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BLOG DO EDER

sexta-feira, 30 de junho de 2023

A LEI DE LESLIE E OS FUNDOS DE PENSĀO

 

Crédito de Imagem: www.explorecourses.stanford.edu


"AS COISAS GRANDES, GERALMENTE, COMEÇAM PEQUENAS" - (Autor desconhecido)

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De Sāo Paulo, SP.


Por décadas foi inconcebível que qualquer um pudesse competir com a dominância absoluta da IBM na indústria de computação.

A IBM tinha 65% do mercado e o restante era dividido pelo que, na época, eles chamavam de “RESTO”: empresas como Burroughs, Univac, NCR, Control Data e Honeywell. Cada uma delas tinha seu próprio hardware e software proprietário e todas eram pesadas, tolas e felizes.

Tão felizes que nem piscaram quando, em 1959, uma empresa chamada Digital Equipment desenvolveu e lançou no mercado o PDP-1, uma nova abordagem de minicomputadores com memória padrão de 4K, palavras de 18 bits e clock (velocidade) de 200K. Configurações consideradas triviais comparadas aos grandes mainframes da IBM.

Porém, 30 anos depois, as vendas da Digital Equipment somavam US$ 14 bilhões e uma nova indústria de computadores havia surgido, alimentando empresas tipo HP, Data General, Prime, Varian e um montão de outras.

Coincidindo com a guinada da indústria de hardware, o sistema operacional UNIX, desenvolvido pela AT&T no final dos anos 1960, entrou no jogo, papando ainda mais a dominância da IBM e abrindo as portas para sistemas de computação baseados em microprocessadores, como o Sun Microsystem, que se tornou a principal plataforma de computação nos anos 90.

Lá pelo final da década essas empresas haviam desbancado o “Rei IBM” de seu trono, relegando-o ao decrescente – mas ainda lucrativo – negócio de mainframes.

Durante metade do Século XX era impossível não encontrar um artigo sobre  TI ou falando da indústria de computação, que não mencionasse a IBM. Hoje em dia dificilmente se acha sequer um artigo sobre a IBM – exceto para descrever sua decadência.

A Lei de Leslie


Mark Leslie (esse da foto aí de cima) é Professor da Stanford Graduate School of Business, onde ensina Empreendedorismo, Ética e Organização de Vendas.

Foi ele quem cunhou a “Lei de Leslie” que tem a ver com um ciclo em tecnologia: soluções pequenas, simples e baratas suplantando as grandes, complexas e caras.

Eventualmente, inevitavelmente, esses pequenos entrantes vão abrindo caminho na cadeia alimentar do mercado, capturando fatias cada vez maiores, até que os mastodontes são “escanteados” num nicho cada vez menor do segmento.

Quando você começa a olhar o mundo sob essa lente – mostrando que quando o pequeno encontra o grande, o pequeno sempre vence – você nota que isso acontece por todo lado, em todos os setores.

Crédito de Imagem: www.englishforbrazilianpeople.com

Geralmente quando um player pequeno e esquivo entra no mercado, ele faz isso criando pouca fricção, através de um produto com alta aderência, bem-acabado, vendido por preço baixo em um grande mercado.

Os novos produtos são vendidos para uma parcela do mercado que não tem acesso aos produtos vendidos pelos grandes players devido ao custo (em dinheiro e complexidade) do produto de entrada. A empresa grande geralmente nem nota que as pequenas entraram no mercado porque não há confronto direto, mano-a-mano, com seus produtos.

Isso deixa a empresa pequena livre para se expandir. A necessidade dos clientes da pequena empresa vai aumentando e ela tem interesse em se expandir em direção ao topo do mercado. Isso a faz melhorar as características e funcionalidades do seu produto.

Sob a perspectiva das grandes empresas incumbentes, essa migração da pequena em sua direção é imperceptível. Elas não estão preocupadas, não prestam atenção, mas está acontecendo.

A reação típica das grandes empresas incumbentes do mercado é um misto de negação, "Dilema do Inovador" e um desdém arrogante.

Inevitavelmente, quando a ameaça se torna visivel, é tarde demais. A empresa pequena criou raízes, desenvolveu-se com a vantagem de uma estrutura de baixo custo, com um produto simples e de baixa fricção.

Um novo ecossistema foi criado em torno das principais ofertas da empresa menor. Ela veio para ficar e suas incursões no território do incumbente não podem mais ser detidas.

Fundos de Pensão e a Lei de Leslie


Qual a lição aqui?

Na medida em que entramos numa era em que as soluções vão sendo “desempacotadas”, o que antes era um segmento principal de atividades atendido por uma ou outra grande empresa, passa a ser atendido melhor e mais eficientemente por várias empresas menores e isoladas.

A P&G, por exemplo, reinava sozinha no seu setor e hoje tem que competir de modo pulverizado, com empresas como a Harry’s focada apenas em lâminas de barbear de baixo custo, com a Walker & Co que foca em nichos de cosméticos e assim por diante.

Agora mesmo estamos vendo a proliferação de inúmeras pequenas fintechs, algumas focadas apenas no negócio de credito, outras de meio de pagamentos, outras de investimentos em renda variável, atacando a dominância de bancos médios e grandes acima delas que oferecem tudo isso junto.

