sexta-feira, 3 de maio de 2013

Os 10 maiores erros dos participantes de Planos de Contribuição Definida e como evita-los

De São Paulo, SP


Novos planos de previdência complementar do tipo benefício definido são uma raridade hoje. No seu lugar, as empresas oferecem atualmente os planos do tipo contribuição definida.

Aqui vão os maiores equívocos apontados pelos especialistas quando se trata de poupar para a aposentadoria em um plano de contribuição definida.

1. Não ter um

Esse é até óbvio, mas o problema é que a maioria das pessoas simplesmente não consegue enxergar o óbvio. Tem gente que não entra no plano de previdência, mesmo sabendo que a empresa contribui com o mesmo valor que o empregado faz de contribuição. É um retorno de 100% antes mesmo de o dinheiro ser investido! Coletivamente, as pessoas estão ridiculamente longe de poupar adequadamente para a aposentadoria.

2. Acompanhar o patamar padrão de contribuição do plano

As pessoas assumem que a contribuição “default” que estão fazendo para o plano já é suficiente para se conseguir uma boa aposentadoria. Não é! O nível médio de contribuições nos planos corporativos gira em torno de 5% do salário do empregado. Porém, os especialistas dizem que o ideal para se acumular uma boa poupança para a aposentadoria deveria ser uma contribuição total em torno de 12% a 15% do salário do empregado. Considerando que a contrapartida da empresa somada a contribuição do empregado totaliza na média 10% do salário, ainda fica faltando 1/3 da contribuição ideal.

3. Abandonar o plano quando se troca de emprego

Com toda a reviravolta que acompanha uma mudança de emprego é fácil deixar para trás os valores acumulados no plano de aposentadoria do seu antigo empregador. Não obstante, deixar o seu saldo “apodrecer” lá e parar de acompanhar a respectiva evolução, pode ter sérias consequências. A alocação dos investimentos do fundo onde seu dinheiro ficou parado pode mudar a ponto de ficar descasada de seus objetivos futuros. Taxas podem passar a ser cobradas daqueles que permanecem no plano e não são mais empregados da empresa etc. Portanto, não abra mão de uma portabilidade até que tenha aderido ao plano de previdência de sua nova empregadora.

4. Resgatar a poupança muito cedo

Embolsar o dinheiro que você estava poupando para a aposentadoria é uma ideia terrível em qualquer lugar do mundo. No Brasil, você será tributado a uma alíquota muito alta. Se optar pelo regime progressivo, a alíquota será de 27,5% e se escolheu o regressivo, pode ser de até 35%. Sem falar que estará gastando o dinheiro ao invés de deixá-lo multiplicar – algo que me faz lembrar a fábula da formiga e da cigarra. Uma alternativa ligeiramente melhor é pedir um empréstimo, uma opção prevista em muitos planos de previdência. Segundo os consultores de investimentos, empréstimos são arriscados, porém, melhor do que resgatar o saldo do seu plano de previdência, que deve ser a sua última saída.

5. Brincar de “pega-pega”

As pessoas que começam tarde a poupar para a aposentadoria ou aqueles que param de contribuir por um período de tempo ao longo do caminho, sempre tem a impressão (errada) de que poderão recuperar o tempo perdido. Mas não funciona assim, porque além das contribuições que a pessoa deixou de fazer ela também deixou de acumular retornos sobre essas contribuições faltantes. Conforme diz o ditado, não dá para voltar atrás na pedra atirada, na palavra lançada e também ... na contribuição não feita, para o plano de previdência.

6. Não diversificar o portfólio

Na tentativa de simplificar as coisas, as pessoas tendem a escolher apenas um fundo de investimentos (seja apenas de renda fixa ou com um pouco de renda variável) para o qual passam a direcionar todas as contribuições. A falta de diversificação é ruim e por definição, mais arriscada. A proximidade da aposentadoria requer alocações em alternativas de investimentos menos voláteis e o oposto, quando ainda se tem toda a vida pela frente, pode acomodar mais facilmente um nível de risco maior. Ou seja, a vida é dinâmica. O ideal é ter um portfólio bem balanceado para protegê-lo da volatilidade do mercado, com alocações em renda fixa e variável de diferentes tipos e montantes.

