sexta-feira, 3 de outubro de 2025

CONSOLIDAÇĀO DE FUNDOS DE PENSĀO: MOVIMENTO QUE APONTA PARA EXTINÇĀO, NĀO PARA O RENASCIMENTO

 



De Sāo Paulo, SP.


Nos últimos anos, o setor de fundos de pensão no Brasil (e no mundo) vem sendo apresentado como um espaço de “consolidação saudável”. 

A narrativa é que a transferência de planos de previdência complementar corporativos para fundos de pensāo de maior porte seria uma forma de ganhar escala, reduzir custos e garantir perenidade.

Mas será que é isso mesmo?

Ou estamos apenas testemunhando o prelúdio de uma lenta agonia, rumo à uma inexorável extinção?

Empresas entregando seus fundos …

Uma olhadinha rapida, focando apenas nos movimentos mais recentes, mostra que:

  • Ford (EUA), Roche (Suíça), Alpargatas (Brasil) e agora Volkswagen (Alemanha) sāo empresas que decidiram transferir a gestão de seus planos de previdencia complementar, antes administrados por fundos de pensāo próprios, para a Vivest, que segue sendo o maior fundo de pensāo do setor privado no Brasil.

  • EnerPrev, fundo de pensāo patrocinado pela Energias do Brasil e GebsaPrev, fundo da General Electric, migraram seus planos para o IAP – Itajubá Administração Previdenciária.

  • AlcoaPrevi, fundo de pensão da norte-americana Alcoa, com R$ 825 milhões em patrimônio, anunciou recentemente que está migrando para o MultiPensions do Bradesco.

  • ___________: preencher a vontade, nos ultimos 30 anos cerca de 100 fundos de pensāo foram extintos no Brasil.

A maioria desses casos têm algo em comum:

São fundos de pensāo de porte médio ou pequeno, patrocinados por empresas privadas e em sua esmagadora maioria, empresas multinacionais, justamente os mais frágeis e menos propensos a sobreviver de forma independente nessa nova realidade.

A matemática da extinção

Os números não mentem. O que está sendo consolidado não são planos com grande base de jovens participantes, nem com aumento significativo de participantes ativos.

Os fundos de pensāo que vem sendo “fagocitados” por outros maiores sāo aqueles cujo público é majoritariamente composto por participantes aposentados e pensionistas.

  • No caso da AlcoaPrevi, dos 9,6 mil participantes, apenas 3,8 mil ainda são ativos. A maioria já está em fase de recebimento de benefícios.

  • A Volkswagen, que nos anos 80 tinha mais de 40 mil trabalhadores no Brasil, chega a 2025 com entre 12 e 13 mil empregados — número que tende a encolher ainda mais com a entrada de robôs humanoides nas linhas de produção, que já vem sendo automatizadas desde os anos 70.

A equação é clara:

[menos empregados nas patrocinadoras] + [menos participantes entrando nos planos] = fundos de pensāo perdendo a razão de existir.

Escala não resolve um problema demográfico

Credito de Imagem: www.kercommunications.com


A crença de que consolidar planos vai salvar o setor é ilusória. A consolidação é apenas o estágio intermediário de um processo que levará ao desaparecimento.

Colocar vários fundos pequenos dentro de um maior não altera o fato de que a base de novos participantes ativos encolhe a cada ano e a base de aposentados cresce desequilibrando a balança.

A consolidaçāo não é uma parada técnica para reestruturação - é uma fila na qual quem entra já perdeu a sustentabilidade e como ninguém sai, no final dela, nāo haverá mais soluçāo.

O retrato do futuro

A tendência é que os fundos médios e pequenos sejam engolidos primeiro, mas, em algum momento, o efeito chegará também aos grandes.

Afinal, se as patrocinadoras encolhem e os planos não conseguem atrair novos participantes, a escala não vai compensar a ausência de renovação demográfica.

Como escrevi em artigos anteriores no TECONTEI? o que estamos vendo não é uma reorganização do setor, mas sim o prenuncio de uma extinção lenta e em massa.

Provocação final

A consolidação não é solução, é sintoma, é consequéncia de mudanças na dinâmica social, de novas tecnologias, de transfomaçōes demograficas, é resultado de fatos já sabidos.

O setor insiste em vender a narrativa da “escala” porque tem dificuldade em encarar a realidade:

A era dos fundos de pensão tradicionais, moldados para um mercado de trabalho que já não existe, construidos em torno de um conceito de aposentadoria abrupta no tempo e investimento em ativos da era industrial, está se aproximando do fim.

Enquanto esse modelo de negocios nāo for repensado, nāo forem criados novos desenhos de plano reconhecendo a realidade dos atuais vinculos de trabalho, produtos alinhados com a extinçāo da aposentadoria tradicional, com investimento em novas classes de ativos digitiais …

… seguiremos rearrumando as cadeiras no convés do Titanic.

Grande abraço,

Eder.


Opiniões: Todas minhas | Fontes: ““O segmento de fundos de pensão está se tornando irrelevante” e “O assassinato de fundos de pensão, escrito por Eder C. Costa e Silva.

Disclaimer: Esse artigo foi escrito com uso de IA, baseado em prompts, experiencia profissional e profundo conhecimento de mercado do autor e informações das fontes citadas.


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