos terá sido mera coincidência.


Grande abraço,
Eder.




Fonte: Adaptado do artigo “Repairing a Pension Plan” escrito por Patrick Guido para o Capital Markets.
Crédito de Imagem: MMC

terça-feira, 16 de abril de 2013

50 Ferramentas de Tecnologia Educacional que você pode começar a usar hoje mesmo!


De São Paulo, SP.

Quem já não precisou atuar como "professor" em algum momento da carreira, né?

Seja fazendo para os empregados a apresentação do novo plano de previdência complementar da sua empresa, aplicando um treinamento técnico específico ou simplesmente mostrando os resultados da sua área para a Diretoria, todos nós já passamos por uma experiência assim.

Mas achar a melhor ferramenta de tecnologia educacional para ajuda-lo nesse processo pode ser uma tarefa árdua e demorada.

A busca pode até ser vista, por alguns, como um trabalho entediante e envolve, tipicamente, pesquisar e identificar uma série de aplicativos (apps, em inglês) ou ferramentas de Internet que lhe possam ser úteis e posteriormente, testá-las em casa.

No final dessa procura você provavelmente vai acabar não usando nenhuma porque cada ferramenta lhe tomará um tempo enorme se você quiser entender o funcionamento, se acostumar a usá-la e efetivamente implantá-la na “sala de aula”.

Por isso que a ajuda dada pelo Symbaloo (http://www.symbaloo.com/) é tão bacana. São detalhadas, em um só lugar, 50 ferramentas educacionais tecnologicamente avançadas que podem ser facilmente adotadas como suporte para qualquer apresentação e são todas muito simples para implantar e usar.

Seja o Dropbox, o SlideSahre ou o Stixy (espera aí, o quê?) há um monte de aplicativos que vale a pena conhecer.

Você não conhece todas as 50 ferramentas? Eu não conheço. Quem quiser basta clicar em cada ícone para conhecer mais sobre ela e ter uma ideia melhor do que a ferramenta faz.

Quer explorar mais alguma das ferramentas? Basta escolher uma e clicar em cima. Simples assim!

Para acessar o mosaico com as 50 ferramentas Clique aqui

Boa sorte!

Abraço grande,
Eder.



Fonte: Adaptado do artigo “50 Education Technology Tools You Can Start Using Today” escrito por Jeff Dunn.

Crédito de Imagem: www.edudemic.com

quinta-feira, 7 de março de 2013

Como seu cérebro pode prever o sucesso de uma campanha para divulgação do plano de previdência da sua empresa


De São Paulo, SP.

Nenhum dos grandes estúdios de Hollywood comenta, mas Fox, Paramount e alguns outros que tiveram suas produções na lista de candidatos ao Oscar de Melhor Filme de 2013, estão usando pesquisas de neurociência para testar de forma confiável, direta e em tempo real a reação (não consciente) de pessoas como a minha mãe, que adoram ir ao cinema.

Tudo começou com os estudos desenvolvidos por uma empresa norte-americana na área de neurociência, a Innerscope Research.

A turma da Innerscope mostrou 40 trailers de filmes, entre 2010 e 2012, para um Grupo de Teste com 1.000 indivíduos. Os trailers estavam “mascarados” no meio de anúncios, propagandas, comerciais, vídeos e conteúdo de Internet de vários clientes para os quais a Innerscope testava a reação do público aos estímulos emocionais causados pelas várias peças.

Os indivíduos do teste usaram “cintos biométricos” para capturar os estímulos e medir a “atenção emocional”, com sensores grudados na pele para monitorar o nível de suor, o ritmo da respiração e as respostas motoras. Todas as informações biométricas eram complementadas com dados de um dispositivo denominado em inglês de “eye tracking”, que mede a atenção visual (i.e. a direção para onde os olhos estão apontando).

Cada trailer foi mostrado com antecedência de seis a oito semanas do lançamento do filme e ao cruzar os dados posteriormente, a Innerscope comprovou haver uma forte correlação entre as reações emocionais que as pessoas demonstraram assistindo ao trailer e o subsequente nível de sucesso de bilheteria do filme.

Oito semanas é tempo suficiente para modificar um trailer antes do lançamento, baseado na experiência emocional demonstrada pela reação do público, para acrescentar componentes que faltam e reintroduzir o trailer no mercado assegurando uma melhor “performance” da campanha de promoção do filme na semana de lançamento.

