De São Paulo, SP.
segunda-feira, 14 de janeiro de 2019
Série: Passos para ter um board de alto desempenho no seu fundo de pensão Parte II - Identificando e trazendo para o conselho deliberativo membros das novas-gerações
De São Paulo, SP.
Se os fundos de pensão procurarem resolver os
desafios impostos pela nova economia com a ajuda de uma geração mais jovem de conselheiros,
com bagagem e expertise bem diferentes dos atuais membros dos conselhos
deliberativos, os colegiados precisarão achar o equilíbrio correto entre
experiência e relevância.
Os conselhos deliberativos precisarão ter uma
composição mais dinâmica, mais diversa e mais focada nas transformações.
Conselheiros ocupando o mandato há mais tempo,
com foco na governança e na gestão de riscos, sentarão à mesa do colegiado com
representantes das novas gerações.
Nomeados pelo seu excelente domínio de
determinadas áreas do conhecimento ou por sua experiência com transformações
organizacionais em tempo real, seus mandatos tenderão a ser mais curtos do que
a média atual de permanência dos conselheiros.
Devido ao seu perfil, pode-se até antecipar
que a relevância da maioria dos conselheiros das novas-gerações e seu interesse
em seguir no board diminuirão após
cerca de cinco anos de sua nomeação. Se sentirão, então, muito felizes em
terminar seu ciclo no colegiado quando chegar esse momento.
Os conselhos precisam ser realistas sobre
quanto tempo um candidato das novas-gerações vai querer ficar.
Também precisam ter cuidado para evitar que o
jovem conselheiro se sinta como um “estranho no ninho”, deixando-o mais à
vontade caso haja no board outros conselheiros com idades e perfis semelhantes
aos dele.
Da mesma forma que a presença de outra mulher
no conselho deliberativo diminui o desconforto de uma mulher que esteja sozinha
no colegiado, vale a pena nomear dois ou mais conselheiros das novas-gerações.
Os conselhos deliberativos que estiverem preocupados
em enfrentar os desafios que estão afetando fortemente a existência dos atuais
modelos de complementação de aposentadoria, deveriam considerar os benefícios
potenciais de nomear pelo menos um conselheiro das novas gerações.
Para isso, é fundamental ter o apoio do
presidente do conselho e contar com membros de mente aberta.
Identificando potenciais
membros para o conselho
Se o jovem executivo é um profissional ativo e
engajado na patrocinadora, ao ocupar uma posição no conselho deliberativo do
fundo de pensão, terá que colocar em jogo parte do seu tempo e sua reputação. O
conselho, por outro lado, precisa assegurar que esteja identificando o
profissional certo.
Um rigoroso processo de “due diligence” é a
melhor maneira de fazer isso. Se for bem conduzido, ajudará também na própria
preparação do novo conselheiro para ocupar a posição.
O candidato precisa ser entrevistado pelo
presidente do conselho deliberativo e ter encontros individuais com cada membro
do colegiado. As entrevistas são o melhor meio para revelar se as expectativas
do candidato estão alinhadas com as do colegiado. Se há “química” entre as
partes. Se o candidato é a pessoa certa.
Ao longo de um processo assim, o candidato
terá a oportunidade de fazer uma série de perguntas. Poderá entender muito
sobre a dinâmica das reuniões e a forma com que os membros se posicionam uns em
relação aos outros. Terá a chance de ler os relatórios anuais do fundo, entender
os planos administrados e o status da relação com os órgãos de supervisão e
controle.
O conselho precisa ter uma visão clara do que
está buscando com o novo perfil, que experiências está procurando e qual valor
o candidato será capaz de agregar no contexto dos desafios do fundo.
Perguntas durante o
processo de Due diligence
Veja algumas perguntas que ajudariam o
conselho no processo de “due diligence” e seleção de um membro das novas
gerações:
1. Ele entende o modelo de
negócios de um fundo de pensão? Qual o objetivo final e os meios atuais para
chegarmos lá?
2.O que o candidato tem a
oferecer ao fundo de pensão?
3. O que se espera dele como
conselheiro?
4. Ele se sente confortável
com a cadeira? Terá apoio e espaço para contribuir?
5.
Terá credibilidade para
influenciar as discussões e decisões do conselho?
6. O board está preparado para ter um membro com esse perfil?
7.
Como o relacionamento do
colegiado com a diretoria executiva do fundo será afetado pelas contribuições
do novo membro?
Na
terceira parte da série “Passos para ter um board
de alto desempenho no seu fundo de pensão” veremos alguns aspectos da
ambientação desse novo membro que chegou no conselho deliberativo e o papel do presidente
nesse processo.
Até lá, continue ligado.
Grande abraço,
Eder.
Fonte: Tradução e adaptação do artigo “How
Next‑Generation Board Directors Are Having an Impact” escrito por George
Anderson, Julie
Hembrock Daum, Tobias Petri,
Tessa Bamford
e Rohit S. Kale.
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