A aplicação da Lei de Leslie ao segmento dos fundos de pensão, que se concentra em atender unicamente as necessidades básicas de poupança de longo prazo das pessoas, daqui a poucos anos, vai tornar os planos de previdência complementar muito diferentes do que são hoje.

Da mesma forma que acontece com os pequenos players que competem com os bancos, surgirāo soluções isoladas competindo com o segmento de previdencia complementar focadas em poupança para diferentes horizontes de tempo, focadas em empréstimos etc.

Se o seu objetivo é causar disruptura nesse setor, você deveria criar uma solução legal para caramba e sem fricção para a parte inferior do mercado.

Deveria criar um produto que solucione um problema importante de segurança financeira de curto, médio e longo prazos para uma parcela do mercado que hoje é mal atendida ou não-atendida, nem pelos fundos de pensão, nem pelas grandes organizações de previdência incumbentes.

Soluções voltadas, tipo, para pessoas que trabalham na economia informal, para a tiazinha que vende café ali na esquina, para os empregados autônomos, os pequenos negócios (cabeleireiros, mercadinhos, cafeterias ...) e por aí vai.

Uma vez que você atinja excelente tração com seu produto, estará em posição de escalar os andares de cima e competir com os pesos pesados do setor.

Você sempre terá a tentação de sofisticar excessivamente seu produto, de gritar e fazer barulho no mercado com sua solução, porque sua estrutura é pequena, barata e seu produto bom e criativo.

Resista a este impulso - voar abaixo do radar é sua verdadeira vantagem competitiva - e mantenha sempre um olho na retaguarda, para enxergar o próximo pequeno competidor que vem chegando e pretende, um dia, papar a sua participação de mercado.
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Entre 2010 e 2020 eu era alto executivo no setor de previdência complementar, sentado na primeira fila, observei o desmantelamento de empresas globais de consultoria de riscos atuariais, fundos de pensão e tantas outras mudanças dramáticas no setor.

Uma atrás da outra, vi grandes firmas de assessoria e fundos de pensão, considerados gigantes, sendo engolidos e desaparecendo diante de grandes players complacentes do setor, um processo que se ainda se encontra em andamento.

Alguns analistas dizem que ao fim desse processo, restarão uns poucos grandes players no mercado de fundos de pensão. Se Mark Leslie estiver certo veremos, sim, uns poucos grandes players no mercado de soluções em torno da segurança financeira dos consumidores, mas não serāo nada parecidos, nem se chamarāo fundos de pensão …

Grande abraço,

Eder.




Fonte: “Leslie’s Law: When Small Meets Large, Small (Almost) Always Wins”, escrito por Mark Leslie



Postado por Blog do Eder às 07:21 0 comentários
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segunda-feira, 26 de junho de 2023

COMO A MUDANÇA DE VALOR DAS NOVAS GERAÇÕES AFETA OS FUNDOS DE PENSÃO

 



De São Paulo, SP.


“O que adianta você ser rico se ninguém sabe que você tem dinheiro?”

Consumo desenfreado e ostentação de riqueza caracterizaram uma época em que artigos de luxo e marcas famosas eram facilmente reconhecidas em todo lugar.

Nos últimos cinquenta anos, vivemos um período em que o dinheiro herdado silenciosamente ou amealhado com trabalho duro, passou do domínio privado para a exuberância da demonstração pública de riqueza.

Meio século depois, o mundo mudou dramaticamente. As gerações antigas e sua busca por brinquedos caros cedeu lugar para uma nova geração de consumidores que valoriza experiências acima de posses.

Os jovens abraçaram a mudança do modelo tradicional de propriedade física para uma compreensão de valor mais vinculada a experiência efêmera.

Aquela BMW eventualmente enferruja e quebra, enquanto a experiência memorável é sua para guardar - para sempre.

Essa disposição de pagar por experiências e compartilhar riquezas, em vez de acumular troféus, inaugurou uma nova economia.

A economia de subscrição está lentamente, mas em ritmo constante, assumindo o lugar do antigo modelo de propriedade.

Não é mais a quantidade de brinquedos que você tem que o torna, indiscutivelmente, um vencedor, mas “a posse” das melhores experiências.

Economia de subscrição ou “por assinatura”


Essa mudança no valor percebido é significativa tanto para os consumidores quanto para as empresas.

Em 2020 o mercado de subscrição nos EUA era avaliado em US$ 650 bilhões. Por volta de 2050 estima-se que atingirá US$ 1,5 trilhões.

A assinatura de serviços mensais, tipo clube do livro, entrega de jornais, revistas e até a geleia do mês, existe há décadas, mas o advento dos smartphones, entregas de mercadorias de um dia para o outro e Internet de banda larga, tornaram os consumidores mais abertos a novas experiências.

A tecnologia, essencialmente, nos tornou menos avessos ao risco de tentar novas abordagens, ao reduzir as barreiras de entrada e facilitar o acesso a esses serviços.

Amazon, Adobe e Microsoft estão entre os primeiros negócios a adotar o modelo de subscrição.

Eu mesmo, optei anos atrás pelo Microsoft 365, pago uma taxa mensal para ter acesso perpétuo ao pacote do Office (Word-Excel-PowerPoint) e não ter que fazer compras periódicas para atualizações de softwares.