De acordo com as descobertas da Innerscope, se o trailer de um filme não for capaz de atingir determinado patamar de engajamento emocional (65 pontos na escala do estudo), haverá grande chance de gerar receitas inferiores a US$ 10 milhões na semana de lançamento do filme. Já um filme cujo trailer exceder os 80 pontos, muito provavelmente alcançará mais de US$ 20 milhões de bilheteria no primeiro final de semana.

Veja através do link abaixo, o nível de engajamento emocional das pessoas que assistiram o trailer do filme Piratas do Caribe (preste atenção no cursor que percorre a curva mostrada na tela).

Emotional Engagement with Pirates 4

Há outros aspectos, entretanto, que não podem ser desconsiderados, conforme ensina Melissa Mullen, ex-Diretora Global de Pesquisas Cinematográficas da Fox Entertainment Group:

“Um estúdio de cinema pode usar pesquisas de neuromarketing para produzir o melhor trailer que os consumidores poderiam assistir, mas isso precisa vir acompanhado de uma excelente campanha de marketing, com gastos em publicidade e promoção e criação de um zum-zum-zum sobre o filme a ser lançado. Não importa o quanto a audiência goste de um trailer, se os consumidores não souberem da existência do filme a bilheteria não será um sucesso na semana de lançamento”.

Pois é, porque os fundos de pensão não usam essas inovações antes do lançamento de novos planos de previdência complementar?

A campanha de divulgação sempre conta com uma apresentação de slides em PowerPoint e a reação dos futuros participantes à apresentação poderia ser previamente testada.

Porque não? Os métodos tradicionais nós já conhecemos. Está na hora de inovar!!!

Forte abraço,
Eder.



Fonte: Adaptado do artigo “How Your Brain Can Predict Blockbusters”, escrito por Kevin Randall para Fast Company.

Crédito de Imagem: Brain Maze- GrandeDuc via Shutterstock

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Quanto tempo você acha que vai viver? Depende...



De São Paulo, SP

Quando foi pedido para um grupo de pessoas que estimassem a chance de viverem até a idade de 85 anos, a resposta foi que tinham 55% de possibilidade (em média) de chegar até lá.

Porém, quando se perguntou para outro grupo qual seria a chance de morrerem antes de atingirem a idade de 85 anos, a resposta foi que tinham 68% de possibilidade (em média) disso acontecer. Esse resultado equivale a dizer que há 32% de possibilidade de viverem até a idade de 85 anos.

Esse estudo foi feito pelo Professor John W. Payne da Duke University e mostra que um fenômeno psicológico conhecido em inglês por “framing”, ou seja, a forma pela qual uma pergunta é feita afeta a resposta que se obtém.

No exemplo acima, as pessoas enxergam sob uma ótica positiva o conceito de “viver” até certa idade e negativa o conceito de “morrer” antes de determinado ponto na vida. Como resultado, a expectativa de vida tende a ser menor no segundo caso.

Em resumo, a expectativa de vida é uma crença construída em nossa mente. Curioso, não acha?

Quem quiser fazer o "download" do estudo completo, basta acessar o link a seguir:

Life Expectancy as a Constructed Belief: Evidence of a Live-To or Die-By Framing Effect


Abraço grande,
Eder.


Fonte: The Daily Stat – Harvard Business Review http://web.hbr.org/email/archive/dailystat.php?date=021313

Crédito de Imagem: wppts.com

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Associações de seguradoras acusam o Brasil de protecionismo no mercado de resseguro


De São Paulo, SP.

Um grupo de associações de seguradoras, predominantemente norte-americanas, está pressionando o Brasil a abrir definitivamente o mercado interno de resseguros.

O grupo é formado pela American Council of Life Insurers (ACLI), American Insurance Association (AIA), Association of Bermuda Insurers & Reinsurers (ABIR), General Insurance Association of Japan (GIAJ), Property Casualty Insurers Association of America (PCI), Reinsurance Association of America (RAA), e pelo The Council of Insurance Agents & Brokers.

O grupo acusa o governo Brasileiro de práticas protecionistas no setor de resseguros e critica Resoluções do CNSP – Conselho Nacional de Seguros Privados.

Mais especificamente, pedem a revogação da Resolução CNSP nº 232/2011 (que proíbe transações dentro do mesmo grupo econômico) e da Resolução CNSP nº 225/2010 (que assegura certa reserva de mercado em detrimento de ordens preferenciais).

Ainda, aplaudem um relatório cujo título é “Brazil: Detailed Assessment of Observance of Insurance Core Principles of the International Association of Insurance Supervisors”, através do qual o FMI – Fundo Monetário Internacional demonstra que a regulamentação brasileira dificulta o acesso de companhias estrangeiras ao mercado nacional, prejudica o crescimento econômico do país e impõe barreiras a uma saudável diversificação de riscos.