7. Ser muito conservador quando ainda é jovem

Enquanto alguns trabalhadores mais velhos tentam aumentar demais e muito rápido sua poupança para a aposentadoria, alguns mais jovens deixam frequentemente de aproveitar o potencial de crescimento que investimentos mais agressivos podem trazer com o tempo. Uma regra geral que pode ser usada como referência é subtrair sua idade de 110. O número que resultar é o percentual que você deve aplicar em renda variável, ou seja, o oposto de investimentos mais conservadores. Ou seja, se você tem 25 anos de idade, isso significa investir 85% em ações. Na idade de 35, o mix entre renda fixa e variável ainda incluiria 75% em ações.

8. Definir um objetivo e virar as costas

Se você não sabe nada sobre investimentos, os fundos do tipo “ciclo de vida” podem ser um bom começo e sempre serão uma alternativa melhor do que simplesmente não poupar nada. Esse tipo de fundo afastará muito do trabalho de ter que decidir como investir, mas mesmo assim é recomendável que você faça um check-up anual da sua poupança para a aposentadoria. Os fundos “ciclo de vida” são desenhados para mudar e balancear automaticamente a alocação entre renda fixa e renda variável, conforme sua idade aumenta. Isso implica em investimentos mais conservadores na medida em que o tempo passa, porém, sua tolerância ao risco sempre deve ser considerada, especialmente se você estiver próximo da aposentadoria (nesse momento, provavelmente, você já terá adquirido mais conhecimento sobre como funcionam os investimentos).

9. Entrar em pânico despois de um trimestre ruim

Abandonar e jogar no lixo um fundo de investimentos depois que os retornos afundaram e trocá-lo por outro que está entregando ganhos elevados pode até parecer esperto, mas o resultado é que você estará comprando na alta e vendendo na baixa — exatamente o que não se espera de um bom investimento. Aqueles que saem da renda variável, migram para a renda fixa e retornam para o mercado de ações 3 ou 6 meses depois que as ações começam a se recuperar e ficar positivas, perdem os ganhos devolvidos no início da recuperação. Como dizem os navegadores, é preciso manter o curso.

10. Não prestar a atenção às taxas de administração

A maioria dos participantes continua no escuro. Um estudo recente nos EUA (no Brasil não é diferente) mostrou que apenas metade dos participantes sabe o quanto está pagando de taxa de administração. Cerca de um quarto (25%), acha que não está pagando taxa nenhuma. A taxa de gestão financeira é deduzida diretamente dos retornos do seu plano de contribuição definida, “comendo” literalmente os seus ganhos. Nos produtos das seguradoras, os PGBL, essa taxa gira em media em torno de 1%aa 2%aa, mas a variação é enorme dependendo do tamanho do patrimônio. Só para se ter uma ideia, enquanto PGBL pequenos chegam a pagar nas seguradoras 1,5% em fundos de renda fixa, nos grandes fundos de pensão essa taxa é tão baixa quanto 0,15%.

É isso aí. Fica evidente que ainda há muito a fazer no caminho da “Educação Financeira”.

Grande abraço,
Eder.



Fonte: Adaptado do artigo “10 Biggest 401(k) Mistakes—and How to Avoid Them”, escrito por Martha C. White para Time

Crédito de Imagem: http://www.123rf.com

Um comentário:

Luiz Antonio disse...

Caro Eder,
voce poderia analisar em um artigo no seu blog, a conveniencia de se migrar ou entrar em um PGBL ou VGBL com base em NTN-B?
Este tipo de fundo vinha muito bem até a Selic voltar a subir e tem sido de baixa rentabilidade nos ultimos meses.
Mas por outro lado fundos de previdencia com carteira variavel tem sido pessimos.
Nome: Luiz Antonio

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