Existe hoje uma variedade de negócios, alguns menos óbvios que outros, experimentando serviços por subscrição. Desde cadeias de hotel oferecendo acesso mensal aos seus quartos em qualquer lugar do mundo onde operam, até cadeias de restaurante oferecendo refeições semanais por uma taxa mensal.

A adesão ao serviço por assinatura cria uma espécie de associação que torna o cliente membro de um clube, cujo relacionamento com a marca vai se aprofundando.

Muito além de um simples negócio transacional, uma troca de informações permanente permite às empresas conhecer melhor o cliente. Assim, elas vão fornecendo um serviço melhor e mais personalizado, adaptando a experiência na mediada em as necessidades do consumidor vão mudando e evoluindo.


Poupança de longo prazo por assinatura, com benefício de curto prazo


Os serviços que “colam” mais são os que têm maior poder de permanência.

Devido ao maior acesso a Internet de alta velocidade, as pessoas foram cortando os antigos serviços de TV a cabo e substituindo por diferentes serviços de filmes, notícias e entretenimento por streaming.

Agora, se veem diante de um número crescente de diferentes serviços por assinatura que contrataram e estão custando mais do que os antigos provedores de TV a cabo. Isso não está acontecendo apenas com mídia e entretenimento.

O americano médio possui 12 serviços por assinatura, com a geração dos milênios liderando a lista com 17 serviços. Um estudo da West Monroe mostrou que os consumidores tendem a subestimar os gastos mensais recorrentes.

Em 2021 os americanos gastaram em média US$ 273 dólares por mês com serviços por assinatura, mas quando perguntados, estimavam gastar US$ 80.

Como consequência, passada a pandemia, os consumidores começaram a reduzir suas subscrições para manter apenas aquelas que consideram valer mais a pena. Os serviços mais valorizados pelo consumidor, aqueles que “colaram” mais na vida das pessoas, foram os que as pessoas mais mantiveram.

A lição é que as pessoas estão dispostas a aceitar o modelo de subscrição em relação ao modelo tradicional, mas na medida que se tornam mais conscientes os serviços precisarão ser cada vez mais integrados em suas vidas reais e não apenas se basear na experiência digital que oferecem.

O negócio de previdência complementar, leia-se poupança de longo prazo, tem tudo a ver com recorrência, constância, necessidade de fidelização. Por outro lado, a contrapartida do serviço, a materialização do que se obtém em troca, aos olhos do consumidor, acontece só após 30-40 anos.

O fundo de pensão que quiser experimentar a mudança de modelo de negócios tradicional e abraçar a economia da subscrição, deveria oferecer um serviço de poupança por assinatura, com débito em conta automático. Mas ... não basta isso.

É preciso materializar essa prestação de serviços para fidelizar o consumidor. Também é preciso manter um canal de comunicação permanente com ele para ir ajustando a oferta na medida em que mudem as circunstâncias e necessidades.

De orçamento anual para planejamento estratégico


Os fundos de pensão e instituições de previdência complementar vem enfrentando competição cada vez maior e precisam de Inovação Comercial.

É preciso ir além das reuniões de conselho no final do ano que apenas definem o orçamento do exercício seguinte e começar a fazer reuniões sobre estratégia.

Para ter uma estratégia de sucesso seu fundo de pensão vai precisar definir um modelo de negócios único, escolhendo o seu par WTP / HTW - Where-to-Play / How-to-Win (Onde jogar / Como vencer).

Especifique de quais consumidores virão suas receitas, isso é central para seu modelo de negócios. Entre a fundo na cabeça do seu consumidor, como criar uma conexão mais forte com ele? Como fazê-lo sentir-se especial?

As possibilidades são infindáveis …


Grande abraço,

Eder.



Fonte: The Subscription Economy Requires Sticky Services, escrito por David Todd McCarty.




Postado por Blog do Eder às 11:17 0 comentários
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sexta-feira, 23 de junho de 2023

OS FUNDOS DE PENSĀO DEVERIAM SE PREOCUPAR COM RISCOS GEOPOLÍTICOS?



"NADA É MAIS IMINENTE DO QUE O IMPOSSIVEL ... O QUE NÓS DEVEMOS SEMPRE NOS PREVENIR É CONTRA O IMPREVISIVEL" (Victor Hugo)
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De Sao Paulo, SP.

Os fundos de pensão brasileiros sempre estiveram à margem dos riscos geopolíticos, que não aparecem nas matrizes de risco sequer dos maiores fundos do país.

Localizados num canto do mundo onde ameaças de soberania não fazem parte da agenda, é até compreensível que isso aconteça. 

Mas isso deveria estar mudando e não apenas porque muitos fundos de pensão já possuem parte de seus investimentos feitos no exterior.

A guerra na Ucrânia mostrou que investidores institucionais do mundo todo podem ter seus retornos afetados quando um evento geopolítico desses acontece. 

Dito de outra forma, mesmo investidores institucionais baseados aqui na Terra de Cabral (o da caravelas), sofrem com eventos que acontecem do outro lado do globo. 

A invasão da Ucrânia pela Rússia mostrou, também, que as perdas podem ser catastróficas, como foi o caso de setores econômicos inteiros sendo banidos de operar na Rússia, quer seja por sanções dos EUA, quer por decisão dos Russos.