Quem quiser ler o artigo original, siga o link abaixo:

Link para a matéria original


A boa notícia é que o mercado brasileiro deve estar ficando a cada dia, mais apetitoso. A má notícia é que ainda há mesmo um resquício de protecionismo e isso prejudica tu, nós, vós e eles, na medida em que tais barreiras impedem a plena competição e a consequente queda nos preços de tudo quanto é seguro no Brasil.

Ou seja, todos pagamos mais caro por seguro de casa, de carro, passagens aéreas, energia elétrica, passeios turísticos, transporte de carga ...

Forte abraço,

Eder.



Fonte: Adaptado do artigo “Insurance Associations Welcome IMF Report on Brazil Reinsurance Market”, publicado no “Insurance Journal”.

Crédito de Imagem: Seguro em Foco - www.segfoco.com.br

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Minha lista de adolescente: 20 coisas pra fazer antes dos 20 anos


De São Paulo, SP.

Há uma boa razão para que os filmes voltados para adolescentes sejam cheios de aventuras e desventuras:

“A adolescência é a época ideal para fazermos coisas iradas, doidas mesmo, divertidas pra caramba, impensadas e totalmente inconsequentes que nós (provavelmente) nunca mais fariamos depois de adultos”

Você só vive uma vez, já nos ensina o acrônimo em inglês #YOLO (You Only Live Once).

Além disso, nós só somos adolescentes uma vez na vida, portanto, façam com que esses anos sejam sempre lembrados pela forte amizade e gostosa liberdade dessa fase. Da minha eu não esqueço nunca...

Antes que vocês, que já estão trabalhando e fazendo parte do mercado de trabalho, oficialmente atinjam a maioridade e completem 20 anos de idade, façam uma lista de todas as coisas que vocês querem fazer e morrem de vontade de experimentar.

Sempre quis conhecer um lugar paradisíaco, sempre tive vontade de participar de um “flash mob”, ou de dar um daqueles beijos épicos de novela em alguém por quem estou apaixonado?

Wikipidia: Flash Mobs são aglomerações instantâneas de pessoas em certo lugar para realizar determinada ação inusitada previamente combinada, estas se dispersando tão rapidamente quanto se reuniram. A expressão geralmente se aplica a reuniões organizadas através de e-mails ou mídias sociais.

Agora é a hora de fazer isso rolar!

Cliquem no link abaixo e vejam no slideshow quantos dos itens daquela lista vocês já completaram e quantos ainda restam para eliminar da sua lista.

http://www.huffingtonpost.com/2012/07/12/teenage-bucket-list-20-th_n_1588079.html#slide=1082134


Essa é apenas uma lista, preparada pelo “The Huffington Post”. Vocês podem fazer suas listas particulares. Têm alguma coisa louca e inesquecível que ficou guardada na memória como algo que gostariam de fazer antes dos 20 anos?

Mandem sua lista para #20antesdos20 @edercostaesilva

E quando completarem seus 20 anos, não esqueçam de colocar em primeiro lugar nas suas listas de adulto:

Fazer um plano de previdência complementar...


Abração.
Eder.

P.S.: Nikolas (12) e Larissa (16) são os "teens" que temos lá em casa. Nesse caso acho que não vou receber a lista deles :(


Fonte: Adaptado do artigo “Teenage Bucket List: 20 Things To Do Before You're 20!”, escrito por Hannah Orenstein

Crédito de Imagem: Shutte Stock

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Porque muitas previsões falham e outras não?



De São Paulo, SP.

Num domingo do verão de 1987 trezentas mil pessoas se comprimiram no vão central da Ponte Golden Gate em São Francisco – EUA, atraídas pela comemoração do 50º aniversário da inauguração.

Prensadas entre os dois grandes pilares da ponte e incapazes de se mover em qualquer direção, a multidão se aproximou inconsequentemente do que poderia ter sido o maior acidente humano de toda a história norte-americana.

Os engenheiros que desenharam a Golden Gate haviam feito inúmeros cálculos para projetar uma estrutura capaz de suportar inclinações de quase 9 metros, aguentar ventos de dezenas de quilômetros por hora e resistir ao tráfego de centenas e centenas de veículos pesados.

Mas em se tratando de uma ponte voltada para o tráfego de veículos, ninguém jamais havia previsto que uma gigantesca turba de pedestres marcharia simultaneamente sobre a ponte em determinado momento.

