De São Paulo, SP.
.... aconteceu na Holanda, mas será que o resultado teria sido diferente aqui no Brasil? Se por um lado não há como afirmar, por outro, não há como negar já que seguros/previdência complementar são vendidos em bancos como se fossem um produto financeiro qualquer. Além disso, inexiste no país um estudo semelhante do trabalho desses profissionais!
O órgão Holandês que fiscaliza a comunicação dos prestadores de serviços financeiros com os consumidores, Financial Markets Authority (AFM), afirmou que é preciso aumentar as exigência de expertise dos profissionais das seguradoras que comercializam planos de previdência complementar.
A razão: a qualidade da orientação aos consumidores é baixa.
Apenas 25% das orientações fornecidas às empresas de pequeno e médio portes foram consideradas de nível aceitável, conforme descobriu a AFM durante uma investigação sobre a qualidade desse tipo de orientação.
O órgão de fiscalização disse que 31% das orientações dadas tinham um nível de qualidade tão ruim, que o órgão estava considerando adotar “providências formais”, como multas e penalização, contra os profissionais envolvidos.
O resultado da investigação mostrou evidência de que os profissionais da área comercial das seguradoras deixavam, freqüentemente, de obter informações suficientes sobre a situação da empresa (potencial cliente), sua respectiva disposição de correr riscos, seus objetivos e nível de conhecimento sobre previdência.
Mesmo orientações fornecidas em ocasiões subseqüentes, não levavam em conta as informações disponíveis.
“A informação sobre as empresas e o plano de previdência implantado posteriormente não são mantidas estruturalmente, portanto, não pode ser provado que a orientação fornecida se encaixa (é adequada) à situação do empregador”, comentou a AFM.
A AFM atribuiu esses problemas a falta de organização e aos processos adotados pelos profissionais da área comercial, bem como a limitada exigência de conhecimento.
O órgão regulador divulgou estar negociando com o Ministro das Finanças Holandês a extensão para as seguradoras, da regulamentação de supervisão das instituições financeiras.
Também pediu às seguradoras para assegurarem que seus profissionais comerciais estão à altura do trabalho e que lhes sejam fornecidas informações suficientes sobre os produtos de previdência complementar.
Meu irmão mais velho, que mora em São José dos Campos-SP, comprou recentemente um plano de previdência complementar para os filhos. Foi à diversas agências bancárias e a orientação que recebeu deixaria os investigadores da AFM Holandesa estupefactos!
Os profissionais que vendem planos de previdência nos bancos aqui no país, como diria um dito popular, "estão mais por fora do que bunda de índio" sobre previdência. Com o parco conhecimento que demonstraram sobre os próprios produtos que vendem, seriam incapazes de indicar aquele mais adequado ao consumidor.
Fica aqui uma sugestão para ONGs e organizações que defendem os interesses dos consumidores de serviços na área financeira: vamos desenvolver um estudo semelhante aqui no Brasil? Fico a disposição.
Forte abraço,
Eder.
Fonte: IPE Investments & Pensions Europe, Lee Preesman
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