Na medida em que EUA e China se voltam para dentro e que mais e mais investimentos tendem a ser feitos em setores que dependem de tecnologia sensível, como TI, IA, Aeroespacial e outras, os fundos de pensão deveriam estar se perguntando: 

“será que deveríamos ter uma estratégia geopolítica?” 

O Brasil depende de potências estrangeiras para ter acesso a tecnologia e inovação. Os fundos de pensão deveriam diversificar o investimento nas empresas de seus portfolios, buscando empresas com diferentes fornecedores de tecnologia localizados em regiões e mercados diferentes.

Deveriam começar a endereçar esse risco se quiserem preservar seus portfolios de investimentos e assegurar sua sustentabilidade no longo prazo.

As startups de hoje em dia – inclusive as brasileiras - se consideram globais já na largada. Antes mesmo de atingirem três, quatro milhões de reais em receitas buscam o mercado global.

Isso significa que se tornam expostas a diferentes ambientes regulatórios, perfis de consumidor e claro, às tensões geopolíticas.


Clientes como fonte de risco geopolíticos

Os clientes das empresas nas quais os fundos de pensão investem, das quais compram ações, podem ser uma fonte de risco geopolítico quando os principais clientes dessas empresas são, por exemplo, governos. 

Isso acontece no setor de defesa e tecnologia, mas também de biotech, de health-tech, de medicina etc. Apenas para ficar em um exemplo, o SUS compra diversos medicamentos (tipo insulina e outros) de laboratórios estrangeiros cujas ações estão nos portfolios de investidores institucionais.

O “assessement” (avaliação) dos investimentos pelos fundos de pensão deveria se expandir para incluir os riscos geopolíticos a eles associados.

A “luz verde” para seguirem em frente deveria passar por um portfolio de vendas para clientes diversificados (quando governos fizerem parte da lista de clientes), parcerias robustas e adaptabilidade a mudanças regulatórias.

Questões globais de geopolítica vem crescendo e se tornando uma peça cada vez maior do quebra-cabeças, tanto do lado dos investidores institucionais, como do lado das próprias empresas investidas.

Entre um cafezinho e outro, o conselho deliberativo do seu fundo de pensão tem se preocupado com isso?


Grande abraço,
Eder. 


Fonte: Do VCs need a geopolitical policy?, escrito por Eleanor Warnock.

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quinta-feira, 22 de junho de 2023

NÃO OLHE PARA TRÁS


Walter Benjamin - Crédito de Imagem: www.gizra.github.io


De São Paulo, SP.


“O valor da informação não sobrevive ao momento em que ela é nova. Ela só vive naquele momento; tem que se render a ele completamente e se explicar a ele sem perda de tempo. Uma história é diferente. Ela não se desgasta. Ela preserva e concentra sua força e é capaz de liberá-la mesmo depois de muito tempo”

(Walter Benedix Schönflies Benjamin, 1892-1940, Filósofo e Sociólogo Alemão)

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A cada década dos últimos 130 anos, ou seja, desde 1890, as pessoas dizem que “a vida era melhor há 50 anos”.

“Quando você não tem uma visão do futuro, o presente não significa muita coisa então, é mais fácil olhar para trás. O passado sempre vai parecer melhor, mais seguro e confortável, comparado ao desconhecido”, diz Arnold Schwarzenegger.

Só que ninguém consegue realizar nada novo no passado, você não consegue passar algum tempo com alguém no passado e com certeza não vai viver e ser feliz no passado.

Uma visão do futuro nos dá razão para estar aqui, o que quer que você esteja fazendo. Faz a gente levantar animado todo dia de manhã e continuar caminhando para frente. Dá sentido para a vida.

Sua visão pode ser buscar ser o melhor bombeiro, a melhor enfermeira, o melhor professor. Pode ser querer ser o melhor pai, a melhor mãe ou avó.

Pode ser qualquer coisa, o que importa é você pensar nisso, identificar algo, enxergar, visualizar seu sonho, seja lá que sonho você tenha.

Minha visão é desenhar o fundo de pensão do futuro, através da economia digital. Por isso acompanho diariamente as mudanças que causarão impacto relevante direta ou indiretamente no setor.

A principal informação do momento é essa aqui:


Jerome Powell – Presidente do U.S. Federal Reserve (o Banco Central Americano) durante uma audiência da Comissão de Serviços Financeiros da Câmara dos Deputados dos EUA, na quarta-feira passada, disse:


"As cryptomoedas parecem ter um “poder de permanência” enquanto classe de ativos. Nós vemos as “stablecoins” como uma forma de dinheiro"


Nota: Stablecoin ou moeda estável é uma moeda digital, criada com a tecnologia do blockchain, que busca a estabilidade do dinheiro fiduciário – normalmente o dólar, mas pode ser outra moeda, um ativo físico (ouro) ou um índice. Por definição, o seu preço não varia muito ao longo do tempo como o Bitcoin e outras cryptomedas, trata-se de uma moeda digital com baixa volatilidade.

A declaração de Powell sinaliza a aceitação pelo Banco Central americano dos ativos digitais e cryptomoedas e vem, curiosamente, no momento em que a SEC (a CVM americana) está processando algumas das principais corretoras de crypto, como Binance e Coinbase.

A história pode nos ensinar muito sobre a origem do dinheiro, sobre o conceito de aposentadoria e sobre o passado dos fundos de pensão.