Como resultado, a ponte se achatou e os pilares centrais se aproximaram perigosamente, ficando por um fio de arrebentar cada um dos cabos de sustentação daquela superestrutura vermelha.

As consequências de dados errados, previsões desequilibradas, opiniões mal concebidas, estimativas vagas, hipóteses incorretas e no caso da Ponte Golden Gate, de um evento improvável, podem ser catastróficas.

O melhor aliado para aquele que costuma fazer prognósticos é um conjunto de dados precisos... casado com uma boa pitada de juízo (avaliação) humano(a).

Isso explica porque algumas previsões, como a de furacões, são tão boas enquanto outras, como as projeções econômicas, são tão ruins.

Graças ao conhecimento de catástrofes anteriores, fotografias de satélite, balões meteorológicos e aviões que voam no olho de tempestades, os meteorologistas são agora capazes de prever com muitos dias de antecedência o caminho e a força dos furacões e quando eles atingirão o continente.

Todas essas informações, melhoradas pelas análises dos especialistas, aumentou em 350% nos últimos 25 anos a acurácia das previsões do tempo.

As 1.833 vítimas do Furacão Katrina, que inundou Nova Orleans nos EUA, não morreram por falta de previsão, mas sim porque o prefeito da cidade demorou a declarar estado de emergência e a ordenar a evacuação compulsória. Quando o fez, já era tarde demais.

Já projeções econômicas são outra história. Parte do motivo para as previsões do tempo terem melhorado é que os cientistas, matemáticos e programadores são capazes de construir modelos computacionais a partir das moléculas que formam as nuvens.

O mesmo não se aplica a economia, um campo onde é impossível capturar cada variável de mercado e até o Governo se mostra inepto para acertar na projeção de crescimento do PIB, o que dirá acertar em medidas mais refinadas.

Não é incomum os gurus econômicos falharem em prever uma recessão, até mesmo depois de ter começado.

É espantoso constatar que os bancos e as grandes empresas ainda se preocupam em manter economistas na folha de pagamentos. Todos estariam melhor se dessem emprego para a “Mãe-Diná”.

Existem acontecimentos que desafiam as previsões. Há coisas tão bizarras ou improváveis que para a maioria das pessoas, em dado momento, podem simplesmente parecer inconcebíveis.

Pense no tsunami da Indonésia, no acidente de Fukushima no Japão, no ataque as torres gêmeas em Nova York - EUA, na tromba d’água em Teresópolis ou em uma “presidenta” mulher no Brasil.

Apesar disso, de alguma maneira, todos esses eventos seriam possíveis de prever se as pessoas fossem capazes de separar o importante do trivial, ou seja, se conseguissem distinguir o barulho do sinal, dando o gigantesco salto de fé que converte o improvável no possível.

Nossa vida inteira gira hoje em torno de previsões. O Governo projeta a inflação, a taxa de crescimento do PIB, a safra de grãos do ano que vem e a taxa de natalidade.

Os sites de Internet tentam antecipar que produtos as pessoas pesquisarão e comprarão, as empresas de petróleo buscam os melhores terrenos para prospectar, as cias farmacêuticas procuram mensurar a eficácia das moléculas na cura de doenças, enquanto um monte de incautos tenta acertar os números da mega-sena da virada.

Nós mesmos ocupamos nosso tempo com projeções pessoais. Quanto tempo vou levar para chegar no trabalho amanhã? Quando o perú de Natal vai demorar para assar? Qual será o retorno do fundo de investimentos atrelado à inflação? Quanto será que vai aumentar meu salário se eu fizer um MBA?

Algumas dessas projeções são surpreendentemente precisas enquanto outras acabam se mostrando um fracasso retumbante.

As tábuas atuariais surgiram há muito mais de um século, quando a tecnologia e seus impactos sobre o limite da vida humana eram simplesmente impensáveis.

Continuamos projetando a sobrevivência humana a partir de bases de dados e com os mesmos conceitos daquela época.

Estamos aplicando a mesma solução para um problema que mudou. Está faltando casar os dados com uma pitada de juízo humano!

Será que ainda não deu para perceber, num mundo em que se vive além dos 100 anos e a longevidade continua a aumentar a passos largos, que os modelos atuais de previdência social e complementar simplesmente não serão capazes de levar as pessoas a acumular o suficiente para uma aposentadoria tranquila?

Está na hora de um freio para arrumação...



Grande abraço,
Eder.


Fonte: Adaptado do artigo “Are We All Being Fooled by Big Data?” escrito por Michael Moritz. Crédito de Imagem: www.media.licdn.com

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