São Paulo, SP
De acordo com dados publicados há poucos dias na mídia, em 2012 aumentou em 60% a quantidade de participantes que resolveram portar seus saldos de conta de uma para outra Entidade Aberta de Previdência Complementar.
A Federação Nacional de Previdência Privada e Vida – Fenaprevi, associação que representa as empresas do setor, indica que nos seis primeiros meses de 2012 o valor transferido do plano de previdência de uma instituição para outra cresceu cerca de 59%.
“Mama mia”!!!
As projeções apontam para um recorde histórico de portabilidade. Ao final do ano, algo como R$ 6 bilhões terão trocado de mãos (de plano), comparados ao montante de pouco menos de R$ 4 bilhões em 2011.
“Ao que parece, o brasileiro está mais atento ao seu futuro e à evolução das reservas que acumula para a aposentadoria com aplicação em planos das modalidades PGBL e VGBL”, concluiu o jornalista de matéria publicada em um dos mais importantes jornais de economia do país.
“O movimento reflete a busca por taxas de administração e carregamento mais baixas em meio ao novo cenário de juros no Brasil”, completa o raciocínio.
Até aqui tudo bem, já que essa é uma explicação possível para o grande e súbito aumento nos movimentos recentes de portabilidade nos planos de entidades abertas.
Porém, tive que parar e analisar com mais cuidado o seguinte comentário de um dos principais executivos da Fenaprevi – Federação Nacional de Previdência Privada e Vida, a associação de empresas do setor: “Com a redução da Selic, muitas pessoas estão buscando melhores condições para acumular seus recursos". O movimento, na opinião dele, é importante para criar um mercado dinâmico e a portabilidade estimula a competição entre as empresas.
Será que eu entendi corretamente?
A associação de um setor, cujas empresas visam lucro, são ligadas predominantemente aos bancos (no Brasil) e tem que enfrentar metas de venda mais agressivas a cada ano, está enaltecendo as maravilhas da portabilidade por causa da redução de custos que traz para o participante??? Estimular competição, mercado dinâmico!
Possível, mas muuuuuito estranho....
Fiquei pensando, o que teria feito surgir essa repentina conscientização dos participantes (num período de 6 meses) sobre as virtudes do mecanismo de portabilidade?
Será que esse movimento de portabilidade é decorrente da mudança de planos dentro da mesma entidade aberta, que assim não estaria perdendo nenhum cliente?
Será que as próprias entidades abertas é que estão estimulando esse movimento frenético de portabilidade, incentivando (de alguma forma) os clientes a migrarem de um produto para outro?
Será que isso tema alguma coisa a ver com a criação da tão festejada (pela mesma Fenaprevi) Tábua de Mortalidade Brasileira, a BR-EMS, adotada nos novos produtos das entidades abertas?
Será que os clientes dos planos das entidades abertas sabem que receberão uma renda menor nos novos produtos de previdência aberta, estruturados com base na Tábua de Mortalidade BR-EMS, quando comparada a renda proporcionada pelos atuais produtos, baseados na Tábua de Mortalidade AT2000, usada até aqui pelo mercado de entidades abertas?
Bem, essas são apenas perguntas, mas confesso estar curiosíssimo para saber as respostas...
Forte abraço,
Eder.
Fonte: Eder Carvalhaes da Costa e Silva
Crédito de Imagem: www.adamtglass.com
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