Mas se você quiser saber para onde caminham os fundos de pensão, se quiser buscar segurança financeira futura, vai precisar entender informações sobre a economia digital e as transformações sociais em curso.

Conforme disseram Walter Benjamin e Arnold  Schwarzenegger, essas informações têm prazo de validade e só podem te ajudar a se preparar hoje, pois quando o futuro chegar elas farão parte da história, um lugar no qual você não vai estar mais vivendo.




Grande abraço,

Eder.




Fonte: Don´t look back, escrito por Arnold Schwarzenegger (sim, ele mesmo).

Postado por Blog do Eder às 12:09 0 comentários
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terça-feira, 20 de junho de 2023

CAUSAR DISRUPTURA COM INOVAÇÕES REQUER FAZER MUITO MAIS OU MUITO MENOS?





FAZER MAIS E MAIS COM MENOS E MENOS ATÉ QUE, EVENTUALMENTE, VOCÊ POSSA FAZER TUDO SEM NADA" (R. Buckminster Fuller)
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De sāo Paulo, SP.

Quando a eletricidade foi descoberta | inventada, fizemos versões elétricas das coisas que tínhamos antes, nada novo foi inventado.

Ferro de passar roupa elétrico, forno elétrico, motor elétrico, iluminação elétrica, acendedor elétrico etc.

Essas coisas foram impressionantes, mas nenhuma delas mudou muito o mundo. Já tínhamos aqueles produtos e as novas versões eram um pouco melhores.

Apenas mais tarde, quando o poder e o significado da eletricidade foram melhor compreendidos, foi que inventamos coisas inovadoras, que não existiam antes, coisas que só foram possíveis graças a eletricidade.

O radio, o telefone, o raio-x, o transistor, a válvula, a calculadora de bolso, o computador, o micro-ondas, os robôs etc.

A inovação sempre funciona assim. Aplicamos a inovação àquilo que conhecemos, fazendo aquilo que já vínhamos fazendo.

Por isso, durante muito tempo ainda, quase tudo que estamos fazendo hoje nos fundos de pensão e na previdência complementar graças a economia digital, não será nada se comparado aquilo que faremos quando surgirem as verdadeiras inovações.

Não deveríamos usar os ativos digitais, o blockchain a Web 3.0, as NFT, as cryptomoedas para fazer MAIS RAPIDO e BARATO o que já fazíamos, mas sim para repensar o que agora podemos fazer, para fazer coisas que tornem nossas vidas MELHORES, coisas que hoje estão apenas nos nossos sonhos.

A solução para os fundos de pensão não está em apps para acessar extratos pelo celular, em APIs para mudar automaticamente o percentual de contribuições no smartphone, em atendimento via chat bot, em prova de vida com reconhecimento facial ... a coisa é, de longe, muito mais profunda do que isso.

Governança de massa com voto de todos os participantes em tempo real, comunidades de participantes com propósitos semelhantes para compartilhamento de riscos, fragmentação de ativos físicos, propriedade individualizada de ativos em carteiras digitais com portabilidade automática, novas classes de investimentos - como direitos autorais de música, arte, filme - NFTs fornecendo muito mais que retornos financeiros, fidelizando seus detentores com benefícios tangíveis tipo ingressos para teatro, viagens, restaurantes, shows etc ... e muito mais.


Fazer menos




Aí você deve estar pensando: então inovar ou transformar os fundos de pensão é fazer algo a mais, fazer extra, fazer algo novo.

Hahahaha, sim e não, deve ter sempre a ver com fazer menos:
  • Tornar as coisas mais fáceis para as pessoas;
  • Levar as pessoas a poupar em poucos passos;
  • Pedir menos informações para os consumidores;
  • Não colocar barreiras no caminho;
  • Trabalhar em torno dos interesses do consumidor, não dos seus;
  • Oferecer menos soluções, mas melhores, mais fáceis de entender;
  • Usar todos os atalhos que puder para cortar caminho.
Continuamos a ver website de fundo de pensão difícil de navegar. Vemos fundos de pensão oferecendo 30 produtos similares, não bons, nem melhores, nem diferentes.

Não vemos ninguém usando acesso digital sem senhas, ninguém usando carteira digital para pagamento de benefícios, ninguém usando sistema de votação via blockchain ...

O trabalho de quem quer desenhar o futuro dos fundos de pensão não é fácil, mas é simples: remover tudo que dificulta a poupança de longo prazo e o acesso (pelo menos parcial) ao dinheiro em caso de emergência.

Às vezes fico pensando se cada fundo de pensão não deveria fazer uma reunião mensal com seus funcionários, na qual todo mundo - ao invés de mostrar algo novo em que esteja trabalhando - deveria mostrar alguma coisa que reduziu em qualquer processo.

Entāo, vamos desenhar o fundo de pensão do futuro fazendo mais e fazendo menos?

Grande abraço,
Eder.


Fonte: Tom Goodwin

Postado por Blog do Eder às 19:28 0 comentários
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FECHA O CERCO EM TORNO DA 'TERRA DE MALLBORO' DO ESG

 



De Sao Paulo, SP.


👉 O dicionário inglês Oxford define "greenwashing" como: "(a) enganar o publico por meio de representação falsa de uma pessoa, empresa, produto etc. como sendo responsável com o meio ambiente; (b) representar falsamente uma empresa, suas operações etc. como sendo responsável com o meio ambiente".


