Aubrey de Grey é CSO – Chief Scientific Officer (uma espécie de Diretor de Pesquisas, turbinado) da SENS Foundation.
A SENS Foundation é uma organização que trabalha no desenolvimento de biotecnologias de rejuvenescimento, com o objetivo de curar as doenças e incapacidades decorrentes do processo de envelhecimento.
Apesar dos supercentenários, pessoas com mais de 110 anos de idade, serem hoje uma realidade, ninguém sabe dizer se a longevidade está aumentando, estabilizando ou decaindo.
As opiniões sobre o limite da vida humana são controversas. Alguns acham que os humanos conseguirão viver para sempre. Mas também há quem pense já termos atingido o pico da longevidade.
Aubrey de Grey pertence ao primeiro grupo. Acredita ser muito provável já ter nascido a primeira pessoa que viverá até os 1.000 anos. Diz haver uma chance de 50% de desenvolvermos nos próximos 25 anos as tecnologias que tornarão isso possível.
“Envelhecer é essencialmente um efeito coleteral de se estar vivo. Devemos ter em mente que o corpo humano é uma máquina, ainda que uma máquina muito complicada quando comparada às máquinas construidas pelo homem. Como qualquer outra máquina, (o corpo) causa danos a sí mesma durante sua operação normal e esses danos se acumulam progressivamente ao longo do tempo até que começam a interferir no seu funcionamento normal”, explica o pesquisador.
“Não estamos interessados em interromper esse tipo de dano, o que seria muito difícil de fazer porque eles estão ligados ao próprio metabolismo do corpo. Ao invés disso, após terem ocorrido tais danos, deveríamos repará-los periodicamente, no nível celular e molecular, não permitindo que esses danos se acumulassem e atinjissem um nível patogênico, levando as coisas a darem errado mais adiante na vida”, prossegue Aubrey.
As terapias pesquisadas pela SENS Foundation são regenerativas e rejuvenecedoras e vão procurar agir fazendo retroceder a idade biológica das pessoas.
Ou seja, essas terapias não precisam ser aplicadas nas idades muito jovens. Você e eu que já estamos vivos há bastante tempo, ainda poderemos nos beneficiar delas mesmo se tais terapias só estiverem disponíveis daqui a 20 ou 30 anos, como se espera.
O estudo de Aubrey não lida com a longevidade ou o envelhecimento e se diferencia – talvez não intuitivamente - da medicina tradicional, por acreditar que não somos capazes de impedir que as pessoas fiquem doentes quando elas ficam cronologicamente mais velhas.
As pessoas vão continuar envelhecendo, mas terão, aos 90 anos, a mesma probabilidade que uma pessoa tem hoje de morrer aos 30 anos. Uma chance bem baixa, temos que reconhecer.
Se um dia conseguirmos viver tanto, serão muitas as implicações: superpopulação, ditadores que nunca morrem e previdência insuficiente, são algumas coisas para pensar.
Num cenário desses, meu maior desejo talvez venha a ser um grande asteróide atingindo a terra. A vida nunca vai ser para sempre....
Forte abraço,
Eder.
Fonte: Adaptado de entrevista transcrita no relatório “Pension De-Risking: Longevity Hedging and Buying OutReport”, da ClearPath Analysis. Crédito de imagem: ClearPath Analysis
Nenhum comentário:
Postar um comentário