👉 Há muita frustração dos investidores hoje em dia com os dados e avaliações de agencias de rating em relação às práticas de ESG. Existe pouca regulamentação no setor financeiro apesar do crescente papel central que a sustentabilidade vem ocupando nos investimentos, resultado de exigências cada vez maiores de reportes e das expectativas do publico em relação à gestão e aos riscos das mudanças climáticas.


👉 As três principais agências de supervisāo do sistema financeiro Europeu, chamadas por lá de ESA - European Supervisory Authorities (Reino Unido, Alemanha e França) se juntaram, então, para definir "greenwashing".


👉 Definiçāo da ESA: "Greenwashing é a prática na qual declarações, divulgações, ações ou comunicações relacionadas a sustentabilidade, não reflitam de forma clara e justa o perfil de sustentabilidade de uma entidade, produto ou serviço financeiro".


👉 ... mas, ressalta o trio, greenwashing - que pode enganar consumidores, investidores ou outros participantes do mercado - pode ocorrer por acidente. Ah bom!


👉 As regras europeias estabelecem que as declarações relacionadas à sustentabilidade devem se basear em informações "verificáveis". Essa exigência, que foca principalmente as empresas, são mais complicadas para estratégias de investimentos - especialmente portfolios de renda fixa e renda variável com forte exposição a mercados secundários. Investidores penam para verificar os impactos sociais e ambientais, que è mais fácil para empresas operando na economia real.


👉 E seu fundo de pensāo? As práticas de ESG que ele alega ter podem ser verificadas? Ou os participantes podem estar interpretando a divulgação dessa preocupação com ESG por acidente ¯\_(ツ)_/¯


Grande abraço,



Fonte: ESG Briefing, escrito por Sophie Robinson-Tillett



Postado por Blog do Eder às 06:11 0 comentários
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segunda-feira, 19 de junho de 2023

FRASE DO MOMENTO

 

"A SAÚDE NÃO TEM PREÇO, MAS A MEDICINA É MUITO CARA!"




Postado por Blog do Eder às 14:46 0 comentários
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sexta-feira, 16 de junho de 2023

CONFIAR POR QUÊ?

 

   Credito de Imagem: Maura Losch/


CONFIANÇA É CONQUISTADA, RESPEITO É DADO E LEALDADE É DEMONSTRADA. TRAIR QUALQUER UM DESSES O FAZ PERDER OS TRÊS

(Ziad K. Abdelnour)

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De São Paulo, SP.



Confiança é uma crença profunda e intangível na percepção de virtude de uma pessoa, negócio ou organização. É uma métrica imprescindível para instituições que buscam sucesso, como os fundos de pensão que estão emergindo após o reposicionamento de suas marcas.

Uma sólida base de confiança é crítica para manter o relacionamento de uma marca com seus consumidores – até aqui chamados nos fundos de pensão de participantes - que se tornam leais, especialmente diante de escorregadas corporativas que eventualmente acontecem.

Confiança, sabemos todos, é difícil conquistar, mas é resiliente.

Quando uma marca atinge o topo das posições no ranking de confiança dos consumidores, ela raramente sai da lista. Confiança não é uma métrica que mude ano a ano – o que dá às marcas estabelecidas uma grande vantagem sobre os aspirantes a competidores.

Uma presença constante e consistente na vida dos consumidores, ajuda a construir confiança e se torna um patrimônio da marca. A relação dos fundos de pensão com seus consumidores é de longuíssimo prazo, mas isso é diferente de estar presente de forma constante junto a eles.

Há muitos caminhos para ser percebido como confiável e estes tendem a variar por setor e demografia.

A interação entre confiança e outras métricas


A empresa de consultoria Morning Consult, através de sua inteligência de marcas, acompanha 10 métricas diariamente.

Dessas, confiança e valor são as que possuem a mais alta correlação, equivalente a 0,63 (nota: a correlação máxima é 1,0). Se o seu fundo de pensão quiser construir uma reputação solida junto aos consumidores, essas duas métricas são os blocos sobre os quais deverá começar.

Outras métricas como “favorabilidade da marca” são mais voláteis, mas “confiança” é diferente porque é, tipo, um estado de espírito do consumidor. Confiança traz ganhos para as marcas ao longo de grandes períodos de tempo.

Quando as marcas contam com forte confiança dos consumidores, há recuperação da confiança mesmo após a ocorrência de grandes escândalos. E acredite-me, escanda-los em organizações habitadas por bípedes humanos são uma questão de “quando”, não de “se”, acontecerão.

O caminho da maioria dos consumidores ao longo do funil de marketing das marcas do varejo não é uma linha reta. A jornada do consumidor é complicada, com idas e vindas entre diferentes estágios, mas confiança é essencial ao longo de todo o caminho.

A batalha morro acima, do “rebrading” dos fundos de pensão


Pouco a pouco vão caindo as fronteiras que delimitavam o campo de atuação das antigas entidades fechadas de previdência complementar.

Nesse movimento de abertura para o mundo exterior, os potenciais consumidores dos produtos dos fundos de pensão passam a ir muito além dos empregados e empresas que os criaram.

Isso tem levado vários deles a adotar novas imagens institucionais, criando marcas dissociadas das empresas fundadoras, num processo que a turma de marketing costuma chamar de “rebranding”.

Porém, para transformar consumidores em participantes e novas empresas em clientes, mudar o nome do fundo de pensão é a parte mais fácil.

Essa verdadeira batalha em direção a novos modelos de negócios vai demandar mudança na governança dos conselhos (leia-se: conselheiros profissionais), além de estruturas de gestão totalmente diferentes.

Um desafio que talvez muitos não tenham se dado conta é que aos olhos do grande público as novas marcas dos fundos de pensão são desconhecidas e a confiança precisará ser construída.

A confiança dos consumidores nas marcas varia por segmento de atividade, país e demografia, conforme mostra o relatório especial da Morning Consult intitulado Most Trusted Brands 2023.





Marcas mais confiáveis globalmente em 10 economias ao redor do mundo 


GEN Z e poucas opções: desafios a mais para os fundos de pensão


A geração mais jovem de adultos, a Geração Z, tem menos inclinação a confiar em marcas do que a população em geral.

Eles têm um nível de confiança mais baixo nas marcas do que as gerações anteriores, o que representa um desafio adicional para os fundos de pensão já que seus futuros participantes estão exatamente entre os jovens dessa geração.

Essa baixa confiança da Gen Z nas marcas acontece em todos os segmentos de atividade e em todas as instituições.










Outro problema é que confiança é algo complicado quando o consumidor tem escolha limitada.

Por exemplo, o setor de viagens e hospedagem conta com confiança relativamente alta dos consumidores, mas setores individuais dentro do segmento, como o de companhias aéreas, são outra história, aponta o relatório da Morning Consult.

Apesar das métricas que medem a satisfação do consumidor nas cias aéreas terem caído, como confiança, valor percebido e o NPS (Net Promoter Score), nenhum desses declínios resultou em redução no uso.





Métricas chave para todas as cias aéreas (médias)

Em outras palavras, as pessoas continuam a voar, mas estão menos satisfeitas com as cias aéreas. O fato de a confiança não afetar o uso decorre basicamente da falta de opção – as vezes apenas uma companhia aérea oferece voo para determinados horários e destinos.

Nesse caso, apesar das cias aéreas estarem atraindo clientes elas não estão forjando lealdade com seus consumidores e isso tem implicações no longo prazo.

Se os consumidores voam apenas com uma marca de cia aérea por falta de opção, essa marca está mal posicionada para rechaçar qualquer futuro concorrente, seja uma cia aérea competidora ou uma inovação futura no setor de viagens.

De certa forma, o mesmo acontece com os fundos de pensão, pois os consumidores espalhados pelo país não possuem muitas alternativas. Os fundos de pensão que quiserem permanecer no jogo no longo prazo, terão que trabalhar duro para construir confiança nos consumidores.

Falta de interação afeta o engajamento com os fundos de pensão


Pegar carona no que acontece com outros setores, como fizemos acima, pode nos ajudar a extrapolar e fazer inferências para o setor de fundos de pensão.

A razão para bancos e meios de pagamento dominarem pelo terceiro ano seguido a lista das marcas mais confiáveis do mundo, mostra que os consumidores confiam mais nas marcas com as quais eles interagem com maior frequência.




As 12 marcas mais confiáveis de bancos e meios de pagamento nos EUA


Visa e Mastercard constituem uma forte combinação de alta frequência de uso, alta favorabilidade da marca e alta conscientização.

Provam que o uso frequente é poderoso para construção da confiança e manutenção de uma forte conexão entre consumidor e marca. Toda vez que um consumidor passa seu cartão Visa ou vê o logotipo Visa sinalizando que seu cartão é aceito ali, uma poderosa associação positiva com a marca é reforçada.

A interação dos fundos de pensão com seus consumidores tende não ser muito frequente, mas isso poderia ser diferente.

Existem diversas maneiras pelas quais os fundos de pensão poderiam criar um melhor engajamento com seus participantes. A acumulação de experiências positivas funciona como proteção contra ruídos negativos no relacionamento entre a marca e seus clientes.


Confiança gruda, como um Band-Aid, marca que ficou em primeiro lugar como a mais confiável dos EUA em 2023 no ranking da Morning Consult.

Quando se trata de construir sua segurança financeira no longo prazo, confiança na marca ultrapassa em muito questões de marketing, adentrando seu destino futuro.

Os fundos de pensão que forem capazes de ganhar a confiança do público, são os que estarão mais bem posicionados para atrair futuros consumidores e sobreviver aos atuais participantes, que já não estarão mais por aqui.


Grande abraço,

Eder.




Fonte: Most Trusted Brands 2023, by Morning Consult

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quinta-feira, 15 de junho de 2023

O QUE SE ESPERARIA DAS POLÍTICAS DO GOVERNO PARA ESTENDER A PREVIDENCIA COMPLEMENTAR AOS DESATENDIDOS? AO MENOS SABER COPIAR ¯\_(ツ)_/¯



Copiadora Modelo: D110 | Marca Xerox


De São Paulo, SP.

Em dezembro passado o governo americano aprovou uma nova legislação que pode ser o maior catalizador dos últimos tempos para ajudar os trabalhadores - principalmente das pequenas e médias empresas - a poupar para a aposentadoria. 

Nomeado de SECURE 2.0 ACT o sugestivo nome da legislação é o acrônimo para Setting Every Community Up for Retirement Enhancement, em tradução livre seria algo como: “Preparando toda Comunidade para Melhorar a Aposentadoria” e o acrônimo da lei em português poderia ser entendido como “Segurança 2.0”.

No Brasil, cabe ao governo federal estabelecer as políticas de previdência social e complementar. Iniciativas de fomento, baseadas em incentivos e regras, poderiam fechar a lacuna existente entre os empregados das grandes e das pequenas empresas na oferta e no acesso a planos de previdência complementar.

Um dos focos principais da recente legislação americana é estender a cobertura de poupança previdenciária para aqueles que hoje não podem se dar ao luxo de ter um plano de previdência complementar individual ou não se beneficiam de planos de previdência complementar corporativos (leia-se: fundos de pensão). 

No Brasil apenas 8% da população com idades entre 20 e 65 anos possui um plano de previdência complementar!

Congresso Americano

Entre as novidades trazidas pelo SECURE 2.0 ACT para os trabalhadores americanos, estão:
  • Permitir que as pessoas com idades entre 60 e 63 anos optem por fazer contribuições para previdência complementar com incentivos fiscais, visando recuperar o tempo de serviço anterior em que deixaram de contribuir.
  • Muitos empregados deixam de fazer contribuição para a previdência complementar porque estão pagando créditos estudantis levantados para financiar o curso superior. A nova lei permite que o empregador (empresa) faça contribuições em nome do empregado, como contrapartida, no mesmo valor da parcela de empréstimo estudantil que o empregado paga mensalmente. Estima-se que o pagamento de crédito estudantil seja a principal causa de stress financeiro para 17% dos empregados na faixa de 20 anos de idade e para 12% dos empregados na faixa de 30 anos, que levam em media 20 anos para quitar seus empréstimos, o que impacta sua capacidade de poupar para o futuro
  • Permitir que as patrocinadoras de planos de previdência complementar ofereçam contas de poupança para emergências, fazendo contrapartida de contribuição para os empregados que se encontrem em determinadas situações. Essa solução fornece aos empregados mais flexibilidade durante eventos imprevistos, sem ter que acessar os recursos de suas contas de previdência complementar para isso
  • Permitir que os empregados de empresas que façam a adesão a fundos de pensão multipatrocinados, tenham crédito fiscal ao aderir ao plano de previdência complementar corporativo
Diferentemente do Brasil, nos EUA a sociedade civil americana conta com organizações publicas como a EIG – Economic Inovation Group, dedicadas a propor soluções às startups, investidores e empreendedores visando forjar uma economia mais dinâmica.

Criada por gente como Sean Parker, Ex-Presidente do Facebook, a EIG vem fazendo barulho nos EUA ao propor a criação de um novo plano de previdência complementar, modelado à luz e semelhança do plano de previdência dos funcionários públicos federais (tipo o nosso Funpresp-Exe).

A proposta da EIG, de forma simplificada, inscreveria automaticamente os novos empregados (elegíveis) num plano subsidiado pelo governo, que passariam a receber crédito direto e também contrapartida de contribuições do governo federal para as contribuições feitas por eles.

Os críticos defendem que se espere os resultados do SECURE 2.0 ACT para ver se a nova lei é capaz de fechar a lacuna da cobertura previdenciária – algo que hoje está na mão do setor privado – antes do governo federal entrar diretamente no mercado de previdência complementar, afinal, a nova legislação foi aprovada apenas em dezembro de 2022.

O sistema de previdência complementar no Brasil tem sido incapaz de diminuir a lacuna da cobertura existente entre os trabalhadores de baixa e os de alta renda, o que poderia levar mais brasileiros a poupar.

Independentemente da solução que se adote para melhorar a cobertura da previdência complementar, não há quem discorde da necessidade de novas soluções que permitam a todas as pessoas se aposentarem com dignidade.

No caso do Brasil, diante da falta de políticas publicas que fomentem a previdência complementar (de verdade), temos a opção de copiar e adaptar soluções dos países que não sofrem desse mal.

Viva Monsieur Lavoisier!




Grande abraço,
Eder.




Fontes: Could a whole new government-backed program close the retirement savings gap? - escrito por Chris Middleton e SECURE 2.0: Big boost for small retirement plans and participants, escrito por Kristen Beckman.


Postado por Blog do Eder às 08:32 0 comentários
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Mestre em Administração Profissional pela EAESP/FGV, Bacharel em Ciências Atuariais pela UFRJ, com especialização em Propaganda & Marketing pela ESPM-RJ e em Governança Corporativa pelo IBGC. Mais de 25 anos de atuação no mercado de previdência complementar, Membro nº 641 e ex-Diretor do Instituto Brasileiro de Atuária e ex-Professor do MBA de Gestão de Riscos Financeiros e Atuariais da USP/FIPECAFI. Gerenciou inúmeros projetos internacionais e regionais na área de benefícios, tendo morado em Jacksonville, FLA-EUA e em Lincolnshire, CH-EUA. Ocupou cargos de alta gerência e direção nas maiores empresas globais de benefícios, em fundos de pensão, em seguradoras e em bancos.

Desenvolve Pesquisas, Projetos e Palestras sobre Previdência, Seguros (RE), Benefícios a Empregados, Programas de Saúde, Economia Comportamental, Neuromarketing e Investimentos Responsáveis.


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